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João Doria apela para o ‘sobrenatural’ em São Paulo (Encontro)

O prefeito anunciou um contrato com a fundação Cacique Cobra Coral, que, supostamente, consegue controlar o tempo

por Marcelo Fraga  08/02/2017 08:14

Instagram/jdoriajr/Reprodução

O prefeito de São Paulo, João Dória Júnior, já causou polêmica com seu projeto Cidade Linda e, agora, acaba de fechar uma parceria com uma entidade “sobrenatural” que diz controlar o tempo (foto: Instagram/jdoriajr/Reprodução)

Recém-empossado prefeito de São Paulo, o empresário João Doria Júnior começou sua trajetória à frente da capital paulista com medidas polêmicas. Logo nos primeiros dias no poder, ele já se vestiu de Gari, simulou ser cadeirante e mandou apagar grafites em pontos famosos de SP. Agora, a mais nova ação de Doria também promete causar controvérsia.

De acordo com a jornalista Cleo Guimarães, responsável pela coluna Gente Boa, do jornal O Globo, o prefeito fechou uma parceria com a fundação Cacique Cobra Coral (FCCC), conhecida por, supostamente, conseguir “intervir” no tempo de forma mediúnica – teria “poderes sobrenaturais”.

De acordo com Cleo Guimarães, a FCCC estaria de mudança para a China, mas, a entidade decidiu permanecer no Brasil porque pretende dar “atenção especial a São Paulo”. Ainda segundo a jornalista, a fundação negociou com os chineses um trabalho à distância. Não se sabe qual função terá a Cacique Cobra Coral no país mais populoso do mundo.

Em seu site oficial, a FCCC afirma que sua missão é “minimizar catástrofes que podem ocorrer em razão dos desequilíbrios provocados pelo homem na natureza”. Isso, segundo a entidade, é feito por meio de sua presidente, Adelaide Scritori, filha do fundador, Ângelo Scritori. Ela, supostamente, incorpora o espírito do Cacique Cobra Coral e, assim, consegue intervir no clima.

Um dos casos famosos de atuação da fundação se deu em 2009, quando a médium Adelaide Scritori foi convocada pela prefeitura do Rio de Janeiro para usar seus supostos poderes para evitar a tempestade que prevista para a tradicional festa de Réveillon em Copacabana.

Prefeito de São Paulo firma parceria com a Fundação Cacique Cobra Coral (O Globo)

POR CLEO GUIMARÃES

05/02/2017 13:05

Osmar Santos e João Dória

Osmar Santos e João Dória | Divulgação

João Doria, prefeito de São Paulo, fechou parceria com a Fundação Cacique Cobra Coral, a entidade esotérica que teria o poder de controlar o clima. O contrato com a prefeitura paulista havia sido firmado na gestão José Serra e finalizado com Gilberto Kassab. A fundação estava de mudanças para a China, mas desistiu porque quer dar uma atenção especial a SP. No entanto, negociou com os chineses de trabalhar à distância.

Sem convênio com Crivella, Cobra Coral vai priorizar SP no ‘controle do tempo’ (O Globo)

Assessor da médium diz que cidade vai exigir mais ‘esforço e empenho pessoal’ do cacique. Fundação ainda recebe dados meteorológicos do Alerta Rio

Forte chuva alaga a Estrada do Itanhangá, em 31/01/2015 Foto: Pablo Jacob / Agência O Globo

Forte chuva alaga a Estrada do Itanhangá, em 31/01/2015 – Pablo Jacob / Agência O Globo

POR LUIZ ERNESTO MAGALHÃES

07/02/2017 8:21 / atualizado 07/02/2017 16:54RIO — Depois de quase duas décadas dando prioridade ao trabalho espiritual de tentar desviar nuvens de chuva que pairam sobre o Rio e expõem a cidade aos riscos de enchentes e deslizamentos, a Fundação Cacique Cobra Coral informa que mudou seu foco. Decidiu centrar seus esforços no controle do clima em São Paulo, após um pedido pessoal do prefeito João Doria Júnior, feito no fim de janeiro à fundação, conforme adiantou a Coluna Gente Boa no domingo. No entanto, a médium Adelaide Scritori, que diz incorporar o espírito do Cacique Cobra Coral, entidade que teria a capacidade de controlar o tempo, não abandonará os cariocas, apesar do convênio da fundação com a prefeitura do Rio ter expirado com o fim do governo do ex-prefeito Eduardo Paes.

— São Paulo vai exigir mais esforço e empenho pessoal do cacique. É muito mais difícil atuar para dispersar as chuvas por ser uma cidade mais plana. No Rio, o relevo ajuda, pois tem como desviar as nuvens para regiões montanhosas ou o mar. O objetivo será atuar para que as precipitações que acabam provocando enchentes na capital paulista se concentrem no Vale do Paraíba, junto à Serra da Cantareira, para permitir um aumento do volume de água nos reservatórios que atendem Rio e São Paulo. A situação nesses reservatórios melhorou este ano após a estiagem de 2014/2015, mas ainda não voltou aos níveis antigos— disse o porta-voz da Fundação Cacique Cobra Coral, Osmar Santos.

No Rio, a parceria com a prefeitura começou em 2001 por iniciativa do ex-prefeito Cesar Maia. Nesses anos, a parceria que era sem ônus para a prefeitura, vinha sendo renovada. A Fundação Cacique Cobra Coral só exigia que recebesse dados sobre investimentos na prevenção a enchentes e pudesse fazer publicidade do acordo. Em janeiro de 2009, quando o ex-prefeito Eduardo Paes assumiu o comando da cidade pela primeira vez, o município chegou a anunciar que dispensaria a fundação, mas voltou atrás 15 dias depois, após o primeiro temporal que atingiu a cidade.

Adelaide Scritori, médium que diz incorporar o espírito do Cacique Cobra Coral – Luiz Ernesto Magalhães / O Globo

Osmar Santos acrescentou que o Cacique Cobra Coral vai continuar a monitorar o Rio, porque, apesar de o prefeito Marcelo Crivella não ter renovado o convênio, a entidade continua a atuar como consultora. Isso porque a ajuda espiritual se dá também com o apoio da tecnologia. Sempre que a prefeitura decreta estado de alerta de risco dos temporais, os meteorologistas do Alerta Rio repassam dados detalhados sobre as condições climáticas por e-mail. O GLOBO teve acesso a alguns desses informes, que são repassados para um grupo limitado de pessoas na prefeitura.

Eventos no Rio em que Cacique Cobra Coral trabalhou

Edições do Rock in Rio desde 2005

Durante o show do A-ha, chuva castigou público do festival em 27/09/2015 Foto: Marcelo Theobald / Extra / Agência O Globo

A Fundação foi chamada para evitar temporais que atrapalhassem os shows. Em alguns dias dos eventos, no entanto, choveu bastante, como durante o show do Ah-a em 2015, última edição do festival.

Réveillons desde 2000

Queima de fogos do réveillon de Copacabana em 2015 Foto: Gabriel de Paiva / Agência O Globo

A Fundação foi chamada para evitar temporais na virada do ano em Copacabana desde o ano 2000.

Encerramento da Copa do Mundo de 2014

Alemães comemoram conquista da Copa do Mundo de 2014 no Maracanã Foto: Guito Moreto em 13/07/2014 / Agência O Globo

A final da Copa do Mundo no Brasil foi no Maracanã: uma partida entre Alemanha e Argentina. Os alemães conquistaram seu tetracampeonato.

Carnavais no Rio desde 2000

Guga e Nadal sob chuva no desfile da Viradouro em 15/02/2015 Foto: Marcio Alves / Agência O Globo

A Fundação monitorou os carnavais da cidade desde o ano 2000. A única exceção foi 2015, quando o estado vivia uma crise hídrica. Exatamente naquele ano, um temporal atrapalhou os desfiles da Mocidade, da Mangueira e da Viradouro, que até foi rebaixada.

Olímpiada no Rio

Cerimônia de Encerramento da Rio 2016 Foto: Jae C. Hong / AP

A Fundação Cobra Coral foi chamada para os Jogos Olímpicos no Rio. Na cerimônia de encerramento da Olimpíada, um temporal caiu sobre a cidade.

— Nós somos a melhor prova de que, com convênio formalizado ou não, assim como diz o prefeito Marcelo Crivella, nós não misturamos política com religião. Nosso objetivo é atender às cidades e não aos políticos. Mas não resolvemos tudo. Nós somos uma espécie de air bag do tempo que minimiza os danos. Problemas podem continuar a ocorrer — disse Osmar Santos.

MÉDIUM VIVE EM SÃO PAULO

Apesar de anos de dedicação ao Rio, Osmar e Adelaide têm residência também em São Paulo, onde passam a maior parte do tempo. Antes do acordo com João Doria, a Fundação Cacique Cobra Coral já havia prestado consultoria climática e espiritual à cidade. O acordo acabou rompido em 1999 devido a um desentendimento com o ex-prefeito Gilberto Kassab. Segundo Osmar Santos, o Cacique se irritou com o fato de os recursos para o combate a enchentes na cidade ter sido remanejado para outros investimentos.

Antes do convite de Doria, a médium fazia planos de passar alguns anos na China e monitor o clima brasileiro à distância. O acordo foi renegociado, e agora Adelaide vai passar apenas 40 dias por ano na Ásia.

Segundo a ONG divulga, o Cacique Cobra Coral é uma entidade que em outras encarnações já teria vivido na pele de personalidades como o cientista Galileu Galilei e o ex-presidente dos Estados Unidos, Abraham Lincoln. Um dos ex-diretores da Fundação é o escritor Paulo Coelho.

Leia mais sobre esse assunto em  http://oglobo.globo.com/rio/sem-convenio-com-crivella-cobra-coral-vai-priorizar-sp-no-controle-do-tempo-20883979#ixzz4Y2O5DPdO 
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Provas #8.754.392.312 e #8.754.392.313 de que o Brasil Odeia Ciência (Meio Bit)

Postado Por  em 12 08 2016

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O brasileiro tem um problema sério com ciência. Ele acha que não precisamos dela. Temos basicamente zero programas sobre ciência na TV aberta, versus centenas de horas semanais de programas religiosos. Todo fim de ano canais abrem espaço para videntes e suas previsões para o ano novo, apenas para misteriosamente esquecer de todas as previsões erradas feitas pelas mesmas pessoas no ano anterior.

O Fantástico dedica 95% do tempo de uma reportagem sobre uma pirâmide idiota flutuando por causa de uns imãs, e 5% com cientistas explicando o truque óbvio. Nos comentários do MeioBit? Vários DEFENDENDO a matéria.

Um tempo atrás o Romário apresentou um Projeto de Lei para desburocratizar a importação de material científico como reagentes, que ficam tanto tempo na aduana que acabam estragando. Teve gente que escreveu cartas pra jornal reclamando, dizendo que não se deve investir em ciência, “e sim em saúde e educação”. No final o projeto foi arquivado.

Estatisticamente as chances de achar um astrólogo em um programa desses de entrevistas tipo Fátima são imensas, tanto quanto são ínfimas as de achar um cientista, sendo que o cientista sempre terá um pastor ou pai de santo como “contraponto”.

No Brasil a profissão de BENZEDEIRA é reconhecida pelo governo e tratada como “patrimônio cultural”. Sendo que a diferença entre benzedeiras e charlatões é que elas rezam antes de cobrar.  Agora, como cereja do bolo de bosta, temos isto:

ufeiro

Isso mesmo. Segundo o G1 o excelentíssimo sr deputado Edmir Chedid, do DEM apresentou uma moção propondo o reconhecimento da profissão de ufeiro, que iria garantir direitos aos ufeiros. Ele diz que

reconhecer a atividade científica que busca entender esses fenômenos, possibilitando financiamentos e linhas de pesquisa destinadas a esse fim junto à Universidades e outras instituições públicas ou privadas”.

Ancient-aliens-guy

Não é surpresa que o Google desconheça projetos do deputado relacionados com ciência de verdade. Ele pelo visto passa boa parte do tempo assistindo History Channel, mas os programas errados. E não, não estou exagerado. Ainda o Deputado:

“os contatos ufológicos acontecem desde os mais remotos tempos da humanidade”. “Há muito tempo atrás, acreditavam que os tais seres ou mesmo suas manifestações eram de origem quase divina, onde estes mesmo seres eram os nossos ‘salvadores’, nossos mediadores entre a ignorância e a sabedoria, para viver uma vida digna e feliz.”

