
Chuva caiu durante último dia do Rock in Rio 27/09/2015 Foto: Rafael Moraes / Extra
Igor Ricardo
“Quando já estávamos próximos da City do Rock (Cidade do Rock) o chofer (motorista) percebeu que havia esquecido de adesivar o auto (veículo), que com as barreiras não iria conseguir entrar e voltou para buscar o adesivo, atrasando nossa ida. Quando lá chegamos, a chuva já havia entrado”, afirmava o comunicado.

Durante o show do A-ha, chuva castigou público do festival 27/09/2015 Foto: Marcelo Theobald / Extra
De acordo com Osmar Santos, porta-voz oficial da entidade, o atraso foi de cerca de 30 minutos, prejudicando a ação da fundação, conforme conversou com o EXTRA.
– Um atraso de 30 minutos, tempo que levou para voltarmos para pegar o adesivo do carro (no Hotel Windsor, na Barra da Tijuca), antecipou em quatro horas o que já estávamos prevendo. A chuva só iria cair por volta das 2h, ou seja, depois dos shows – explicou Osmar.
Entretanto, não é a primeira vez que a “burocracia terrena” atrapalha os alegados dons sobrenaturais da Fundação Cobra Coral. Em 2011, quando também foi contratada pelo Rock in Rio e choveu no segundo dia do evento, a desculpa foi exatamente a mesma: a falta do adesivo de livre acesso.
“Desde os boletins do dia 14 (setembro de 2011), já sabíamos que a previsão era de chuva para esses dias de shows. Mas, se conseguíssemos entrar (na Cidade do Rock), faríamos o isolamento do local e poderia ser fácil canalizar essa chuva para Minas, por exemplo, que está seco. Mas, infelizmente, não tínhamos o adesivo”, disse Osmar, em entrevista na época.

Poça d’água gigante se formou após chuva na Cidade do Rock 27/09/2015 Foto: Marcelo Theobald / Extra
Área de instabilidade
Além do adesivo, o porta-voz da entidade justificou que a chuva deste domingo foi ocasionada por uma área de instabilidade que estava sobre a cidade, e não por uma frente fria. Osmar contou que a fundação impediu a ação dessa frente fria no Rio após uma viagem que fez para São Paulo e Minas Gerais na última sexta-feira. Segundo ele, a ação meteorológica foi minimizada.
– A frente fria não veio. O que causou a chuva durante o festival foi a combinação do calor com a umidade, provocando essa área de instabilidade. Considero que nosso trabalho foi 100%, mas, pela opinião pública, nós só seremos julgados pelas três horas de ontem (domingo) – disse.
Para a meteorologista do Climatempo Bianca Lobo, a chuva que caiu sobre todo o Rio de Janeiro no domingo foi reflexo da passagem de uma frente que veio de São Paulo na sexta-feira. O fenômeno meteorológico passou rapidamente pela cidade no sábado, mas deixou diversas áreas de instabilidade. O calor e a umidade também ajudam a explicar a precipitação do domingo, afirmou a especialista.
– Essa frente fria passou e deixou áreas de instabilidade pela cidade. O calor e a umidade, claro, que ajudaram também para as fortes pancadas – contou Bianca.
Até quarta-feira, a previsão continua sendo de chuva para o Rio de Janeiro, com temperaturas chegando aos 30 graus, segundo o Climatempo.
A assessoria de imprensa do Rock in Rio foi procurada para falar sobre a explicação dada pela Fundação Cobra Coral, mas, até o momento, não se pronunciou oficialmente. A ONG presta serviços para o festival desde o evento de 2001. Além das apresentações no Rio, a entidade colabora para evitar maiores incidentes naturais no festival que é realizado fora do Brasil, como Estados Unidos e Portugal.
Leia na íntegra o comunicado da Fundação Cobra Coral:
“Caros, boa noite. Devido alerta que recebemos da formação de áreas de instabilidade devido o calor, já que a frente já havia sido barrada sexta em SP, pedimos às 18h30 a logística que antecipassem nossa ida até a City do Rock, como temos feito todos esses dias, para isolar a área da City. O auto chegou para nos buscar pontualmente. Só que quando já estávamos próximos da City do Rock o chofer percebeu que havia esquecido de adesivar o auto (pois estava usando o auto com outros adesivos) que, com as barreiras, não iria conseguir entrar e voltou para buscar o adesivo, atrasando nossa ida. Quando lá chegamos, a chuva já havia entrado sem adesivo e o bloqueio foi rompido. Tudo isso atrasou nossa chegada em 30 minutos, mas o suficiente para o ocorrido. Quando só era para ocorrer a partir das 03h00 da manhã do dia 28 para a antecipação do período chuvoso na Primavera, que estamos atuando para o estado do RJ. Mesmo assim, ficamos por lá para ir reduzindo lentamente à intempérie. Lamentável que se repita tal situação. Mas não foi culpa da org (organização) que sempre foi impecável. Falhas humanas ocorrem”.
