A belief in the paranormal can mean an individual experiences more déjà vu moments in their life.
A belief in the paranormal can mean an individual experiences more déjà vu moments in their life.
This is one of the findings of a study by 3rd year undergraduate student Chloe Pickles and Dr Mark Moss, of Northumbria University, who will present their poster today, Thursday 28 April 2016, at the British Psychological Society’s annual conference in Nottingham. Over 100 participants completed surveys relating to perceived stress, belief in paranormal experiences and beliefs about déjà vu. Analysis of the results showed a strong link between belief in paranormal experiences and the frequency, pleasantness and intensity of déjà vu experiences. Stress was linked significantly to intensity and duration only.
Chloe Pickles said: “Our study calls in to question whether stress increases the number of déjà vu moments for an individual. Previous research had not considered the impact of belief when experiencing the feeling that this moment has happened before. Déjà vu might be a normal experience for those more open to it as well as (or instead of) a consequence of a negative life events.”
SENDAI (IPC Digital) – Yuka Kudo, 22 anos, natural da província de Akita, é uma jovem formanda do curso de Sociologia da Universidade Tohoku Gakuin, de Sendai (Miyagi). Seu grupo de 7 pessoas escolheu como tema da monografia para colação de grau, como as pessoas lidam com a morte após o Grande Terremoto ao Leste do Japão, em 11 de março de 2011. Até iniciar o trabalho de pesquisa, ela via as mortes provocadas pelo tsunami como “milhares de pessoas que perderam a vida”. Depois de iniciar as entrevistas, descobriu que muitos dos taxistas de Ishinomaki (Miyagi) tiveram a experiência de terem como clientes os fantasmas de pessoas que provavelmente perderam a vida na tragédia.
Ela conta as histórias que ouviu durante suas entrevistas. Um taxista, na faixa dos 50 anos, relatou que no começo do primeiro verão após o tsunami, uma senhora vestida de casaco, o que lhe chamou à atenção, pediu para ser conduzida até Minamihama. Ele teria feito uma pergunta para confirmar: “lá, praticamente, só tem terras vazias, pode ser?”. Com a voz trêmula, a mulher lhe pergunta “eu morri?”. Assustado, quando olha para o assento traseiro a passageira que transportava não estava mais lá.
Outros taxistas contam histórias semelhantes, afirma a estudante. Um deles relata que um rapaz, também vestido de casaco, aponta sentido Hiyoriyama e pede para ir até lá. No destino final, não havia cliente dentro do carro. Segundo seu levantamento junto aos motoristas de táxi, a maioria desses passageiros fantasmas eram jovens, homens e mulheres, quase todos vestidos de casaco. “Os jovens costumam ter um forte sentimento de desgosto de ter deixado pessoas que amam. Devem ter escolhido um espaço reservado como o táxi para transmitir esse sentimento insustentável”, pensa a jovem formanda.
Com a voz trêmula, a mulher lhe pergunta “eu morri?”
Para ela e para os entrevistados, essas histórias não são uma viagem da mente, há realidade. Os motoristas lhe mostraram diários, com registros de perda de corrida e que tiveram que pagar do próprio bolso ou do taxímetro que foi ligado até o destino.
Ela conta que sentiu na pele a dor da perda das pessoas de Ishinomaki. Um outro motorista lhe contou que perdeu familiares no tsunami e declarou “não é nada surpreendente que aconteça esse tipo de coisa. Se aparecer mais alguém vou transportar sim”. Todos os entrevistados não contaram suas experiências com medo. Ficou impressionada com o sentimento de reverência, como uma experiência importante que guardavam dentro do peito.
Com essas entrevistas quase que diárias, revela que aprendeu o que é a dor da perda e do luto. “Quero transmitir o peso da morte de cada uma das pessoas que partiu, com respeito”, declarou.
Yuka Kudo, a formanda que pesquisou sobre os fantasmas que pegaram táxi em Ishinomaki
Não se trata de opor um fantasioso “espiritualismo” a um materialismo ocidental. Mas de desafiar nosso regime de sociabilidade com outras ideias, disposições e possibilidades
Por Ricardo Cavalcanti-Schiel
Houve um tempo em que falar de índios no Brasil era um exercício romântico. Tão romântico quanto fantasioso.