Ele quer gastar dinheiro público com “pesquisadores” dessa bobagem que é basicamente uma seita, e preenche todos os requisitos de pseudociência: é quase 100% baseado em informação anedótica, não é reproduzível, não traz justificativas das hipóteses, etc, etc, etc.

Enquanto isso a FAPESP — Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo teve reduzidos em R$ 17 milhões seus repasses para Mestrados e Doutorados, nos últimos 4 anos. Assim não sobra nem pros ufeiros, deputado. O que o senhor tem feito para ajudar a FAPESP? É, eu imaginava.

Acha que acabou? Temos aquele “fenômeno”, aquele grupo picareta chamado Fundação Cacique Cobra Coral, que diz “controlar o tempo” e abusam da credulidade dos retardados, incluindo aí a Prefeitura do Rio que por anos contratou os caras para garantir bom tempo no Réveillon. A taxa de acerto deles? Eu diria que no máximo 50%. A mesma da minha Pedra Controladora do Clima que tenho aqui na minha mesa.

Pior: como todo “místico” no Brasil essa gente é incensada pela mídia, até o Marcelo Tas, que eu julgava inteligente enche a bola dos caras.

Estamos em 2016, imagina-se que gente prometendo controlar o clima através de magia seria no mínimo alvo de risada, certo? Errado. ALGUÉM pagou pra esses espertos irem na Olimpíada de Londres, onde juraram que foram os responsáveis pela pouca chuva na Abertura, e tinham até credencial para um evento com a Dilma. E agora temos… isto:

cacique

Isso mesmo. O tempo está uma bosta, mas eles não falharam. Na matéria do Globo o porta-voz da Fundação diz que o foco deles era garantir o tempo bom na abertura da Olimpíada. Então tá.

Que o clima já estivesse previsto por ciência de verdade, é apenas um detalhe.

O mais triste disso tudo é que todo mundo que promove divulga e protege pseudociência e misticismo faz uso dos benefícios da ciência que diz não “acreditar”. Se ciência é tão ruim assim, incluindo a malvada “alopatia” que tal parar de vacinar suas crianças, rasgar o cartão do pediatra, jogar fora a Insulina e o Isordil e se tratar com chazinhos e homeopatia? GPS? Coisa do capeta, use uma varinha de radbomancia para se achar. Tem uma plantação? Contrate a Cacique Cobra Coral, e não acesse mais as previsões do INPE.

A reserva genética da Humanidade agradecerá.

Governo paga a Cacique Cobra Coral para não chover na Olimpíada, mas se deu mal (Blasting News)

Entidade disse a jornal que não falhou ao tentar prevenir jogos de mau tempo.

Nem mesmo entidade de índio salva Olimpíada da chuva

Nem mesmo entidade de índio salva Olimpíada da chuva 

O prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, do PMDB, está tendo um problemão para gerenciar em sua cidade em plena Olimpíada. Desde que os jogos começaram, o município conhecido por ser quente e ensolarado foi assolado pelo frio e ventos. Muitas competições tiveram que ser adiadas, como sessões de tênis e regatas na Lagoa Rodrigues de Freitas. E olha que o #Governo tem uma parceria sobrenatural com a Fundação Cacique Cobra Coral. Há relatos na mídia de que a instituição ganha uma quantia para prevenir a cidade da virada do tempo em grandes eventos. Pelo jeito, a atuação dessa vez não está funcionando. A fundação nega e diz que tudo não poderia estar melhor no Rio.

Os cariocas trocaram os biquínis por casacos e as ressacas já atingem a principal praia da cidade, Copacabana, na Zona Sul do #Rio de Janeiro. Os integrantes da fundação garantem que conseguem incorporar um espírito de um índio do mesmo nome da entidade, que faz com que tragédias climáticas fiquem além da Baía de Guanabara. A crença na entidade fez com que representantes da Cobra Coral fossem à outra Olimpíada. No ano de 2012, por exemplo, eles podiam ser vistos andando por áreas destinadas a governantes, tendo contato até mesmo com o Comitê da hoje presidente afastada Dilma Rousseff, do Partido dos Trabalhadores (PT).

Em entrevista ao jornal ‘O Globo’ publicada nesta sexta-feira, 12, a médium Adelaide Scritori, que diz que incorpora o espírito do índio poderoso, disse que a principal função foi fazer com que não chovesse na cerimônia de abertura e que as regatas na Baía de Guanabara ocorressem sem lixo. De fato, a abertura dos jogos do Rio de Janeiro aconteceu sem nenhum problema climático. O tempo virou três dias depois e desde então não foi mais controlado. Rajadas de vento chegaram a destruir lonas de estádios e derrubar grades do parque olímpico. As ondas ficaram tão altas que quase invadiram o Centro de Imprensa montado na Zona Sul da Cidade.

O grupo não confirma se realmente recebeu dinheiro da prefeitura e quanto teria recebido.  #Rio2016

Cobrada pelo mau tempo, Fundação Cacique Cobra Coral diz que não falhou (O Globo)

Representantes da organização garantem que não houve falhas em sua operação

Apesar da operação da Fundação Cacique Cobra Coral os jogos do Rio tem registrado mau tempo, com provas tendo que ser adiadas Foto: Jorge William / Agência O Globo

Apesar da operação da Fundação Cacique Cobra Coral os jogos do Rio tem registrado mau tempo, com provas tendo que ser adiadas – Jorge William / Agência O Globo

POR LUIZ ERNESTO MAGALHAES

10/08/2016 15:53 / atualizado 10/08/2016 16:17

RIO – Regatas na Lagoa adiadas, sessões de tênis remarcadas, transtornos provocados por ressacas que invadem instalações na Praia de Copacabana… Credenciados pelo Comitê Organizador Rio-2016 para acompanhar as condições climáticas durante a Olimpíada, os integrantes da Fundação Cacique Cobra Coral, que garantem ter poder sobrenatural para controlar o tempo, afirmam que não houve falhas na operação espiritual para garantir o sucesso da Olimpíada.

A médium Adelaide Scritori, que afirma incorporar o espírito do Cacique Cobra Coral, já circulou várias vezes pelo Parque Olímpico. O porta-voz da fundação, Osmar Santos, garante que o desempenho até agora da entidade é digno de medalha de ouro. Segundo ele, as prioridades foram direcionar o tempo para garantir a cerimônia de abertura sem chuvas e que os ventos soprassem de forma a a garantir que as regatas da Baía de Guanabara ocorressem em raias sem lixo:

Segundo Osmar, no domingo, quando uma forte ventania atingiu a cidade causando estragos e adiando provas do remo, Adelaide sequer estava no Rio. A médium, segundo ele, estaria na Região Serrana, encerrando a operação da Cerimônia de Abertura. O porta voz da médium argumenta que as demandas espirtuais da entidade são inúmeras e não se limitam a Olimpíada

– O grande legado nosso da cerimônia de abertura foi o desvio da Frente Fria que estava no Rio e foi desviada para Minas erais onde despejou 30 milímetros de chuva em pleno agosto no Vale do Jequitinonha. Isso para o cacique é muito mais importante. Agora vamos abrir um corredor para as frentes entrarem pelo continente e apagarem as queimadas no Pantanal – disse Osmar.

De acordo com Osmar, o mau tempo de hoje está relacionado com o atraso na entrada da frente fria na cidade para garantir a limpeza da Baía

Essa não é a primeira vez que a Fundação atua numa Olimpíada. Repórteres do GLOBO encontraram integrantes da Fundação em Londres, em 2012, credenciados inclusive para uma visita da presidente afastada Dilma Roousseff durante um evento oficial do Comitê Olímpico do Brasil. Adelaide também estava em Copenhague (Dinamarca) em 2009 quando o Rio foi eleito cidade sede da Olimpíada de 2016.

A Fundação também, é chamada para outros eventos como o Réveillon e o Rock in Rio. Nas últimas edições das Olimpíadas, no entanto, chegou a chover forte alguns dias. A Fundação Cacique Cobra Coral nas duas ocasiões alegou que ficou retida antes de chegar à Cidade do Rock por problemas no credenciamento do carro que transportava os integrantes.

Leia mais sobre esse assunto em  http://oglobo.globo.com/rio/cobrada-pelo-mau-tempo-fundacao-cacique-cobra-coral-diz-que-nao-falhou-19894579#ixzz4H3PcWa6C
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Médium dá previsão de nuvens sombrias sobre a Esplanada (UOL)

Leandro Mazzini – Coluna Esplanada

04/04 01:10 

A médium Adelaide Scritori, da Fundação Cacique Cobra Coral, que há décadas diz controlar o tempo em trabalho mediúnico, avisou a expoentes dos três Poderes estar atenta.

E mandou um alerta: Ela também está sub judice, não vai poder ajudar muito, porque ninguém tem feito direito seu trabalho. A FCCC já manteve convênio por anos, sem custos, com o Ministério de Minas e Energia, para monitorar os reservatórios das usinas. Desde a Era José Sarney no Palácio.

Que os políticos reparem as nuvens sombrias que se forjam sobre a Esplanada, nas próximas semanas. A conferir.

Vidente do Poder envia e-mail para Cunha e pede renúncia: fatos novos virão (UOL)

Leandro Mazzini – Coluna Esplanada24/11 02:00

A conhecida médium Adelaide Scritori, criadora da Fundação Cacique Cobra Coral, teve visão de nuvens cinzentas que se forjam com “novos fatos” perturbadores para Eduardo Cunha, presidente da Câmara dos Deputados.

Não titubeou em enviar-lhe um e-mail e sugeriu que ele renuncie, antes que seja tarde e vire alvo para valer do STF.

Adelaide é conhecida do circuito do Poder, no eixo Brasília-SP-Rio. Anuncia que sua fundação faz trabalhos espirituais de controle do tempo, e manteve parcerias (diz sem remuneração) com o Ministério de Minas e Energia e Prefeitura do Rio, entre outros clientes mundo afora.

Ficou famosa ao recomendar ao então presidente José Sarney que evitasse uma viagem programada no avião presidencial porque poderia sofrer um acidente. Cauteloso e supersticioso, Sarney acolheu a dica. A FAB teria descoberto depois uma falha numa peça da aeronave.

Fundação Cacique Cobra Coral na China (Isto É)

Coluna Ricardo Boechat

Edição 2406 – 15 de janeiro de 2016

Esoterismo
Na China

A Fundação Cacique Cobra Coral — entidade que afirma controlar o clima e tem contrato com o Ministério de Minas e Energia, o Estado e Prefeitura do Rio para afastar tempestades ou fazer chover nos reservatórios da hidrelétricas — vai embora do Brasil. A médium Adelaide Scritori, que diz incorporar o cacique, estuda proposta de um grupo chinês para reduzir a poluição por lá através das chuvas. O contrato teria de ser exclusivo e foi considerado “irrecusável”. Inclui uma ajuda de custo de US$ 1 milhão por mês mais despesas fixas. A médium diz que vai “consultar o cacique” já que recusou no ano passado um convite semelhante da Austrália devido à crise hídrica que passava o Brasil.

Ouvir o cacique (O Globo)

POR JORGE BASTOS MORENO

12/03/2010 10:14

LUIZ GARCIA

É muito simples entender o que é a Fundação Cacique Cobra Coral. Trata-se de organização que se declara beneficente — e não há qualquer prova em contrário — que se atribuiu a missão de “minimizar catástrofes” avisando as autoridades com antecedência. Claro, entender é uma coisa, acreditar é outra. Mas também não falta quem acredite, e, parece, com boas razões.

A fundação foi criada por um certo Angelo Scritori, que morreu em 2002, com alegados 104 anos. Ele recebia os avisos da iminência de desastres naturais do Padre Cícero. Pouco antes de morrer, avisou à praça que seria sucedido pela filha, Adelaide, cujo contato com o outro lado passaria a ser o Cacique Cobra Coral.

Este se comunica com ela falando com sotaque de caboclo brasileiro, embora seja um índio americano Ao avisar sobre a substituição, Padre Cícero informou que o cacique também teria sido, em outras encarnações (se essa é a palavra certa, tratando-se de um espírito), Abraham Lincoln e Galileu Galilei. O leitor não deve ver esse dado com estranheza — até mesmo porque, se é cidadão de pouca fé, francamente, não tem qualquer razão para continuar lendo este artigo.