Carro sem adesivo explica chuva no Rock in Rio, segundo Cobra Coral (Época)
Porta-voz da fundação esotérica contratada para desviar chuva afirma que o “erro foi humano”
NONATO VIEGAS
28/09/2015 – 20h18 – Atualizado 28/09/2015 20h18
Ainda na tarde de domingo, uma mensagem do Alerta Rio, sistema de monitoramento da prefeitura que atua em parceria com a Fundação Cacique Cobra Coral, avisava: “Mudança para estágio de atenção em todo o município às 20h33 do dia 27/9/2015.” Precavido, Osmar Santos, do Cacique Cobra Coral, ligou para a organização do evento, pedindo-lhes que enviasse um carro para buscá-lo imediatamente. Ele faria uma “operação de isolamento” da Cidade do Rock. A entidade esotérica fora contratada pela organização do evento para desviar chuvas da região.
Eram 18 horas. Ato contínuo a organização enviou carro e motorista. No caminho de volta, quase chegando, o funcionário, contratado pelo Rock in Rio, lembrou que esquecera do adesivo de livre acesso do evento para o carro. “Não deu tempo. A chuva não precisa de adesivo para chegar”, explicou Osmar. “Quando voltamos, era tarde demais. Ocorreu um erro humano.”
A operação de isolamento consiste na ida do próprio Osmar Santos até o local – com ou sem a médium Adelaide Scritori – para colher informações de pressão e umidade. Tudo é repassado para a médium, que, segundo Osmar, se comunica com o espírito de Cacique Cobra Coral, alterando as mudanças necessárias no tempo. Pode-se enviar a precipitação para outra região ou apenas “isolar” uma determinada área. Deu certo até sábado. Até helicóptero a organização do evento disponibilizou.
A fundação Cobra Coral existe há 17 anos, para, segundo afirma Osmar Santos, ajudar a equilibrar a natureza da interferência humana na natureza. A entidade Cobra Coral, segundo seus seguidores, teria sido noutras vidas o cientista Galileu Galilei e o ex-presidente americano Abraham Lincoln.
Água nos reservatórios
A pedido do governador do Rio de Janeiro, Luiz Fernando Pezão, o Cacique Cobra Coral volta a se dedicar, agora, à “operação” para que não falte água no estado. Sua médium, Scritori, tem trabalhado no Paraíba do Sul, desde São Paulo, para que chova nos reservatórios. E afirma ter tido sucesso: “Na primeira quinzena de setembro, choveu nos reservatórios o dobro da média do mês”, garante Santos.
Chove forte na última noite de Rock in Rio e tirolesa para de funcionar (Veja Rio)
Organização do festival tem acordo com a Fundação Cacique Cobra Coral, entidade conhecida por evitar fenômenos do tipo
Por: Saulo Guimarães
27/09/2015 às 20:56

Capas de chuva em ação: chuva com trovoada cai no último dia de Rock in Rio, domingo (27) (Foto: Saulo Guimarães)
O que todos temiam aconteceu. Na última noite de Rock in Rio, domingo (27), por volta de 20h20, relâmpagos e gotas de chuva começaram a cair na Cidade do Rock. A chuva persistente forçou o público a abrir a sombrinha, vestir a capa e se abrigar como pode. É bom lembrar que a organização do festival firmou um acordo com a Fundação Cacique Cobra Coral, entidade espírito-meteorológica conhecida por (prometer) deter fenômenos do tipo. Mas, pelo visto, o trato não deu certo. Procurada, a organização optou por não divulgar os valores envolvidos na transação.
O município do Rio entrou em estágio de atenção às 20h33. Há previsão de pancadas de chuva com rajadas de vento e raios, segundo o Centro de Operações da Prefeitura.
Tirolesa fechada por tempo indeterminado

(Foto: Saulo Guimarães)
O vento forte na Cidade do Rock levou à interrupção do funcionamento da tirolesa, um dos principais brinquedos do evento. De acordo com organizadores, ela só será reaberta se o tempo melhorar.
