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Paying for pain: What motivates tough mudders and other weekend warriors? (Science Daily)

Date:
March 22, 2017
Source:
Journal of Consumer Research
Summary:
Why do people pay for experiences deliberately marketed as painful? According to a new study, consumers will pay big money for extraordinary — even painful — experiences to offset the physical malaise resulting from today’s sedentary lifestyles.

Why do people pay for experiences deliberately marketed as painful? According to a new study in the Journal of Consumer Research, consumers will pay big money for extraordinary — even painful — experiences to offset the physical malaise resulting from today’s sedentary lifestyles.

“How do we explain that on the one hand consumers spend billions of dollars every year on analgesics and opioids, while exhausting and painful experiences such as obstacle races and ultra-marathons are gaining in popularity?” asked authors Rebecca Scott (Cardiff University), Julien Cayla (Nanyang Technological University), and Bernard Cova (KEDGE Business School).

Tough Mudder is a grueling adventure challenge involving about 25 military-style obstacles that participants — known as Mudders — must overcome in half a day. Among others, its events entail running through torrents of mud, plunging into freezing water, and crawling through 10,000 volts of electric wires. Injuries have included spinal damage, strokes, heart attacks, and even death.

Through extensive interviews with Mudders, the authors learned that pain helps individuals deal with the reduced physicality of office life. Through sensory intensification, pain brings the body into sharp focus, allowing participants who spend much of their time sitting in front of computers to rediscover their corporeality.

In addition, the authors write, pain facilitates escape and provides temporary relief from the burdens of self-awareness. Electric shocks and exposure to icy waters might be painful, but they also allow participants to escape the demands and anxieties of modern life.

“By leaving marks and wounds, painful experiences help us create the story of a fulfilled life spent exploring the limits of the body,” the authors conclude. “The proliferation of videos recording painful experiences such as Tough Mudder happens at least partly because a fulfilled life also means exploring the body in its various possibilities.”


Journal Reference:

  1. Rebecca Scott, Julien Cayla, Bernard Cova. Selling Pain to the Saturated SelfJournal of Consumer Research, 2017; DOI: 10.1093/jcr/ucw071

O voo dos Gaviões pela liberdade e critica social nas arquibancadas do Brasil (Le Monde Diplomatique Brasil)

Por Sandro Barbosa de Oliveira

04 de Março de 2016

O estopim para que ocorressem tais manifestações talvez seja o fato do deputado estadual Fernando Capez (PSDB) estar envolvido em denúncias sobre o esquema de desvio de verbas das merendas das escolas públicas do estado de São Paulo. Não por acaso que os Gaviões miram em Capez: o inimigo número um das torcidas.

Muito tem se falado sobre as manifestações políticas da torcida Gaviões da Fiel nos jogos do Campeonato Paulista, mas pouco sobre a história que fundamenta tais manifestações. Por isso, esse artigo pretende apresentar alguns elementos que possam contribuir para elucidar esse fenômeno e problematizar os aspectos que envolvem o seu desenvolvimento. Para tanto, inicia com a seguinte pergunta: quando foi que a torcida realizou a primeira manifestação em 2016?

Final da Copa São Paulo de Futebol Júnior de 2016. Os Gaviões da Fiel Torcida, que tomaram parte das arquibancadas do lendário estádio do Pacaembu, decidiram realizar uma festa popular ao acenderem sinalizadores e gás de fumaça para festejar a partida decisiva entre Corinthians e Flamengo, com a presença das duas maiores torcidas do país. Até aí tudo bem se não fosse o fato de sinalizadores e fumaça serem proibidos pela Federação Paulista de Futebol (FPF) e coibidos pela Polícia Militar (PM) do estado de São Paulo. Mas essa não foi uma simples festa popular. Com essa ação, a torcida corinthiana iniciou uma série de protestos políticos contra FPF, o preço dos ingressos e as proibições que sofrem as torcidas para ingressar com bandeiras, faixas e sinalizadores inofensivos nas arquibancadas, fato que fez com que a torcida sofresse outra punição: ficar 60 dias proibida de entrar com faixas e bandeiras nos estádios.

Esse processo de proibições vem desde 1995 e se institucionalizou na forma de punição sobre as torcidas organizadas (elas que representam a organização coletiva e política de seus torcedores) após o infeliz acontecimento decorrente da briga entre torcidas dos times São Paulo e Palmeiras, também na final da Copa São Paulo daquele ano. De lá para cá a imprensa esportiva, o Ministério Público (sob ações do promotor Fernando Capez), a PM e a FPF construíram um discurso e passaram a criminalizar as torcidas organizadas ao realizar ações para que elas perdessem seu espaço nos estádios, com o objetivo de consolidar o padrão de outro tipo de torcedor: o torcedor “família”, consumidor e individual do chamado “futebol moderno”, aquele que consome, porém, não questiona enquanto sujeito político os problemas do esporte nas arquibancadas.

Nesse meio tempo, com as torcidas banidas por um período das arquibancadas e com o discurso da violência nos estádios, a Rede Globo de televisão, aliada de cartolas e dirigentes de clubes, federações e da CBF, estabeleceu a compra das transmissões para consolidar um sistema de transmissão fechado em canais pago, e deter preferência nas transmissões em canal aberto através de privilégios. Ela negociou diretamente com cada clube e estabeleceu contratos que amarram futuras decisões. Com isso, criou-se um público de torcedores que não iam mais ao estádio (com medo das torcidas) e que assistiam no conforto de suas casas, com seus familiares e amigos até que os estádios voltassem a ser “seguros” e compatíveis com certos interesses de classes desses agentes. Ao retornarem aos estádios, as torcidas foram fichadas pela PM e ficaram impedidas de entrar com bandeiras de bambu, sinalizadores inofensivos e com outros adereços.

Recentemente e não por acaso, foi perceptível que antes, durante e após a Copa do Mundo no Brasil em 2014 organizado pela Fédération Internationale de Football Association (FIFA) – entidade maior do futebol que também está manchada por escândalos de corrupção tal como a CBF e a FPF – construiu-se um discurso sobre o tal padrão de torcedor e estádio que deveria ser consolidado no país. A organização local desse torneio impediu que manifestantes se aproximassem dos estádios (chamados agora de arenas) por meio de um forte aparato repressor, ao se passar uma imagem para o mundo de que o país vivia alegre e festivamente a Copa (imagem veiculada pela transmissão oficial). No entanto, outros meios mostravam a real situação nas ruas através das manifestações organizadas pelos Comitês Populares da Copa e que foram reprimidas com violência e prisões, imagens estas veiculadas pelas mídias alternativas na Internet. Nesse momento, os Gaviões da Fiel estiveram calados e sequer se manifestaram contra o processo de elitização no futebol que vinha antes da Copa e que se potencializou com o torneio. Se tivessem se posicionado, teriam o apoio das organizações populares que estavam nas ruas lutando por uma Copa popular.

Mas por que os Gaviões da Fiel se manifestaram somente agora em 2016?

Um dos aspectos que chamam a atenção é o posicionamento da atual diretoria dos Gaviões através de seu presidente Rodrigo Fonseca, o Diguinho, que disse em entrevista ao jornal Brasil de Fato que “Não podemos assistir omissos ao processo de elitização do futebol”. De fato, ele reconhece que “não apenas o Corinthians está passando faz anos e tornando a arquibancada um lugar mais branco e rico que outrora”, e destaca que “CBF, FPF, Rede Globo, diretoria do Corinthians e os tais promotores, todos eles trabalham em conjunto para fazer do futebol um espetáculo de elite”.

Outro aspecto importante é que em 2015 os Gaviões soltaram notas em apoio à greve dos professores da rede pública estadual que durou 90 dias, e aos estudantes que lutaram contra a reorganização escolar e ocuparam com ousadia o coração do espaço público na sociedade – as escolas públicas do estado de São Paulo. Ambas as lutas contra o governo do estado que também puniu as torcidas com uma visão elitista de criminalizá-las. Essas lutas sem dúvida influenciaram os Gaviões e os fez alçar novos voos pela liberdade também nas arquibancadas, ao buscarem em sua própria história e origem o legado da luta contra um sistema opressor em defesa da liberdade e da crítica social nas arquibancadas por meio de um despertar político. Os Gaviões nasceram para fiscalizar e lutar contra os autoritarismos e as censuras impostas pela arbitrariedade de dirigentes e federações no clube e no futebol durante a ditadura militar. Foi a primeira (e talvez única) torcida a levantar em 1979 a faixa pela Anistia ampla aos presos políticos.

Regressando um pouco ao ano de 2007, ano em que a torcida corinthiana protagonizou o Movimento Fora Dualib, o futebol do Corinthians enfrentava crises sem tréguas que culminou com o rebaixamento no Campeonato Brasileiro daquele ano. A crise que estourou no clube foi resultado das tramas entre dirigentes que agiam de maneira oligárquica e o setor financeiro. No ano de 2005 eles realizaram uma parceria com a Media Sports Investment (MSI), representada pelo iraniano Kia Joorabchian, parceria que expressou a chegada de capitais britânicos e russos de origem duvidosa ao futebol brasileiro. A MSI estabeleceu um contrato em que iria realizar investimentos por dez anos no futebol do Corinthians ao contratar jogadores renomados e construir o estádio para o clube. Ela formou um time que auto intitulou de “galácticos” que conquistou o Campeonato Brasileiro de 2005, mas que na temporada seguinte, devido ao desgaste pelo controle do futebol do clube entre Kia e Dualib, deixou de enviar recursos ao clube que gerenciou o departamento de futebol por conta própria e acumulou uma dívida superior aos R$ 70 milhões. A parceria, que ganhou as manchetes e elevou o clube aos noticiários esportivos do mundo, terminou em 2007 nas páginas policiais com a intervenção do Ministério Público Federal e o bloqueio das contas da MSI e de seus representantes acusados de lavagem de dinheiro e formação de quadrilha, aspectos que fizeram com que os Gaviões e as demais torcidas corinthianas se mobilizarem para retirar da presidência o responsável por essa trama: Alberto Dualib.

Mas o que esse episódio na história do Corinthians pode dizer sobre o futebol brasileiro? Em primeiro lugar, o futebol é a expressão da formação social, econômica e política da sociedade brasileira organizada para exportar “produtos primários”, aspecto estrutural de uma economia “voltada para fora” e que foi devidamente analisada pelo historiador Caio Prado Júnior quando desvelou o seu caráter dependente. No caso do futebol, isso implica em dizer que parte dos jogadores preparados aqui tem seus passes “vendidos” precocemente em transações financeiras para os grandes clubes da Europa, o que atribui um papel decisivo a um agente que não existia antes no futebol – o empresário de jogador, aquele que faz a ponte entre o clube daqui com os clubes estrangeiros de lá. O futebol expressa a desigualdade social já que 0,80% dos jogadores recebem salários entre R$ 50 mil a R$ 500 mil e 82,40% não recebem mais que R$ 1.000,00.[1] Em segundo lugar, os clubes que querem formar grandes elencos para a conquista de títulos e não criaram condições próprias para isso, acabam por depender de recursos externos e recorrem aos investidores, patrocinadores e parceiros na execução dos chamados “projetos” para aquela temporada ou para um período maior. O fato é que os clubes de futebol, que são entidades sem fins lucrativos e/ou associações, passaram a depender de agentes do setor financeiro que visam com os seus “investimentos” encontrar fontes mais rentáveis para suas receitas e viram nos clubes um jeito de gerar rentabilidade aos seus capitais livres de impostos. O problema é o descompasso entre os clubes, já que parte ainda são geridos de maneira oligárquica por seus dirigentes, e os agentes financeiros, empresas e pessoas físicas que investem recursos para obter lucro.

Em tal cenário de investimentos de capitais e mercantilização sem riscos as torcidas organizadas passaram a ser um problema, pois elas querem ver seus times com elencos fortes e disputando títulos, e questionam com força quando isso não acontece. Elas entraram também no jogo do “mercado” e deixaram de lado as manifestações política que marcaram suas trajetórias. Então, como o futebol não é uma ciência exata e depende da dinâmica dos jogos e da organização das equipes, nem sempre é provável que o elenco mais caro e forte saia vencedor daquele campeonato. Mas como os clubes brasileiros foram integrados em um mundo de economia globalizada, financeirizada e midiatizada, precisam lidar com “a propaganda como a alma do negócio”. Mesmo que não vençam campeonatos, o importante é a marca aparecer e se autovalorizar, e para isso o marketing dos clubes grandes foi ampliado. Outro aspecto é que as brigas entre as torcidas que expressava a organização das classes populares teria afastado o torcedor-consumidor do ideário liberal-econômico que manteria essa engrenagem funcionando.

Nesse sentido, estaria aí um nexo que articula uma explicação possível para a proibição das torcidas nos estádios em São Paulo: por um lado, altos investimentos de empresas e emissoras de televisão nos clubes grandes e nas federações, para que garantam o monopólio e o privilégio de valorização e transmissão das partidas, por outro, pacificação e aburguesamento nas arquibancadas, expresso inclusive no programa Fiel Torcedor que exclui e individualiza o acesso ao estádio, duplo movimento chamado pelas torcidas de “futebol moderno”, o qual é possível defini-lo por futebol elitizado. O futebol paulista e brasileiro, portanto, faz então um movimento de regresso às suas origens direto para a elitização, mas com os conflitos de nosso tempo histórico, já que o mesmo se popularizou a partir da década de 1930 e se tornou paixão nacional na década de 1950 entre as classes populares nos processos de industrialização da sociedade.

Por isso, e retomando a importância das recentes manifestações, por que os atos nas arquibancadas protagonizados pelos Gaviões ganharam ressonância geral para além do clubismo? Talvez porque a torcida corinthiana decidiu atacar de maneira politizada as raízes do problema que determinou a sua punição no estádio com uma pauta clara e direta. Com faixas nas partidas contra o Capivariano e o São Paulo no Campeonato Paulista de 2016 estabeleceu o seguinte diálogo com a sociedade: “Rede Globo, o Corinthians não é o seu quintal”; “Cadê as contas do estádio?”; “CBF, FPF a vergonha do futebol”; “Futebol refém da Rede Globo”; “Quem vai punir o ladrão de merendas?”; “Ingresso mais barato”. Foi a primeira vez que uma torcida se manifestou explicitamente nas arquibancadas contra essas entidades e emissora. Entretanto, ao denunciar os causadores da falta de liberdade de expressão e de sua punição das arquibancadas, os Gaviões enfrentaram a PM e a FPF que impediam que as torcidas se manifestassem politicamente nos estádios. Ao derrubarem os argumentos das “autoridades” com referência ao próprio Estatuto do Torcedor que seus algozes utilizavam, demonstraram conhecimento de causa e puderam deslegitimar a tentativa da FPF e da PM de criminalizá-los.

Cabe destacar que o primeiro movimento de torcedores corinthianos contra o “futebol moderno” dentro e fora do Itaquerão (estádio do Corinthians) foi protagonizado por um pequeno grupo de dissidentes dos Gaviões e torcedores comuns em 2014, quando resgataram o movimento criado pelas organizadas “Andrés aqui não tem burguês”. Eles se manifestaram com faixas e dizeres do tipo “Ingresso caro = corinthiano de fora”, ao se posicionar contra os ingressos caros no novo estádio e chamar a atenção para a exclusão dos corinthianos das classes populares (preto, pobre e periférico). Contudo, sofreram represália da PM e tiveram suas faixas tomadas sob alegação de que estavam violando a lei. Esse movimento ficou restrito a este grupo pequeno e não teve visibilidade como ocorreu agora com as ações dos Gaviões que sempre foi referência política e de canto na arquibancada. De qualquer maneira, o grupo criticou o ex-presidente Andrés Sanchez, responsável pela gestão do estádio, e conseguiu uma conquista importante já que foi ano de eleição: uma pequena baixa no preço dos ingressos. Só que o preço dos ingressos continuou alto para as condições de vida das classes populares que historicamente frequentaram os estádios, não só em jogos no Itaquerão, mas também em jogos com mando de campo de times do interior.

Mas no atual momento o que defendem os Gaviões?