Mas parece que gente de muita fé não falta. O governo de São Paulo, por exemplo, tem contrato — sem valor financeiro — com a fundação desde 2005. Recebe aviso sobre catástrofes naturais a caminho, com tempo de tomar providências. Se as toma, não se sabe, mas isso não é problema para d. Adelaide.

Ela é bem-sucedida corretora de imóveis, moradora na região próspera dos Jardins de São Paulo. Há algum tempo, definiu com clareza o seu próprio papel como anunciadora de catástrofes: “Funcionamos como uma espécie de air bag. Reduzimos os danos, mas as autoridades têm de fazer a parte delas. O cacique não pode servir de muleta para os homens.”

Talvez como prova disso, a fundação já teve convênio com a Prefeitura de São Paulo, mas o rompeu na gestão do prefeito Gilberto Kassab, porque ele acabara com uma verba destinada a combater causas de desastres climáticos.

Seja como for, o prestígio da Cobra Coral vai além de São Paulo. Em novembro de 2008, a Comissão de Ciência e Tecnologia do Senado aprovou um convite a Adelaide para ir até lá discutir o apagão em 18 estados. Não sei se chegou a ir, não me lembro de notícia disso, mas o convite existiu.

Aqui no Rio, a fundação está discutindo com a Prefeitura a renovação de um convênio — que não envolve qualquer pagamento — pelo qual a fundação profetiza tempestades e assim ajuda a diminuir os seus efeitos. Sendo de graça, por que não ouvir o cacique?

Texto publicado no Globo de hoje.

The Shaman (Radio Ambulante)

PRODUCED BY Radio Ambulante

 

Unknown

Bogota, Colombia — The intense winter rains of 2011 left thousands of Colombians flooded out of their homes and claimed hundreds of lives. That same year, a man named Jorge Elías González became infamous for taking public money to keep the skies clear over Bogotá. Here’s his story, as reported by Melba Escobar.

 

Fundação Cacique Cobra Coral dá data para o fim da crise hídrica (Glamurama/UOL)

Osmar Santos, da Fundação Cacique Cobra Coral

Nem só de más notícias vive a presidente Dilma Rousseff. Por intermédio do governador do Rio, Luiz Fernando Pezão, ela tem recebido diariamente informes da Fundação Cacique Cobra Coral, entidade esotérica especializada em fenômenos climáticos, no monitoramento meteorológico e conveniada com o Ministério de Minas e Energia, o governo do Estado do RJ e a Prefeitura do Rio.

Os relatórios apontam uma tendência de elevação nos níveis dos reservatórios do Sudeste antes do verão chegar. Com isso, o governo poderá anunciar em breve a redução nos preços da energia. O informe mais recente diz que, após a antecipação do período chuvoso ainda na primavera, prometido pela entidade em 27 de setembro, mais três poderosos fenômenos voltarão a atuar no Sudeste para ajudar a elevar o nível dos mananciais: Alta da Bolívia, Baixa do Chaco e ZACS (Zona de Convergência do Atlântico Sul).

A região Sudeste vai continuar recebendo um verdadeiro bombardeio de chuva nos próximos dias.

Fundação Cacique Cobra Coral culpa motorista por chuva no Rock in Rio (Extra) + artigos relacionados

28/09/15 16:48 Atualizado em 28/09/15 18:13

Chuva caiu durante último dia do Rock in Rio 27/09/2015

Chuva caiu durante último dia do Rock in Rio 27/09/2015 Foto: Rafael Moraes / Extra

Igor Ricardo

Contratada pela organização do Rock in Rio para evitar chuvas durante o festival, a Fundação Cacique Cobra Coral falhou e emitiu um comunicado eximindo-se de culpa pelo temporal que caiu neste domingo, último dia do evento. Segundo a nota, o responsável foi o motorista encarregado de levar a médium Adelaide Scritori e sua equipe para a Cidade do Rock, na Zona Oeste do Rio, já que o profissional teria esquecido o adesivo de passe livre do carro.

“Quando já estávamos próximos da City do Rock (Cidade do Rock) o chofer (motorista) percebeu que havia esquecido de adesivar o auto (veículo), que com as barreiras não iria conseguir entrar e voltou para buscar o adesivo, atrasando nossa ida. Quando lá chegamos, a chuva já havia entrado”, afirmava o comunicado.

Durante o show do A-ha, chuva castigou público do festival 27/09/2015

Durante o show do A-ha, chuva castigou público do festival 27/09/2015 Foto: Marcelo Theobald / Extra

De acordo com Osmar Santos, porta-voz oficial da entidade, o atraso foi de cerca de 30 minutos, prejudicando a ação da fundação, conforme conversou com o EXTRA.

– Um atraso de 30 minutos, tempo que levou para voltarmos para pegar o adesivo do carro (no Hotel Windsor, na Barra da Tijuca), antecipou em quatro horas o que já estávamos prevendo. A chuva só iria cair por volta das 2h, ou seja, depois dos shows – explicou Osmar.

Entretanto, não é a primeira vez que a “burocracia terrena” atrapalha os alegados dons sobrenaturais da Fundação Cobra Coral. Em 2011, quando também foi contratada pelo Rock in Rio e choveu no segundo dia do evento, a desculpa foi exatamente a mesma: a falta do adesivo de livre acesso.

“Desde os boletins do dia 14 (setembro de 2011), já sabíamos que a previsão era de chuva para esses dias de shows. Mas, se conseguíssemos entrar (na Cidade do Rock), faríamos o isolamento do local e poderia ser fácil canalizar essa chuva para Minas, por exemplo, que está seco. Mas, infelizmente, não tínhamos o adesivo”, disse Osmar, em entrevista na época.

Poça d’água gigante se formou após chuva na Cidade do Rock 27/09/2015

Poça d’água gigante se formou após chuva na Cidade do Rock 27/09/2015 Foto: Marcelo Theobald / Extra

Área de instabilidade

Além do adesivo, o porta-voz da entidade justificou que a chuva deste domingo foi ocasionada por uma área de instabilidade que estava sobre a cidade, e não por uma frente fria. Osmar contou que a fundação impediu a ação dessa frente fria no Rio após uma viagem que fez para São Paulo e Minas Gerais na última sexta-feira. Segundo ele, a ação meteorológica foi minimizada.

– A frente fria não veio. O que causou a chuva durante o festival foi a combinação do calor com a umidade, provocando essa área de instabilidade. Considero que nosso trabalho foi 100%, mas, pela opinião pública, nós só seremos julgados pelas três horas de ontem (domingo) – disse.

Para a meteorologista do Climatempo Bianca Lobo, a chuva que caiu sobre todo o Rio de Janeiro no domingo foi reflexo da passagem de uma frente que veio de São Paulo na sexta-feira. O fenômeno meteorológico passou rapidamente pela cidade no sábado, mas deixou diversas áreas de instabilidade. O calor e a umidade também ajudam a explicar a precipitação do domingo, afirmou a especialista.

– Essa frente fria passou e deixou áreas de instabilidade pela cidade. O calor e a umidade, claro, que ajudaram também para as fortes pancadas – contou Bianca.

Até quarta-feira, a previsão continua sendo de chuva para o Rio de Janeiro, com temperaturas chegando aos 30 graus, segundo o Climatempo.

A assessoria de imprensa do Rock in Rio foi procurada para falar sobre a explicação dada pela Fundação Cobra Coral, mas, até o momento, não se pronunciou oficialmente. A ONG presta serviços para o festival desde o evento de 2001. Além das apresentações no Rio, a entidade colabora para evitar maiores incidentes naturais no festival que é realizado fora do Brasil, como Estados Unidos e Portugal.

Leia na íntegra o comunicado da Fundação Cobra Coral:

“Caros, boa noite. Devido alerta que recebemos da formação de áreas de instabilidade devido o calor, já que a frente já havia sido barrada sexta em SP, pedimos às 18h30 a logística que antecipassem nossa ida até a City do Rock, como temos feito todos esses dias, para isolar a área da City. O auto chegou para nos buscar pontualmente. Só que quando já estávamos próximos da City do Rock o chofer percebeu que havia esquecido de adesivar o auto (pois estava usando o auto com outros adesivos) que, com as barreiras, não iria conseguir entrar e voltou para buscar o adesivo, atrasando nossa ida. Quando lá chegamos, a chuva já havia entrado sem adesivo e o bloqueio foi rompido. Tudo isso atrasou nossa chegada em 30 minutos, mas o suficiente para o ocorrido. Quando só era para ocorrer a partir das 03h00 da manhã do dia 28 para a antecipação do período chuvoso na Primavera, que estamos atuando para o estado do RJ. Mesmo assim, ficamos por lá para ir reduzindo lentamente à intempérie. Lamentável que se repita tal situação. Mas não foi culpa da org (organização) que sempre foi impecável. Falhas humanas ocorrem”.


Carro sem adesivo explica chuva no Rock in Rio, segundo Cobra Coral (Época)

Porta-voz da fundação esotérica contratada para desviar chuva afirma que o “erro foi humano”

NONATO VIEGAS

28/09/2015 – 20h18 – Atualizado 28/09/2015 20h18

Ainda na tarde de domingo, uma mensagem do Alerta Rio, sistema de monitoramento da prefeitura que atua em parceria com a Fundação Cacique Cobra Coral, avisava: “Mudança para estágio de atenção em todo o município às 20h33 do dia 27/9/2015.” Precavido, Osmar Santos, do Cacique Cobra Coral, ligou para a organização do evento, pedindo-lhes que enviasse um carro para buscá-lo imediatamente. Ele faria uma “operação de isolamento” da Cidade do Rock. A entidade esotérica fora contratada pela organização do evento para desviar chuvas da região.

Eram 18 horas. Ato contínuo a organização enviou carro e motorista. No caminho de volta, quase chegando, o funcionário, contratado pelo Rock in Rio, lembrou que esquecera do adesivo de livre acesso do evento para o carro. “Não deu tempo. A chuva não precisa de adesivo para chegar”, explicou Osmar. “Quando voltamos, era tarde demais. Ocorreu um erro humano.”

A operação de isolamento consiste na ida do próprio Osmar Santos até o local – com ou sem a médium Adelaide Scritori – para colher informações de pressão e umidade. Tudo é repassado para a médium, que, segundo Osmar, se comunica com o espírito de Cacique Cobra Coral, alterando as mudanças necessárias no tempo. Pode-se enviar a precipitação para outra região ou apenas “isolar” uma determinada área. Deu certo até sábado. Até helicóptero a organização do evento disponibilizou.

A fundação Cobra Coral existe há 17 anos, para, segundo afirma Osmar Santos, ajudar a equilibrar a natureza da interferência humana na natureza. A entidade Cobra Coral, segundo seus seguidores, teria sido noutras vidas o cientista Galileu Galilei e o ex-presidente americano Abraham Lincoln.

Água nos reservatórios

A pedido do governador do Rio de Janeiro, Luiz Fernando Pezão, o Cacique Cobra Coral volta a se dedicar, agora, à “operação” para que não falte água no estado. Sua médium, Scritori, tem trabalhado no Paraíba do Sul, desde São Paulo, para que chova nos reservatórios. E afirma ter tido sucesso: “Na primeira quinzena de setembro, choveu nos reservatórios o dobro da média do mês”, garante Santos.


Chove forte na última noite de Rock in Rio e tirolesa para de funcionar (Veja Rio)

Organização do festival tem acordo com a Fundação Cacique Cobra Coral, entidade conhecida por evitar fenômenos do tipo

Por: Saulo Guimarães

27/09/2015 às 20:56

capa de chuva rock in rio

Capas de chuva em ação: chuva com trovoada cai no último dia de Rock in Rio, domingo (27) (Foto: Saulo Guimarães)

O que todos temiam aconteceu. Na última noite de Rock in Rio, domingo (27), por volta de 20h20, relâmpagos e gotas de chuva começaram a cair na Cidade do Rock. A chuva persistente forçou o público a abrir a sombrinha, vestir a capa e se abrigar como pode. É bom lembrar que a organização do festival firmou um acordo com a Fundação Cacique Cobra Coral, entidade espírito-meteorológica conhecida por (prometer) deter fenômenos do tipo. Mas, pelo visto, o trato não deu certo. Procurada, a organização optou por não divulgar os valores envolvidos na transação.

O município do Rio entrou em estágio de atenção às 20h33. Há previsão de pancadas de chuva com rajadas de vento e raios, segundo o Centro de Operações da Prefeitura.