Temporal que caiu no Rock in Rio trouxe lembranças de 1985 (O Globo)
De dia, fãs de A-ha e Katy Perry curtiram o sol; chuva expulsou parte do público depois

Público assiste ao show de Aluna George embaixo de muita chuva – Guito Moreto / Agência O Globo
RIO – “Que tarde linda!”, exclamou o sempre animado Rodrigo Suricato ao abrir ontem o Palco Sunset, junto à banda que carrega no nome. Com ou sem a ajuda da entidade Cacique Cobra Coral, o domingo foi de sol para as famílias que, em muitos casos, misturavam fãs dos veteranos A-ha e Al Jarreau a jovens admiradores de Katy Perry, a atração de encerramento da festa, já na madrugada de hoje. Um dia colorido, sem o conteúdo picante da noite de sábado, quando imperou o clima de amor livre, inspirado pela libertária Rihanna. À noite, porém, tudo mudou, e o contrato da entidade que promete agir sobre o tempo pareceu ter vencido: uma forte chuva desabou sobre a Cidade do Rock, fazendo um considerável número de pessoas ir embora mais cedo. Na Rock Street, grandes poças d’água se formavam. E, sem poder levar guarda-chuvas, parte do público tentava conseguir sacos de lixo com funcionários da limpeza para improvisar capas. Até o chafariz foi desligado. Mas muita gente não se importou e seguiu dançando na chuva até tarde.
O domingão não prometia uma montanha-russa de emoções, mas o começo da jornada na Cidade do Rock foi agitado: animado, o povo chegou cedo e correu para agendar as visitas aos brinquedos, mas a montanha-russa, logo ela, teve um “problema de lubrificação”, como depois explicou a assessoria de imprensa do festival, e precisou ser parada por aproximadamente meia hora. Foi o suficiente para se formar uma fila gigantesca, com princípios de confusão e funcionários despreparados para conter a massa sob o calor. Sorte que o problema foi resolvido com razoável presteza pelos técnicos.
Em meio às famílias, chamavam a atenção fãs e clones da colorida Katy. Não eram raras as meninas com perucas azuis, parte tradicional do visual da cantora. A professora pernambucana Viviane Silva, de 23 anos, chegou à Cidade do Rock com um dos figurinos usados pela cantora na atual turnê, “The prismatic”. Sua mãe levou um dia inteiro para costurar o tecido metalizado de capa de sofá, e o namorado, o mesmo tempo para instalar luzes de LED no conjunto de top e saia.
— A Katy costuma convocar pessoas com roupas chamativas para o palco. Eu quero abraçá-la e tirar foto. Gosto muito da música dela, como os hits “Teenage dream” e “Roar” — disse a recifense.
Enquanto as Katies desfilavam pela Cidade do Rock, que parecia menos cheia do que na tarde-noite de sábado, e definitivamente recebia um público mais tranquilo, o fã-clube do A-ha, sempre numeroso e proativo no Brasil, também deixava sua marca. Apesar dos seis shows do trio norueguês agendados para diferentes cidades brasileiras, os fãs de todo país fizeram questão de ir ao festival e brigar pelo lugar de protagonistas, assumindo uma rivalidade com o papel de headliner de Katy Perry. Eles gravaram inclusive um tributo à banda com vozes captadas pelo aplicativo WhatsApp.
— Quando o A-ha anunciou o retorno para comemorar os 30 anos da banda no Rock in Rio, houve uma comoção. No WhatsApp, começou uma dinâmica de envios de trechos de canções, e com o passar do tempo veio a ideia de fazer um CD para entregar à banda — contou a fã Norma Meireles, de 45 anos, que saiu de João Pessoa, na Paraíba, para ver o grupo norueguês pela terceira vez.
Enquanto os fãs de A-ha e Katy promoviam uma espécie de Marlene x Emilinha pacífico, os portugueses Aurea e Boss AC mostravam o balanço lusitano no Palco Sunset, sempre com um público simpático, mas sem dar grande atenção ao que acontecia no palco. O veterano Al Jarreau, com seu show de piano-bar, conduzido por uma competente banda de free jazz, foi outro que atraiu alguns pais, mas pouquíssimos filhos, com canções como “Your song”, clássico de Elton John, e o convidado Marcos Valle, que cantou o obrigatório “Samba de verão” e “Os grilos”.
Às 19h, o trio de reggae Cidade Negra inaugurou o Palco Mundo, em sua primeira apresentação no espaço em quase 30 anos de banda. Com o galã Toni Garrido à frente, o Cidade enfileirou sucessos e obteve uma boa reação do público, com músicas como “A sombra da maldade”, “Aonde você mora?” e “Pensamento”.
Tudo parecia bem, o público aquecido, quando veio a chuva, atrapalhando o show em tributo aos 450 anos do Rio, com artistas como Alcione e Simoninha. Ao fim da noite, ninguém mais precisaria pagar por lama.