Os Gaviões defendem o direito à liberdade de expressão e à livre manifestação da coletividade nas arquibancadas desse Brasil a fora. Essa liberdade foi garantida pela Constituição Federal de 1988 que diz que “a manifestação do pensamento, a criação, a expressão e a informação, sob qualquer forma, processo ou veículo, não sofrerão qualquer restrição”. Todavia, segundo o Estatuto do Torcedor e o regulamento da FPF, os torcedores podem se manifestar pacificamente nas arquibancadas. Por isso, como disse o jornalista José Trajano “tudo o que eles manifestaram, através das faixas, tem o apoio da maioria da população brasileira. Eles são os nossos porta-vozes. Assino embaixo”. Esse sentimento particular de uma torcida que luta por sua liberdade de crítica social é o sentimento geral de maior parte da população brasileira que se reconhece e se identifica nesse tipo de manifestação, já que o futebol enquanto paixão nacional se tornou um lazer mercantilizado e gerido por dirigentes mafiosos que estão imersos em esquemas de corrupção e lavagem de dinheiro, dominado por uma emissora de TV e que parecem desconsiderar os valores afetivos e de sociabilidade que os torcedores têm por esse esporte popular.

Ademais, talvez o estopim para que ocorressem tais manifestações agora seja o fato de haver chegado ao público denúncias sobre o esquema de desvio de verbas das merendas das escolas públicas do estado de São Paulo, esquema que teria como principal articulador o promotor e deputado estadual Fernando Capez (Partido da Social Democracia Brasileira – PSDB). Não por acaso que os Gaviões miram em Capez: o inimigo número um das torcidas e que agora se encontra imerso em denúncias sobre atitudes ilícitas e criminosas de desvio de verbas, aspecto que sempre atribuiu em seus discursos às torcidas organizadas. Ironias da história que não só gira, mas, sobretudo, se desenvolve em um movimento espiral de contradições e conflitos sociais em que os agentes e os acontecimentos se convertem no seu contrário, o bom moço da promotoria está no banco dos réus enquanto que os Gaviões procuram resgatar sua imagem de torcida que faz a festa e manifestações legítimas com forte apelo social.

Por fim, os Gaviões apresentam uma crítica social e não só do futebol ao que ocorreu nas escolas públicas com a chamada propina da merenda escolar e parece conclamar as torcidas, os estudantes e os trabalhadores, já que entoaram o canto “Eu não roubo merenda, eu não sou deputado. Trabalho todo dia, não roubo meu Estado” e de “Ladrão, ladrão, devolve o futebol pro povão”, para lutar contra os desmandos e arbitrariedades da FPF e do partido do governo estadual nesses 21 anos de mandatos, o mesmo partido que proibiu as torcidas de se manifestarem nos estádios, os estudantes de se manifestarem nas escolas e os professores de se manifestarem nas ruas. Tal como analisou Marx, podemos inferir também que a história ocorre por assim dizer duas vezes: a primeira como tragédia, com a proibição das torcidas, reorganização escolar e derrota da greve dos professores, e a segunda como farsa, predominância de torcedores “coxinhas” nas arquibancadas, desorganização escolar camuflada e precarização do trabalho de professores nas escolas. É preciso então haver lutas pela liberdade e crítica social nas arquibancadas, nas escolas e nas ruas para que haja a transformação efetiva da sociedade. As demais torcidas do Corinthians e de outros clubes já estão seguindo o exemplo de politização dos Gaviões e se manifestando nas arquibancadas. Tomara que essas manifestações construa um movimento para além do clubismo e por um futebol que retorne ao poder e apropriação das classes populares.

Sandro Barbosa de Oliveira 

Sandro Barbosa de Oliveira é professor, educador popular, bacharel em Ciências Sociais pelo Centro Universitário Fundação Santo André (CUFSA), mestre em Ciências Sociais pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) e doutorando em Sociologia pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). Participa do Grupo de Pesquisa Classes Sociais e Trabalho da Unifesp. É também associado e cientista social da Usina Centro de Trabalhos para o Ambiente Habitado.

 

Foto: André Lucas Almeida, Jornalistas Livres

 

Argentine football club Tigre launches implantable microchip for die-hard fans (AFP)

Abril 26, 2016 6:59pm

Tigres players hugging after a goal

PHOTO: Tigres fans won’t need hard copy tickets or to enter their stadium with the implanted microchip. (Reuters: Enrique Marcarian)

For football lovers so passionate that joining a fan club just isn’t enough, Argentine side Tigre has launched the “Passion Ticket”: a microchip that die-hards can have implanted in their skin.

In football-mad Argentina, fans are known for belting out an almost amorous chant to their favourite clubs: “I carry you inside me!”

First-division side Tigre said it had decided to take that to the next level and is offering fans implantable microchips that will open the stadium turnstiles on match days, no ticket or ID required.

“Carrying the club inside you won’t just be a metaphor,” the club wrote on its Twitter account.

Tigre secretary general Ezequiel Rocino kicked things off by getting one of the microchips implanted in his arm, under an already existing tattoo in the blue and red of the club.

The chips are similar to the ones dog and cat owners can have implanted in their pets in case they get lost.

Rocino showed off the technology for journalists, placing his arm near a scanner to open the turnstile to the club’s stadium 30 kilometres north of the capital, Buenos Aires.

“The scanner will read the data on the implanted chip, and if the club member is up-to-date on his payments, will immediately open the security turnstile,” the club said.

Rocino said getting a chip would be completely voluntary.

“We’re not doing anything invasive, just accelerating access. There’s no GPS tracker, just the member’s data,” he said.

AFP

Nueva Chicago acusa al Ministerio de Seguridad por discriminación (Clarín)

Violencia en el fútbol

Los dirigentes no concurrirán a la cancha esta tarde, cuando el equipo de Mataderos se enfrente a Defensores de Villa Ramallo por la Copa Argentina.

La hinchada de Nueva Chicago no podrá estar el jueves en Parque de los Patricios. (Foto: archivo)

La hinchada de Nueva Chicago no podrá estar el jueves en Parque de los Patricios. (Foto: archivo)

La dirigencia de Nueva Chicago denunció al Ministerio de Seguridad por discriminación tras obligarlo a jugar sin motivos a puertas cerradas. Además, y en señal de protesta, los dirigentes y los periodistas partidarios del club de Mataderos no concurrirán esta tarde, a las 17, al duelo ante Defensores de Belgrano de Ramallo en cancha de Huracán por los 32avos de la Copa Argentina.

Ayer, el vicepresidente Daniel Ferreiro manifestó: “No sabemos por qué nuestro público no puede estar. Es simple: nos discriminan”, y en esa sintonía hubo acuerdo para no ir al estadio. “Vamos todos o ninguno”, fue el comunicado que enviaron los medios partidarios. “Los dirigentes nos solidarizamos con nuestra gente”, aseguró Ferreiro.

Por tal razón, el club emitió un comunicado en el que sostiene que “ser hincha de Nueva Chicago no es delito”. “Nuestra institución se ajusta a lo solicitado por cuanto organismo de seguridad nos pide, nunca nos tembló el pulso para firmar derechos de admisión a quienes tuvieran comportamientos violentos”, señala en parte el documento firmado por el presidente, Sergio Ramos, y Martin Lamarca, Secretario General del club.

“La Comisión Directiva de Nueva Chicago lamenta profundamente que se le niegue la posibilidad de asistir a nuestra gente al estadio. Consideramos injusta esta medida que nos enteramos por los medios de comunicación y por la empresa Ticketek, dado que nunca nos llegó la notificación oficial”, comienza el comunicado. “A partir de este momento o vamos todos o no va ninguno”, concluye.

*   *   *

25/03/2015 18:57

La violencia gana: seis partidos a puertas cerradas (Mundo D)

Habrá sanciones para varios clubes de Primera, y uno en la Copa Argentina, y por eso se disputarán sin hinchadas. Un repaso del sinsentido.

El Nuevo Gasómetro estará vacío para el partido ante Lanús.

El Nuevo Gasómetro estará vacío para el partido ante Lanús.

Por Mundo D

Cada vez es más complicado vivir el fútbol argentino en paz. La violencia está acorralando al espectáculo y ya no sirve siquiera jugar sólo con público local. En la próxima fecha, por diferentes razones, habrá cinco encuentros de la Primera División a puertas cerradas. Sí, sin nadie en las gradas. Y además, habrá uno de la Copa Argentina. Insólito.

¿Qué partidos serán?

  • San Lorenzo-Lanus
  • Godoy Cruz-Independiente
  • Tigre-Defensa y Justicia
  • Quilmes-Sarmiento
  • Gimnasia de La Plata-River
  • Chicago-Defensores de Villa Ramallo

En el caso de San Lorenzo ante Lanús, no habrá gente en las tribunas por la sanción que el Comité de Seguridad le aplicó al “Cuervo” por los incidentes contra el juez de línea Juan Pablo Belatti en la vuelta de la Recopa ante River.

Sí, San Lorenzo ya jugó ante Colón, San Martín de San Juan y Huracán con público. Recién ahora, llega la suspensión. Cosas de Argentina.

Por su parte, Godoy Cruz recibirá a Independiente a puertas cerradas por la agresión que sufrió el masajista de Lanús en la cuarta fecha, la última vez que “el Tomba” se presentó en el Malvinas Argentinas.

Tanto en Tigre como en Quilmes, habrá situaciones similares. Los dos estadios fueron suspendidos por los incidentes en sus propias tribunas, con distintas porciones de sus propias hinchadas.

La lista sigue con Nueva Chicago, que también pagará una sanción. En el caso del “Torito” no tendrá público en el choque del jueves por Copa Argentina (ante Defensores de Villa Ramallo). Este partido se disputará en la cancha de Huracán y la policía no prestará servicio para trasladar a los hinchas del “Torito”.

River, también
Por último, Gimnasia recibirá el próximo domingo a River en El Bosque pero a puertas cerradas. Es que la Justicia falló a favor de la Aprevide (Agencia de Prevención en el Deporte).

¿Qué había pasado? “El Lobo” había recibido la sanción de la Aprevide (por los incidentes que protagonizaron sus hinchas en el clásico platense) y debía jugar ante Nueva Chicago a puertas cerradas. Pero el club fue a la justicia, que le dio curso a un recurso de amparo y pudo recibir al “Torito” (por la quinta fecha) con hinchas.

Ahora, Aprevide apeló y la justicia le dio la razón.

Futebol na Europa sofre com onda de violência (Folha de S.Paulo)

Briga de torcidas em Roma

Vincenzo Tersigni/Efe

RAFAEL REIS
DE SÃO PAULO

26/02/2015 02h00

Para quem pensa que a violência dos torcedores é exclusividade brasileira e que a Europa estava livre desse flagelo, os últimos dez dias foram bastante reveladores.

O continente, marcado por episódios trágicos especialmente nos anos 1980, conseguiu amenizar a violência nos estádios com leis rígidas e rigor no cumprimento delas.

Mas acontecimentos recentes fizeram os sinais de alerta voltarem a se acender.

O episódio mais emblemático é o da Grécia. O governo do país suspendeu por tempo indeterminado o campeonato local devido à violência de torcedores do Panathinaikos no jogo contra o Olympiakos no domingo (22).

Enquanto isso, na França, apoiadores do inglês Chelsea impediram um homem negro de entrar no metrô de Paris em meio a cânticos racistas. Na Inglaterra, torcedores do West Ham entoaram cantos antissemitas ao Tottenham, clube de origem judaica.

A Itália não escapou. Roma viu fãs do Feyenoord (HOL) depredarem uma de suas praças mais importantes antes de jogo da Liga Europa.

“Há muitas coisas acontecendo ao mesmo tempo na Europa, e o futebol é reflexo de tudo isso”, disse à Folha Piara Powar, diretor-executivo da rede de ONGs Fare (Futebol Contra o Racismo na Europa, em tradução livre).

“A Grécia tem a crise econômica. Notamos ainda um aumento da intolerância com a tensão entre Rússia e Ucrânia e o crescimento da xenofobia contra os imigrantes.”

A Fare trabalha em parceria com a Fifa em iniciativas de prevenção contra qualquer preconceito no futebol.

Os ultras, responsáveis por boa parte dos tumultos no Velho Continente, normalmente estão ligados a pensamentos da extrema direita, como o neonazismo. Ou seja, na Europa, preconceito e violência no futebol são partes de um só problema.

“Os jogos têm menos violência do que no passado. Mas esse comportamento ultrapassado de alguns europeus resiste e é uma ameaça ao ambiente familiar nos estádios”, disse Powar.

Editoria de arte/Folhapress

‘MEDO PESADO’

“A gente já vai para o clássico sabendo que o clima será de guerra. Mas, desta vez, foi demais. Quando pisamos no campo para o aquecimento, fomos recebidos com uma chuva de isqueiros e sinalizadores. Eles invadiram o gramado e, então, começou a briga. Tivemos que sair correndo. Deu um medo pesado.”

O relato é do lateral direito brasileiro Leandro Salino, 29, que esteve em campo na derrota por 2 a 1 do seu Olympiakos para o Panathinaikos.

O episódio levou à terceira paralisação do campeonato local por conta de episódios de violência só nesta temporada -as outras pausas ocorreram devido a morte de um torcedor e a atentado contra um dos chefes da arbitragem.

Até a reunião da liga para discutir medidas para conter a violência terminou em briga. Um dirigente do Panathinaikos acusou o segurança do presidente do Olympiakos de agredi-lo com soco. desejo de vingança

Na Holanda, a polícia de Roterdã, casa do Feyenoord, teme que torcedores da Roma aproveitem o jogo de volta do mata-mata da Liga Europa, nesta quinta (26), para se vingarem dos fãs holandeses.

Nos últimos dias, nas redes sociais, ultras do clube italiano têm falado em dar o troco aos torcedores rivais.

Paz nos estádios é difícil, diz autor de relatório sobre violência no futebol (Folha de S.Paulo)

19/02/2015  02h00

Uma das metáforas mais usadas a respeito do futebol é compará-lo a uma guerra. Marco Aurelio Klein, 64, não vê o assunto desta forma. Primeiro porque é especialista em violência no esporte. Mas também por ser um estudioso da 2ª Guerra Mundial.

Autor de documento inspirado no Relatório Taylor, que praticamente erradicou o fenômeno dos hooligans nos estádios ingleses a partir da década de 1990, ele trabalha atualmente na atualização do texto a pedido do ministro George Hilton (Esporte).

“O meu relatório é de 2006. O ministro ficou impressionado. Estou animado que seja posto em prática”, disse.

Em entrevista à Folha, ele chegou a uma conclusão de que a violência no futebol nacional não será resolvida de um dia para o outro. “Não tem mágica”, constata.

PÓS-COPA DO MUNDO
O Mundial no Brasil trouxe legado importante: os estádios sem alambrados. Mesmo no clássico entre Corinthians e Palmeiras em que aconteceu aquela confusão toda [tumulto entre palmeirenses e a PM] e com a derrota do time da casa, ninguém invadiu o campo. Alambrado não segura ninguém que quer invadir. Eu já vi torcedor pular alambrado que tinha arame farpado. Outra herança importante é o sistema de monitoramento dos estádios. E este deve ser ostensivo. A sala do monitoramento deve ser visível a todos. As pessoas precisam saber que o Big Brother está ali, presente.

SOLUÇÕES E ERROS
Parece que no Brasil, nessa questão da violência no futebol, há muita tentativa e erro. Cada hora existe uma ideia mágica que vai resolver o problema… Isso não existe. Todas as ideias são com boas intenções, mas não vão resolver. Não existe uma solução da noite para o dia. A solução é longa, difícil e custosa.

  Eduardo Knapp/Folhapress  
Marco Aurelio Klein, presidente da Autoridade Brasileira de Controle de Dopagem, durante palestra
Marco Aurelio Klein, autor de relatório federal sobre violência de torcidas, durante palestra

ESPÍRITO DE GUERRA
Antes do último clássico entre Corinthians e Palmeiras, eu li que a polícia estava preparando uma operação de guerra. Quando vi aquilo, pensei: “acabou”. Como operação de guerra? Uma família não vai para um estádio que tem operação de guerra. O vândalo adora. Quando a polícia diz que é operação de guerra, esses vândalos ganham condição de combatentes do Estado Islâmico.

LIÇÕES DO RELATÓRIO TAYLOR
O que inspirou o Relatório Taylor foi [a tragédia de] Hillsborough, em que morreram 96 pessoas na cidade de Sheffield [em 1989]. Não houve briga. Nem tinha torcida organizada. Houve desorganização, despreparo, superlotação. Não existiam protocolos de emergência.
Não esqueço quando tive reunião com os ingleses. Eles disseram que levaram anos para aprender que a questão não era repressão. Era organização. É o grande clássico na final? Depende do histórico. Ponte Preta e Paulista de Jundiaí, por exemplo, é jogo para 4 mil pessoas, mas são torcedores dos mais perigosos da América porque há um histórico de conflito.