No começo do século XX, alguns doutos paulistas saíram pelo seu estado batizando os lugares com nomes tupi, do Anhangabaú a Araçatuba, movidos por ímpetos eruditos, não necessariamente por remissões mais escrupulosas à realidade. Quando a região de Guaianases, na cidade de São Paulo, foi batizada com esse nome, havia centenas de anos que os Guainá, que ali teriam sido aldeados à força no século XVI, já não mais existiam para contar qualquer coisa a respeito da sua história. Os índios daqueles eruditos paulistas, cultores do “tupi antigo”, eram algo bastante postiço. Realizando com perversa ironia os ideais antropofágicos dos mesmos tupi, que séculos antes iam à guerra, entre outras coisas, para caçar, para seus futuros filhos, os nomes daqueles que comeriam, acabaram eles agora transformados em não mais que nomes, desta feita como que nomes em conserva, para serem usados nessa curiosa salada toponímica.
Enquanto isso, no oeste paulista, a partir de Bauru, travava-se uma guerra pela expansão da fronteira agrária, empurrada pela ferrovia. Era um legítimo cenário de bang-bang, e as principais vítimas do extermínio, operado por “bugreiros” e outros agentes, eram os Kaingang e os Xavante, genericamente chamados de Coroados, gente da família linguística jê (muito diferente da família tupi, portanto); extermínio que a história oficial paulista fez questão de sepultar sob a tampa de concreto do silêncio, escrevendo, em seu lugar, o relato fantasioso de uma simples saga de imigrantes. Assim, Araçatuba, por exemplo, terra kaingang, hoje capital do boi gordo, no extremo-oeste paulista, pôde, também ela, ganhar seu bucólico nome tupi: bosque de araçás.
Note-se: não estamos nos confins selváticos e geograficamente obscuros de uma imensa Amazônia; uma Amazônia quase que alheia e que nem parece ter fim (e que daí, pela “lei” da oferta e da procura, se presuma como tão… barata). Estamos no hoje pujante e urbanizado oeste paulista, há não mais que cem anos atrás, apenas vinte anos antes de São Paulo embarcar em uma aventura militar contra um incipiente governo nacional antioligárquico.
De romantismo em romantismo, chegamos aos anos 80, em que os índios, eternos candidatos a nobres selvagens, passam a ser agora heróis ecológicos. Esses, pelo menos, ainda estavam vivos. É bem verdade que a relação dos índios com aquilo que chamamos “natureza” é muito diferente da que a nossa sociedade tem, a começar pelo fato de que, como nos ensina a antropologia amazonista hoje, eles não a reconhecem como “natureza” ― como objeto exterior e à parte, feito para ser usado, apropriado e apenas eventualmente “preservado” como coisa patrimonializada ―, mas como “gente”, como uma multiplicidade de sujeitos imprescindíveis de uma relação sem a qual o mundo habitado não é compreensível nem poderia existir. No entanto, transformar os índios em heróis da “nossa” natureza, incorporados como parte daquele objeto à parte, e igualmente alheio a nós, pode não ser mais que uma dessas nossas projeções, tão românticas quanto utilitárias, de ver Peri beijar Ceci… e morrer em seguida. Parará tim bum bum bum.
Se o novo romantismo ecológico ao menos chamou os índios para a agenda enquanto eles ainda estão vivos, sua tônica acanhadamente preservacionista os fez equivaler, mais uma vez, ao passado; a um passado de aparente pureza florística e faunística que precisaria ser sempre revivido ― ou “resgatado”, como gosta de usar a terminologia patrimonializadora em voga ― de forma idealmente imutável. Mais uma vez, os índios parecem entrar na (nossa) dança sob a clave do embalsamamento, mesmo que, agora, sob a agenda de uma patrimonialização talvez tão fetichista quanto a toponímia mítica dos velhos eruditos paulistas.
No entanto, nos últimos tempos, os últimos lastros românticos que ainda pareciam nos avalizar a existência dos índios parecem estar ruindo, o que não nos augura necessariamente algo virtuoso, porque ficamos mal-acostumados a depender dos romantismos para assegurar uma (traiçoeira e manhosa) legitimidade simbólica desses Outros Nacionais (como os chamou a antropóloga Alcida Ramos) e, por consequência, garantir as bases institucionais da sua existência enquanto povos acolhidos e protegidos ― não falemos sequer ainda de “respeitados”, porque o respeito à diferença não é algo que se aprenda por meio de projeções românticas.