Rock in Rio: festival que vai (muito) além da música (Cult 22)

Por Marcos Pinheiro
Fotos: Rock in Rio (oficial) e divulgação
29 de setembro de 2015
O Rock in Rio 2015 terminou com a garantia de mais duas edições no Brasil, em 2017 e 2019. Esse passaporte já estava “carimbado” antes mesmo de começar o festival por conta da renovação de contrato com a Prefeitura do Rio de Janeiro. No último dia do evento, domingo (27/9), a organização reforçou a informação ao anunciar que a próxima versão já conta com os patrocínios de empresas como Itaú, Ipiranga, Rede Globo e Multishow. Nenhuma atração, porém, foi confirmada. “Ao longo desses 30 anos de história, o Rock in Rio ganhou o mundo e conquistou as pessoas. Crescemos, nos internacionalizamos e somos reconhecidos como o maior evento de música e entretenimento do mundo. Nos consolidamos como um espaço de alegria e como uma mega plataforma de relacionamento com o consumidor gerando oportunidades de negócios e exposição de marcas. Os patrocinadores são essenciais para viabilizar o evento na qualidade de entrega de infraestrutura e de serviços, da grande variedade de atrações e do line up com tantas estrelas de peso nacional e internacional“, comemorou a empresária Roberto Medina (foto), vice-presidente do Rock in Rio, em entrevista coletiva à imprensa.
Nas 16 edições já realizadas – Rio de Janeiro (6), Lisboa (6), Madri (3) e Las Vegas (1) -, o festival contabiliza um público de mais de 8,2 milhões de pessoas – só nessa recente versão brasileira foram 595 mil durante os sete dias. Críticas (bastante válidas) a parte, os números realmente confirmam o quanto a marca Rock in Rio é superlativa e se consolidou como o maior evento musical do planeta. Muitas bandas internacionais – algumas tocando pela primeira vez no país – falaram, inclusive, da alegria em estar tocando e na importância do evento. Seria até motivo de orgulho se o povo brasileiro não tivesse tanto “complexo de vira-lata”. Sobre as escolhas das atrações – muitas vezes equivocadas, concordo – deixo para analisar depois.
MARKETING AGRESSIVO
A estratégia de marketing é um grande case para estudo. De cara, o Rock in Rio conta com total apoio da Prefeitura e também do Governo do Estado. Isso possibilita uma mobilização de todo o Rio de Janeiro em torno do evento em termos de logística, trânsito, divulgação oficial, etc. Basta pisar na cidade para “respirar” os ares do festival – isso desde meses antes. Em 2015, ainda teve o patrocínio privado de grandes empresas de vários segmentos – banco (Itaú), telefonia (Oi), operadora de TV (Sky), redes de lanchonete (Bob´s) e posto de gasolina (Ipiranga), montadora de automóveis (Volkswagen), fábricas de refrigerante (Pepsi), cerveja (Heineken), bebida (Bacardi) e preservativos (Olla) -, além da maior emissora de TV do país (Globo) e de um canal de entretenimento correlacionado (Multishow), entre outras parcerias.
Mais que o dinheiro garantido, o Rock in Rio capilariza sua divulgação pelas várias ações de marketing desenvolvidas pelas empresas, com anúncios próprios e uma infinidade de promoções, concursos, etc. Não a toa os ingressos para todos os sete dias se esgotaram em poucas horas, tanto na pré-venda – em novembro de 2014 – quanto na venda oficial, em abril passado. Uma última carga ainda foi disponibilizada em agosto e toda comercializada em menos de três dias. Para reforçar a divulgação pelo Brasil, o festival promoveu a Expo Rock in Rio 30 Anos (foto), mostra itinerante com fotos, vídeos e maquetes que passou por Rio de Janeiro, Cuiabá, Brasília (em julho, no Conjunto Nacional), Porto Alegre e São Paulo.