Tirolesa fechada por tempo indeterminado

tirolesa fechada

(Foto: Saulo Guimarães)

O vento forte na Cidade do Rock levou à interrupção do funcionamento da tirolesa, um dos principais brinquedos do evento. De acordo com organizadores, ela só será reaberta se o tempo melhorar.


Temporal que caiu no Rock in Rio trouxe lembranças de 1985 (O Globo)

De dia, fãs de A-ha e Katy Perry curtiram o sol; chuva expulsou parte do público depois

POR BERNARDO ARAUJO

Público assiste ao show de Aluna George embaixo de muita chuva – Guito Moreto / Agência O Globo

RIO – “Que tarde linda!”, exclamou o sempre animado Rodrigo Suricato ao abrir ontem o Palco Sunset, junto à banda que carrega no nome. Com ou sem a ajuda da entidade Cacique Cobra Coral, o domingo foi de sol para as famílias que, em muitos casos, misturavam fãs dos veteranos A-ha e Al Jarreau a jovens admiradores de Katy Perry, a atração de encerramento da festa, já na madrugada de hoje. Um dia colorido, sem o conteúdo picante da noite de sábado, quando imperou o clima de amor livre, inspirado pela libertária Rihanna. À noite, porém, tudo mudou, e o contrato da entidade que promete agir sobre o tempo pareceu ter vencido: uma forte chuva desabou sobre a Cidade do Rock, fazendo um considerável número de pessoas ir embora mais cedo. Na Rock Street, grandes poças d’água se formavam. E, sem poder levar guarda-chuvas, parte do público tentava conseguir sacos de lixo com funcionários da limpeza para improvisar capas. Até o chafariz foi desligado. Mas muita gente não se importou e seguiu dançando na chuva até tarde.

O domingão não prometia uma montanha-russa de emoções, mas o começo da jornada na Cidade do Rock foi agitado: animado, o povo chegou cedo e correu para agendar as visitas aos brinquedos, mas a montanha-russa, logo ela, teve um “problema de lubrificação”, como depois explicou a assessoria de imprensa do festival, e precisou ser parada por aproximadamente meia hora. Foi o suficiente para se formar uma fila gigantesca, com princípios de confusão e funcionários despreparados para conter a massa sob o calor. Sorte que o problema foi resolvido com razoável presteza pelos técnicos.

Em meio às famílias, chamavam a atenção fãs e clones da colorida Katy. Não eram raras as meninas com perucas azuis, parte tradicional do visual da cantora. A professora pernambucana Viviane Silva, de 23 anos, chegou à Cidade do Rock com um dos figurinos usados pela cantora na atual turnê, “The prismatic”. Sua mãe levou um dia inteiro para costurar o tecido metalizado de capa de sofá, e o namorado, o mesmo tempo para instalar luzes de LED no conjunto de top e saia.

— A Katy costuma convocar pessoas com roupas chamativas para o palco. Eu quero abraçá-la e tirar foto. Gosto muito da música dela, como os hits “Teenage dream” e “Roar” — disse a recifense.

Enquanto as Katies desfilavam pela Cidade do Rock, que parecia menos cheia do que na tarde-noite de sábado, e definitivamente recebia um público mais tranquilo, o fã-clube do A-ha, sempre numeroso e proativo no Brasil, também deixava sua marca. Apesar dos seis shows do trio norueguês agendados para diferentes cidades brasileiras, os fãs de todo país fizeram questão de ir ao festival e brigar pelo lugar de protagonistas, assumindo uma rivalidade com o papel de headliner de Katy Perry. Eles gravaram inclusive um tributo à banda com vozes captadas pelo aplicativo WhatsApp.

— Quando o A-ha anunciou o retorno para comemorar os 30 anos da banda no Rock in Rio, houve uma comoção. No WhatsApp, começou uma dinâmica de envios de trechos de canções, e com o passar do tempo veio a ideia de fazer um CD para entregar à banda — contou a fã Norma Meireles, de 45 anos, que saiu de João Pessoa, na Paraíba, para ver o grupo norueguês pela terceira vez.

Enquanto os fãs de A-ha e Katy promoviam uma espécie de Marlene x Emilinha pacífico, os portugueses Aurea e Boss AC mostravam o balanço lusitano no Palco Sunset, sempre com um público simpático, mas sem dar grande atenção ao que acontecia no palco. O veterano Al Jarreau, com seu show de piano-bar, conduzido por uma competente banda de free jazz, foi outro que atraiu alguns pais, mas pouquíssimos filhos, com canções como “Your song”, clássico de Elton John, e o convidado Marcos Valle, que cantou o obrigatório “Samba de verão” e “Os grilos”.

Às 19h, o trio de reggae Cidade Negra inaugurou o Palco Mundo, em sua primeira apresentação no espaço em quase 30 anos de banda. Com o galã Toni Garrido à frente, o Cidade enfileirou sucessos e obteve uma boa reação do público, com músicas como “A sombra da maldade”, “Aonde você mora?” e “Pensamento”.

Tudo parecia bem, o público aquecido, quando veio a chuva, atrapalhando o show em tributo aos 450 anos do Rio, com artistas como Alcione e Simoninha. Ao fim da noite, ninguém mais precisaria pagar por lama.


Rock in Rio: festival que vai (muito) além da música (Cult 22)

Chuva de fogos

Por Marcos Pinheiro
Fotos: Rock in Rio (oficial) e divulgação

29 de setembro de 2015

Roberta MedinaRock in Rio 2015 terminou com a garantia de mais duas edições no Brasil, em 2017 e 2019. Esse passaporte já estava “carimbado” antes mesmo de começar o festival por conta da renovação de contrato com a Prefeitura do Rio de Janeiro. No último dia do evento, domingo (27/9), a organização reforçou a informação ao anunciar que a próxima versão já conta com os patrocínios de empresas como Itaú, Ipiranga, Rede Globo e Multishow. Nenhuma atração, porém, foi confirmada. “Ao longo desses 30 anos de história, o Rock in Rio ganhou o mundo e conquistou as pessoas. Crescemos, nos internacionalizamos e somos reconhecidos como o maior evento de música e entretenimento do mundo. Nos consolidamos como um espaço de alegria e como uma mega plataforma de relacionamento com o consumidor gerando oportunidades de negócios e exposição de marcas. Os patrocinadores são essenciais para viabilizar o evento na qualidade de entrega de infraestrutura e de serviços, da grande variedade de atrações e do line up com tantas estrelas de peso nacional e internacional“, comemorou a empresária Roberto Medina (foto), vice-presidente do Rock in Rio, em entrevista coletiva à imprensa.

Palco Rock in RioNas 16 edições já realizadas – Rio de Janeiro (6), Lisboa (6), Madri (3) e Las Vegas (1) -, o festival contabiliza um público de mais de 8,2 milhões de pessoas – só nessa recente versão brasileira foram 595 mil durante os sete dias. Críticas (bastante válidas) a parte, os números realmente confirmam o quanto a marca Rock in Rio é superlativa e se consolidou como o maior evento musical do planeta. Muitas bandas internacionais – algumas tocando pela primeira vez no país – falaram, inclusive, da alegria em estar tocando e na importância do evento. Seria até motivo de orgulho se o povo brasileiro não tivesse tanto “complexo de vira-lata”. Sobre as escolhas das atrações – muitas vezes equivocadas, concordo – deixo para analisar depois.

MARKETING AGRESSIVO
A estratégia de marketing é um grande case para estudo. De cara, o Rock in Rio conta com total apoio da Prefeitura e também do Governo do Estado. Isso possibilita uma mobilização de todo o Rio de Janeiro em torno do evento em termos de logística, trânsito, divulgação oficial, etc. Basta pisar na cidade para “respirar” os ares do festival – isso desde meses antes. Em 2015, ainda teve o patrocínio privado de grandes empresas de vários segmentos – banco (Itaú), telefonia (Oi), operadora de TV (Sky), redes de lanchonete (Bob´s) e posto de gasolina (Ipiranga), montadora de automóveis (Volkswagen), fábricas de refrigerante (Pepsi), cerveja (Heineken), bebida (Bacardi) e preservativos (Olla) -, além da maior emissora de TV do país (Globo) e de um canal de entretenimento correlacionado (Multishow), entre outras parcerias.

Rock in Rio exposiçãoMais que o dinheiro garantido, o Rock in Rio capilariza sua divulgação pelas várias ações de marketing desenvolvidas pelas empresas, com anúncios próprios e uma infinidade de promoções, concursos, etc. Não a toa os ingressos para todos os sete dias se esgotaram em poucas horas, tanto na pré-venda – em novembro de 2014 – quanto na venda oficial, em abril passado. Uma última carga ainda foi disponibilizada em agosto e toda comercializada em menos de três dias. Para reforçar a divulgação pelo Brasil, o festival promoveu a Expo Rock in Rio 30 Anos (foto), mostra itinerante com fotos, vídeos e maquetes que passou por Rio de Janeiro, Cuiabá, Brasília (em julho, no Conjunto Nacional), Porto Alegre e São Paulo.

Angra no estúdio BacardiDentro da Cidade do Rock as diversas marcas fizeram de tudo para se expor. O Bob´s deteve a exclusividade na venda de hambúrgueres e espalhou quatro lanchonetes pela arena. A Volkswagen montou palco próprio para a apresentação de um pequeno musical – com 15 minutos de duração e quatro sessões diárias – contando a história do festival com 10 dançarinos e quatro atores encarnando nomes como Ney Matogrosso, Cazuza, Rita Lee, Cássia Eller, Queen, Iron Maiden e outros. A Pepsi, em seu stand, promoveu karaokê diário com banda de apoio tocando ao vivo enquanto os aspirantes escolhiam a música predileta para cantar. A Bacardi montou um estúdio profissional para que bandas (como o Angrafoto) e cantores pudessem gravar uma demo de verdade – e que contou com a participação de várias “celebridades”, incluindo atores, atrizes e modelos. As chamadas “presenças” também foram o ponto alto no espaço da Sky, que a cada dia trouxe de três a quatro atrações – incluindo a modelo inglesa Cara Delevingne (atriz de “Cidades de papel”). A Heineken promoveu enquete para que o público votasse nas músicas preferidas dos headliners de cada noite – e as três mais votadas eram expostas no telão rotativo de LED da gigantesca torre da tirolesa. O Itaú, com caixas eletrônicos instalados na arena, distribuiu pulseiras que piscam. Já a Oi criou cases luminosos de guitarra que serviam para recarregar celulares. E por aí vai…

Star WarsAlém das ações diárias, ocorreram algumas isoladas. Para promover Star Wars – O Despertar da Força, o sétimo da franquia – que estreia somente em 17 de dezembro -, a Lucas Film promoveu em 19 de setembro (“noite do Metallica”) uma invasão dos Stormtroopers, os guardas de armadura branca do Império. Os atores fantasiados formaram um batalhão no meio da arena, enquanto era exibido no telão do Palco Mundo um trailer do filme.

SHOPPING + PARQUE DE DIVERSÕES
Lama de 1985Somado aos espaços parceiros existia, claro, três lojas vendendo produtos oficiais do Rock in Rio a preços acima do mercado. Eram mais de 600 tipos de mercadorias, de acordo com os números divulgados. As famosas camisetas – com estampas diversas – foram comercializadas por R$ 80, no mínimo. Tinham também bonés, chaveiros, copos, CDs, DVDs, cadernos, agendas, fitas (ao estilo Senhor do Bonfim), bottons, colares, pingentes (e outras bijuterias), cangas e muito mais. O mais exótico de todos era a chamada “Lama de 1985″, azulejo de acrílico vendido a R$ 185 que contém um pedaço do terreno original da lendária (e chuvosa) primeira edição do festival – pelo menos é o que garante a organização. Outro item lançado durante o festival, o livro “Rock in Rio 30 Anos” (Editora 5W) conta a história do evento por meio de fotos, relatos de artistas brasileiros e estrangeiros e esboços de palcos em papel vegetal. A capa, sintomaticamente, mostra justamente a forte chuva e a lama… de 1985!

LockersCaros também eram os preços praticados nos bares, lanchonetes e por vendedores ambulantes: um copo de água 300ml estava a R$ 5refrigerante (garrafa 300ml) a R$ 6chope (500ml) a R$ 10; e sanduíches entre R$ 15 e 20. Outro serviço oferecido foi o de guarda-volumes: por R$ 55 (na hora) ou R$ 45 (antecipado) era possível alugar um armário (locker) para malas, documentos e equipamentos eletrônicos num posto monitorado com câmeras e que funcionou durante todo o evento.