PROPOSTAS
É preciso criar protocolos de segurança. Eu sugiro classificar as partidas em três níveis, sendo “A” a de maior risco, “B” a de risco médico e “C” as de pequeno risco. Os ingleses se organizaram criando unidades de polícia para o futebol. A Scotland Yard, que nem arma usa, tem uma unidade de futebol. Não vejo trabalhando na partida o policial que passou a noite anterior atendendo ocorrências, perseguindo ladrões e depois vai para o enfrentamento com um moleque que está disposto a provocá-lo…

CAMPANHA DE PAZ
Não tem o menor fundamento. Não resolve. Só ajuda se vier como parte de um conjunto de ações. No primeiro momento, a resolução dos ingleses foi: nós não precisamos prender o vândalo. Nós precisamos tirá-lo do estádio.
Ele destrói o espetáculo. E eles nunca tiveram torcida organizada, apenas pequenos grupos que envolviam criminalidade, pequenos furtos ou a destruição pelo prazer da destruição. Conseguiram criar uma coisa na legislação que era preciso tirar o cara do estádio. O articulador nem sempre é o sujeito que dá a porrada, que quebra a cadeira. Pode não ser o pensador.

DIÁLOGO
Minha recomendação, como estudioso, é ouvir as pessoas, mesmo que isso implique algum investimento do governo. Não dá é para transformar isso em competição de quem bate mais, se a torcida ou a polícia. O cidadão é que está no meio É preciso combater a pequena violência. O xingamento é origem do conflito. Uma briga sempre começa pela agressão verbal. Os ingleses perceberam que era preciso mudar o comportamento do torcedor. O torcedor comum entra na balada do xingamento. Quando um cara xinga o outro, depois tem quatro, oito, dez fazendo o mesmo. O perdedor do jogo tem uma frustração imensa para descontar em alguém.

PERCEPÇÃO
A luta maior não é física, de repressão. É de percepção. As pessoas precisam voltar a ir ao futebol como um momento de lazer. Um momento de muita emoção, mas de lazer. Se o seu time ganhar, seu momento de lazer foi premiado com muita alegria, mas pode ser que não. Quando você vai ao cinema ver uma comédia, sai muito alegre. Vê uma tragédia, sai impressionado. No Brasil, o futebol é o único evento de lazer em que a pessoa sai de casa com sua pior roupa.
Ninguém se arruma para o futebol, vai o mais desleixado possível porque a percepção que temos é que se trata de uma coisa desleixada. Não tem o menor sentido porque é o espetáculo mais glorioso que temos. Olhe os números da Liga dos Campeões da Europa, da Copa do Mundo, do Campeonato Inglês…

REPRESSÃO
É preciso tomar mais cuidado na organização do caminho do metrô para o estádio. Aquela cena da torcida do Corinthians agredindo dois torcedores do São Paulo porque estavam com a camisa do clube é absurda. Não pode acontecer. Aí é punição.
Os ingleses tomaram cuidado, entenderam qual era o trânsito, proibiram bebida dentro do metrô. O cara não podia chegar, quebrar o trem e achar que ia para casa sem problema algum. Vamos pegar o Pacaembu de exemplo. É um estádio bacana. As ruas laterais são escuras. Aquela imagem de escuridão passa a imagem de abandono e da terra de ninguém. É preciso pensar no processo todo.

CUSTO DA POLÍCIA
A Inglaterra vai no caminho inverso ao do Brasil. Eles têm cada vez menos polícia. Sabe por quê? Porque a polícia custa caro lá. Aqui no Brasil é de graça em vários estádios. Ou é muito barato e o organizador do jogo, se acha que tem problema, quer muito mais polícia e cria muito mais polícia. Isso não é jeito de fazer um evento.

*

RAIO-X
MARCO AURÉLIO KLEIN

IDADE 64

CARGO Autor do relatório final da Comissão Paz no Esporte e secretário nacional da Autoridade Brasileira de Controle de Dopagem

CARREIRA Professor da FGV (2001 a 2009), responsável por futebol no Ministério do Esporte (2004 a 2007), diretor da Federação Paulista de Futebol (1993 a 1994 e 2008 a 2009), diretor de Alto Rendimento do Ministério do Esporte (2009 a 2012) e autor de três livros sobre o futebol brasileiro

*

RELATÓRIO TAYLOR TRANSFORMOU FUTEBOL INGLÊS

Apontado por Marco Aurelio Klein como modelo de inspiração no combate à violência nos estádios, o Relatório Taylor revolucionou o futebol da Inglaterra e abriu espaço para que sua liga nacional se tornasse a número um do planeta.

O estudo foi realizado e adotado no país a partir do começo dos anos 1990, como resposta à tragédia de Hillsborough, ocorrida em 1989, quando 96 torcedores morreram pisoteados e esmagados contra grades de proteção devido ao excesso de público na partida entre Liverpool e Nottingham Forest, pela semifinal da Copa da Inglaterra.

Entre as medidas adotadas. que ajudaram conter os hooligans, protagonistas de algumas das maiores confusões no futebol europeu durante a década de 1980, estavam o treinamento de uma polícia especializada, a obrigatoriedade de assentos para todos os pagantes (o que pôs fim à tradição de se torcer em pé) e o fim das grades de proteção para os gramados de futebol.

O relatório também sugeriu a criação de leis específicas para crimes e contravenções praticadas por grupos de torcedores.

Para se adequar a esse novo cenário, os 27 principais estádios da Inglaterra precisaram ser reconstruídos ou passaram por reformas.

Brazil announces hotline to help fight fan violence (AP)

Brazil announces hotline to help fight fan violence

By TALES AZZONI

February 13, 2015 1:07 PM

Brazil Fan Violence

In this March 22, 2009, file photo, police approach Santos soccer fans to break up a fight with fans from the opposing team, the Corinthians, at a Sao Paulo state championship soccer game in Sao Paulo, Brazil. Brazil is dealing with another wave of fan violence just weeks into the new 2015 football season, exposing the continued failure of club officials and local authorities to eradicate the decades-long problem. This year it didn’t take long for Brazilian football to start making headlines for the wrong reasons _ a 16-year-old boy was shot to death after a match. A goalkeeper was injured by fans of Brazil’s most popular club. Supporters of one of the nation’s most successful teams were ambushed inside a subway station. A confrontation between fan groups and police turned supporters away from a game in one of the nation’s most modern venues. (AP Photo/Andre Penner, File)

SAO PAULO (AP) — The Brazilian government is creating a hotline to help fight a wave of fan violence that has brought unwanted attention to local football just weeks into the new season.

The government will also create a nationwide registry of the fan groups who are considered to be at the root of fan violence in the land of football.

The announcement by Brazil’s new sports minister came after a meeting with representatives of the National Association of Fan Groups, which was recently created to improve the dialogue with local authorities and the government.

The hotline will allow the population to denounce fans committing crimes or engaging in violence.

“Fan groups are part of a cultural manifestation and it’s important that they are preserved,” said Sports Minister George Hilton, who took office this year. “But they can’t have members engaging in criminal acts. Fans are important in sports and they need to be protected from bad elements.”

Fan violence is endemic in Brazil, with authorities and club officials historically failing to find solutions to eradicate the problem.

Less than a month into this football season, there have been several cases of violence already — a 16-year-old boy was shot to death during a scuffle between rival fan groups and police after a match; a goalkeeper was injured in his changing room by invading rival fans; supporters were ambushed by a rival group inside a subway station; fans were turned away from a match after a confrontation between fan groups and authorities outside a stadium.

The sports ministry said Brazil has about 1.5 million people linked to fan groups, so it’s important to keep track of them with a nationwide registry. All of the country’s most popular clubs have two or three organized fan groups. Many are partly financed by the clubs themselves, receiving free tickets and free trips to away games.

Authorities in the past tried to ban the most violent groups, but they kept coming back through legal loopholes.

In addition to preventing violence, the government also wants to use the registry to offer social services and educational projects focused on the fans.

A similar registry has been in place in states such as Sao Paulo, but fan violence continued to be a problem.

Hilton is expected to meet with club representatives next week to continue discussing the subject of fan violence.

Polícia Militar tem 25 policiais infiltrados em torcidas organizadas de SP (UOL)

Vinícius Segalla

Do UOL, em São Paulo 31/01/201506h04 

O 2º Batalhão de Choque da PM de São Paulo

Policiais do 2º Batalhão de Choque da PM-SP marcham durante treinamento diário em seu quartel, na região central de São Paulo Thais Haliski/UOL

O Segundo Batalhão de Choque da Polícia Militar em São Paulo mantém 25 policiais infiltrados nas torcidas organizadas dos principais clubes de futebol do Estado de São Paulo. Eles assistem no estádio às principais partidas dos clubes a que são designados, ficando no mesmo local e usando as camisas de torcidas organizadas como Gaviões da Fiel (Corinthians), Mancha Alviverde (Palmeiras), Independente (São Paulo) e Força e Sangue Jovem (Santos).A ação é executada pelo núcleo de inteligência do 2º Batalhão de Choque da Polícia Militar de São Paulo, responsável pelo policiamento e controle de distúrbios de eventos esportivos realizados no Estado.

De acordo com o capitão Marçal Ricardo Razuk, comandante da 1ª Companhia do 2º Batalhão, o trabalho dos agentes infiltrados – que não se identificam como policiais, e interagem e criam relações com os reais torcedores organizados – não visa identificar criminosos ou práticas ilícitas, mas sim compreender as dinâmicas que interferem nas ações desses grupos, conforme ele mesmo exemplifica:

“Este trabalho nos ajuda a entender que, atualmente, os maiores conflitos e possíveis focos de violência estão em rivalidades que surgiram e vêm crescendo entre torcidas organizadas de um mesmo clube, ou ainda entre grupos rivais dentro de uma mesma torcida organizada”.

Para Razuk, que há 16 anos (desde sua formatura como oficial da PM) atua no policiamento em estádios, o confronto entre torcidas de clubes rivais vem sendo combatido paulatinamente pela polícia desde 1995, quando uma batalha campal no gramado do Pacaembu entre torcedores armados de pedras e paus de Palmeiras e São Paulo (após uma final de um campeonato de juniores) levou à morte de um torcedor são paulino de 16 anos.

De lá para cá, afirma o capitão, o esforço da PM em separar rigidamente a entrada dos torcedores rivais nos campos de jogos, e o reforço do policiamento nas dependências internas dos estádios foi, ao longo do tempo, reduzindo a violência no interior das praças esportivas.

Em um segundo momento, coibiu-se os combates entre torcedores nas áreas próximas ou distantes dos estádios, como estações de metrô ou proximidades de sedes de torcidas organizadas. Isso se fez através de táticas como escolta de torcidas com policiais, viaturas e motocicletas, e criação de rotas de acesso específicas e monitoradas para cada torcida.

Assim, o foco de distúrbio que a Polícia Militar enxerga agora são as rivalidades internas das torcidas de cada clube. “No Corinthians, tem conflito entre Gaviões da Fiel, Camisa 12 e Estopim da Fiel. A Falange Tricolor tem rivalidade com a Independente, as duas do São Paulo. A rixa entre Mancha (Alvi) Verde e TUP (Torcida Uniformizada do Palmeiras) é conhecida há anos, como também entre Sangue Jovem e Torcida Jovem do Santos”, enumera o comandante do Choque.

Isso não quer dizer que não exista mais violência entre torcedores de times rivais. No último dia 23, corintianos e são-paulinos brigaram entre si e com a PM após um jogo da Taça São Paulo de Futebol Júnior realizado em Limeira, a 143 quilômetros da capital.

A polícia planejara manter os são-paulinos no estádio por mais 30 minutos após o termino da partida, mas depois da vitória alvinegra por 3 a 0, o plano foi alterado, e os torcedores dos dois clubes se encontraram nas ruas de Limeira logo depois do jogo. Houve confronto, e a polícia interviu com balas de borracha e bombas de gás e de efeito moral. “O que houve ali foi mais um problema político. O policiamento não foi feito pelos batalhões de choque, entenderam que não havia necessidade de nos deslocar até lá, e a operação executada não foi a que costuma ser padrão”, afirma o capitão Razuk.
Passagem de poder

Outro foco de discórdia e violência nas torcidas organizadas detectado pela PM se dá entre grupos rivais pertencentes a uma mesma torcida. Ocorre nos momentos em que pessoas que lideram e gozam de prestígio em uma organizada vão ficando mais velhos e tendo sua liderança e linha de conduta substituídas por grupos mais jovens.

“A torcidas são diferentes. Há torcidas que têm lideranças nítidas. Como há também torcidas em que um presidente ou diretor só tem a figura de líder, sem mandar em ninguém. Existe, também, o pessoal da velha guarda, que não são mais os líderes constituídos, mas que possuem uma grande liderança natural, às vezes positiva e às vezes negativa, em cima dos demais torcedores”, explica o oficial da PM.

De fenômenos como esses, surgem situações como a que existe atualmente na Gaviões da Fiel, a maior torcida organizada do Estado. “Lá (na Gaviões), houve o surgimento de uma facção, a Gaviões da Rua São Jorge”, conta Razuk. Dividida, a torcida vive uma situação de disputa entre grupos rivais, que, não raro, leva a situações de violência.

TREINAMENTO E AÇÃO DO 2º BATALHÃO DE CHOQUE DA PM DE SÃO PAULO

A fim de evitar que atos violentos ocorram, os policiais infiltrados da inteligência do 2º Batalhão de Choque buscam detectar os humores, planos e ações desses grupos no âmbito de suas rixas, munindo a PM de informações que permitam que ela haja preventivamente.

Ainda que enxergue conexão direta entre a conjuntura de violência nos estádios paulistas com as torcidas organizadas, o capitão do Choque não é favorável à extinção das torcidas ou à proibição de seus membros frequentarem os estádios vestindo seus uniformes. Ele recorda uma partida emblemática para sustentar sua posição.

“Em 2006, após um jogo entre Corinthians e River Plate (Argentina) no Pacaembu, em que o Corinthians foi eliminado da Copa Libertadores, os torcedores tentaram invadir o gramado, e a PM evitou uma tragédia. Depois disso, durante cerca de quatro meses, os torcedores foram proibidos de entrar com camisas de torcidas nos estádios.

Sabe o que aconteceu? Os torcedores entravam nos jogos sem as camisas, mas se portavam da mesma maneira. Ficavam concentrados nos mesmo locais e cantavam as mesmas músicas, só que com uma coisa diferente: aumentaram as provocações deles à polícia, eles passaram a achar que tinham ‘perdido a briga com a PM’, e queriam ir à forra”.

Depois disso, os gaviões começaram a entrar nos estádios com faixas escondidas, que traziam o nome da torcida. “Pela determinação legal da época, nós deveríamos apreender aquelas faixas, que estavam proibidas. Mas não fizemos isso, porque só aumentaria o clima de rivalidade. A verdade é que o futebol paulista perdeu muito com aquele episódio, por isso não acredito em extinção ou proibição de torcidas”, argumenta o oficial.

Já em relação aos mastros de bandeira, que todos os anos, em início de temporada (o Campeonato Paulista começa neste sábado (31)), voltam ao centro dos debates trazidos por aqueles que defendem sua volta aos estádios, o capitão do Choque é taxativo: “Defendemos e defenderemos, legalmente, se preciso, que os mastros de bandeira não voltem às arquibancadas. E também não permitimos quaisquer objetos que possam ser utilizados para ferir uma pessoa, porque sabemos que eles foram e serão utilizados para isso caso sejam permitidos”.

A lista de itens proibidos nas arquibancadas paulistas foi acrescida neste mês pelo chamado “pau de selfie”, um bastão metálico utilizado por pessoas para fotografarem a si mesmas com maior distância entre si e o telefone celular com câmera. “Em um estádio de futebol, nas mãos de um torcedor mal intencionado, pode virar uma arma. Então, não entra.”

O meu é melhor (Folha de S.Paulo)

Mônica Bergamo (23/11/2014)

Estádios alimentam rivalidade entre torcedores de SP, que rejeitam críticas e desdenham da casa dos adversários

O celular do economista Luiz Gonzaga Belluzzo apitava sem parar na quarta-feira (19), dia em que a nova arena do Palmeiras foi inaugurada, sinalizando as mensagens que chegavam ao aparelho do ex-presidente do clube.

“O Belluzzão abre hoje!”, dizia o amigo Rogério. “É de enlouquecer, amigo! Ser testemunha disso é demais!”, afirmava outro. “Showzaço”, endossava o jornalista José Roberto Burnier, da TV Globo. “Faltam algumas horas, professor. Mais uma missão cumprida. Tudo começou com você. Parabéns!”, afirmava outro torcedor integrante do grupo de WhatsApp.