Não é preciso lembrar, para as pessoas razoavelmente informadas, o estado de coisas em que andam as políticas de governo… e os horizontes obscuros das políticas de Estado… com relação aos povos indígenas. Também já é quase ocioso lembrar o quanto um e outro (políticas de governo e projetos de política de Estado) têm se estimulado mutuamente, para promover o etnocídio indígena por meio do solapamento dos direitos. Seja para quem for, qualquer solapamento de direitos é sempre um sequestro da cidadania. Daria até para lembrar, parafrasticamente, aquele poema de Brecht: “primeiro levaram os índios…”.
O que alenta e justifica essa marcha implacável nós também já sabemos o que é: a velha ideologia desenvolvimentista repaginada pelo avatar inquestionável do consumo como critério, seja de teórica “inclusão” seja de teórico “bem-estar”. Assim, no coração dessa nova ideologia desenvolvimentista encontra-se uma operação utilitarista singela: trocar a cidadania pelo consumo. E, nela, o único lugar para os índios ― uma vez corroídas, por esse realismo neoclássico rasteiro, as amarras românticas que os sustentavam ― é o de se tornarem, eles também, modestíssimos consumidores, apoiados por programas assistenciais do governo, depois de entregarem seus “meios de produção” a quem realmente interessa, como aqueles que, vencidos, entregaram outrora o que são hoje terras de boi gordo.
Claro que os que já se renderam inteiramente à coisificação utilitarista do consumo (e provavelmente se esqueceram até de ser gente) vão dizer: melhor boi gordo do que índio ― e no estado em que chegamos, isso é exatamente o que muitos pensam, sem que tenham a necessidade de pronunciá-lo. No entanto, a troca utilitarista, na sua racionalidade de meios e no seu afã predatório, quer apenas ganhar hoje, para a aventura de uns quantos, o que o bem comum poderia, de outra forma, ganhar multiplicado amanhã, se sobreviver até lá. E é aí que a equação que move as curvas de utilidade se alarga para variáveis e horizontes impensados pelos mecano-economistas.
No atual estado de coisas, entretanto, parece haver apenas duas alternativas para salvar a (potencialmente subversiva) diversidade existencial dos Outros Nacionais da sanha desenvolvimentista de moê-la e transformá-la em salsicha: ou reciclamos as projeções românticas em algum novo (e duvidoso) feitiço encantatório das nossas narrativas nacionais, ou tiramos os índios do alheamento passadista a que sempre foram condenados e os reconhecemos como uma aposta sincera no futuro; num futuro não apenas deles, como também não apenas nosso, mas num futuro de diálogo, para além do alheamento, no qual eles também são, necessariamente, sujeitos de fala ― não “eles” a pessoa x ou y, ou a “representação” w ou z, mas, ainda mais radicalmente, as suas visões de mundo. A primeira alternativa, a da reciclagem das projeções românticas, sempre foi aquela imediatamente sedutora, e, com ela, chega-se até mesmo a lançar mão de alegados exotéricos. A segunda, por sua vez, é a que reclama uma reflexão antiutilitária, mas estratégica, que talvez seja exatamente aquilo pelo qual muitos de nós, antropólogos, trabalhamos.
Em 1952, num texto escrito para a Unesco, Lévi-Strauss defendia que as sociedades só sobrevivem porque aprendem umas com as outras. Uma sociedade que se isola na certeza das suas verdades fenece diante dos problemas para os quais sua visão de mundo não alcança soluções. As “soluções” de grande alcance, portanto, não são meramente tecnológicas, mas conceituais. São as ideias que dimensionam a técnica e que dão uso às ferramentas, ou, segundo a fórmula famosa do epistemólogo Georges Canguilhem: o microscópio não é a extensão da vista, mas a extensão da inteligência. Sem o conceito de micro-organismo, o que se veria pelas lentes de um microscópio seria apenas um conto de fadas.
Evidentemente que as tecnologias ajudam, mas o que está sempre por detrás delas são as ideias. De pouco adiantaria, para a expansão europeia dos séculos XV e XVI, o astrolábio que os europeus aprenderam dos árabes, se alguns deles não dispusessem do novo e herético conceito de uma Terra redonda. Descobrir a América, nesse sentido, foi a consagração de uma grande heresia, frente a uma doxa tão potente à sua época quanto os mitos econômicos atuais e suas leis inquestionáveis. E as coisas não pararam por aí, evidentemente, porque, como também nos lembrava Lévi-Strauss, isso é a história, e os europeus, casualmente, não se encontravam na situação dos Mayas em torno do ano 1.000, quando, orgulhosos e isolados, viram suas opulentas cidades colapsarem por conta de uma crise ecológica, por eles mesmo provocada, e para a qual nem o refinamento do conhecimento dos seus astrônomos e sacerdotes tinha uma solução a dar.