Com tantas marcas expostas – segundo a organização, foram quase 300 empresas parceiras -, onde também se incluem lojas de departamentos e outras opções de fast food (pizzas, cachorro quente, comida japonesa), a arena com 150 mil metros quadrados se transformou num enorme shopping center ao ar livre. Dependendo do perfil das atrações do dia (e respectivo público), a música ficou mesmo em segundo plano. Isso explica muita coisa – e se tornou mais óbvio nos chamados “dias pop”, 26 e 27 de setembro.

TirolesaPara reforçar o lado entretenimento – e ampliar o conceito para “parque de diversões” -, a Cidade do Rock ofereceu, gratuitamente, quatro opções de brinquedos: Roda-Gigante, com capacidade para 140 pessoas por viagem (de 10 minutos cada), que recebeu média de 3,3 mil pessoas por dia; Tirolesa, com até três pessoas e percurso de 40 segundos de uma torre a outra descendo bem em frente ao Palco Mundo (705 por dia); Montanha-Russa, com 1´30″ de “aventura” e capacidade para 28 pessoas (6,2 mil por dia); e o XTreme, pêndulo que gira rapidamente em todas as direções, também com 1´30″ de duração, até 24 pessoas e 3,4 mil por dia. Quem quisesse se “arriscar” em qualquer um podia fazer agendamento prévio por meio de uma plataforma digital. A iniciativa parece ter sido bem-sucedida: no início da noite, por volta das 18h30, 19h, já não havia mais vagas para inscrições. Houve até casamentos dentro da arena em capela montada no espaço Rock Street num total de oito cerimônias, incluindo uma união homoafetiva. Os casais felizardos foram escolhidos por concurso na Internet.

APOIO ESPIRITUAL?
Rio 450Além dos fortes patrocínios público e privado, o Rock in Rio ainda tem uma parceria “espiritual” – pelo menos é o que reza a lenda. Trata-se da Fundação Cacique Cobra Coral, conhecida por conseguir intervir misticamente no tempo de forma a não atrapalhar a realização de eventos. Para se ter ideia, o organismo tem contrato com a Prefeitura do Rio! Nesse festival o “pacto” vinha funcionando bem – no máximo uma garoa fina em dois ou três momentos – até a última noite, quando choveu forte a partir das 20h30 – curiosamente durante o show, no Palco Sunset, que celebrou os 450 anos da cidade do Rio de Janeiro (foto) e onde predominaram artistas da MPB e do samba. Depois foi diminuindo sensivelmente até passar com o A-HaTeria sido uma vingança dos “deuses do rock”?

Na questão ambiental, o festival também deu exemplo. Engajado na causa desde a edição de 2001, o Rock in Rio fechou parceria em 2015 com o Instituto E, voltado para o desenvolvimento sustentável. O objetivo (ambicioso) era reflorestar a Bacia do Rio Guandu, principal fonte de água da região metropolitana do Rio de Janeiro, com o replantio de milhões de árvores. Além de ações pontuais junto ao público presente, houve uma captação de recursos por meio de leilão de guitarras assinados por artistas como Queen, Metallica, Faith no More, A-Ha, System of a Down, Slipknot, Katy Perry, Lulu Santos e Lenine, entre outros. Até a noite de domingo (27) o número de replantio tinha chegado a quase 110 mil entre o público. Resta saber o que será conseguido com o leilão.

TRANSPORTE
BRTDiante de tantos números superlativos e mega ações de marketing, o Rock in Rio ainda tem um calo que aperta o calcanhar: o acesso do público. Nesta edição houve um esquema inédito de transportes com o uso do BRT, linha de ônibus rápida e com pista exclusiva. A intenção (louvável) foi eliminar o máximo possível de veículos ao redor da Cidade do Rock. Por R$ 6,80, o passageiro podia fazer a viagem ida e volta a partir do Terminal Alvorada, rodoviária localizada próxima à praia da Barra da Tijuca. O trajeto durava de 15 a 20 minutos. O problema era o caminho estação-arena-estação, distante quase 500 metros. Na ida, mesmo debaixo de sol, o povo ainda estava empolgado. Mas a volta parecia uma procissão de “walking deads”. Fora o fato de que era muita gente saindo junto e dificultando a locomoção. Outra opção, mais cara, eram os chamados ônibus “Primeira Classe”, linhas especiais que saíam de vários pontos da cidade direto para o festival, em horários previamente definidos, ao valor de R$ 70, ida e volta. De qualquer forma, a caminhada era inevitável e altamente desconfortável. Claro que na base do “jeitinho brasileiro” – ainda mais em se tratando da “livre iniciativa” carioca -, havia várias vans piratas fazendo o trajeto em preços “a combinar”. Os táxis chegavam a cobrar R$ 45 (por pessoa!) para trajetos curtos.

Como o entorno da Cidade do Rock está em obras por causa das Olimpíadas 2016, talvez para a próxima edição, o Rock in Rio possa ter condições de poupar os pés cansados da turma com uma estação mais próxima e que reduza bem a insalubre “peregrinação”. Fica a torcida. E estão lançadas as apostas para o line up de 2017!

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Seis perguntas para: Roberta Medina (IG/Lu Lacerda)

27/09/2015 – 12:00

roberta medina

Roberta Medina, vice-presidente do Rock in Rio, extraoficialmente chamada de “Prefeita da Cidade do Rock”, chega, neste domingo, a um final mais que bem-sucedido à frente do desafio de fazer uma edição especial de 30 anos do maior festival de música do país. Presidente da Dream Factory, ela repete, na família, a dobradinha que seu pai, Roberto Medina, tinha com o avô, Abraham Medina – ele criou, nos anos 50, o programa Noite de Gala, na TV Rio. Trazia artistas internacionais e ainda enfeitava o Rio para o Natal, tirando dinheiro do próprio bolso.
Seu pai sonha e Roberta executa, no melhor estilo pé-de-boi. Morando entre Rio e Lisboa, casada com o empresário Ricardo Acto, a executiva comanda 400 pessoas diretamente e ainda é a porta-voz do evento, que ela também ajudou a concretizar em Lisboa, Madri e Las Vegas. É uma empresária que consegue ser doce e dura ao mesmo tempo. Roberta que ver o RIR espalhado por outros lugares do mundo.

1. Seu avô, Abraham Medina, foi um empresário e produtor cultural excepcional – entre outras coisas, criou, na década de 50, o programa de TV Noite de Gala para estimular a compra de aparelhos de TV na sua rede de lojas, a Rei da Voz. Que lembranças você tem dele e que traços  acha que herdou?

“Ele emanava uma força, uma luz muito forte, de líder e visionário, mesmo quando já não estava no topo da sua carreira. Tenho pena de não ter vivido os tempos áureos para ver ao vivo as festas lindas que todos relatam que ele fazia na Cidade. Sempre que entrava num táxi e pedia que fosse para o prédio da Artplan, na Lagoa, os taxistas começavam a contar histórias do meu avô. Acho que o que vem passando no DNA da família é o empreendedorismo, a coragem de buscar o novo, a crença na mudança e uma eterna visão sonhadora de mundo.”

2. Você se envolve diretamente na negociação dos artistas que se apresentam no Rock in Rio? Já tentou contratar algum artista de quem é muito fã? Como foi? Qual artista você ainda gostaria de ver nos palcos do RIR?

“Quem gere toda a contratação artística com um supertime é o próprio Roberto. Eu gosto da execução, de tirar as ideias do papel. Por muito tempo, o artista que eu realmente fazia questão que um dia tocasse no Rock in Rio era o Robbie Williams, e aconteceu na última edição de Lisboa. Vontades renovadas e agora adoraria ver o Bruno Mars no Palco do Rock in Rio Brasil (ele esteve com a gente na edição do Rock in Rio USA este ano, em Las Vegas). Também sinto uma alegria imensa vendo as consagradas bandas brasileiras colocando a Cidade do Rock do Rio para cantar e pular da primeira música à última. Mas o meu grande desejo é ver o Sunset lançando cada vez mais encontros históricos da música para o mundo.”

3. Como é sua rotina nos dias do festival? Quais são os detalhes que você checa pessoalmente? Você é uma pessoa que tem facilidade de delegar funções?

“Aprendi a delegar desde o meu primeiro Rock in Rio. Não tinha conhecimento para querer nem poder concentrar nada em mim; aprendi cedo o valor da equipe e a confiar neles. Em dia de evento, se tudo estiver controlado, a equipe não precisa da nossa intervenção constante – ficamos disponíveis para apoiar e compartilhar tomadas de decisão. Andamos pelo recinto para ver como as coisas estão correndo e ver se é preciso algum ajuste. Além disso, e especificamente no meu caso, estou constantemente em contato com a assessoria para definição e aprovação de conteúdos a serem divulgados para a imprensa.”

4. Por que a escolha de Portugal para morar? Lá você é reconhecida nas ruas (Roberta fez parte do júri do programa Ídolos)?

“Na verdade, moro um ano de cada lado (Rio e Lisboa). No caso de Portugal, me identifiquei com o ritmo de Lisboa. Existe um melhor equilíbrio entre vida profissional e pessoal na Europa em geral. Lisboa é uma cidade pequena que oferece tudo que uma cidade grande oferece, mas sem os desafios que o excesso de população traz para um centro urbano. Fiz grandes amigos por lá e casei com o Ricardo, português, o que fez a família crescer para aquele lado do oceano.”

5. O que acha que ainda falta para o Rock in Rio melhorar?

“O Rock in Rio já superou em muito todos os limites de qualidade de entrega, se visto como um festival. Mas como nossa aposta é cada vez maior no conceito de parque temático da música, ainda há muito espaço para criar novos conteúdos, musicais e outros, e também para evoluir enquanto espaço físico.”

6. Como é seu relacionamento atual com a Fundação Cacique Cobra Coral? Parece que vc não acredita muito em coisas do astral…

“Muito pelo contrário, o relacionamento é ótimo. Acredito acima de tudo em energia e numa energia maior. Sou simpatizante do Budismo, acredito no Espiritismo, cresci em contato com Siddha Yoga. Se não fosse acreditar no que não se vê, ficaria difícil lidar com o que vemos. Com o Rock in Rio, a Fundação nunca falhou – depositamos nossas energias na mesma direção.”

Enviado por: Lu Lacerda

Governo e eventos como RiR contratando uma fundação para “deter” chuvas no Rio de Janeiro. (reddit.com)

[–]protestorNatal, RN [score hidden] 15 hours ago

Foi contratada pelo RJ.. você diz pelo governo do estado, com dinheiro público?

[–]vintagedanRio de Janeiro, RJ [score hidden] 12 hours ago

Não lembro se é o estado ou a cidade, mas a resposta é sim. Revoltante de fato.

Diga-se de passagem, eles ganham esse dinheiro há muitos anos.

[–]ROLeite [score hidden] 11 hours ago

Pelo o que eu sei, eles não recebem dinheiro público. Eles fazem parcerias nas quais eles podem utilizar espaços públicos que não são utilizados pela prefeitura.

[–]vintagedanRio de Janeiro, RJ [score hidden] 8 hours ago

Honestamente não me lembro agora, pois fazia anos que não ouvia falar da FCCC. De qualquer forma, posso estar enganado mesmo, e, no caso, eles não recebem dinheiro diretamente. Ainda assim, qualquer vantagem ou benefício em troca desse serviço deles é uma abominação.

[–]kinabr91Rio de Janeiro, RJ [score hidden] 4 hours ago

Município.

[–]carcapau [score hidden] 12 hours ago

http://vejasp.abril.com.br/materia/medium-da-fundacao-cacique-cobra-coral-tem-convenio-com-prefeitura/

Não conseguia encontrar os valores passados pelos governos à eles (mesmo tendo varias citações em diários oficiais), até que encontrei essa matéria da Veja:

No início do ano, o secretário das Subprefeituras, Andrea Matarazzo, revalidou a parceria. “O convênio é inodoro, incolor e sem valor financeiro, apenas continuou”, afirma Matarazzo. Adelaide diz que não cobra nada das cidades para desviar os temporais. Mas pede, em troca, algumas obras para evitar enchentes.