Dentro da Cidade do Rock as diversas marcas fizeram de tudo para se expor. O Bob´s deteve a exclusividade na venda de hambúrgueres e espalhou quatro lanchonetes pela arena. A Volkswagen montou palco próprio para a apresentação de um pequeno musical – com 15 minutos de duração e quatro sessões diárias – contando a história do festival com 10 dançarinos e quatro atores encarnando nomes como Ney Matogrosso, Cazuza, Rita Lee, Cássia Eller, Queen, Iron Maiden e outros. A Pepsi, em seu stand, promoveu karaokê diário com banda de apoio tocando ao vivo enquanto os aspirantes escolhiam a música predileta para cantar. A Bacardi montou um estúdio profissional para que bandas (como o Angra, foto) e cantores pudessem gravar uma demo de verdade – e que contou com a participação de várias “celebridades”, incluindo atores, atrizes e modelos. As chamadas “presenças” também foram o ponto alto no espaço da Sky, que a cada dia trouxe de três a quatro atrações – incluindo a modelo inglesa Cara Delevingne (atriz de “Cidades de papel”). A Heineken promoveu enquete para que o público votasse nas músicas preferidas dos headliners de cada noite – e as três mais votadas eram expostas no telão rotativo de LED da gigantesca torre da tirolesa. O Itaú, com caixas eletrônicos instalados na arena, distribuiu pulseiras que piscam. Já a Oi criou cases luminosos de guitarra que serviam para recarregar celulares. E por aí vai…
Além das ações diárias, ocorreram algumas isoladas. Para promover Star Wars – O Despertar da Força, o sétimo da franquia – que estreia somente em 17 de dezembro -, a Lucas Film promoveu em 19 de setembro (“noite do Metallica”) uma invasão dos Stormtroopers, os guardas de armadura branca do Império. Os atores fantasiados formaram um batalhão no meio da arena, enquanto era exibido no telão do Palco Mundo um trailer do filme.
SHOPPING + PARQUE DE DIVERSÕES
Somado aos espaços parceiros existia, claro, três lojas vendendo produtos oficiais do Rock in Rio a preços acima do mercado. Eram mais de 600 tipos de mercadorias, de acordo com os números divulgados. As famosas camisetas – com estampas diversas – foram comercializadas por R$ 80, no mínimo. Tinham também bonés, chaveiros, copos, CDs, DVDs, cadernos, agendas, fitas (ao estilo Senhor do Bonfim), bottons, colares, pingentes (e outras bijuterias), cangas e muito mais. O mais exótico de todos era a chamada “Lama de 1985″, azulejo de acrílico vendido a R$ 185 que contém um pedaço do terreno original da lendária (e chuvosa) primeira edição do festival – pelo menos é o que garante a organização. Outro item lançado durante o festival, o livro “Rock in Rio 30 Anos” (Editora 5W) conta a história do evento por meio de fotos, relatos de artistas brasileiros e estrangeiros e esboços de palcos em papel vegetal. A capa, sintomaticamente, mostra justamente a forte chuva e a lama… de 1985!
Caros também eram os preços praticados nos bares, lanchonetes e por vendedores ambulantes: um copo de água 300ml estava a R$ 5; refrigerante (garrafa 300ml) a R$ 6; chope (500ml) a R$ 10; e sanduíches entre R$ 15 e 20. Outro serviço oferecido foi o de guarda-volumes: por R$ 55 (na hora) ou R$ 45 (antecipado) era possível alugar um armário (locker) para malas, documentos e equipamentos eletrônicos num posto monitorado com câmeras e que funcionou durante todo o evento.
Com tantas marcas expostas – segundo a organização, foram quase 300 empresas parceiras -, onde também se incluem lojas de departamentos e outras opções de fast food (pizzas, cachorro quente, comida japonesa), a arena com 150 mil metros quadrados se transformou num enorme shopping center ao ar livre. Dependendo do perfil das atrações do dia (e respectivo público), a música ficou mesmo em segundo plano. Isso explica muita coisa – e se tornou mais óbvio nos chamados “dias pop”, 26 e 27 de setembro.
Para reforçar o lado entretenimento – e ampliar o conceito para “parque de diversões” -, a Cidade do Rock ofereceu, gratuitamente, quatro opções de brinquedos: Roda-Gigante, com capacidade para 140 pessoas por viagem (de 10 minutos cada), que recebeu média de 3,3 mil pessoas por dia; Tirolesa, com até três pessoas e percurso de 40 segundos de uma torre a outra descendo bem em frente ao Palco Mundo (705 por dia); Montanha-Russa, com 1´30″ de “aventura” e capacidade para 28 pessoas (6,2 mil por dia); e o XTreme, pêndulo que gira rapidamente em todas as direções, também com 1´30″ de duração, até 24 pessoas e 3,4 mil por dia. Quem quisesse se “arriscar” em qualquer um podia fazer agendamento prévio por meio de uma plataforma digital. A iniciativa parece ter sido bem-sucedida: no início da noite, por volta das 18h30, 19h, já não havia mais vagas para inscrições. Houve até casamentos dentro da arena em capela montada no espaço Rock Street num total de oito cerimônias, incluindo uma união homoafetiva. Os casais felizardos foram escolhidos por concurso na Internet.
APOIO ESPIRITUAL?