Ainda assim, um milênio após o fim do período Maya Clássico, o muralista Diego Rivera pintaria em uma das paredes do Palácio Nacional do México a lista do que a tradição ameríndia mexicana havia legado ao mundo: uma lista de cultivos alimentares que, além de cacau, tomate e feijão, é encabeçada, evidentemente, pelo milho, cuja notável diversidade genética dos cultivares meso-americanos a Monsanto está tratando hoje de eliminar, por meio de seu milho transgênico com patente “made in USA”. Não apenas o milho, mas sobretudo a batata, levada dos Andes pelos europeus, produzem muito mais calorias por hectare plantado que o trigo, nascido na Mesopotâmia e levado para a Europa. O cultivo desse tubérculo, rapidamente estimulado e expandido no Velho Continente, foi responsável por eliminar a fome endêmica e medieval da Europa, e constituir a base demográfica sem a qual a Revolução Industrial não teria sido possível e, com ela, a nossa arrogante modernidade.Por trás da domesticação dos tubérculos nos Andes há um enorme conjunto de ideias sobre como a mãe-terra gera seus frutos, como o trabalho comum os recolhe, como eles podem ser acumulados e conservados, e como devem ser distribuídos. À época da Conquista, os indígenas dos Andes eram muitíssimo mais bem nutridos e saudáveis que os europeus. Diante dessa diferença evidente, estes últimos aproveitaram apenas um produto específico, o que, para eles, já foi muito. Há quem acredite que o socialismo e o Estado do bem-estar social teriam sido inventados alguns séculos antes se os europeus, além das batatas, tivessem levado as ideias.
Apostar nos índios, e portanto na diversidade cultural, como nosso futuro comum de não-alheamento, não significa meramente apostar que a erva de algum pajé possa trazer a cura para o câncer. Expor nossas ideias ao contato com outras visões de mundo pode nos curar de coisas muito piores: nossos próprios e mesquinhos limites.
Quando comentávamos antes que o militantismo ecologista, ao trazer intuitivamente os índios à baila, acabou descuidando do que eles poderiam pensar a respeito da “nossa” natureza ― apenas para servirem ao que nós continuamos a pensar dela e da sua “preservação” enquanto objeto ―, sugeríamos também que a recusa, por parte dos índios, à sumária objetificação dessa “natureza” corresponde ao reconhecimento dela, por eles, como sujeito de uma relação. Conceitos como animismo, perspectivismo e multinaturalismo (por oposição a multiculturalismo) vêm sendo testados pelos antropólogos para descrever o sentido da socialidade indígena na Amazônia e a sua maneira de reconhecer os agentes das relações. Esse fenômeno, no entanto ― como tentamos demonstrar em nossas pesquisas nos Andes ―, pode, na realidade, se constituir como um traço ameríndio generalizado, continental. E o que ele desafia não é apenas a nossa forma de relação com uma “natureza” dada, mas sim a forma como nós a conceituamos, para, em seguida, nos sentirmos à vontade para subjugá-la, a partir de uma relação sujeito-objeto em que a extensão do uso e da posse (a simples destruição incluída) se define pelos casuísmos de uma racionalidade instrumental.
Se aquele tipo de perspectiva sobre a socialidade tem uma incidência efetivamente ameríndia, continental, e se a dimensão do seu desafio pode e deve ser posta em larga escala, então quem nos manda o recado político é o movimento indígena equatoriano, que inspirou em boa medida a elaboração da última Constituição do país, referendada em 2008. Nela, pela primeira vez no mundo, a Natureza foi reconhecida como sujeito jurídico de direito, para que em seu nome e da sua integridade, seja defendida como parte interessada em qualquer ação judicial visando garantir sua “existência, manutenção e regeneração de seus ciclos vitais, estrutura, funções e processos evolutivos” (Art. 71). Talvez seja ocioso se prender a emblemas ou ressentimentos étnicos: se essa Natureza corresponde tão somente, ou não, à Pachamama, a mãe-terra dos andinos, tal como explicitamente a nomeia o mesmo artigo 71… Estamos, antes, em um terreno de fecundas heterogeneidades discursivas, no terreno do desafio das ideias. E é aí que se fazem as grandes apostas no futuro, porque é isso que, para o bem ou para o mal, com a lista de Diego Rivera e muitas outras, e também com toda a precariedade das experiências, constituiu o Novo Mundo.