Na minha opinião eles devem oferecer os serviços de graça aos governos, em troca as parcerias são oficializadas em diários oficiais, e eles ganham prestigio e uma certa aura de autenticidade.

[–]SamucaDucaVitória Brasil, SP [score hidden] 10 hours ago

dar “prestígio” para uma fundação mediúnica? emprestar o selo do governo a um culto/seita/religião?

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[–]drimpeAracaju, SE [score hidden] 9 hours ago*

Como se a prefeitura/estado do Rio não dessem apoio pra JMJ, como se um ex-prefeito carioca não tivesse CONSTRUÍDO UMA IGREJA CATÓLICA com dinheiro público, e como se inúmeras lideranças políticas (incluindo a presidente deste país) não se sentassem, apoiassem e agradassem de inúmeras maneiras (incluindo aqui isenção fiscal) inúmeros líderes religiosos. Não é só o que você considera “normal” que pode sentar na janela.

É uma cagada a prefeitura carioca ter um convênio ou seja lá o que for com essa coisa aí? Certamente é. Mas não é nada de novo se tratando do nosso país.

edit: em adendo, o mesmo prefeito que construiu uma igreja católica com dinheiro público (César Maia) foi o que deu início ao convênio com a FCCC, em 2001. Pelo menos com essa última eles não gastam nada.

[–]SamucaDucaVitória Brasil, SP [score hidden] 9 hours ago

não é nada de novo

não faz diferença se é novidade ou não, se já havia sido feito antes ou não. o que é errado é errado.

[–]protestorNatal, RN [score hidden] 8 hours ago

CONSTRUÍDO UMA IGREJA CATÓLICA

Isso é um escândalo de inconstitucional, que igreja foi essa?

[–]drimpeAracaju, SE [score hidden] 7 hours ago

Igreja de São Jorge em Santa Cruz.

http://noticias.uol.com.br/politica/ultimas-noticias/2012/06/06/cesar-maia-ex-prefeito-do-rio-tem-direitos-politicos-suspensos-por-cinco-anos.htm

Mesmo assim o STJ suspendeu a decisão e o Cesar Maia se candidatou tranquilamente ao senado no ano passado. E recebeu 1,5 milhão de votos.

[–]aookami [score hidden] 6 hours ago

Esse tipo de controle sobre a chuva existe e faz tempo já. Usaram na abertura das olimpiadas de Pequim também.

Entrevista exclusiva com a médium que incorpora o Cacique Cobra Coral: ‘Trabalho com a reza e a mente’ (O Globo)

POR CLEO GUIMARÃES

24/09/2015 11:40

Adelaide ScritoriAdelaide Scritori | Reprodução

Contratada desde 1984 pela prefeitura e pelo governo do Rio para controlar o clima e evitar tragédias naturais, Adelaide Scritori, a médium que incorporaria o Cacique Cobra Coral tem trabalhado bastante neste Rock in Rio. Embora a previsão para domingo seja de chuva, ela é categórica: “Na Cidade do Rock não vai chover”, diz. Adelaide conversou com a coluna.

Como a senhora descobriu que teria o poder de controlar as condições climáticas?

Quando nasci, no Paraná, meu pai disse que o espírito de Padre Cícero havia se manifestado e avisou que a mais nova integrante da família teria poderes para se comunicar com outro espírito, um ente poderoso o suficiente para alterar fenômenos naturais. Aos sete anos, recebi num centro espírita as primeiras mensagens do Cacique Cobra Coral.

Como faz para alterar os fenômenos naturais? Há algum ritual?

Com reza e usando a mente. No ar, na terra ou no mar. Minhas operações são guiadas pela emoção e pela fé. Cada caso é um caso, como no fim de semana passado, na City do Roque (sic), no Rock in Rio. Ficou muito calor, então efetuei um trabalho de redução das temperaturas, especialmente na Zona Oeste do Rio.

A senhora diz que não cobra pelo trabalho. Como se mantém?

A Fundação Cacique Cobra Coral realmente não tem fins lucrativos. Vivo para a Fundação, e não da Fundação.

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Novo vocalista do Queen pede frutas cítricas, 50 toalhas brancas e o espírito de Freddie Mercury (Sensacionalista)

19 de setembro de 2015

Vencedor do American Idol e convidado para ser a voz do Queen, no lugar do saudoso Freddie Mercury, o americano (poxa, não dava pra pelo menos ser britânico?) Adam Lambert fez algumas exigências em seu camarim nesta noite de estreia no Rock in Rio: frutas cítricas como laranja e limão, uvas verdes, 50 toalhas brancas, jujubas em forma de ursinho – só vermelhas – e o espírito de Freddie Mercury baixando sobre ele no palco.

Diante do pedido, a prefeitura do Rio acionou os médiuns da Cacique Cobra Coral – os mesmos que não deixam chover no réveillon do Rio – para tentar chama o espirito do eterno vocalista do Queen. Até agora não obtiveram êxito.

Fundação esotérica promete desviar chuva do Rock in Rio para o Espírito Santo (Gazeta – ES)

16/09/2015 – 11h35 – Atualizado em 16/09/2015 – 12h07
Autor: Wing Costa | wbertulani@redegazeta.com.br

O espírito do Cacique Cobra Coral desviaria as chuvas que poderiam afetar o evento para minorar os efeitos da seca no Rio Doce

Fundação Cacique Cobra Coral afirma que pode controlar fenômenos naturais. Foto: Reprodução

Qual a ligação entre o Rio Doce, que corta o Espírito Santo, o Rio Paraíba do Sul e o evento de música Rock in Rio 2015? Além da óbvia presença da palavra “rio” no nome, todos eles sofrem influência de um espírito – incorporado pela médium Adelaide Scritori – que teria o poder de alterar fenômenos naturais.

A Fundação Cacique Cobra Coral, operada por Adelaide, é contratada pelos organizadores do Rock in Rio desde o segundo festival (após lamaçal histórico na edição de 1985) para desviar as chuvas do local do evento.

Como a fundação trabalha somente para um bem comum, como explica o porta-voz da entidade esotérica, Osmar Santos, desta vez as chuvas serão deslocadas para o Espírito Santo, para “minorar os efeitos da seca no Rio Doce”.

“Estamos fazendo um trabalho também para o Governo do Rio de Janeiro, para elevar o nível do Rio Paraíba do Sul. Como tudo é um ciclo, desabar água sobre o Estado não seria uma solução, então tem que chover em São Paulo, por exemplo. Isso afeta diretamente o Espírito Santo, que passa por um período seco”, explica o representante da entidade.

“Aí choveu essa semana, não foi?”, perguntou para a reportagem. Estamos trabalhando para fazer desse inverno um inverno úmido. Conhecemos a situação do Espírito Santo porque já fizemos muitos trabalhos aí a pedido do senador Gerson Camata”, conta.

O Cacique Cobra Coral, por meio da médium, também teria evitado chuvas em Olimpíadas e outros eventos por todo o globo. “As nuvens estavam feias em Londres e a previsão dizia que choveria às 20h. Nesse horário seria a abertura das Olimpíadas. A médium estava em Dublin – de onde vinham as nuvens – e conseguiu remanejar”, disse o representante.

Mas nada disso teria acontecido para um bem particular, como ele explica, já que, na época, estariam acontecendo muitas queimadas em Portugal e Espanha, e a força do espírito indígena teria feito com que as chuvas, além de não atrapalharem o evento esportivo, também apagassem os incêndios na Europa.

O espírito no Espírito Santo

Foto: Vitor Jubini – GZ. Gerson Camata atestou os poderes do Cacique Cobra Coral

A entidade atuou no Espírito Santo a pedido do ex-senador Gerson Camata, que lembra com bom humor a passagem. Ao ser perguntado, soltou um “ah, o cacique”, acompanhado de risadas. Aconteceu nos idos de 87 ou 88, se a memória do senador permite a margem de erro.

Como você chegou até o cacique?

Isso foi numa época de seca muito forte no Norte do Estado. Um senador colega me indicou e eu liguei.

O contato foi fácil?

Sim, é uma mulher que faz essas operações.

A fundação pediu algo para atuar no Estado?

Não, eles não me cobraram nada. Só me mandaram um mapa meteorológico e perguntaram: “Onde você quer que chova?”, logo apontei Marilândia e eles prometeram que antes da meia-noite a água passaria por cima da ponte.

E choveu?

Olha, conversei com o prefeito da época. Ele me ligou no dia da promessa, às 22h, e disse que o céu começara a nublar. Quando deu 1h da manhã ele me ligou pedindo para fazer o povo parar se não morreriam todos afogados, tanta água que era.

Então você atesta o poder do Cacique?

Poder eu não sei, mas que choveu, choveu.

Fonte: Gazeta Online

Rock in Rio recorre a cacique cobra coral para evitar chuva (O Globo)

Publicado em 15/09/2015, às 12h01 | Atualizado em 15/09/2015, às 12h03

Da Agência O Globo

A unidade exotérica foi contratada pela organização do festival / Foto: Alexandre Macieira / RioTur

A unidade exotérica foi contratada pela organização do festivalFoto: Alexandre Macieira / RioTur

A previsão é de tempo aberto para os primeiros dias do Rock in Rio, mas mesmo assim a organização do festival resolveu recorrer à Fundação Cacique Cobra Coral. A entidade exotérica que controlaria chuvas por meio de uma médium foi contratada a partir desta terça-feira. A fundação já foi parceira da prefeitura no sistema de alerta e prevenção a enchentes, mas em 2013 rompeu o convênio.O motivo é que a prefeitura deixou de entregar, nos prazos previstos, relatórios com um balanço dos investimentos em prevenção realizados ano passado na cidade. A ONG é comandada pela médium Adelaide Scritori, que afirma ter o poder de controlar o tempo. Desde a administração do ex-prefeito Cesar Maia, Adelaide esteve à disposição para prestar assistência espiritual a fim de tentar reduzir os estragos causados por temporais. Em janeiro de 2009, a prefeitura chegou a anunciar o fim da parceria, mas voltou atrás após uma forte chuva.

Para o Rock in Rio, a previsão é de tempo aberto e muito calor. Segundo o meteorologista Luiz Felipe Gozzo, uma massa de ar seco ganha força a partir desta quarta-feira. No final de semana, haverá o predomínio de sol e temperaturas altas, de aproximadamente 33 graus.

No ano passado, em plena crise hídrica em São Paulo, a Fundação Cobra Coral disse que alertou, em agosto, o governador Geraldo Alckmin, o prefeito Fernando Haddad e a presidente Dilma sobre a crise da falta d’água. Segundo Osmar Santos, a fundação comandada pela médium Adelaide Scritori, que diz incorporar o espírito do cacique Cobra Coral, eles propuseram obra para interligar os reservatórios de água de São Paulo, mas receberam resposta negativa.

Editorial: Fogo, índios e folclore (Folha de S.Paulo)

31/03/98

A notícia de que a Fundação Nacional do Índio (Funai) está financiando a viagem de um grupo de índios a Roraima a fim de realizar o “ritual da chuva” para combater o fogo mereceria ser tratada como uma anedota. Mereceria, não fosse ela o relato de um exemplo caricatural da inépcia que vem caraterizando a atuação do poder público brasileiro diante da devastação das reservas naturais e da pequena economia do Estado.

É um disparate que um órgão público como a Funai desperdice os seus poucos recursos dando chancela a crenças e práticas que só fazem sentido dentro do universo cultural dos índios. Isto é, se está considerando que não há hipótese de que algum funcionário da fundação realmente acredite que o ritual caiapó possa levar chuva para Roraima.

Considerações sobre o absurdo à parte, o que está em jogo é um problema que precisa ser enfrentado de modo racional, com o auxílio de conhecimentos científicos e o uso de tecnologia adequada. Embora a Funai não esteja nem de longe no centro do combate ao fogo, a atitude da fundação parece, no entanto, ser equivalente à de um ministro da Saúde que resolvesse agora recorrer ao poder dos pajés para combater a expansão da dengue ou da malária.

A atitude da Funai dá tintas lamentavelmente folclóricas a uma série de negligências e irresponsabilidades que contribuíram para agravar a catástrofe ambiental em Roraima.

O governo federal demorou muito a agir, apesar de ter sido alertado há meses para a existência do problema. Recusou a ajuda internacional, mostrando desconhecer a gravidade do incêndio. Agora, ao nacionalismo injustificado, que, seja dito, ainda parece imperar em amplos setores das Forças Armadas, vem se somar o primitivismo da Funai, que no episódio infelizmente se inspira mais na magia do que na ciência.