“É um verdadeiro delírio!”, diz Belluzzo sobre o envolvimento da torcida com a inauguração do estádio.

Há sete anos, quando lançou a proposta de reformar o Palestra Itália, Belluzzo, então diretor de planejamento do Palmeiras, imaginava apenas “construir um estádio que gerasse receitas”. O que era só uma ideia prática foi crescendo, crescendo e absorvendo o dirigente (em 2010, já presidente do clube, ele teve um “piripaque” e colocou quatro pontes de safena. O prefeito Gilberto Kassab levou ao hospital o presente: o alvará para a construção da arena). A torcida o seguiu num embalo ainda maior.

“Fui percebendo que a relação das torcidas com as arenas, antes sem tanta importância, mudou –e no mundo todo, por influência da globalização do futebol. Todo grande clube hoje tem o seu estádio: o Barcelona tem o Camp Nou, o Real Madrid, o Santiago Bernabéu. Eles passaram a simbolizar a grandeza –e também a rivalidade dos times. Viraram verdadeiros templos, semissagrados.”

No jogo entre Palmeiras e Sport, que abriu a Allianz Parque, nome comercial da nova casa alviverde, o estudante Matheus Rubio era um dos milhares de fanáticos que invadiram a rua Turiassu. “É uma peregrinação. O Palestra Itália não é um estádio, é um santuário”, bradava.

A derrota para o Sport atrapalhou um pouco a festa. O local foi rebatizado pelos rivais na internet de “Ananias Parque”, em alusão ao jogador do time pernambucano que se tornou o primeiro a balançar as redes do estádio. Outra piada foi a comparação da Allianz Parque com um ralador de queijo, publicada pela página “Corinthians Mil Grau”, com mais de 300 mil fãs no Facebook.

Já a página de humor esportivo “Olé do Brasil” fez montagem comparando o Itaquerão a uma impressora. O Morumbi, do São Paulo, é ironizado por adversários por nem sequer possuir título de “arena”, o termo da moda.

“O Morumbi tem história e tradição, coisa que os estádios do Corinthians e do Palmeiras vão levar 50 anos para ter”, provoca Henri Castelli, são-paulino e integrante da torcida Independente, principal organizada do tricolor.

O ator, que não foi aos jogos da Copa do Mundo no Itaquerão, em junho, deixa claro: jamais irá aos estádios adversários, nem mesmo para assistir a um show. “Não tem sentido fazer um estádio tão longe como o do Corinthians, além de ser uma arena bem feia. Já o Palmeiras vendeu tudo, ele não manda em nada no estádio”, diz ao repórter Nicolas Iory.

O ex-zagueiro Tonhão, ídolo da torcida alviverde na década de 1990, defende a nova casa do Palmeiras. “O estádio mantém a alma do antigo Palestra Itália.” Sem citar o nome do estádio corintiano, emenda: “A gente respeita o Morumbi, a Vila Belmiro, o Pacaembu e o estádio do outro adversário, mas isso aqui é o top”.

“A Allianz Parque está em uma área de adensamento urbano, não sei se vai suportar grandes eventos”, diz o corintiano Marcelo Silber, médico pediatra no hospital Albert Einstein. “E o acabamento não é igual ao da Arena Corinthians [ele evita usar o nome Itaquerão], que é espetacular. É um milhão de vezes melhor que o Morumbi e o Pacaembu. Não tem nem comparação.”

Silber é filiado ao Fiel Torcedor, programa de sócio-torcedor do Corinthians, e foi a 10 dos 16 jogos do clube já disputados no Itaquerão, inclusive na abertura do estádio, na derrota para o Figueirense, em maio. Para ver seu time jogar, o pediatra até já atravessou um oceano, em 2012, quando o alvinegro disputou –e venceu– o Mundial de Clubes no Japão.

Quando o surfista Pedro Scooby, marido da atriz Luana Piovani, chamou o estádio corintiano de “favelão”, na abertura da Copa, Silber ficou inconformado. “Foi uma crítica estapafúrdia, sem sentido. Isso é um comentário elitista, beirando o preconceito.” Como ele, centenas de torcedores protestaram contra o surfista na internet. Scooby então se apressou a negar a crítica. “Inclusive tenho uma camisa do Timão”, defendeu-se em uma rede social.

Há torcedores alvinegros que pedem, em fóruns virtuais, que o clube lucre com as piadas. A comparação do Itaquerão com uma impressora, por exemplo, poderia servir para que se fechasse um contrato com a HP, fabricante do aparelho.

Dirigentes dos clubes são mais contidos. “Os estádios do Palmeiras e do São Paulo têm características diferentes das do Corinthians. Queremos ter estrutura que atenda bem o nosso cliente, e não ser melhores que ninguém”, diz Lúcio Blanco, gerente de operações do Itaquerão.

Os três estádios concorrem também no mercado de shows e eventos corporativos e sociais. A Arena Corinthians, segundo Blanco, quer atrair eventos empresariais. O clube, para proteger o gramado, não admite a montagem de palcos ou outras estruturas dentro do campo. “Mas é claro que, se houver interesse, temos a área externa, que pode atender até 35 mil pessoas”, diz ele.

A arena do Verdão será palco de duas apresentações que o ex-Beatle Paul McCartney fará nesta terça (25) e quarta (26). A próxima grande atração no estádio podem ser os Rolling Stones, que chegaram a ser cotados para tocar no Itaquerão.

Em quatro anos, foram gastos cerca de R$ 700 milhões com a modernização do Palestra Itália. Tudo foi bancado pela WTorre, que vai explorar o estádio por 30 anos.

“A Allianz Parque foi planejada para ser um espaço multiúso, e não só a casa do Palmeiras”, explica Rogério Dezembro, diretor da construtora. “Tudo que foi possível construir para agilizar e baratear o custo de operação, seja de um show ou de um evento corporativo, foi feito.”

As inovações do estádio do rival, no entanto, não intimidam Douglas Schwartzmann, diretor de comunicação do São Paulo. Ele não acredita que o Morumbi será jogado para escanteio. “Temos mais três ou quatro propostas de shows, além do Foo Fighters [que toca no estádio em janeiro]”, diz o dirigente.

Apesar da rivalidade, é comum torcedores inspecionarem, digamos, a casa do adversário. O corintiano Marcelo Silber aguarda convite para assistir a um jogo na arena do Palmeiras. “Ninguém fala, mas todo mundo quer conhecer o estádio do outro”, admite ele. Satisfeita a curiosidade, cada um volta à casa própria. Silber diz, por exemplo, que não faz “a menor questão” de retornar ao Morumbi.

“Si el aguante en el fútbol es ganar o morir estamos jodidos” (La Capiital)

Miércoles, 29 de octubre de 201401:00

El sociólogo Pablo Alabarces analiza al fútbol, el aguante,  y su relación con las  identidades populares y la violencia en su último libro  “Héroes, machos y patriotas”.

“Las narrativas patrióticas son siempre masculinas. Las Leonas ganan todo, pero Los Pumas son protagonistas de la publicidad”, analiza Alabarces.

Por Laura Vilche / Ovación

Pablo Alabarces no vive de jugar al fútbol. Tampoco es técnico: es doctor en sociología por la Universidad de Brighton (Inglaterra), docente de cultura popular y masiva en la Universidad de Buenos Aires e hincha de Vélez. Esa combinación de rigor intelectual y pasión futbolera le bastó para escribir “Héroes, machos y patriotas. El fútbol entre la violencia y los medios”, su último libro. Un texto donde demuestra que se puede hablar con conocimiento de causa sobre fútbol aunque no se viva con la pelota en los pies. Alabarces, colaborador de varios medios gráficos y fundador de la sociología del deporte en América latina, es un crítico implacable.

A los hinchas los analiza desde la categoría del “aguante” para concluir que son “xenófobos y machistas” y que el fanatismo futbolístico hace “peores a las personas”. No se queda atrás con los dirigentes y políticos: argumenta y documenta cuando los responsabiliza de haber hecho del fútbol una institución en crisis, violenta y corrupta.

Le dedica varias páginas al Mundial del 78 (ver aparte), para él toda una deuda de los académicos de las ciencias sociales. También es duro con la televisión, las propagandas, y con muchos periodistas deportivos: toma prestado de un colega el término “fierita” y así se refiere a los trabajadores de prensa que se hacen “amigos de su agenda de jugadores y directores técnicos” para hacer una nota. Habla de la literatura futbolera y rescata especialmente a Fontanarrosa, al punto de que asegura que el escritor Eduardo Sacheri le copia su genialidad.

También problematiza el concepto de identidad. Lo desnaturaliza y pone a Maradona, a Messi y a Tevez bajo la lupa: explica por qué sólo uno de los tres encarna la narrativa patriótica, de la que según dice, “nunca” las mujeres serán parte por más medallas que ganen.

La violencia futbolística es otra de sus preocupaciones: la analiza y plantea alternativas y al entrar en tema  habla de Ñuls y Central. Alabarces es lúcido, provocador, desafiante y riguroso en cada página y cuando dialoga. También es pesimista. Lo demuestra así: “Si tener aguante es ganar o morir por el fútbol estamos jodidos”.

—¿Qué es para usted “la cultura del aguante”?
—Es una dimensión moral de la acción que analizo desde el fútbol, desde el hincha, donde se da con más fuerza pero también se ve en el plano político o del rock. En cada caso los actores se jactan de tener aguante, defienden el territorio, los colores y usan la metáfora y retórica de la genitalidad: dicen que tienen huevos. Pelearse está bien y hasta es obligatorio, es de machos. Un ejemplo claro se dio en el clásico entre Ñuls y Central. Un equipo pierde, se siente humillado, que perdió el honor deportivo, entonces la única forma de recuperarlo es demostrando que se tiene aguante. A veces eso llega a casos extremos como los crímenes a dos hinchas de Central tras el clásico. Enseguida y sin pruebas suficientes los medios dicen que se trata de barras, pero la idea del aguante no se limita a ellos: es un fenómeno estructural de toda la cultura futbolística. La diferencia es que el barra vende aguante a cambio de algo, siempre dinero clandestino, y si se pregunta de dónde viene el dinero aparecen las redes de complicidades que involucra a dirigentes deportivos, políticos, empresarios, policías, jugadores y medios.

—En el libro es descarnado con quienes no son rigurosos, por sus flaquezas teóricas, falta de análisis, investigación, crítica o uso agresivo del lenguaje.
—Apelar a la rigurosidad es la idea, en todos los ámbitos. No se puede generalizar en balde, tengo que ser crítico porque me educaron y me pagan para eso, pero además hay que afirmarse en un lugar para lograrlo. Si digo que Sacheri es flojo es porque repite a Fontanarrosa sin su creatividad y su crítica. Entonces me quedo con Fontanarrosa. Pero además Sacheri abusa de masculinidad, de nostalgia y lugares comunes, al igual que (Juan José) Campanella. Y la nostalgia es empobrecedora al momento de analizar: no explica nada. También hay trabajos poco rigurosos desde los científico. Se suele repetir como un mantra que hay que hacer con los barras como los ingleses con los hooligans. Pero cuando uno estudia de cerca qué se hizo comprueba que se cometieron muchos errores. Que al igual que en Argentina las fuerzas policiales actúan por portación de cara. Y no hay acción sin causa ni sentido. Cuando el periodismo y los políticos creen que solucionan los temas de la violencia en el fútbol hablando de los intrínsecamente violentos —los inadaptados que hay que desterrar, expulsar o exterminar— se cometen equivocaciones aberrantes desde la psicología, la sociología y antropología, también. Además, hay estudios serios que demostraron que las dirigencias suelen ser más violentas que los hinchas.

—También tiene una mirada implacable con cierto periodismo deportivo.
—Sí, pero no es una crítica en bloque, digo con nombre y apellido quienes hacen denuncias sobre la violencia y actividades de las barras bravas en el periodismo, como Gustavo Grabia pero nunca, ni él ni el medio para el que trabaja, reconocen que también son cómplices con su lenguaje del aguante. El caso del locutor de Fútbol para Todos, la voz estatal, es igual. Si hablás en un partido de que “hay que ganar o morir” estamos jodidos porque se produce aquello que se condena.

—Usted marca ocho puntos en el cuadro de la violencia y aporta diez posibles soluciones entre ellas la intervención de AFA y de todos los clubes que se sepa que tienen complicidad con los barras.
—Ese fue un documento colectivo, para nada porteñocéntrico, elaborado en 2012 con colegas de distintas universidades. Desde Rosario participó Juan Manuel Sodo, pero también hubo investigadores de Córdoba y Jujuy. Un trabajo monumental al que nadie le dio pelota y que ahora se pone en escena cuando muchos dirigentes pelean en AFA la herencia del difunto. Ahora hay dos bandos: los supuestamente renovadores y los grondonistas ortodoxos. Si entre los renovadores está (Daniel) Angelici, el presidente de Boca, que se pasó tres años diciendo que en su club no había barras bravas, mal futuro tenemos. Planteamos medidas democráticas, fundamentadas, para obtener resultados a largo plazo e involucran a los hinchas. Pero no a los que por ganar a cualquier costo elijen a dirigentes o medidas corporativas, sexistas y sectarias, como pasó en Independiente y Hugo Moyano. Los mismos hinchas que denunciaron a los barras y a la corrupción de los dirigentes ahora, por amor a la camiseta y con tal de que a Racing le vaya mal o no irse más al descenso votan por el poder sindical. Pasó en Rosario: los hinchas recuperaron Ñuls después de años de despotismo de Eduardo López y ahora muchos de esos hinchas pueden llegar a matar tras el resultado de un partido. Si esto es así sólo queda refugiarnos en el pesimismo.

—¿Por qué las mujeres deportistas no encarnan la narrativa patriótica?
—La diferencia sólo la hace el género. Beatriz Sarlo me discutió esto. Dijo que no hay país en el mundo donde las mujeres ocupen ese lugar destacado. Las narrativas patrióticas siempre son masculinas. Y en Argentina esta muy claro con Las Leonas; no fueron parte de las metáforas patrióticas, sí en cambio Los Pumas, condenados a la “derrota digna” y protagonistas de propagandas de marcas deportivas y de cervezas patrocinantes.

—¿Por qué dice usted que Messi nunca será Maradona?
—Son incomparables y por suerte. Porque Maradona, más nacional y popular a la manera del peronismo, y plebeyo, tuvo que hacerse cargo de cientos de significados en determinados contextos. El pobre Messi puede llegar a hacerle dieciséis goles a Inglaterra en una final del próximo Mundial de Moscú, pero eso no sucederá cuatro años después de la Guerra de Malvinas. Por eso digo por suerte, porque son contextos irrepetibles. Tevez podría ser más maradoniano pero tampoco con él puede repetirse la historia.

Torcida do América-MG usa “Decime que se siente” para tirar sarro do Atlético (Trivela)

Vai se preparando que o final da Copa não significa que não teremos mais de ouvir “Decime que se siente”, música da torcida argentina para tirar sarro dos brasileiros. Afinal, era óbvio que as torcidas brasileiras usaria essa versão cumbia de “Bad Moon Rising”, do Creedence Clearwater Revival”, para inspirar novas gozações.

LEIA MAIS: Argentinos e brasileiros fazem clássico de gogós em SP

Nesta sexta, a torcida do América-MG mostrou o caminho antes da vitória por 3 a 0 sobre o Oeste na Série B. Adaptou a letra para jogar na cara dos atleticanos quem é o único decacampeão mineiro e, principalmente, quem é o proprietário do estádio Independência. Imagina-se que o Atlético dará o troco assim que possível, e assim vemos o surgimento de um legado da Copa do Mundo.

Stop Italy’s Soccer Hooligans (New York Times)

I love soccer in general, and the Nerazzurri of Inter Milan in particular. Our bright blue and black jersey mirrors the heavens, while our crosstown rivals, Silvio Berlusconi’s A.C. Milan, wear a more infernal red and black.

Inter Milan is often overshadowed by Mr. Berlusconi’s team, but we don’t care. In 2010 we won the “triplete” — the Italian League, the Italian Cup and the European Champions League — and this year they trail us in Serie A, Italy’s top league.

On April 26, minutes before an Inter Milan-Napoli game kicked off at Milan’s San Siro stadium, Inter supporters unfurled a large banner. “Reading opens your mind,” it said. Then came another, even bigger banner in the shape of an antique book. “Television ignores us,” it said. “But without our passion, there is no soccer.”

As I was mentally congratulating them, the local fans started chanting hate slogans at the visitors from Naples. The kindest of these was, “Do your stuff, Vesuvius!” I wrote in a Twitter post from San Siro: How can the same people be so imaginative yet so stupid?