Além dos fortes patrocínios público e privado, o Rock in Rio ainda tem uma parceria “espiritual” – pelo menos é o que reza a lenda. Trata-se da Fundação Cacique Cobra Coral, conhecida por conseguir intervir misticamente no tempo de forma a não atrapalhar a realização de eventos. Para se ter ideia, o organismo tem contrato com a Prefeitura do Rio! Nesse festival o “pacto” vinha funcionando bem – no máximo uma garoa fina em dois ou três momentos – até a última noite, quando choveu forte a partir das 20h30 – curiosamente durante o show, no Palco Sunset, que celebrou os 450 anos da cidade do Rio de Janeiro (foto) e onde predominaram artistas da MPB e do samba. Depois foi diminuindo sensivelmente até passar com o A-Ha. Teria sido uma vingança dos “deuses do rock”?
Na questão ambiental, o festival também deu exemplo. Engajado na causa desde a edição de 2001, o Rock in Rio fechou parceria em 2015 com o Instituto E, voltado para o desenvolvimento sustentável. O objetivo (ambicioso) era reflorestar a Bacia do Rio Guandu, principal fonte de água da região metropolitana do Rio de Janeiro, com o replantio de milhões de árvores. Além de ações pontuais junto ao público presente, houve uma captação de recursos por meio de leilão de guitarras assinados por artistas como Queen, Metallica, Faith no More, A-Ha, System of a Down, Slipknot, Katy Perry, Lulu Santos e Lenine, entre outros. Até a noite de domingo (27) o número de replantio tinha chegado a quase 110 mil entre o público. Resta saber o que será conseguido com o leilão.
TRANSPORTE
Diante de tantos números superlativos e mega ações de marketing, o Rock in Rio ainda tem um calo que aperta o calcanhar: o acesso do público. Nesta edição houve um esquema inédito de transportes com o uso do BRT, linha de ônibus rápida e com pista exclusiva. A intenção (louvável) foi eliminar o máximo possível de veículos ao redor da Cidade do Rock. Por R$ 6,80, o passageiro podia fazer a viagem ida e volta a partir do Terminal Alvorada, rodoviária localizada próxima à praia da Barra da Tijuca. O trajeto durava de 15 a 20 minutos. O problema era o caminho estação-arena-estação, distante quase 500 metros. Na ida, mesmo debaixo de sol, o povo ainda estava empolgado. Mas a volta parecia uma procissão de “walking deads”. Fora o fato de que era muita gente saindo junto e dificultando a locomoção. Outra opção, mais cara, eram os chamados ônibus “Primeira Classe”, linhas especiais que saíam de vários pontos da cidade direto para o festival, em horários previamente definidos, ao valor de R$ 70, ida e volta. De qualquer forma, a caminhada era inevitável e altamente desconfortável. Claro que na base do “jeitinho brasileiro” – ainda mais em se tratando da “livre iniciativa” carioca -, havia várias vans piratas fazendo o trajeto em preços “a combinar”. Os táxis chegavam a cobrar R$ 45 (por pessoa!) para trajetos curtos.
Como o entorno da Cidade do Rock está em obras por causa das Olimpíadas 2016, talvez para a próxima edição, o Rock in Rio possa ter condições de poupar os pés cansados da turma com uma estação mais próxima e que reduza bem a insalubre “peregrinação”. Fica a torcida. E estão lançadas as apostas para o line up de 2017!
– See more at: http://www.cult22.com/blog/arquivos/category/posts#sthash.w26s0m1G.dpuf
Seis perguntas para: Roberta Medina (IG/Lu Lacerda)

Roberta Medina, vice-presidente do Rock in Rio, extraoficialmente chamada de “Prefeita da Cidade do Rock”, chega, neste domingo, a um final mais que bem-sucedido à frente do desafio de fazer uma edição especial de 30 anos do maior festival de música do país. Presidente da Dream Factory, ela repete, na família, a dobradinha que seu pai, Roberto Medina, tinha com o avô, Abraham Medina – ele criou, nos anos 50, o programa Noite de Gala, na TV Rio. Trazia artistas internacionais e ainda enfeitava o Rio para o Natal, tirando dinheiro do próprio bolso.
Seu pai sonha e Roberta executa, no melhor estilo pé-de-boi. Morando entre Rio e Lisboa, casada com o empresário Ricardo Acto, a executiva comanda 400 pessoas diretamente e ainda é a porta-voz do evento, que ela também ajudou a concretizar em Lisboa, Madri e Las Vegas. É uma empresária que consegue ser doce e dura ao mesmo tempo. Roberta que ver o RIR espalhado por outros lugares do mundo.