O desafio posto pelo pensamento ameríndio de reconhecer a socialidade como espaço de interação necessária de muitos sujeitos, que faz o mundo girar não por conta de alguma hierarquia natural ou do imperativo de marcas de origem que definem privilégios, mas por conta das diferentes maneiras de vê-lo e de tecer acordos, nos sugere que viver em não-alheamento significa reconhecer que o Outro é, inescapavelmente, parte de qualquer consideração que se faça sobre si mesmo. Como já o enunciava, bela e sinteticamente, o professor Eduardo Viveiros de Castro, “para os ameríndios, o Outro não é apenas pensável, ele é indispensável”. Talvez não tenhamos lição melhor, para começarmos a repensar seriamente o que possamos entender por cidadania, em um contexto flagrado por iniquidades; um contexto que não será reformado se se insistir apenas no polo da objetificação alheadora, no fetiche da mercadoria e, em último termo, na dispensabilidade dos outros.
Não se trata de opor um fantasioso “espiritualismo” indígena a um materialismo ocidental “realista”. Trata-se de desafiar um certo regime de socialidade (o nosso, ocidental e moderno) com outras ideias, disposições e possibilidades. Algumas delas é bem provável que até já tenhamos aprendido inconscientemente, ao longo de nossa história cultural, afinal o território mais largo da cultura, a parte submersa desse iceberg, é, como também dizia Lévi-Strauss, esse inconsciente. Os índios que os portugueses aqui encontraram, com quem conviveram e que permanecem no (apenas aparente) subterrâneo das nossas mestiçagens, não legaram aos brasileiros de hoje simplesmente tapioca, rede de dormir e outras coisas. Legaram-nos também um modo de nos relacionarmos quotidianamente, que, muito diferente dos europeus, não parte do princípio do reconhecimento do lugar social e pertencimento de alguém sempre e necessariamente pelas suas marcas de origem ― algo que tanto prezam nossas elites senhoriais, que se querem mais “europeias”. Se os brasileiros aprenderam a se abrir cordialmente aos outros, digeri-los e abrasileirá-los como parte de um nós possível (ainda que muitas vezes perverso e hierárquico ― mas a hierarquia não é, com certeza, um legado indígena), isso seguramente não foi aprendido dos europeus.
E se se trata ainda de desafiar um certo regime de socialidade com outras ideias, disposições e possibilidades, então, levar a sério o não-alheamento diante da diversidade significa garantir aos muitos da cidadania um lugar ativo, ouvi-los mais detidamente e deixar-se desafiar pela possibilidade da invenção, pela potencial complicação do que parece já estar dado pelas nossas formas institucionais, recusando a simples tentação de domesticá-los às formas prévias, a uns quantos programas assistenciais, quotas e representações de fachada. Afinal de contas, o que é, por exemplo, o ideal político do “Buen Vivir” (ou, em quéchua, “Sumaq Kausay”), alentado pelas novas disposições constitucionais do Equador e da Bolívia, senão uma enorme complicação para a planura desenvolvimentista; uma complicação ainda a reclamar um ou vários Amartya Sen para lhe inventar indicadores por agora imponderáveis? Mas, e o que é também o ideal político do “Buen Vivir” senão um desafio em nome da “imanência da suficiência”, dos índios, contra a voraz e predatória “transcendência da necessidade”, do Ocidente capitalista, de que nos falava Eduardo Viveiros de Castro [1]?
Talvez seja também preciso dizer que encarar seriamente a opção do não-alheamento significa, com bastante probabilidade, molestar alguns lugares comuns tidos hoje como “politicamente corretos”, e que são aqueles tributários do multiculturalismo neoliberal, quais sejam, suas obsessões com fronteiras bem acabadas, identidades amuralhadas e os contratos de patrimonialização. Os verdadeiros diálogos não se realizam sobre a prévia domesticação dos seus termos por gramáticas unilaterais ― ou uma pretensa universalidade habermasiana. Eles não são uma mera exibição de emblemas, para marcar posição dentro de um mercado contratualista ― ou uma economia contratualista da alteridade. Os verdadeiros diálogos são aqueles em que nos “contaminamos” e nos arriscamos com as razões de ser dos outros. Os pós-estruturalistas talvez tenham nisso razão ao usarem o termo “devir”.