I received plenty of replies, but the most convincing one arrived a week later, at the Stadio Olimpico in Rome. The crowd was waiting for the Coppa Italia final between Napoli and Fiorentina to get underway. The game was delayed, inexplicably. A powerless prime minister, a passive leader of the Senate and an embarrassed president of the International Olympic Committee looked on as a delegation of police officers walked over to a flabby, tattooed hulk perched on a security fence. It was up to him, apparently, whether the match would start.

The hulk’s name is Gennaro de Tommaso, alias “Genny a’ carogna,” or Genny the Swine. He’s the boss of the hard-core Napoli supporters and is suspected of ties with the Camorra organized crime ring. Apparently, if the game began without his permission, violence would follow.

In fact, even as the stadium waited for his nod, the scene was turning bloody. Fans were throwing flares onto the field. A firefighter was injured by a smoke bomb. The crowd booed during the national anthem. Outside the stadium, a man was being treated for gunshot wounds to his spinal cord.

Can we call this sport? Obviously not. It’s madness, and it’s been going on for 30 years. In 1985, just before the beginning of the European Cup final between Italy’s Juventus and Britain’s Liverpool at the Heysel stadium in Belgium, 39 fans were crushed to death during a stampede. In 1989, 93 fans were killed at Hillsborough stadium in Sheffield, England. The British government decided it was time to step in with seating-only stadiums and zero tolerance for hooligans. It worked, and the Premier League is now a major money-spinning machine watched all over the world.

Regretfully, Italy has yet to learn this lesson. Over here, hard-core fans are known as “ultras,” which means “beyond” in Latin. And beyond is where they go. Beyond decency. Beyond common sense. Beyond criminal law. At every match, in every Italian stadium, even if nobody gets hurt, the ultras fill the air with insults, racist chants and smoke bombs. They spit and swear at their police escort as they swagger from stadium to train station, where they proceed to smash up the trains, or get into their buses and fight one another at gas stations along the autostrada.

New regulations were introduced during the 2009-10 season to put an end to the violence, including “tessera del tifoso,” a card that identifies fans as supporters of a specific team and that authorities can use to separate trouble makers. Legislation hasn’t stopped the thugs: 5,000 people have been specifically barred from stadiums, but they cause havoc nearby instead (last year, hooligan attacks on the police increased by 85 percent).

The violence has persuaded many people to stay away from stadiums, which are often painfully empty. Italian soccer is losing a million attendees a year, down to 12.3 million tickets sold in 2012-13 from 13.2 million in 2011-12. Serie B and lower leagues suffer more than Serie A, the main national league. With declining audiences, there is no way soccer teams can sort out their financial mess. The collective debt of Serie A’s 30 clubs is close to 3 billion euros.

Filmmakers, writers and journalists have given hooliganism in Italy and elsewhere a lot of attention. Soccer violence is, after all, spectacular. But it’s also a burden. The Azzurri, as the Italian national team is known, have won four World Cups, most recently in 2006, by playing elegant soccer. Their country has a reputation for flair and style. Mindless aggression is un-Italian.

How do we prevent the hooligans from destroying Italian soccer? Simple. Scrap all military-style paraphernalia, including riot police officers, barbed wire, cage-like stands. Then call a crime a crime wherever one is committed. Offensive language. Threatening behavior. Assault. Zero tolerance worked in Britain; it can work here.

Italy’s penal code covers all that, so there is no need for any more legislation. It is simply a matter of enforcement. Soccer stadiums are not on some planet of their own. They are on Italian soil. They belong to the people who love the sport.

If Matteo Renzi, our 39-year-old prime minister, wants to leave a cost-free mark quickly, this is his chance. He’ll then be able to take his three children to see their beloved Fiorentina play Inter Milan. As usual, the Nerazzurri will win. But that won’t matter.

Beppe Severgnini is a columnist at Corriere della Sera and the author of “La Bella Figura: A Field Guide to the Italian Mind.”

World Cup Reflections on Soccer of Old (New York Times

CreditPaul Hornschemeier

IT’S wonderful that America has fallen in love with World Cup soccer, as it plays out across the greenswards of Brazilian host cities like Natal, Manaus and Curitiba. To walk through New York City on Monday night and hear the restaurant crowds’ whooping at John Brooks’s late-game goal, which propelled the United States over Ghana, was to experience soccer as it is experienced in the rest of the world: collective, noisy and cathartic.

But as someone who grew up in England in the 1970s and ’80s, I still can’t take seriously this idea of soccer as a wholesome multicultural bauble, the sporting equivalent of the small-plate gastropub. I’m bemused by these young people all over New York with their World Cup sticker albums, wearing club shirts from Barcelona and Chelsea — and even Paris St.-Germain, for heaven’s sake.

Until recently, when the Qatar Investment Authority bought Paris St.-Germain and scrubbed it up, investing tens of millions of dollars in new players, it was a terrifying club. Its stands were ruled by a group of fascist skinheads, the notorious Kop de Boulogne. Few Parisians dared venture to its games. At a match in 2008, its fans greeted the visiting club from Lens with a banner reading, “Pedophiles, unemployed and inbred.”

Longtime Chelsea fans now complain that games at their home ground, Stamford Bridge, once raucous affairs, have become as stodgy as a night at the opera. It’s now just thousands of well-behaved bankers and lawyers, chuntering approval at the latest high-priced midfield acquisition. The old frisson of hooliganism is gone.

In Northampton, the town where I grew up, the professional team was nicknamed the Cobblers, a reference to Northampton’s past as a center for shoemaking, but unfortunately also Cockney rhyming slang for “rubbish.” The Cobblers played at the County Ground a mile or so from our house, and on game days my parents ordered me inside and locked the doors as hundreds of fans walked to the game and back, chanting and leaving a trail of lager cans along Christ Church Road.

As a schoolboy, I had to play endless unwanted hours of mediocre soccer. There was the occasional sunny afternoon in our backyard when I would imagine myself as Glenn Hoddle, the midfield genius of Tottenham Hotspur and England’s national team. But if I had to play one of those rapid-fire word association games, here’s what would spring to mind: freezing, rain, ball like a rock, pain, bruise, yelling, losing. My favorite moment from the United States-Ghana match wasn’t the goals but Clint Dempsey’s taking a blow to the face and playing on.

As a cub newspaper reporter, I would drive to lower-division professional matches around the south of England. I would park my car, hide my stereo and walk to the match past a line of mounted police officers in riot gear. You took your life in your hands just eating the meat pies at these games. Grown men would swear with such explosive force you feared their teeth would pop out. Their feelings for the referee and the opposition, rendered in chant, were unprintable.

England’s national team used to be made up of hard nuts willing to bleed for the country on the field and drink off it. On their way back home from a friendly match before the European championships in 1996, they got soused and trashed a plane to the tune of more than $5,000 in damage.

I’m happy the players today are all listening to their nutritionists and thanking God for their blessings, but I wonder if ever there will be another Stuart (Psycho) Pearce to grace the England back four or a Paul (Gazza) Gascoigne to celebrate scoring by pretending to drink pint after pint of lager.

When I moved to New York, in 1998, the Yankees were en route to another championship. It was easy to love Derek Jeter, Bernie Williams and the high-kicking Orlando (El Duque) Hernandez. I went to games at Yankee Stadium, read the works of Roger Angell and Roger Kahn. For one birthday, my wife even bought me a copy of “The Bill James Historical Baseball Abstract” so I could nerd out on sabermetrics.

But when I tried to talk baseball with Americans, I could tell no one took me seriously. However much I knew, I could never really “know” the game in the same way as those who had endured hot summer afternoons of Little League or long losing droughts with the Mets. Anyone could like El Duque, the same way anyone can like Lionel Messi.

So it is with the new crowds of World Cup fans. If I feel a little protective of my game, it’s because my enthusiasm for it has been uneven and hard won. The good news is I don’t have to worry about this ever happening with cricket.

Apesar do cerco das autoridades e do controle das fronteiras, barras bravas argentinas estão no Rio (Extra)

15/06/14 05:00 

Barra brava do Clube Atlético Chaco For Ever no Cristo Redentor

Barra brava do Clube Atlético Chaco For Ever no Cristo Redentor Foto: Reprodução/Twitter

Leandro Saudino e Rafael Soares

O governo argentino entregou às forças de segurança brasileiras uma lista com 2,1 mil nomes de integrantes de torcidas organizadas argentinas — as populares e violentas barras bravas. Para evitar brigas em jogos do Mundial, esses “hinchas” — que já foram condenados pela Justiça ou barrados dos estádios pelos clubes — estão proibidos de entrar em território brasileiro. Quando identificados pelas autoridades nas fronteiras, são deportados. Porém, a Interpol vê brechas no sistema.

— Pelo ar, não há como passar pelo controle migratório. Mas, por vias terrestres, em postos sem pontes, como em Santana do Livramento, na fronteira com o Uruguai, não há como controlar. Não vamos fechar 100% as fronteiras — admitiu, ao Jogo Extra, o chefe da Interpol no Brasil Luiz Eduardo Navajas. — Sem contar que torcedores fora da lista também podem fazer parte de torcidas e não temos motivos para barrá-los.

Barras do Club Atlético Talleres na praia de Copacabana

Barras do Club Atlético Talleres na praia de Copacabana Foto: Reprodução/Twitter

Apesar do cerco, alguns “hinchas” já estão no Rio: no Twitter, o perfil “barrabravphotos” postou, durante a semana, imagens que mostram os “hinchas” desfilando, com naturalidade, com suas faixas e surdos por pontos turísticos como o Cristo Redentor e a Praia de Copacabana. Nas fotos, aparecem torcedores de equipes de menor expressão no cenário argentino, como Club Deportivo Laferrere, Club Atlético Talleres e Clube Atlético Chaco For Ever.

A Polícia Federal e a Interpol monitoram os grupos de torcedores que entram no país. Os órgãos de inteligência da PF já identificaram que os torcedores mudaram a rota de entrada no país após cinco torcedores serem deportados — dois pela via aérea e três pelo município de Uruguaiana. Agora, eles estão tentando entrar pelo Uruguai, onde o controle é mais difícil.

— A lista com os barras bravas pode ser acessada em todo posto de imigração. Os barras bravas que estão na lista e conseguirem entrar vão fazer isso de forma ilegal. Vamos intensificar os bloqueios da Polícia Rodoviária nessas regiões — afirma Navajas.

Barras do Club Sportivo Dock Sud a caminho do Rio

Barras do Club Sportivo Dock Sud a caminho do Rio Foto: Reprodução/Twitter 

Alto escalão abre portas para torcedores

Organizadas, influentes e poderosas. As “hinchadas”, ao mesmo tempo em que protagonizam alguns dos episódios mais tristes do futebol argentino, frequentam os gabinetes do alto escalão da política nacional. Criado para a Copa da África do Sul, com apoio e financiamento do governo kirchnerista, o grupo Hinchadas Unidas Argentinas (HUA) — que conta com integrantes de torcidas de mais de 40 clubes do país — teve sua dissolução anunciada no início de junho.

Durante a coletiva de imprensa, a advogada da entidade Débora Hambo acusou a Associação do Futebol Argentino (AFA) de repassar entradas da Copa do Mundo do Brasil para outros grupos de barras bravas, ligados aos grandes clubes de futebol do país vizinho, como Boca Juniors e River Plate.

Barras do Club de Gimnasia y Esgrima La Plata

Barras do Club de Gimnasia y Esgrima La Plata Foto: Reprodução/Twitter

Nesse mesmo evento, a HUA divulgou que 150 integrantes da entidade viriam ao Brasil, mesmo sem ingressos, para torcer para a Argentina. Esses torcedores viriam ao Rio para tentar se encontrar com o presidente da AFA, Julio Grondona. Antes da dissolução, a HUA havia pedido à AFA 1.500 ingressos.

Em abril, o jornal argentino “Olé” publicou uma entrevista com o líder de uma torcida organizada do Internacional (Gilberto Bitancourt Viegas), conhecido como Giba, em que ele afirmava que conseguiria ingressos para 200 argentinos verem jogos da Copa.

Mesmo que os barras bravas consigam os ingressos, eles não poderão entrar nos estádios com suas faixas e instrumentos: a Fifa proíbe a entrada de cartazes com manifestações ou nomes de organizações nos estádios.

Leia mais: http://extra.globo.com/esporte/apesar-do-cerco-das-autoridades-do-controle-das-fronteiras-barras-bravas-argentinas-estao-no-rio-12864333.html#ixzz34jWTYw3z

Chicago logró el ansiado ascenso a la B Nacional (Diario Popular)

17 | 05 | 2014

Con un espectacular tiro libre de “Gomito” Gómez, de 39 años y máximo ídolo del club, el cuadro de Mataderos venció por 1-0 a Colegiales como visitante y se adjudicó el título.

 Chicago logró el ansiado ascenso a la B Nacional

Chicago logró el ansiado ascenso a la B Nacional

Nueva Chicago logró el ascenso a la B Nacional al vencer por 1-0 como visitante aColegiales y obtener así el campeonato de la Primera B Metropolitana.

El “Torito” de Mataderos se impuso con un golazo de Christian “Gomito” Gómez, de tiro libre a los 15 minutos del primer tiempo, en la cancha de Colegiales, y allí, en Munro y ante una multitud de hinchas “neutrales” (no está permitido el ingreso del público visitante), festejó el ansiado retorno a la antesala del fútbol grande.

De la mano de su técnico Pablo Guede, Chicago alcanzó 73 puntos y les sacó una diferencia irremontable a sus seguidores Temperley (65 con dos partidos por jugar) y Atlanta (64).

“Gomito” Gómez, enganche de 39 años y máximo ídolo de la institución, volvió a ser la figura del equipo de Mataderos como en toda la temporada y goleador, ahora con 10 tantos.

La gran campaña de Chicago para resultar campeón y ascendido a una fecha del final incluyó 20 victorias, 13 empates y seis derrotas, con 42 goles a favor y 22 en contra.

Barrio de guapos, historia pura

Chicago es patrimonio de un barrio del oeste de la Ciudad de Buenos Aires, donde desde el 1899 se instaló el Matadero Municipal, que también tiene una antigua prosapia tanguera y donde nacieron el cantor Horacio Deval y el bailarín Juan Carlos Copes.

Uno de los signos distintivos del club Nueva Chicago es su seguidora hinchada, que si bien en los últimos tiempos le ha dado dolores de cabeza a sus dirigentes por las sanciones que acarrearon sus comportamientos, se caracterizó siempre por ser una de las más conocidas del Ascenso.

Esa hinchada fue, por su fuerte identificación peronista, un baluarte de resistencia durante la dictadura militar y sufrió, por ejemplo, el 25 de octubre de 1981, el arresto de 49 de sus miembros, que fueron llevados al trote a la comisaría 48va. de la Federal, por cantar la  marcha partidaria durante un partido contra Defensores de Belgrano.

Nueva Chicago, apodado “El Torito de Mataderos”, igual que aquel prestigioso boxeador de peso liviano llamado Justo Suárez, también nacido a principios del siglo XX en el corazón del barrio de los corrales y los frigoríficos, fue fundado el 1 de julio de 1911 por iniciativa de un grupo de jóvenes en las calles Tellier (hoy Lisandro de la Torre) y Francisco Bilbao.

El nombre elegido para el nuevo club fue “Los Unidos de Nueva Chicago”, en coincidencia a la ciudad estadounidense que al igual que el barrio porteño nucleaba en el país del norte a los frigoríficos.

Los colores de la camiseta, tras largas discusiones, fueron elegidos de manera singular ya que, estando reunidos los fundadores, pasó por la avenida Crovara una ‘chata’ hacia los corrales cargada con fardos de pasto que tenía los colores verde y negro y José Varela al verla exclamó:

“Muchachos, ya tenemos los colores, serán el verde y negro”, que fue aceptado por la mayoría. La primera y modesta cancha estuvo ubicada en un predio delimitado por las calles San Fernando (hoy Lisandro de la Torre), Tandil, Chascomús y Jachal (hoy Timoteo Gordillo) y, a partir de  1940, se mudó al terreno donde se encuentra su actual estadio República de Mataderos, en las calles Justo Suárez, Cárdenas y Francisco Bilbao.

El estadio fue famoso porque también allí se desarrollaron a partir de la década del ’70, alrededor del campo de juego, las carreras de autos categoría ‘midget’ (sin caja de velocidades y sin frenos).