1. Seu avô, Abraham Medina, foi um empresário e produtor cultural excepcional – entre outras coisas, criou, na década de 50, o programa de TV Noite de Gala para estimular a compra de aparelhos de TV na sua rede de lojas, a Rei da Voz. Que lembranças você tem dele e que traços acha que herdou?
“Ele emanava uma força, uma luz muito forte, de líder e visionário, mesmo quando já não estava no topo da sua carreira. Tenho pena de não ter vivido os tempos áureos para ver ao vivo as festas lindas que todos relatam que ele fazia na Cidade. Sempre que entrava num táxi e pedia que fosse para o prédio da Artplan, na Lagoa, os taxistas começavam a contar histórias do meu avô. Acho que o que vem passando no DNA da família é o empreendedorismo, a coragem de buscar o novo, a crença na mudança e uma eterna visão sonhadora de mundo.”
2. Você se envolve diretamente na negociação dos artistas que se apresentam no Rock in Rio? Já tentou contratar algum artista de quem é muito fã? Como foi? Qual artista você ainda gostaria de ver nos palcos do RIR?
“Quem gere toda a contratação artística com um supertime é o próprio Roberto. Eu gosto da execução, de tirar as ideias do papel. Por muito tempo, o artista que eu realmente fazia questão que um dia tocasse no Rock in Rio era o Robbie Williams, e aconteceu na última edição de Lisboa. Vontades renovadas e agora adoraria ver o Bruno Mars no Palco do Rock in Rio Brasil (ele esteve com a gente na edição do Rock in Rio USA este ano, em Las Vegas). Também sinto uma alegria imensa vendo as consagradas bandas brasileiras colocando a Cidade do Rock do Rio para cantar e pular da primeira música à última. Mas o meu grande desejo é ver o Sunset lançando cada vez mais encontros históricos da música para o mundo.”
3. Como é sua rotina nos dias do festival? Quais são os detalhes que você checa pessoalmente? Você é uma pessoa que tem facilidade de delegar funções?
“Aprendi a delegar desde o meu primeiro Rock in Rio. Não tinha conhecimento para querer nem poder concentrar nada em mim; aprendi cedo o valor da equipe e a confiar neles. Em dia de evento, se tudo estiver controlado, a equipe não precisa da nossa intervenção constante – ficamos disponíveis para apoiar e compartilhar tomadas de decisão. Andamos pelo recinto para ver como as coisas estão correndo e ver se é preciso algum ajuste. Além disso, e especificamente no meu caso, estou constantemente em contato com a assessoria para definição e aprovação de conteúdos a serem divulgados para a imprensa.”
4. Por que a escolha de Portugal para morar? Lá você é reconhecida nas ruas (Roberta fez parte do júri do programa Ídolos)?
“Na verdade, moro um ano de cada lado (Rio e Lisboa). No caso de Portugal, me identifiquei com o ritmo de Lisboa. Existe um melhor equilíbrio entre vida profissional e pessoal na Europa em geral. Lisboa é uma cidade pequena que oferece tudo que uma cidade grande oferece, mas sem os desafios que o excesso de população traz para um centro urbano. Fiz grandes amigos por lá e casei com o Ricardo, português, o que fez a família crescer para aquele lado do oceano.”
5. O que acha que ainda falta para o Rock in Rio melhorar?
“O Rock in Rio já superou em muito todos os limites de qualidade de entrega, se visto como um festival. Mas como nossa aposta é cada vez maior no conceito de parque temático da música, ainda há muito espaço para criar novos conteúdos, musicais e outros, e também para evoluir enquanto espaço físico.”
6. Como é seu relacionamento atual com a Fundação Cacique Cobra Coral? Parece que vc não acredita muito em coisas do astral…
“Muito pelo contrário, o relacionamento é ótimo. Acredito acima de tudo em energia e numa energia maior. Sou simpatizante do Budismo, acredito no Espiritismo, cresci em contato com Siddha Yoga. Se não fosse acreditar no que não se vê, ficaria difícil lidar com o que vemos. Com o Rock in Rio, a Fundação nunca falhou – depositamos nossas energias na mesma direção.”
Enviado por: Lu Lacerda
Governo e eventos como RiR contratando uma fundação para “deter” chuvas no Rio de Janeiro. (reddit.com)
submitted 28 Sep 2015 by ThalesCM
Contexto: Existe uma Fundação chamada Cacique Cobra Coral, que já foi contratada pelo RJ em diversas ocasiões e foi contratada também pela organização do Rock in Rio para “deter” chuvas durante eventos. Ou nas palavras da fundação: “intervir nos desequilíbrios provocados pelo homem na natureza”.