A Constituição brasileira de 88 consagrou os direitos coletivos indígenas como base positiva do direito à reprodução cultural. Sequestrar os primeiros é também sequestrar este último. O que perdemos todos com isso é mais do que uma diversidade meramente nominal, a diversidade passiva do multiculturalismo objetificador. Estaremos perdendo possibilidades de cidadania. E estaremos perdendo possibilidades de futuro. Pois é aí, e não num passado romântico ou instrumentalmente ecológico, que os índios deveriam sobretudo ser vistos.
Cientistas entrevistaram pacientes que chegaram a ter morte clínica, mas voltaram à vida
POR O GLOBO
07/10/2014 8:56 / ATUALIZADO 07/10/2014 8:57
Cena da novela “Amor Eterno Amor” da Rede Globo retrata a experiência de quase morte estudadas pelos cientistas da Universidade de Southampton – Reprodução
RIO – Aquele túnel com uma luz brilhante no fundo e uma sensação de paz descritos por filmes e outras pessoas que alegaram ter passado por experiência de quase morte podem ser reais. No maior estudo já feito sobre o tema, cientistas da Universidade de Southampton disseram ter comprovado que a consciência humana permanece por ao menos três minutos após o óbito biológico. Durante esse meio tempo, pacientes conseguiriam testemunhar e lembrar depois de eventos como a saída do corpo e os movimentos ao redor do quarto do hospital.
Ao longo de quatro anos, os especialistas examinaram mais de duas mil pessoas que sofreram paradas cardíacas em 15 hospitais no Reino Unido, Estados Unidos e Áustria. Cerca de 16% sobreviveram. E destes, mais de 40% descreveram algum tipo de “consciência” durante o tempo em que eles estavam clinicamente mortos, antes de seus corações voltarem a bater.
O caso mais emblemático foi de um homem ainda lembrou ter deixado seu corpo totalmente e assistindo sua reanimação do canto da sala. Apesar de ser inconsciente e “morto” por três minutos, o paciente narrou com detalhes as ações da equipe de enfermagem e descreveu o som das máquinas.
– Sabemos que o cérebro não pode funcionar quando o coração parou de bater. Mas neste caso, a percepção consciente parece ter continuado por até três minutos no período em que o coração não estava batendo, mesmo que o cérebro normalmente encerre as atividades dentro de 20 a 30 segundos após o coração – explicou ao jornal inglês The Telegraph o pesquisador Sam Parnia.
Dos 2.060 pacientes com parada cardíaca estudados, 330 sobreviveram e 140 disseram ter experimentado algum tipo de consciência ao ser ressuscitado. Embora muitos não se lembrassem de detalhes específicos, alguns relatos coincidiram. Um em cada cinco disseram que tinha sentido uma sensação incomum de tranquilidade, enquanto quase um terço disse que o tempo tinha se abrandado ou se acelerado.
Alguns lembraram de ter visto uma luz brilhante, um flash de ouro ou o sol brilhando. Outros relataram sentimentos de medo, afogamento ou sendo arrastado pelas águas profundas. Cerca de 13% disseram que se sentiam separados de seus corpos.
De acordo com Parnia, muito mais pessoas podem ter experiências quando estão perto da morte, mas as drogas ou sedativos utilizados no processo de ressuscitação podem afetar a memória:
– As estimativas sugerem que milhões de pessoas tiveram experiências vivas em relação à morte. Muitas assumiram que eram alucinações ou ilusões, mas os relatos parecem corresponder a eventos reais. E uma proporção maior de pessoas pode ter experiências vivas de morte, mas não se lembrarem delas devido aos efeitos da lesão cerebral ou sedativos em circuitos de memória.
Summary: The results of a four-year international study of 2060 cardiac arrest cases across 15 hospitals concludes the following. The themes relating to the experience of death appear far broader than what has been understood so far, or what has been described as so called near-death experiences. In some cases of cardiac arrest, memories of visual awareness compatible with so called out-of-body experiences may correspond with actual events. A higher proportion of people may have vivid death experiences, but do not recall them due to the effects of brain injury or sedative drugs on memory circuits. Widely used yet scientifically imprecise terms such as near-death and out-of-body experiences may not be sufficient to describe the actual experience of death. The recalled experience surrounding death merits a genuine investigation without prejudice.