Chicago militó mucho tiempo en el ascenso, pero tuvo también la oportunidad de jugar en Primera División en 1930 (bajó de categoría en 1934), 1981 (luego descendió en 1983), 2001 (en el 2004 se fue a la B Nacional) y 2006 (bajó en 2007).

De todas esas épocas, el resultado más resonante fue la victoria contra Boca Juniors, por 5-0, en el Torneo Metropolitano de 1983, partido jugado en Vélez. En ese histórico encuentro anotaron Claudio Otermín (2), Carlos Acuña (2) e Ignacio Vera Benítez.

Ariel Palácios: “Não são gentlemen” – sobre os barrabravas argentinos (OESP)

20.março.2014 15:06:53

Seção “Não são gentlemen”: Barrabravas argentinos intensificam violência enquanto preparam as malas para viajar para a Copa

Hunos fazendo rolezinho em terras europeias no dia 20 de junho de 451. A gravura, de A. De Neuville (1836-1885), ilustra os bárbaros descendo pauleira na Batalha de Chalôns. Os barrabravas – os hooligans argentinos – teriam estado à vontade. Os “barrabravas” argentinos cresceram durante a ditadura militar com respaldo das autoridades e dos cartolas dos times. Nas últimas três décadas de democracia continuaram sua expansão.

Mais de 50 times de futebol da Argentina, desde os grandes Boca Juniors eRiver Plate aos pequenos El Porvenir e o Chaco For Ever, estão padecendo uma intensificação generalizada das atividades dos“barrabravas”, denominação nativa para os “hooligans”. Tiroteios, assassinatos, espancamentos, extorsões e depredação da propriedade privada e pública foram a tônica no futebol local nos últimos meses, somadas às costumeiras atividades de vendas de drogas, revenda de entradas nos estádios, entre outras. No meio da polêmica sobre esta escalada de violência os responsáveis por estas ações estão planejando detalhadamente sua viagem ao Brasil, onde pretendem assistir os jogos da Copa do Mundo.

Ou, caso não consigam as entradas (a imensa maioria destes barrabravas, segundo informações extraoficiais, ainda não contam com os tíquetes), ficariam do lado de fora dos estádios, fazendo o que os argentinos denominam de “el aguante” (expressão local para designar a exibição de respaldo enfático que uma torcida propicia a seu time).

‘ROLÊ’ NO BRASIL – Uma comitiva de dez barrabravas viajará a Porto Alegre no final de março para reunir-se com contatos locais – entre eles José “Hierro” Martins, da Guarda Popular, do Inter – para preparar o desembarque do contingente das torcidas organizadas argentinas, que usariam a capital gaúcha como quartel-generalpara as viagenspelo resto do país. O grupo argentino estáorganizando o financiamento da viagem desde 2011.

Diversas estimativas indicam que ao redor de 650 barrabravas de 38 clubes argentinos viajariam ao Brasil em dez ônibus para estar presentes durante a Copa. Este volume implicaria em um aumento de 150% em comparação ao número de barrabravas que viajaram à Copa da África do Sul em 2010.

Estes barrabravas integram a Torcidas Unidas Argentinas, entidade conhecida pela sigla “HUA”, que se auto-apresenta como uma ONG para divulgar a “cultura do futebol”. Mas, enquanto que na Copa de 2010 os barrabravas desta organização contavam com lideranças fortes que serviam de interlocutor com diversos integrantes do governo dapresidente Cristina Kirchner, que lhes conseguiam financiamentos, atualmente não possuem um comando único, além de receberem apoios econômicos por parte de aliados da Casa Rosada e da oposição.

Não, o moço do moletom preto não está dando um abraço no rapaz da camista cinza. Segundo diversas autoridades e colunistas esportivos é apenas “paixão esportiva”.

Analistas esportivos consultados pelo Estado sustentam que este cenário de atomização das lideranças e vínculos complicou nos últimos anos o controle da violência dos barrabravas por parte das forças de segurança. No entanto, as autoridades argentinas prometem fiscalizar estes grupos violentos que viajarão ao Brasil. Mas os críticos ironizam, afirmando que o governo Kirchner sequer consegue controlar os barrabravas dentro do próprio país.

O município de Quilmes, na Grande Buenos Aires, foi o cenário de confrontos de barrabravas na semana passada. Os torcedores do clube Quilmes, famosos por sua violência, espancaram os rivais do All Boys com pás, além de desferir punhaladas. Além dos conflitos com outras torcidas, os divididos barrabravas do Quilmes também protagonizam combates internos. Segundo odeputado Fernando Pérez, da União Cívica Radical (UCR), “a Copa acelera as disputas porque os barrabravas se desesperam por financiar suas viagens ao Brasil”.

Estimativas das agênciasde turismo indicamque15 mil argentinos viajariam ao Brasil paraparticipar dos eventos da Copa. Mas, deste total, apenas 4.300 argentinos conseguiram entradas por intermédio da site na internet da Associação de Futebol da Argentina (AFA). Uma parte destes visitantes conseguiriam entradas por intermédios dos cambistas. No entanto, a maioria ficaria sem entradas.

Barrabravas de um time expressam o que desejam que aconteça aos torcedores do time rival com metáfora funérea.

MORTES E BUSINESS – Desde o primeiro ataque protagonizado por barrabravas com saldos fatais na Argentina em 1924 até o ano passado haviam morrido 230 pessoas, além de milhares de feridos. As brigas, que até os anos 80 eram resolvidas a base de socos e pontapés, nos últimos 30 anos foram definidas a base de armas de fogo. Nestes 90 anos a Justiça argentina foi costumeiramente omissa, já que pouco mais de três dezenas de pessoas foram condenadas por essas mortes entre 1924 e 2013.

Ao contrário de outros países onde as torcidas organizadas mais violentas estão vinculadas a grupos de skinheads e neonazistas, na Argentina os barrabravas possuem fortes laços políticos e econômicos com ministros, senadores, deputados, governadores, prefeitos e vereadores, para os quais trabalham organizando comícios, cabos eleitorais e seguranças.

Nos últimos anos na cidade de Buenos Aires enos municípios da Grande Buenos Aires osbarrabravas assumiram gradualmente o controle dos flanelinhas que circulam nas áreas dos shows de rock, estádios de futebol, exposições e demais lugares de passeio dos habitantes da área. Os barrabravas também estão vinculados ao tráfico de drogas, que cresceu de forma acelerada na última década no país. As lideranças destas torcidas organizadas obtêm dos cartolas dos times argentinos entradas para os jogos que são revendidas e também arrancam dízimos dos vendedores de cachorro-quente e outros camelôs. “Não somos escoteiros”, admitiu um barrabrava consultado pelo Estado.

Coreografia improvisada da violência dos estádios argentinos. Um clássico que repete-se com mais frequência nos últimos anos.

ATAQUES – Na semana retrasada, no distrito de Gerli, no município de Lanús, na zona sul da Grande Buenos Aires,um grupo de barrabravas incendiou um carro da polícia estacionado na frente da residência de Enrique Merellas, diretorde El Porvenir, um pequeno time local. “Merellas, você morrerá!” foi uma das legendas pintadas no muro do campo do time. No ano passado o diretor do clube havia apresentado na Justiça 53 denúncias por ameaças e agressões dos barrabravas, que aumentaram desde queo timefoi rebaixado à quinta divisão. “Este time é um depósito de drogas, tal como os outros clubes do país”, sustentou Merellas.

Merellas havia pedido ajuda ao governadorde Buenos Aires eao secretário da Justiça, que colocaram à sua disposição uma viatura policial para proteger sua casa. No entanto, na hora do ataque, os policiais não estavam no carro.

No mesmo dia, no norte da Argentina, na província do Chaco, a casa de Héctor Gómez, presidente do clube Chaco For Ever, da terceira divisão, foi alvo de tiros disparados por um grupo de barrabravas, irritados com sanções da Justiça que determinam que somente os sócios do time podem assistir os jogos quando o clube é anfitrião. “É muito difícil combater a violência no futebol argentino”, lamentou Gómez, que destacou que as drogas e álcool dentro de um estádio tornam “incontrolável” o comportamento dos barrabravas. Segundo Gómez, “o governo e a política usam estes rapazes”.

General e ditador Jorge Rafael Videla com sorriso amplo celebra a conquista da Copa de 1978 na Argentina. Durante o regime militar os barrabravas consolidaram-se e iniciaram sua expansão.

DITADURA E BARRABRAVAS – A Copa de 1978 na Argentina foi um divisor de águas na violência e na estrutura dos “cartolas” do futebol local. Por um lado, a truculência do regime teve influência sobre as torcidas, consolidando o crescimento dos “barrabravas”, que nos anos seguintes à copa começaram a desfrutar da cumplicidade das autoridades esportivas em suas atividades violentas. Simultaneamente, vários técnicos, jogadores de futebol e grupos de barrabravas colaboraram ativamente com o regime militar na repressão aos civis.

Meses após a final de 1978, apadrinhado pela Marinha argentina – que participava da Junta Militar – estabeleceu-se um grupo de poder no controle da Associação de Futebol da Argentina (AFA), liderado por Julio Grondona, que mantém-se no comando do futebol argentino há três décadas e meia. Grondona reelegeu-se ininterruptamente nove vezes desde os tempos da Ditadura. Octogenário, não exibia em 2014 sinais de querer se aposentar.

Barrabravas: sangue, suor e musculatura. Na companhia de colegas do mesmo sexo, com torsos nus, barrabravas fazem apologia da heterossexualidade em âmbito público esportivo. 

E embaixo, do pintor francês Jean-Léon Gérôme (1824-1904), a emblemática obra “Police Verso” (Polegares para baixo) que retrata o “panem et circenses” (pão e circo) do Império Romano. O quadro está no Phoenix Art Museum, Arizona, EUA. A cena pode parecer algo velha…Mas no fundo é bem atual. Gérôme nasceu em 1824. E morreu em 1904, época em que o futebol era apenas um esporte jogado de forma cavalheiresca.

   

E vamos para um pouco da imprescindível civilização: Georges Prête rege o Intermezzo da Cavalleria Rusticana, de Pietro Mascagni:

*   *   *

Seção “Não são gentlemen”, parte II: Mais de 1.200 ‘barrabravas’ tentariam entrar no Brasil durante a Copa

Não é massagem reiki. São os barrabravas de uma facção do clube Quilmes que espancam outros torcedores do mesmo time (mas de setores rivais).

Mais de 1.200 “barrabravas”, denominação dos ‘hooligans’ argentinos, estão preparando as malas para viajar ao Brasil durante a Copa do Mundo. Isso é o que sustentam investigações feitas pelo jornal portenho “Clarín”, que indicam que o volume de “barrabravas” teria duplicado as estimativas originais, de março, quando as autoridades argentinas calculavam que iriam ao lado brasileiro da fronteira 650 integrantes das violentas torcidas organizadas de times de Buenos Aires e outras cidades do país.

Organizados na “ONG” Hinchadas Unidas Argentinas (Torcidas Unidas Argentinas), conhecida pela sigla “HUA”, os barrabravas foram favorecidos em abril por uma determinação da Justiça de Buenos Aires que permitirá que possam sair da Argentina sem problemas, a não ser nos casos de pessoas que, por questões de processos nos tribunais, estejam impedidos de viajar para fora do país.

Segundo a advogada da HUA, Debora Hambo, os torcedores que irão ao Brasil “não possuem processos penais abertos nem antecedentes de fatos de violência. Os torcedores que viajarão não possuem grau algum de periculosidade”.

Apesar das recentes declarações do ministro dos esportes do Brasil, Aldo Rebelo, de que as autoridades brasileiras estarão de olho nos voos provenientes da Argentina e nos principais pontos de passagem na fronteira entre o Brasil e a Argentina, diversos barrabravas argentinos já estão planejando entrar em território brasileiro pelas fronteiras que o país possui com o Paraguai e Bolívia.

Os barrabravas argentinos teriam conseguido pelo menos 900 entradas para os jogos da primeira fase da Argentina por intermédio da Associação de Futebol da Argentina (AFA), comandada desde 1979 por Julio Grondona. O cartola, aliado de todos os presidentes de plantão, civis e militares, tornou-se colaborador da presidente Cristina Kirchner a partir de 2009, quando fez um lucrativo acordo com o governo para estatizar as transmissões dos jogos de futebol.

Há duas semanas um grupo de 300 barrabravas manifestou-se nas portas da AFA para exigir entradas para os jogos da Argentina no Brasil. Os integrantes da HUA alegam que constituem uma ONG de “luta contra a violência”, e que, portanto, merecem as entradas.

Outras épocas, outros protagonistas de pancadarias a granel. Gravura do séc.XIX sobre invasões bárbaras.

MORTES – Desde 1924, quando ocorreu a primeira morte em um estádio argentino, um total de 278 pessoas foram assassinadas pelos barrabravas em confrontos diretos individuais ou choques de grupos. A AFA, que tem contatos fluidos com as torcidas organizadas – aos quais ocasionalmente recebe em sua sede no centro portenho – jamais atendeu os parentes das vítimas da violência nos estádios. Nestes 90 anos a Justiça argentina condenou apenas três dezenas de pessoas por essas mortes.

 

 

Argentina hooligans can go to Brazil World Cup (Global Post)

 

Notorious Argentine “barras bravas” football hooligans can travel to the World Cup without intelligence being passed on beforehand to hosts Brazil, a court has ruled.

The court in Buenos Aires said that the Argentine government is not allowed to tell another country personal information about its citizens, a lawyer for the United Argentine Fans (HUA) supporters’ group said Wednesday.

Debora Hambo welcomed the judgment “to avoid persecution of supporters, like in South Africa in 2010.”

During the World Cup in South Africa, 30 Argentine supporters considered dangerous were turned back at airports or deported shortly after arrival, after Argentine authorities passed on intelligence about potential trouble-makers.

An Argentina fan was killed in Cape Town during a clash between rival barras bravas groups on the eve of the quarter-final between Germany and Argentina.

Brazilian and Argentine authorities have held preliminary discussions about cooperation on security.

Argentina has a long and troubled history of football hooliganism with at least 24 people killed in trouble between fans in the last two years.

Argentina face Bosnia and Herzegovina, Iran and Nigeria in the group phase of the June-July world Cup.

Brasil se preocupa com invasão de barrabravas argentinos na Copa (OESP)

Autoridades dos dois países se reuniram na terça e selaram acordo de cooperação

20 de março de 2014

Ariel Palacios – O Estado de S. Paulo

BUENOS AIRES – Os barrabravas, os violentos torcedores argentinos, estão se preparando para assistir à Copa do Mundo. O planejamento da viagem ao Brasil é bastante detalhado – passa até por contatos com líderes de torcida do futebol gaúcho, pois a ideia é fazer Porto Alegre de quartel-general. Preocupados, os governos de Brasil e Argentina firmaram acordo de cooperação para tentar controlar esses torcedores.

Torcedores do Boca enfrentam a polícia - Marcos Brindicci/Reuters

Marcos Brindicci/Reuters. Torcedores do Boca enfrentam a polícia

O plano dos barrabravas prevê até o que farão aqueles que não conseguirem ingressos. Eles ficariam do lado de fora dos estádios, fazendo o que os argentinos chamam de “el aguante”, expressão usada para definir o apoio fanático e apaixonado de uma torcida por seu time.

No fim do mês, uma comitiva com dez torcedores argentinos viajará a Porto Alegre para se reunir com contatos locais – entre eles José Hierro Martins, da Guarda Popular, do Internacional – para preparar o desembarque das organizadas argentinas na capital gaúcha, de onde partiriam para o resto do País. O grupo está organizando o financiamento da viagem desde 2011.

A seleção argentina está no Grupo F da Copa do Mundo e jogará no Rio de Janeiro em 15 de junho, contra a Bósnia; em Belo Horizonte no dia 21, contra o Irã; e no dia 25 em Porto Alegre, contra a Nigéria.

Diversas estimativas indicam que ao redor de 650 barrabravas de 38 clubes argentinos viajarão ao Brasil, em dez ônibus, aumento de 150% em relação ao contingente que foi à África do Sul em 2010. São integrantes das Torcidas Unidas Argentinas, entidade conhecida pela sigla HUA, que se apresenta como uma ONG para divulgar a “cultura do futebol”.

Em 2010, os barrabravas contavam com lideranças fortes, que serviam de interlocutores com diversos integrantes do governo da presidente Cristina Kirchner que lhes conseguiam financiamentos. Atualmente, eles não possuem um comando único e recebem apoio econômico tanto de aliados da Casa Rosada como da oposição.