*   *   *

MEGAINCÊNDIO
Ianomâmis afirmam que a fundação deveria usar os pajés locais e não caiapós, como será feito
Funai “importa’ índios para dança da chuva (Folha de S.Paulo)

ALTINO MACHADO
da Agência Folha, em Boa Vista

São Paulo, segunda, 30 de março de 1998

Lideranças indígenas de Roraima criticaram ontem a Funai (Fundação Nacional do Índio) por se valer de supostos poderes sobrenaturais de dois pajés e duas crianças da etnia caiapó para fazer chover na região.

A equipe para celebrar o “ritual da chuva”, liderada pelo cacique Mengaron, estava sendo aguardada ontem em Boa Vista por funcionários da Funai. Hoje ou amanhã, a equipe será transportada de avião à reserva ianomâmi.

“Não faz sentido gastar dinheiro público com algo um tanto absurdo, quando a estiagem e o fogo estão deixando os índios sem ter o que comer”, disse Adalberto Silva, 39, vice-presidente do CIR (Conselho Indígena de Roraima).

Silva diz que teria sido melhor se a Funai tivesse comprado comida ou remédio com a verba que será gasta com a equipe do “ritual da chuva”. “O Mengaron é um funcionário da Funai e certamente os outros também são e moram em Brasília”, disse o diretor do CIR.

A decisão da Funai deixou perplexos os ianomâmis, que têm seus próprios xaboris (pajés). “Nós não vamos entender xabori caiapó, porque caiapó é uma nação diferente”, disse João Davi, 36, líder da aldeia Papiú Novo (a 285 km de Boa Vista). “Não entendemos por que vão trazer crianças.”

Davi, que está sendo iniciado como pajé, disse que sua etnia faz rituais durante os quais recorre aos “espíritos da natureza” para fazer chover. “A Funai quer aparecer à custa de nosso sofrimento. A gente nem sabia que iam fazer isso.”

“Ainda pedimos aos espíritos para mandar chuva. A Funai podia reunir os xaboris ianomâmis num mesmo lugar, e não trazer de uma nação diferente”, disse.

O administrador da Funai, Walter Blos, considerou “natural” a realização do “ritual da chuva”. O chefe da Operação Ianomâmi, Marcos Vinícius Ferreira, 30, diz que a sugestão de fazer chover em Roraima teria sido de Mengaron. “Decidimos facilitar essa ajuda espiritual aos ianomâmis”, disse.

Ciência
O Exército também estuda fazer chover, mas usando técnicas científicas. A 1ª Brigada de Infantaria de Selva pediu à Funceme (Fundação Cearense de Meteorologia) um técnico para avaliar a possibilidade de provocar chuva na região.

A assessoria de comunicação da brigada informou que o representante da fundação deve chegar durante a semana. De acordo com a brigada, a Funceme é conhecida no Nordeste por suas técnicas de bombardeamento de nuvens para provocar chuva.

Alarme falso
Ontem, às 18h50 (horário local, 19h50 no horário de Brasília), choveu em Boa Vista por cerca de dois minutos. A chuva chegou a animar alguns pedestres e motoristas que estavam na rua.

Cinco pessoas que viajavam na caçamba de uma camionete em frente ao Palácio do Governo, gritaram “Viva! Olha a chuva!”.

Alguns pedestres aplaudiram, e alguns motoristas buzinaram. Mas a alegria durou pouco. A quantidade de chuva não possibilitou nem mesmo a formação de poças ou de enxurrada.

A água da chuva apenas deixou marcas esparsas sobre o chão e as capotas dos carros. O céu continua encoberto, como está há alguns dias devido à fumaça dos incêndios que cobre Boa Vista.

Hoje deve chegar a Roraima o deputado federal Fernando Gabeira (PV-SP), membro da comissão de meio ambiente da Câmara.

*   *   *

O saber e a pose (Folha de S.Paulo)

Os índios são no Brasil de hoje um dos últimos redutos de uma espiritualidade autêntica

OLAVO DE CARVALHO

20/04/98 

Escrevendo na Folha, uma cientista social (ah, como é rico em cientistas sociais este Brasil!) explica-nos que a eficácia dos ritos indígenas para produzir chuva é um resultado do consenso social. Não é maravilhoso? Pressionadas pela opinião pública, as nuvens fazem pipi de medo. Já a “Veja”, com seu característico ar de menininho primeiro da classe, alerta contra o ressurgimento das crendices, como se fosse muito mais  racional e científico acreditar na “Veja” do que nos pajés de Roraima.

Da minha parte, não me lembro de jamais ter acreditado piamente numa única linha dessa revista. Não vai nisso nenhuma ofensa aos coleguinhas: um jornalismo saudável não dá por pressuposta a sua própria infalibilidade, sobretudo em assuntos tão estranhos à mente jornalística como o é a arte de fazer chover.

Havendo motivos de sobra para duvidar de que citadinos incapazes de extrair um pingo d’água de um coco seco tenham grande autoridade para opinar em questões de pluviosidade ritual, parece-me que as classes falantes têm oferecido ao público, no que dizem da chuva que salvou Roraima, um triste espetáculo de ignorância presunçosa.

Enquanto os pajés davam com modéstia exemplar um show de eficiência e poder, os ditos civilizados procuravam esconder sua vergonhosa impotência por trás de pedantismos verbais, recriminações mútuas, acusações ao “governo ladro” que não produz chuva e, “last but not least”, despeitadíssimas tentativas de diminuir e aviltar o grande feito dos dois admiráveis sacerdotes.

Mas que mais poderiam fazer? Que entende de diálogos com o céu essa gente imersa na “completa terrestrialidade e mundanização do pensamento” preconizada por Antônio Gramsci?

A “Veja”, por exemplo, está tão longe do assunto que, quando fala de “renascimento da fé”, não entende por essa expressão nada mais que um fenômeno de marketing. Crendice, no sentido rigoroso do termo, seria acreditar que mentalidades lacradas na atualidade jornalística mais compressiva, incapazes de desligar-se mesmo hipoteticamente dos preconceitos contemporâneos, pudessem nos ensinar alguma coisa sobre o supratemporal e o eterno.

Para quem enxerga alguma coisa nesses domínios, há uma diferença abissal entre o mero “sentimento religioso”, fato imanente à psique humana, e o ato espiritual propriamente dito, cujo alcance se prolonga para muito além dos limites da subjetividade individual ou coletiva e chega a tocar um outro plano de existência, que nem por invisível é menos real e objetivo do que este mundo nosso de pedra e sangue.

Uma das mais notórias ilustrações dessa distinção é, precisamente, a diferença entre a pura força auto-hipnótica da sugestão coletiva e o efeito físico que certas preces e ritos determinam sobre a natureza em torno, imune, por definição, às flutuações da opinião pública.

Em última instância, como já ensinava o episódio de Moisés ante os magos do Egito, é o domínio sobre o mundo físico que atesta a diferença entre o carisma em sentido estrito – dom de Deus e poder espiritual autêntico – e o “carisma” em sentido sociológico, redutivo e caricatural, vulgar atração mútua entre as massas e seu ídolo.

Mas essa diferença é, por definição, invisível à mentalidade radicalmente mundanizada das classes falantes, um clero leigo empenhado em tampar o céu para que, na escuridão resultante, sua potência iluminista de meio watt pareça um verdadeiro sol.

Eis por que essas pessoas chegam ao supremo ridículo de atribuir o efeito dos ritos sobre a natureza ao funcionamento imanente da psique e da sociedade, como se árvores e nuvens, bichos e galáxias fossem regidos pelas leis da nossa vã sociologia. Explicar o objeto pelo sujeito, o transcendente pelo imanente é o mesmo que conferir às leis da eletrotelefonia o poder de determinar o que se diz numa conversa telefônica.

Mas, na ânsia de negar, o orgulho moderno não hesita em afundar no ilogismo mais estúpido. O apego à modernidade científica torna-se, então, uma crendice supersticiosa que faz um sujeito regredir à noite dos tempos e pensar como um neandertalóide.

Não, caros intelectuais, vocês não têm nenhuma explicação válida para a chuva produzida em Roraima pelas preces dos dois pajés, e o ar de superioridade fingida com que falam do que não entendem só mostra que sua ciência é bem menos confiável que a deles.

Certas tribos brasileiras conservam uma intensidade de vida religiosa e o domínio de conhecimentos espirituais que de há muito se tornaram, para a intelectualidade citadina, misteriosos e incompreensíveis. Os índios não fazem mistério algum em torno desses conhecimentos, assim como os santos da igreja, os gurus vedantinos, os grandes mestres do budismo. É a malícia temerosa do observador que torna obscuro e ameaçador o luminoso e evidente e que, não suportando a luz, busca reduzi-la à refração das suas próprias trevas.

Malgrado o empobrecimento de suas culturas, os índios são no Brasil de hoje um dos últimos redutos de uma espiritualidade autêntica, feita de um conhecimento que é objetividade, simplicidade e poder; nada tem a ver com o misto de sentimentalismo e exaltação ideológica apresentado como a única religião possível por uma pseudociência cega e pretensiosa, por todo um cortejo desprezível de padrecos e acadêmicos incapazes de enxergar além das paredes do poço gnosiológico em que se enfurnam.

Se os dois pajés fizeram o que a gente da cidade não pôde fazer, o mais elementar bom senso aconselharia admitir a hipótese de que sabem algo que ela não sabe. Se ela exclui essa hipótese “in limine” e ainda fala deles com despeito, isso, além de constituir uma ingratidão para com benfeitores – um dos “cinco pecados que bradam aos céus”, segundo a Bíblia -, é um vexame intelectual que ilustra de maneira especialmente eloquente a distância invencível que existe entre o saber e a pose.

TWITTER: Fundação Cacique Cobra Coral não vai intervir para parar de chover (O Globo)

TWITTER: Fundação Cacique Cobra Coral não vai intervir para parar de chover. http://bit.ly/1Ajje8H 

RETWEETS 152

CURTIRAM 71

16:03 – 15 de fev de 2015

Ver Também

O Globo_Rio

@OGlobo_Rio 2 dia s

A Fundação Cacique Cobra Coral informou que não vai intervir na chuva da Sapucaí, pois a prioridade é encher os reservatórios. #CarnavalRJ

Reinaldo Azevedo

@reinaldoazevedo 1 week

Risco de falta de energia é muito grande. Dilma tem de nomear Cacique Cobra Coral como Ministro da Chuva http://t.co/JuBGt7JvF3

Jornal O Globo

@JornalOGlobo 1 month

Não está fácil: Fundação Cacique Cobra Coral vai deixar o Brasil. http://t.co/INPQir2pDa http://t.co/gBFPaLJBGO

Jornal O Globo

@JornalOGlobo 1 month

Lá vem tempestade: Fundação Cacique Cobra Coral vai deixar o Brasil. http://t.co/CeIF1ujKrx http://t.co/Y0rs0tFlNx

O Globo_Rio

@OGlobo_Rio 1 week

Médium da Fundação Cacique Cobra Coral sofre acidente de carro

http://t.co/USYbxCibj7

Pedro Neschling

@pedroneschling 3 months

O nome disso é desespero, amigs // RT @VejaSP: Pela primeira vez, Alckmin apela para Fundação Cacique Cobra Coral.

Pedro Neschling

@pedroneschling 3 months

Cheguei em São Paulo, choveu 2 dias. Call me Cacique Cobra Coral, bitch.

Aconselhado por espírito indígena, Pezão garante que choverá no Rio (Época)

Relatório do Cacique Cobra Coral, enviado ao governador do Rio, garante normalização dos reservatórios do Rio até maio; presidente Dilma já foi informada

CRISTINA GRILLO
13/02/2015 19h11 – Atualizado em 13/02/2015 20h35

Governador do Rio de Janeiro Luiz Fernando Pezão (Foto: Pedro Farina)

Governador do Rio de Janeiro Luiz Fernando Pezão (Foto: Pedro Farina)

Celebrai, povo fluminense: vem água por aí. Abram as torneiras, durmam no chuveiro e caprichem no banho do carro. Está liberado até encher a piscina de plástico azul das crianças. Basta comungar da mesma confiança que o governador do Rio, Luiz Fernando Pezão. Ele assegura à ÉPOCA, com tranquilidade budista, que racionamento e rodízio são palavras do passado. Cálculos de volume morto e obras na rede de águas são coisas de políticos sem fé. A convicção de Pezão é transcendental: vem dos céus – embora não de São Pedro. Choverá, ora, porque a médium Adelaide Scritori, a pedido de Pezão, consultou o espírito do Cacique Cobra Coral – e o Cacique mandou dizer que a água não tarda e chegará abundante. Quem é Pezão para discutir com o espírito do Cacique?