The results of a four-year international study of 2060 cardiac arrest cases across 15 hospitals concludes the following. The themes relating to the experience of death appear far broader than what has been understood so far, or what has been described as so called near-death experiences. In some cases of cardiac arrest, memories of visual awareness compatible with so called out-of-body experiences may correspond with actual events. A higher proportion of people may have vivid death experiences, but do not recall them due to the effects of brain injury or sedative drugs on memory circuits. Widely used yet scientifically imprecise terms such as near-death and out-of-body experiences may not be sufficient to describe the actual experience of death.
Recollections in relation to death, so-called out-of-body experiences (OBEs) or near-death experiences (NDEs), are an often spoken about phenomenon which have frequently been considered hallucinatory or illusory in nature; however, objective studies on these experiences are limited.
In 2008, a large-scale study involving 2060 patients from 15 hospitals in the United Kingdom, United States and Austria was launched. The AWARE (AWAreness during REsuscitation) study, sponsored by the University of Southampton in the UK, examined the broad range of mental experiences in relation to death. Researchers also tested the validity of conscious experiences using objective markers for the first time in a large study to determine whether claims of awareness compatible with out-of-body experiences correspond with real or hallucinatory events.
Results of the study have been published in the journal Resuscitation.
Dr Sam Parnia, Assistant Professor of Critical Care Medicine and Director of Resuscitation Research at The State University of New York at Stony Brook, USA, and the study’s lead author, explained: “Contrary to perception, death is not a specific moment but a potentially reversible process that occurs after any severe illness or accident causes the heart, lungs and brain to cease functioning. If attempts are made to reverse this process, it is referred to as ‘cardiac arrest’; however, if these attempts do not succeed it is called ‘death’. In this study we wanted to go beyond the emotionally charged yet poorly defined term of NDEs to explore objectively what happens when we die.”
Thirty-nine per cent of patients who survived cardiac arrest and were able to undergo structured interviews described a perception of awareness, but interestingly did not have any explicit recall of events.
“This suggests more people may have mental activity initially but then lose their memories after recovery, either due to the effects of brain injury or sedative drugs on memory recall,” explained Dr Parnia, who was an Honorary Research Fellow at the University of Southampton when he started the AWARE study.
Among those who reported a perception of awareness and completed further interviews, 46 per cent experienced a broad range of mental recollections in relation to death that were not compatible with the commonly used term of NDE’s. These included fearful and persecutory experiences. Only 9 per cent had experiences compatible with NDEs and 2 per cent exhibited full awareness compatible with OBE’s with explicit recall of ‘seeing’ and ‘hearing’ events.
One case was validated and timed using auditory stimuli during cardiac arrest. Dr Parnia concluded: “This is significant, since it has often been assumed that experiences in relation to death are likely hallucinations or illusions, occurring either before the heart stops or after the heart has been successfully restarted, but not an experience corresponding with ‘real’ events when the heart isn’t beating. In this case, consciousness and awareness appeared to occur during a three-minute period when there was no heartbeat. This is paradoxical, since the brain typically ceases functioning within 20-30 seconds of the heart stopping and doesn’t resume again until the heart has been restarted. Furthermore, the detailed recollections of visual awareness in this case were consistent with verified events.
“Thus, while it was not possible to absolutely prove the reality or meaning of patients’ experiences and claims of awareness, (due to the very low incidence (2 per cent) of explicit recall of visual awareness or so called OBE’s), it was impossible to disclaim them either and more work is needed in this area. Clearly, the recalled experience surrounding death now merits further genuine investigation without prejudice.”
Further studies are also needed to explore whether awareness (explicit or implicit) may lead to long term adverse psychological outcomes including post-traumatic stress disorder.
Dr Jerry Nolan, Editor-in-Chief of Resuscitation, stated: “The AWARE study researchers are to be congratulated on the completion of a fascinating study that will open the door to more extensive research into what happens when we die.”
Research team members enter the “Oracle Room” of the Hal Saflieni Hypogeum, Malta (ca. 3600 BCE)
A prehistoric necropolis yields clues to the ancient use of sound and its effect on human brain activity.Researchers detected the presence of a strong double resonance frequency at 70Hz and 114Hz inside a 5,000-years-old mortuary temple on the Mediterranean island of Malta. The Ħal Saflieni Hypogeum is an underground complex created in the Neolithic (New Stone Age) period as a depository for bones and a shrine for ritual use. A chamber known as “The Oracle Room” has a fabled reputation for exceptional sound behavior.