Analistas esportivos consultados pelo Estado sustentam que esse cenário de “atomização’’ das lideranças e vínculos complicou nos últimos anos o controle da violência dos barrabravas por parte das forças de segurança. No entanto, as autoridades argentinas prometem fiscalizar estes grupos violentos que viajarão ao Brasil. Os críticos ironizam, afirmando que o governo Kirchner nem sequer consegue controlá-los dentro do próprio país.

O município de Quilmes, na Grande Buenos Aires, foi o cenário de confrontos de barrabravas na semana passada. Os torcedores do Quilmes, famosos por sua violência, espancaram os rivais do All Boys com pás, além de desferir punhaladas. Segundo o deputado Fernando Pérez, da União Cívica Radical (UCR), “a Copa acelera as disputas porque os barrabravas se desesperam por financiar suas viagens ao Brasil”. Estimativas das agências de turismo indicam que, no total, 15 mil argentinos viajarão ao Brasil para acompanhar a Copa.

ACORDO

Na terça-feira, autoridades dos dois países se reuniram na embaixada da Argentina, em Brasília, e selaram acordo de cooperação. Por ele, a Argentina vai fornecer ao Brasil todas as informações solicitadas nas área de segurança e migração. O acordo prevê o reforço na segurança nas fronteiras entre os dois países. A entrada de torcedores argentinos no território brasileiro vai merecer controle especial.

A reunião em Brasília teve a presença também de policiais dos dois países, dirigentes do futebol argentino e representantes dos comitês do Rio, de Belo Horizonte e Porto Alegre, as cidades que receberão a seleção de Messi na primeira fase da Copa do Mundo.

MORTES E NEGÓCIOS

Desde o primeiro ataque protagonizado por barrabravas com morte na Argentina, em 1924, até o ano passado haviam morrido 230 pessoas em confrontos violentos e milhares ficaram feridas. As brigas, que até os anos 80 eram resolvidas com socos e pontapés, nos últimos 30 anos foram definidas à base de armas de fogo. Nestes 90 anos a Justiça argentina foi costumeiramente omissa, já que somente pouco mais de três dezenas de pessoas foram condenadas por essas mortes entre 1924 e 2013.

Ao contrário de outros países, onde muitas torcidas organizadas mais violentas estão vinculadas a grupos extremistas, como skinheads e neonazistas, na Argentina os barrabravas possuem fortes laços políticos e econômicos com ministros, senadores, deputados, governadores, prefeitos e vereadores, para os quais trabalham organizando comícios, como cabos eleitorais e seguranças.

Torcida organizada do Fluminense faz festa de aniversário dentro da sede do clube, em Laranjeiras (ESPN)

Por Thales Machado, do Rio de Janeiro (RJ), para o ESPN.COM.BR

Reprodução

Fluminense Torcida Young Flu Festa Sede do Clube Laranjeiras

Torcida organizada do Fluminense, a “Young Flu” fez sua festa de aniversário na sede do clube, em Laranjeiras

O elenco do Fluminense faz a pré-temporada na cidade de Mangaratiba, 85km distante do Rio de Janeiro. A sede social tricolor, no entanto, ficou agitada no último domingo. Em uma época na qual as relações entre agremiações e torcidas organizadas estão em pauta, a sede do clube tricolor, em Laranjeiras, recebeu uma grande festa de comemoração dos 43 anos da “Young Flu”, maior torcida organizada do time.

Se a torcida organizada pode frequentar o mesmo local onde os jogadores treinam, dirigentes administram e sócios frequentam o clube, o mesmo não se pode dizer dos estádios. A torcida “Young Flu” está, desde o fim de outubro do ano passado, suspensa dos estádios onde o Fluminense jogar, por um prazo de seis meses.

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Fluminense Torcida Young Flu Festa Sede do Clube Laranjeiras Torcedores Portão da Sede
Torcedores da “Young Flu” posam para foto em frente à sede do clube, onde a organizada fez sua festa
Reprodução

Fluminense Torcedor Posta Foto Campo Laranjeiras Festa Young Flu

Torcedores postaram foto pisando no campo de treino

A decisão foi do Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro (TJ-RJ) e ocorreu após ação violenta de um grupo de 30 integrantes da mesma depois da partida entre o Fluminense e o Vitória, pelo Campeonato Brasileiro, no Maracanã. A assessoria de imprensa do TJ confirma que a suspensão continua em 2014.

Com entradas cobradas a R$ 30 para homens e R$ 10 para mulheres, a festa ocupou uma das quadras da sede social, que foi decorada com bandeiras da facção. Na Rua Pinheiro Machado, em frente ao clube, ônibus de diversas cidades do Rio e de fora do estado desembarcavam membros da torcida. A entrada era controlada por seguranças do Fluminense Football Club.

“O espaço foi cedido para sócios do Fluminense, que fazem parte da torcida em questão. Os mesmos solicitaram espaço no clube para a realização de uma festa na qualidade de sócios. Todos os associados do clube possuem esse direito. Os convites para o evento não foram vendidos no Fluminense e qualquer pessoa que venha realizar uma festa no clube tem direito de cobrar a entrada, o mesmo valeria para a realização de uma festa de aniversário, onde o aniversariante pede a contribuição de seus convidados, por exemplo”, esclareceu em nota a assessoria de imprensa do Fluminense.

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Fluminense Torcedora Posta Foto Campo Laranjeiras Festa Young Flu

Fluminense diz que torcedores foram ‘repreendidos’ pelas fotos

No cartaz da foto, no entanto, é possível observar que a festa é claramente da organizada, não aparecendo nome de nenhum sócio. Para adentrar a festa, era obrigatório o uso de uma camisa especial da Young Flu, confeccionada para a festa.

Algumas fotos mostram que a festa se estendeu em outras partes do clube, incluindo o campo de treinamento, alvo de constantes reclamações de atletas e treinadores. No sábado, o clube divulgou imagens do tratamento que o campo vem recebendo, parecido com o do Maracanã. No dia seguinte, imagens de alguns torcedores que foram na festa posando no gramado podiam ser encontradas publicamente em redes sociais. Informado pela reportagem, o clube diz que os torcedores foram repreendidos pela administração logo que tiraram as fotos à beira do campo.

Prática não é comum em outros clubes do Rio

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Fluminense Torcida Young Flu Cartaz Festa Sede do Clube Laranjeiras

Cartaz da festa da “Young Flu”, feita na sede do Flu

As conturbadas relações entre clubes e torcidas fazem parte da história recente do futebol no Rio de Janeiro. O próprio Fluminense já se envolveu em polêmicas com ingressos sendo distribuídos a facções. Os rivais, Vasco, Fluminense e Botafogo, já tiveram problemas diversos, envolvendo até violência e ameaça a jogadores.

Tradicionais entre as torcidas, as festas de aniversário não costumam acontecer nas dependências dos clubes, como no caso da agremiação tricolor agora. A Força Jovem Vascaína, por exemplo, maior torcida do Vasco, comemorou seus 42 anos na quadra da Unidos da Tijuca, escola de samba importante da cidade. A Fúria Jovem do Botafogo costumava comemorar seu aniversário na Kabanna Catonho, uma casa de shows. O local foi interditado por falta de segurança, e ano passado a torcida mudou a festa para outro local na Penha, Zona Norte do Rio. A exceção é a torcida “Botachopp”, do Botafogo, que comemorou 11 anos de existência em uma festa no ano passado, no interditado Engenhão.

“Isso só ocorre com a Botachopp porque é uma torcida bem mais família. São senhoras, senhores, gente de paz, tem até a ´BotaSuco´, que é para confraternizar as crianças. A torcida nunca se envolveu em briga, ou foi suspensa, nem teve ninguém preso. Duvido muito que a diretoria liberaria o Engenhão ou General Severiano se fosse a Fúria ou a TJB, que são mais perigosas”, afirmou Rafael Oliveira, integrante da torcida desde 2006.

Duas maiores organizadas do Flamengo, “Jovem Fla” e “Raça Rubro Negra” também não usam a Gávea ou qualquer outra dependência do clube para qualquer evento festivo, usando, em maioria, casas de shows para isso.

Reprodução

Torcida Fúria Jovem Botafogo

Comunicado da “Fúria Jovem”, do Botafogo, sobre mudança do local de sua festa 

Samba soccer. The transformation of Brazil’s most storied team (The New Yorker)

BEN MCGRATHJANUARY 13, 2014

The last time Brazil hosted the World Cup, in 1950, two hundred thousand people—a tenth of the population of Rio de Janeiro—streamed into the newly completed Maracanã Stadium to watch their beloved national team, the Seleção, compete for the title against Uruguay. A monumental concrete bowl, intended to rival the Christ statue atop Corcovado, the Maracanã resembled a spaceship and was meant to embody, as the British journalist Alex Bellos writes in “Futebol: The Brazilian Way of Life,” not only Brazil’s athletic ambition but also “the country’s place in the modern world.” Its capacity was greater by several magnitudes than any other Brazilian stadium. Some ten thousand men had contributed to its construction, practicing goal celebrations while they worked. They’d even, somehow, finished ahead of schedule. (…)

Ler o artigo integral aqui: The New Yorker _ Jan 13, 2014

Sem Título-2

Bíblia do jornalismo dos EUA vê Itaquerão como ‘monumento à gentrificação’ (UOL)

Do UOL, em São Paulo06/01/201418h52

Itaquerão – dezembro. Governo federal divulgou imagens da obra do Itaquerão, estádio de São Paulo para a Copa Divulgação/Portal da Copa/Ministério do Esporte

A nova edição da revista New Yorker, considerada a Bíblia do jornalismo norte-americano, apresenta um texto de 14 páginas sobre o futebol brasileiro, a preparação do país para a Copa do Mundo e o Corinthians.

Escrita para o público dos Estados Unidos, a reportagem cita o Itaquerão, palco da abertura da Copa do Mundo, em São Paulo, como um “monumento à gentrificação”, compara Andrés Sanchez ao magnata Donald Trump, Ronaldo a um astro do beisebol, Romário ao boxeador Muhammad Ali e define a CBF como uma entidade “desonrosa”.

Gentrificação é o nome que se dá ao fenômeno social que afeta a população de baixa renda de determinado lugar por meio da valorização imobiliária provocada por um novo empreendimento, como um shopping center ou um estádio de futebol, por exemplo.

Após a construção desse novo equipamento, o preço dos imóveis da vizinhança aumenta, obrigando a população pobre a se mudar – em geral para um bairro mais distante. Os serviços, por consequência, também ficam mais caros, excluindo também pequenos comerciantes.

“O estádio, um monumento à gentrificação, terá o maior telão digital da Terra e uma iluminação duas vezes mais forte do que a utilizada na Allianz Arena, em Munique. Segundo dizem, será visível, em uma noite clara, a 80 km de distância”, diz o texto.

O jornalista Ben McGrath, autor da matéria, compara o luxo do estádio com o que viu em sua visita à Itaquera escrevendo que “o caminho deixou arranha-céus para trás e nos levou direto para a arruinada zona leste, onde grafites e lixo predominam.” Em volta do estádio, “homens trabalhavam para transformar encostas barrentas de uma colina em um cinturão verde”.

O texto, então, faz uma crítica aos estádios construídos para o mundial. McGrath afirma que o Itaquerão, pelo menos, receberá jogos de um grande time quando a Copa do Mundo acabar. “Mas o que será do recentemente reformado Estádio Nacional, com 70 mil lugares, de Brasília, uma cidade cujos maiores times jogam em divisões menores, para plateias que geralmente não passam de algumas centenas?”

A Arena da Amazônia, segundo sugere o autor, também poderá se transformar num elefante branco para Manaus, “uma cidade cercada por 8 mil km² de floresta amazônica”. “Nenhum time do Amazonas competiu em alto nível nos últimos 30 anos”, diz.

REVISTA FALA DE FUTEBOL, CORINTHIANS E COPA DO MUNDO

Comparações com TV e beisebol

Talvez para situar seu público, McGrath opta para comparar figuras do futebol brasileiro com possíveis similares norte-americanos. Para ele, o ex-presidente do Corinthians Andrés Sanchez, que atualmente é responsável por supervisionar a construção da nova arena corintiana, soa como o empresário Donald Trump, dono de uma vasta rede de hotéis e cassinos e criador do reality show “O Aprendiz”.

“Cada metro quadrado foi projetado [do estádio] em um esquema para dar dinheiro”, escreve McGrath. A impressão do autor foi corroborada pelo próprio Andrés, que disse que declarou a ele que “a ideia era fazer o melhor e maior shopping center do mundo com um campo de futebol no meio.”

Ainda no campo das comparações, a reportagem diz que o ex-jogador Romário é hoje uma das maiores vozes da oposição à Copa do Mundo. “Antes conhecido como um playboy, ele é agora um congressista socialista – um Derek Jeter que se remodelou como Muhammad Ali para aproveitar o momento político”.

Jogador de beisebol, Jeter é o capitão do New York Yankees e já participou 13 vezes do Jogo das Estrelas. O atleta é famoso por seus relacionamentos amorosos com atrizes e modelos. Ronaldo também foi comparado a um jogador de beisebol: David Ortiz, o Big Papi. Com 104 quilos, o rebatedor é ídolo em Boston por suas atuações em momentos decisivos.

Corrupção, violência e Bom Senso

A CBF foi citada como desonrosa e caça-níquel por McGrath. “O problema não é só que poucos atletas da Seleção jogam no Brasil, mas o time nacional fica anos sem jogar em solo brasileiro. Em vez disso, faz turnês pelo mundo, como os Harlem Globetrotters, para levantar dinheiro para a desonrosa CBF.”

A entidade, ainda segundo o autor, serve como um vilão muito conveniente para os jovens que estão protestando contra a corrupção. McGrath lembra, então, que Ricardo Teixeira se envolveu em escândalos de corrupção e José Maria Marín foi flagrado pegando uma medalha na premiação da Copa São Paulo em 2012.

Ao longo da matéria, o autor cita casos recentes de violências nos estádios provocados por torcidas organizadas e aponta que muitas delas recebem dinheiro dos clubes para ir aos jogos.

Boa parte do texto é dedicada à história do Corinthians e à sua principal torcida, a Gaviões da Fiel. O jornalista fala sobre o jejum de 23 anos, a democracia corintiana e entrevista o capitão Paulo André, aproveitando para citar a criação do movimento para pedir mudanças no calendário do futebol Bom Senso F.C. O nome do grupo, segundo McGrath, foi uma criação do publicitário Washington Olivetto.

Brazil hooligan clubs face record fines (Sydney Morning Herald)

December 11, 2013 – 11:24AM

Vasco da Gama soccer fans beat up an Atletico Paranaense fan. Photo: Reuters

RIO DE JANEIRO: Brazilian sides Atletico PR and relegated Vasco da Gama face record fines and stadium closures after their fans were caught up in violence on Sunday.

The shocking scenes of fans kicking and punching each other on the terraces in the southern city of Joinville has provoked a storm — not least as it harms Brazil’s image six months before it hosts the World Cup.

Brazil’s Supreme Tribunal for Sporting Justice (STJD), part of the Brazilian Football Confederation (CBF), on Tuesday confirmed it was assessing what punishment should be dished out after violence which Brazilian President Dilma Rousseff said the country would not tolerate.

“Given the seriousness of this case we must make a judgement now as everyone wants a response — we shall not leave it til 2014,” said STJD chairman Flavio Zveiter, adding the Tribunal would likely hold an extraordinary session on the case.

Additional controversy erupted after it emerged police were only on duty outside with private security drafted inside, a decision which had police and state government firing accusations and counter-accusations at each other Tuesday.

The STJD could hand both clubs as much as a 20-game stadium ban and a fine in the region of $US50,000 ($A55,000).

Match referee Ricardo Ribeiro faces a four-month suspension if he is found to have officiated a match “without adequate security,” Zveiter told Lance sports daily.

AFP

Read more: http://www.smh.com.au/sport/soccer/brazil-hooligan-clubs-face-record-fines-20131211-2z4v9.html#ixzz2nC8ZlKYC

Até quando? (Universidade do Futebol)

09/12/2013 16:20:20

Já se vão 13 anos de São Januário e, ao que tudo indica, o futebol no Brasil continua parado no tempo

Erich Beting*

Hoje seria dia para falar sobre os erros e acertos de quem ganhou e perdeu no Brasileirão. Ou, então, de enfatizar o estágio ainda de semiprofissionalismo em que alguns times do futebol no país se encontram e que explicam, em parte, como o campeão de 2012 é rebaixado em 2013 no campeonato. Ou como um clube recém-promovido da Série B consegue chegar em terceiro lugar no ano seguinte apenas por fazer o dever de casa, enquanto os clubes, na sua maioria, enchem os cofres de dinheiro, mas os esvaziam com a rapidez e a irresponsabilidade de um estagiário em seu primeiro salário.