Fiquei sabendo sobre essa “fundação” a um mês atras, e fiquei indignado com isso. Por que essa farsa não leva mais atenção da mídia? Vejo mil postagens reclamando do governo e muitas outras instituições, mas nunca vi alguem reclamando dessa lavagem de dinheiro que deve ser essa fundação.
Se ainda não esta indignado ou não acredita em mim. Dê uma olhada nesta noticia. Não só fracassou no acordo que fizeram com a organização do RiR, como também o RiR não disponibilizou o valor dessa transação.
Como que um absurdo desse passa despercebido pela população? Ou realmente há pessoas que acreditam nessa história toda?
Uma fundação que se diz capaz de mudar o clima do planeta? Por que não contratam eles para resolver a discussão do aquecimento global? Só pode ser piada. Site deles
[–]protestorNatal, RN [score hidden] 15 hours ago
Foi contratada pelo RJ.. você diz pelo governo do estado, com dinheiro público?
[–]vintagedanRio de Janeiro, RJ [score hidden] 12 hours ago
Não lembro se é o estado ou a cidade, mas a resposta é sim. Revoltante de fato.
Diga-se de passagem, eles ganham esse dinheiro há muitos anos.
[–]ROLeite [score hidden] 11 hours ago
Pelo o que eu sei, eles não recebem dinheiro público. Eles fazem parcerias nas quais eles podem utilizar espaços públicos que não são utilizados pela prefeitura.
[–]vintagedanRio de Janeiro, RJ [score hidden] 8 hours ago
Honestamente não me lembro agora, pois fazia anos que não ouvia falar da FCCC. De qualquer forma, posso estar enganado mesmo, e, no caso, eles não recebem dinheiro diretamente. Ainda assim, qualquer vantagem ou benefício em troca desse serviço deles é uma abominação.
[–]kinabr91Rio de Janeiro, RJ [score hidden] 4 hours ago
Município.
[–]carcapau [score hidden] 12 hours ago
http://vejasp.abril.com.br/materia/medium-da-fundacao-cacique-cobra-coral-tem-convenio-com-prefeitura/
Não conseguia encontrar os valores passados pelos governos à eles (mesmo tendo varias citações em diários oficiais), até que encontrei essa matéria da Veja:
Na minha opinião eles devem oferecer os serviços de graça aos governos, em troca as parcerias são oficializadas em diários oficiais, e eles ganham prestigio e uma certa aura de autenticidade.
[–]SamucaDucaVitória Brasil, SP [score hidden] 10 hours ago
dar “prestígio” para uma fundação mediúnica? emprestar o selo do governo a um culto/seita/religião?
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[–]drimpeAracaju, SE [score hidden] 9 hours ago*
Como se a prefeitura/estado do Rio não dessem apoio pra JMJ, como se um ex-prefeito carioca não tivesse CONSTRUÍDO UMA IGREJA CATÓLICA com dinheiro público, e como se inúmeras lideranças políticas (incluindo a presidente deste país) não se sentassem, apoiassem e agradassem de inúmeras maneiras (incluindo aqui isenção fiscal) inúmeros líderes religiosos. Não é só o que você considera “normal” que pode sentar na janela.
É uma cagada a prefeitura carioca ter um convênio ou seja lá o que for com essa coisa aí? Certamente é. Mas não é nada de novo se tratando do nosso país.
edit: em adendo, o mesmo prefeito que construiu uma igreja católica com dinheiro público (César Maia) foi o que deu início ao convênio com a FCCC, em 2001. Pelo menos com essa última eles não gastam nada.
[–]SamucaDucaVitória Brasil, SP [score hidden] 9 hours ago
não faz diferença se é novidade ou não, se já havia sido feito antes ou não. o que é errado é errado.
[–]protestorNatal, RN [score hidden] 8 hours ago
Isso é um escândalo de inconstitucional, que igreja foi essa?
[–]drimpeAracaju, SE [score hidden] 7 hours ago
Igreja de São Jorge em Santa Cruz.
http://noticias.uol.com.br/politica/ultimas-noticias/2012/06/06/cesar-maia-ex-prefeito-do-rio-tem-direitos-politicos-suspensos-por-cinco-anos.htm
Mesmo assim o STJ suspendeu a decisão e o Cesar Maia se candidatou tranquilamente ao senado no ano passado. E recebeu 1,5 milhão de votos.
[–]aookami [score hidden] 6 hours ago
Esse tipo de controle sobre a chuva existe e faz tempo já. Usaram na abertura das olimpiadas de Pequim também.