O último relato do Cacique veio por email – não do além, mas por meio de Adelaide. No documento, enviado no dia 28 de janeiro, garante-se  que “tudo o que faltou em dezembro e janeiro virá em fevereiro, março e abril”. O email, que afastou da cabeça do governador qualquer ideia de racionamento, foi repassado em seguida, como de costume, a Dilma Rousseff. “A presidente se diverte com os emails do cacique. Riu muito de um que afirmava que o culpado da crise hídrica e energética era o Lobão [Edison Lobão, ex-ministro de Minas e Energia]”, disse Pezão à ÉPOCA em seu gabinete, no Palácio Guanabara. Dilma riu, mas Pezão leva os conselhos do Cacique a sério.

Fundação Cacique Cobra Coral (Foto: reprodução)

Imagem do site da Fundação Cacique Cobra Coral (Foto: reprodução)

A médium Adelaide lidera a Fundação Cacique Cobra Coral. Ela afirma incorporar o espírito do Cacique – um meteorologista sobrenatural, com capacidade para segurar uma tempestade aqui, mandar uma chuvinha lá e, graças a esse dom, fazer com que prefeituras e governos contratem a instituição para garantir seus serviços. No relatório que Pezão encaminhou a Dilma há, no entanto, um alerta para a possibilidade de temporais no Rio. Até junho, diz o Cacique, há o risco de chover, em apenas um dia, a quantidade esperada para um mês inteiro. “É preciso ficar alerta para o excesso de precipitação numa mesma localidade, como a zona norte”, avisa a entidade. Preparem a arca de Noé.

Pezão recebe com regularidade os informes que o espírito do Cacique envia à Prefeitura do Rio – o governo do Estado, afirma, não tem contrato com a fundação; a prefeitura, sim. Mas a relação de Pezão com o Cacique é antiga. Vem desde 1997, quando Pezão era prefeito de Piraí, município a 90 quilômetros da capital. “Eu sempre gostei de fazer festas na rua e conversava com eles para ter tempo bom. Chegava o dia da festa, chovia em todos os municípios vizinhos, e Piraí ficava sequinha, sequinha”, contou o governador. Com a prefeitura do Rio, os acordos da entidade mediúnica vêm dos tempos em que Cesar Maia era prefeito, no início de 2001. Eduardo Paes ameaçou romper com a fundação quando tomou posse em seu primeiro mandato, em 2009. Mas as previsões de temporais na noite do réveillon o fizeram rever a decisão. Não choveu e, desde então, além de satélites e outros instrumentos de alta tecnologia, o Rio conta com a expertise do cacique para ajudar nas previsões meteorológicas.

Mesmo sem contrato com o governo do Estado, a Fundação Cacique Cobra Coral parece estar se esforçando para garantir a normalização dos reservatórios. No domingo, dia 8, a médium Adelaide sofreu um acidente de carro na cidade de Paraibuna, em São Paulo. Ela vinha de Minas para o Rio de Janeiro, acompanhando o curso do rio Paraíba do Sul para avaliar, in loco, o nível dos reservatórios. O carro onde estava capotou três vezes e caiu no rio. Adelaide só teve escoriações leves. “Ela estava vendo tudo para informar ao cacique”, disse Pezão, que conecta seu celular para mostrar algumas fotos do acidente. Cair no rio não seria um mau sinal? “Não! Já está tudo certo, vai voltar a chover”, afirmou o confiante governador.

Das amplas janelas do gabinete de Pezão vê-se o jardim, espetacular, reformulado pelo paisagista francês Paul Villon no início do século XX. No meio do jardim, o chafariz de Netuno jorra, voluptuoso, litros e mais litros de água. “Mas é água de reuso”, apressa-se o governador a explicar, ao ouvir a pergunta sobre o desperdício –mesmo com toda a garantia dada pelo cacique de que o Rio está livre de problemas. Mas, pelo sim, pelo não, no dia seguinte o chafariz estava desligado.

Médium da Fundação Cacique Cobra Coral sofre acidente de carro (O Globo)

Adelaide Scritori estava em Paraibuna quando o seu veículo capotou três vezes e caiu dentro do Rio Paraíba do Sul; com escoriações, ela foi transferida para hospital de São Paulo

POR LUIZ ERNESTO MAGALHÃES

RIO – A médium Adelaide Scritori, responsável pela Fundação Cacique Cobra Coral, sofreu um acidente na tarde deste domingo na cidade de Paraibuna, em São Paulo. Adelaide seguia de Minas Gerais para o Rio acompanhando o leito do Rio Paraíba do Sul para monitorar o nível dos reservatórios. O veículo em que estava perdeu o controle, capotou três vezes e caiu dentro d’água.

De acordo com o porta-voz da fundação, Osmar Santos, ela não corre risco de morte, mas sofreu escoriações por todo o corpo e foi levada para um hospital de São Paulo.

– Alguém intercedeu e protegeu a Adelaide – frisou.

A médium diz incorporar o espírito do cacique Cobra Coral, capaz de controlar o clima. Sobre as previsões, Santos disse que a tendência é de que os níveis dos reservatórios voltem a subir com chuvas frequentes até maio.

– As águas vão rolar. O bloqueio foi rompido, mas o cacique não quer conversa com o ministro de Minas e Energia, Eduardo Braga. Nós advertimos em outubro que, se o governador Geraldo Alckmin prosseguisse com o plano de transposição das águas do Rio Paraíba do Sul, a seca iria voltar – disse.

Leia mais sobre esse assunto em  http://oglobo.globo.com/rio/medium-da-fundacao-cacique-cobra-coral-sofre-acidente-de-carro-15281173#ixzz3RHSpz68o 
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Prefeito do Rio diz que foi zombado até pelos filhos após previsão falhar (G1)

06/02/2015 10h22 – Atualizado em 06/02/2015 17h34

Eduardo Paes diz que procedimento para chuva forte será padrão. Piscinões para conter alagamento na Praça da Bandeira serão inaugurados.

Henrique Coelho Do G1 Rio

Prefeito Eduardo Paes garantiu que procedimento contra chuvas fortes se tornará padrão na cidade. (Foto: Henrique Coelho / G1)

Prefeito Eduardo Paes garantiu que procedimento contra chuvas fortes se tornará padrão na cidade. (Foto: Henrique Coelho / G1)

Mesmo após uma chuva menos intensa que o previsto nesta quinta-feira (5), a Prefeitura do Rio  afirmou que vai continuar adotando os mesmos procedimentos com a previsão de uma chuva e ventos fortes.

“As pessoas sempre pedem planejamento, e ainda bem que não aconteceu nada. Mas vamos continuar fazendo isso porque não podemos deixar de dividir as informações que temos com a população”, disse o prefeito Eduardo Paes, que levou na esportiva as brincadeiras publicadas em redes sociais após as chuvas. “Até meus filhos zombaram de mim hoje de manhã, mas eu entendo. Não tenho vocação para Cacique Cobra Coral”, brincou.

Nesta quinta-feira, a Prefeitura do Rio apresentou um esquema especial elaborado por diversos órgãos do município para enfrentar a situação. Cerca de 3,2 mil agentes foram mobilizados no esquema.

“Vamos continuar com o mesmo esquema, com homens da Comlurb, da Guarda municipal, Cet-Rio”, afirmou, acrescentando que quatro novos piscinões na área da Praça da Bandeira, um dos principais pontos de alagamento da cidade, serão inaugurados neste sábado (7).  “Não levamos a sério algumas coisas no passado, e agora vamos ficar sempre atentos”.

Paes criticou ainda o fato de algumas empresas liberarem seus funcionários mais cedo devido à ameaça de chuva forte. “O dia que for para sair mais cedo, nós vamos avisar”, disparou.

Em sua página pessoal no Facebook, Eduardo Paes reiterou que a prefeitura irá manter os alertas quando houver previsão de temporal. No texto, além de comentar o deboche dos próprios filhos, ele falou da seriedade ao tratar da possibilidade de chuva forte na capital.

“A gente já viu muito drama nesta cidade em razão das chuvas, muita gente morrendo e perdendo o seu patrimônio. O que tenho que afirmar é que isso deve passar a ser algo costumeiro na vida da gente. Toda vez que a gente der um alerta desse, as pessoas devem ficar atentas, como pedi ontem”, registrou o prefeito.

saiba mais

Em plena crise hídrica, Cobra Coral pode deixar o Brasil (Terra Brasil)

05 de janeiro de 2015 • 15h46 • atualizado às 17h05

Entidade exotérica que controlaria chuvas por meio de uma médium, que diz incorporar espírito do Cacique Cobra Coral, estuda proposta para trabalho exclusivo na Austrália

André Naddeo
Direto do Rio de Janeiro
Imagem de divulgação do site da Fundação Cacique Cobra Coral: anos de “consultoria” para suposto controle de chuvas e tempestades Foto: Divulgação

Em tempos de crise hídrica, em que se discute possibilidades de racionamento de água em função da falta de chuvas em reservatórios do sudeste, principalmente em São Paulo e no Rio de Janeiro, a Fundação Cacique Cobra Coral pode deixar o Brasil e ir trabalhar, literalmente, do outro lado do mundo.

Conhecida entidade exotérica que supostamente controla as incertezas meteorológicas mediante a médium Adelaide Scritori, que incorpora o espírito do cacique, a FCCC estuda uma proposta de um grupo do agronegócio da Austrália para um contrato exclusivo de controle de tempestades no país da Oceania.

“Eles querem uma maior atenção por lá”, confirmou o porta-voz da FCCC, Osmar Santos, que diz que a entidade atende 17 países de três continentes – no Brasil, os principais clientes são a prefeitura e governo do Rio de Janeiro, além do ministério das Minas e Energia, cujo contrato, de acordo com Santos, está vencido.

A Cacique Cobra Coral já foi motivo de diversas polêmicas, principalmente na capital fluminense – o ex-prefeito César Maia tinha exposto em sua sala de almoço um quadro do cacique, com quem sempre manteve contratos sem nenhum tipo de pagamento. Quando deixou o cargo, Maia se disse temeroso pelo não prosseguimento da “consultoria espiritual”.

Coincidentemente ou não, após as fortes chuvas que arrasaram o Rio de Janeiro em 2010, o contrato foi retomado e segue até hoje, após uma pequena interrupção em 2012. Temeroso com chuvas fortes que pudessem comprometer as apresentações das bandas, o Rock in Rio também já usufruiu dos trabalhos do cacique.

O porta-voz do FCCC afirma que ainda não é certo que a entidade exotérica dará exclusividade aos australianos. “Vamos viajar para lá na segunda quinzena deste mês e avaliar todos os pontos do contrato”, explica, sem poder revelar valores, ou mesmo detalhes do possível acordo de exclusividade. “Claro que tudo isso só vai ser acertado com o aval do cacique”, esclarece ainda, finalizando que o anúncio oficial sairá apenas após o Carnaval.

Fundação esotérica foi procurada pelo governo Alckmin para crise hídrica (Bahia Notícias)

Quinta, 30 de Outubro de 2014 – 14:20

Fundação esotérica foi procurada pelo governo Alckmin para crise hídrica

Volume do sistema de abastecimento é baixo | Foto: Divulgação/ Sabesp

A crise hídrica que atinge o estado de São Paulo fez o governo de Geraldo Alckmin (PSDB) procurar a fundação esotérica Cacique Cobra Coral (FCCC). A entidade é comandada pela médium Adelaide Scritori, que diz incorporar o espírito do cacique Cobra Coral, entidade supostamente capaz de influenciar no clima. Segundo o porta-voz da fundação, Osmar Santos, ele conversou com assessores de Alckmin nesta quarta-feira (29) e um novo encontro estaria previsto para próxima semana. A FCCC afirma que é capaz de minimizar os impactos temporais e outros fenômenos naturais. A única exigência da entidade é a de que o governo não avance nas águas do Rio Paraíba do Sul, que abastecem o estado do Rio de Janeiro, para evitar a competição barrada pela Agência Nacional de Águas.