Mas, para variar, uma briga generalizada na arquibancada de uma partida tirou o brilho de um campeonato que teve a constelação cruzeirense campeã, mas que pouco, ou quase nada, brilhou.

Campeonato que ficou marcado pelos jogadores sentados nos chãos, de braços cruzados, trocando bola por quase um minuto, dando um recado mais do que sabido a quem (des)gerencia o futebol brasileiro.

Campeonato que teve como eclipse um jogo paralisado por mais de meia hora por conta de uma briga que terminou em feridos hospitalizados e cenas que chocaram quem ainda acha que futebol é algo para se divertir.

O problema não é essas imagens rodarem o mundo e colocarem mais uma vez em questão o que acontece com o país que abrigará a Copa do Mundo daqui a quase sete meses.

O problema é que essas imagens não são novidade há pelo menos 20 anos no país que se orgulha de ser “do futebol” e único pentacampeão do mundo.

Para quem é fanático pelo esporte, como sempre fui desde pequeno, não serve o rótulo de que “é só futebol”. Mas para quem é fanático em trabalhar com esporte, como me tornei ao longo dos últimos 13 anos, não serve também o rótulo de que “isso é o futebol”.

Em 2000, quando as arquibancadas de São Januário cederam na final da Copa João Havelange, parecia que aquele seria o início do fim.

Fim das gestões amadorísticas e popularescas personificadas na figura de Eurico Miranda.

Fim do descaso com o conforto e a segurança daquele que é o financiador do futebol, que é o torcedor.

Fim do “diz-que-diz” da mídia que posa de boa moça e paladinos da justiça quando essas brigas rolam pela arquibancada, mas que é a primeira a querer criar polêmicas vazias às vésperas de jogos só para “dar audiência”, sem se preocupar com o peso das palavras, escritas ou faladas, que arrotam antes das decisões e criam o clima beligerante para quem vai ao jogo.

Fim do despreparo de quem vai trabalhar com a segurança de uma partida de futebol, seja ela pública ou privada, sempre tratando o torcedor como transgressor antes mesmo de uma pretensa infração à lei.

Fim dos torcedores que atuam em bando, transformando-se de garotos responsáveis em bárbaros sanguinários, no melhor estilo “O Senhor das Moscas”, escrito em 1955 (!) por William Golding.

Mas já se vão 13 anos de São Januário e, ao que tudo indica, o futebol no Brasil continua parado no tempo. Sim, evoluímos consideravelmente em diversos aspectos, mas alguns princípios básicos de gestão continuam num Período Pré-Cambriano.

As receitas dos clubes infladas por novos acordos de televisão e material esportivo mascaram o que há de mais arcaico na gestão do futebol, que é o relacionamento com o torcedor. Ir a um estádio de futebol é, antes de um programa, uma aventura. Não há conforto, não há segurança, não há tratamento do torcedor como consumidor, mas como um operário dentro de uma fábrica inglesa do século XVIII, sem quaisquer condições humanas de tratamento.

Em 15 de abril de 1989 (!), a Inglaterra teve de assistir à morte de 96 torcedores por negligência policial e despreparo de relacionamento com o público para começar a mudar a realidade do tratamento com a torcida de futebol no país.

Reportagem de hoje do diário Lance! mostra que já são, desde 1988, 234 mortos em confrontos de torcedores no pretenso “país do futebol” (leia aqui). Já temos quase três tragédias de Hillsborough nos últimos 25 anos e nada, absolutamente nada, foi feito para melhorar e conter esses números.

Está claro que o problema não é só da torcida organizada. Hoje, a epopeia de um torcedor para conseguir chegar a um estádio de futebol para acompanhar seu time já dá motivos suficientes para ele adentrar a arquibancada com a cabeça cheia, querendo extravasar todo o mau trato sofrido pelo caminho. Dentro do estádio, nada é feito para melhorar o humor desse torcedor, que só tem a partida em si e o torcedor rival para descarregar a angústia, a frustração e o stress ao qual ele foi submetido nas horas anteriores.

O torcedor briguento não é vítima, mas também não é o único vilão nessa história.

Até quando teremos mortes e violência povoando um ambiente que pretensamente deveria ser de confraternização?

A história da evolução humana mostra que o esporte é um meio de representar, de forma civilizada, o que antes era manifestado em guerras e conquista de povos. Hoje parece que o meio não consegue mais absorver esse conceito.

A história da involução do futebol no Brasil mostra que o esporte é, cada vez mais, um reflexo do processo de desconstrução da vida em sociedade que boa parte do país vive. A intolerância ao outro que encontramos nas grandes cidades é refletida na arquibancada de um estádio.

O problema é que ela é transmitida ao vivo para milhões de pessoas, enquanto que nos faróis, no trânsito, no pedido de esmola, não há narração, comentários e mesas-redondas para debater os principais lances da barbárie.

A violência no futebol tem de acabar, mas é preciso, antes de mais nada, que o país passe a ser mais consciente de que a sociedade tem de dar um basta na violência.

No futebol, há 25 anos que mortes e confusões são parte de uma dura realidade. Para quem trabalha com isso, parece que é hora de dar um basta. Se não for pelo princípio básico de vida em sociedade, que seja pelo bem de quem quer continuar a trabalhar nessa indústria.

*Erich Beting passou pela Folha de S.Paulo, foi repórter especial do diário Lance!, criou em 2005 a Máquina do Esporte, veículo pioneiro na cobertura dos negócios do esporte no Brasil e atua como comentarista do canal BandSports. Além disso,  é consultor editorial da Universidade do Futebol. A coluna foi originalmente publicada no blog do autor, no portal UOL.

Violência no futebol: sobre a briga entre torcedores do Vasco e do Atlético Paranaense na Arena Joinville

10/12/13 04:00 Atualizado em 10/12/13 10:50 

Leone Mendes, o brutamonte da barra de ferro, era da banda da igreja e é dono de barbearia (Extra)

Wilson Mendes

Leone preso na Delegacia de Joinville Foto: Terceiro / Divulgação Polícia Civil de SC

Para os moradores de Austin, em Nova Iguaçu, Baixada Fluminense, as cenas de selvageria protagonizadas pelo vascaíno Leone Mendes da Silva, de 23 anos, não combinam com o descontraído e pacato barbeiro do bairro, ex-saxofonista da banda da igreja evangélica local.

— Ele sempre torceu pelo Vasco, mas esse fanatismo aumentou com o tempo. Eu sempre falando: “Meu filho, larga isso de jogo, de torcida”. Mas nunca pensei que ele faria uma coisa dessas. Eu preciso que ele me explique o que aconteceu lá. Ele é um rapaz bom — avaliou, entre lágrimas, Cleuza Mendes da Silva, de 48 anos, mãe de Leone. Eles ainda não se falaram depois da prisão.

Solteiro e filho único, é o barbeiro quem sustenta a casa, construída no mesmo terreno utilizado por outros parentes. A braçadeira de capitão do lar foi transferida em definitivo há cerca de três anos, depois que ele terminou o Ensino Médio e Cleuza sofreu um derrame.

Leone com a barra de ferro com a qual foi flagrado agredindo torcedores do Atlético-PR, um deles desacordado

Leone com a barra de ferro com a qual foi flagrado agredindo torcedores do Atlético-PR, um deles desacordado Foto: Giuliano Gomes / Folhapress

— Ele ajudou muito a mãe nessa época. Tantos remédios que comprou! — defende a tia, que não se identificou. Os vizinhos jogam no mesmo time da tia, numa tática de defesa calçada em rápidos elogios anônimos.

— Eu estou realmente surpresa. Ele foi aluno do meu marido, frequentou a minha casa e sempre foi uma ótima pessoa. Não sei o que aconteceu — diz a moradora da esquina.

O grupo de vizinhos da frente, incluindo um jovem devidamente uniformizado com a camisa da torcida organizada, garante que Leone nunca criou problemas nas partidas que acompanhou.

— Ele ia mais a jogos no Rio e São Paulo. Acho que longe assim esse foi o primeiro. Nunca ouvi dizer dele envolvido em briga. Nem machucado ele voltava — relatou um homem.

A mãe reclama de jogo sujo, e diz que fará de tudo para que as partidas com a Justiça seja disputadas em casa, no Rio de Janeiro.

— Eu não tenho dinheiro agora, mas se for preciso vendo até a casa. Eu quero que saibam que tenho ciência que o que ele fez foi errado. Não estou passando a mão na cabeça dele, mas ele tem 23 anos, emprego, carro e um salão. É trabalhador — desabafou Cleuza.

Cleusa, mãe de Leone, sofre com a prisão do filho

Cleusa, mãe de Leone, sofre com a prisão do filho Foto: Paulo Nicolella / Extra

De acordo com ela, os organizadores é que erraram ao deixar uma partida de futebol decisiva e com tantos torcedores acontecer sem apoio policial.

— Mostram ele, mas como pode milhares de pessoas juntas sem policiamento, sem segurança? O organizador desse jogo queria mesmo uma tragédia.

Enquanto o filho está detido na Penitenciária Regional de Joinville, aguardando os trâmites do processo que responde por tentativa de homicídio, a mãe reza.

— Eu oro que isso sirva para ele voltar para os pés do Senhor e para mim. Também peço que o jovem ferido fique bem, para dar paz à mãe dele, que está sofrendo tanto quanto eu. Porque houve má organização, mas nós que sofremos — arrematou.

Leia mais: http://extra.globo.com/esporte/vasco/leone-mendes-brutamonte-da-barra-de-ferro-era-da-banda-da-igreja-e-dono-de-barbearia-11021154.html#ixzz2n6D55JxF

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10/12/13 04:00 

Diretoria do Vasco pagou aluguel de ônibus e deu desconto de 75% nos ingressos para a torcida (Extra)

Torcedor da organizada do Vasco segura um rival pelo calção

Torcedor da organizada do Vasco segura um rival pelo calção Foto: Pedro Kirilos

Por Bruno Marinho

A campanha que culminou com a queda do Vasco para a Série B este ano entrará negativamente para a história, assim como os episódios de violência protagonizados por sua principal torcida organizada. Tudo com a conivência da diretoria. O clube financia torcedores uniformizados subsidiando 75% do valor dos ingressos e ajudando também no transporte para as partidas como visitante. Foram justamente em duas partidas longe do Rio que as brigas ocorreram.

Domingo, cerca de 100 torcedores da principal facção vascaína partiram do Rio para Joinville, em dois ônibus. O ingresso, que estava sendo vendido por R$ 100, custou R$ 25 para os membros da organizada. O gasto com o aluguel do ônibus também é dividido. Neste fim de semana, um foi bancado pelos torcedores, o outro pelo Vasco.

Antes do conflito em Santa Catarina, o clube já tinha sofrido com o confronto entre torcedores rivais na partida contra o Corinthians, dia 25 de agosto. Na ocasião, o time perdeu quatro mandos de campo. Punição semelhante deverá se repetir por causa da briga generalizada de domingo, com a pena a ser cumprida nas primeiras rodadas da Segunda Divisão.

Procurada, a diretoria da Força Jovem Vasco, cujos integrantes foram flagrados pelas câmeras de TV na briga na Arena Joinville, se defendeu, mas admitiu que houve excessos.

— As imagens mostram que estávamos nos defendendo, com os torcedores do Atlético na área destinada aos vascaínos. Mas eu entendo que houve excessos, sim — disse Jean Santana, diretor financeiro da organizada.

Já a diretoria do Vasco não foi encontrada para comentar o financiamento à torcida. Manoel Barbosa, vice de patrimônio e responsável pela venda de ingressos, não atendeu as ligações. A assessoria de imprensa do clube também foi procurada. Ela informou que o Vasco repudia qualquer tipo de violência e que o clube ajudará no que for possível para que os culpados sejam punidos.

Leia mais: http://extra.globo.com/esporte/vasco/diretoria-do-vasco-pagou-aluguel-de-onibus-deu-desconto-de-75-nos-ingressos-para-torcida-11020955.html#ixzz2n6ExOYcX

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10/12/13 05:00 

Primo de brigão da barra de ferro diz que advogado da Força Jovem alegará legítima defesa (Extra)

Leone com a barra de ferro com a qual foi flagrado agredindo torcedores do Atlético-PR, um deles desacordado

Leone com a barra de ferro com a qual foi flagrado agredindo torcedores do Atlético-PR, um deles desacordado Foto: Giuliano Gomes / Folhapress

Wilson Mendes

A defesa de Leone Mendes da Silva, de 23 anos, o vascaíno flagrado agredindo um torcedor do Atlético com uma barra de ferro, deve alegar que a ação foi por legítima defesa. A informação foi dada por um primo de Leone, que está acompanhando o caso. Leone está preso sob a acusação de tentativa de homicídio e será defendido pelo advogado da organizada Força Jovem.

— A torcida entrou em contato conosco oferecendo o serviço. Nós já tínhamos procurado um advogado, mas ele cobrou R$ 4 mil somente para ir até Santa Catarina fazer contato e buscar informações. Vamos esperar a definição da torcida para não termos que gastar tanto — disse.

A família espera que a defesa consiga libertá-lo com a justificativa de legítima defesa. Para eles, Leone entrou na briga para se defender de agressões e, como os vascaínos eram minoria, “utilizaram o que tinham em mãos”.

Até a tarde de ontem, nenhum parente de Leone havia recebido qualquer contato do Vasco com oferta de ajuda. Sem muitos recursos, eles depositam as esperanças no defensor da torcida organizada.

— Eles me explicaram que o que está pesando muito é a imagem dele batendo em um homem já caído. Mas, no meio da confusão, as pessoas não pensam direito — opinou o primo.

Leone, que tem uma barbearia em Austin, na Baixada Fluminense, deixou a casa da mãe com destino ao Sul às 19h de sábado, num ônibus fretado pela Força Jovem. O último contato com a família foi feito uma hora antes do jogo.

— Precisamos ir até lá. Ele não ligou para casa, está sem roupas e sem os documentos, que ficaram aqui na casa — diz o primo, revelando que outros parentes de Leone estão recebendo ameaças pelo Facebook: — Dizem que se ele voltar vão espancá-lo e atear fogo no salão dele.

Leia mais: http://extra.globo.com/esporte/primo-de-brigao-da-barra-de-ferro-diz-que-advogado-da-forca-jovem-alegara-legitima-defesa-11021252.html#ixzz2n6FNONV2

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10/12/13 05:00 

Ministério Público do Rio pedirá suspensão da Força Jovem por três anos (Extra)

MP pedira a suspensão da torcida do clube carioca

MP pedira a suspensão da torcida do clube carioca Foto: Pedro_Kirilos

Paolla Serra

A Força Jovem está com os dias contados nos estádios. Horas depois da briga generalizada que deixou quatro torcedores internados após ficarem feridos durante a partida entre Atlético Paranaense e Vasco, na Arena Joinville, o Ministério Público promete uma medida drástica em relação a torcida organizada carioca. Nos próximos dias, o promotor de Justiça Paulo Sally irá pedir que a Força Jovem do Vasco (FJV) fique impedida de ir aos estádios por três anos.

De acordo com Sally, o MP do Rio e o de Santa Catarina estão fazendo uma ação conjunta para evitar que cenas como a de anteontem, consideradas por ele como “terríveis”, se repitam. O promotor informou que aguarda apenas as documentações referentes às prisões para dar entrada no pedido para afastar a Força Jovem dos jogos. Ele informou ainda que os promotores catarinenses também irão tomar medidas em relação a Fanáticos, uniformizada do Atlético-PR.

Paulo Sally, da 4ª Promotoria de Justiça de Tutela Coletiva de Defesa do Consumidor e do Contribuinte da Capital, afirmou ainda que as duas torcidas já eram alvos de investigações do órgão. A FJV deixou de cumprir obrigações, inclusive, como entregar os nomes de seus componentes do grupo antes do jogo.

O promotor tomará como base o artigo 39 do Estatuto do Torcedor, que prevê que a torcida organizada “que, em evento esportivo, promover tumulto; praticar ou incitar a violência; ou invadir local restrito aos competidores, árbitros, fiscais, dirigentes, organizadores ou jornalistas será impedida, assim como seus associados ou membros, de comparecer a eventos esportivos pelo prazo de até 3 (três) anos”.

— O relatório das prisões e outros documentos serão importantes e vão dar alicerce a punição que será dada a Força Jovem — disse Sally.

Contra a Justiça não há Força.

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