During testing, a deep male voice tuned to these frequencies stimulated a resonance phenomenon throughout the hypogeum, creating bone-chilling effects. It was reported that sounds echoed for up to 8 seconds. Archaeologist Fernando Coimbra said that he felt the sound crossing his body at high speed, leaving a sensation of relaxation. When it was repeated, the sensation returned and he also had the illusion that the sound was reflected from his body to the ancient red ochre paintings on the walls. One can only imagine the experience in antiquity: standing in what must have been somewhat odorous dark and listening to ritual chant while low light flickered over the bones of one’s departed loved ones.
Sound in a Basso/Baritone range of 70 – 130 hz vibrates in a certain way as a natural phenomenon of the environment in the Hypogeum, as it does in Newgrange passage tomb, megalithic cairns and any stone cavity of the right dimensions. At these resonance frequencies, even small periodic driving forces can produce large amplitude oscillations, because the system stores vibrational energy. Echoes bounce off the hard surfaces and compound before they fade. Laboratory testing indicates that exposure to these particular resonant frequencies can have a physical effect on human brain activity.
In the publication from the conference on Archaeoacoustics which sparked the study, Dr. Paolo Debertolis reports on tests conducted at the Clinical Neurophysiology Unit at the University of Trieste in Italy: “…each volunteer has their own individual frequency of activation, …always between 90 and 120 hz. Those volunteers with a frontal lobe prevalence during the testing received ideas and thoughts similar to what happens during meditation, whilst those with occipital lobe prevalence visualized images.” He goes on to state that under the right circumstances, “Ancient populations were able to obtain different states of consciousness without the use of drugs or other chemical substances.”
Credit: Mediterranean Institute of Ancient CivilizationsWriting jointly, Anthropologist, Dr. Ezra Zubrow, Archaeologist and Psychologist, Dr. Torill Lindstrom state: “We regard it as almost inevitable that people in the Neolithic past in Malta discovered the acoustic effects of the Hypogeum, and experienced them as extraordinary, strange, perhaps even as weird and “otherworldly”.
What is astounding is that five thousand years ago the builders exploited the phenomenon, intentionally using architectural techniques to boost these “super-acoustics”. Glenn Kreisberg, a radio frequency spectrum engineer who was with the research group, observed that in the Hypogeum, “The Oracle Chamber ceiling, especially near its entrance from the outer area, and the elongated inner chamber itself, appears to be intentionally carved into the form of a wave guide.”
Project organizer Linda Eneix points to other features: “The carving of the two niches which concentrate the effect of sound, the curved shape of the Oracle Chamber with its shallow “shelf” cut high across the back, the corbelled ceilings and concave walls in the finer rooms are all precursors of todays’ acoustically engineered performance environments.” She says, “If we can accept that these developments were not by accident, then it’s clear that Ħal Saflieni’s builders knew how to manipulate a desired human psychological and physiological experience, whether they could explain it or not.”
Why?
It was demonstrated at the conference that special sound is associated with the sacred: from prehistoric caves in France and Spain to musical stone temples in India; from protected Aztec codexes in Mexico to Eleusinian Mysteries and sanctuaries in Greece to sacred Elamite valleys in Iran. It was human nature to isolate these hyper-acoustic places from mundane daily life and to place high importance to them because abnormal sound behavior implied a divine presence.
In the same conference publication Emeritus Professor Iegor Reznikoff suggests that Ħal Saflieni is a link between Palaeolithic painted caves and Romanesque chapels … “That people sang laments or prayers for the dead in the Hypogeum is certain, for a) it is a universal practice in all oral traditions we know, b) at the same period, around 3,000 BC, we have the Sumerian or Egyptian inscriptions mentioning singing to the Invisible, particularly in relationship with death and Second Life, and finally c) the resonance is so strong in the Hypogeum already when simply speaking, that one is forced to use it and singing becomes natural.”
Drs. Lindstrom and Zubrow hint at a more hierarchal purpose for the manipulation of sound. “The Neolithic itself was characterized by cultures focused on new invention…enormous collective collaborations over extended periods of time. For these large-scale projects of agriculture and building, social cohesion and compliance was absolutely necessary.”
The same people who created Ħal Saflieni also engineered a complete solar calendar with solstice and equinox sunrise alignments that still function today in one of their above-ground megalithic structures. There is no question that a sophisticated school of architectural, astronomic and audiologic knowledge was already in place a thousand years before the Egyptians started building pyramids. Eneix believes that Malta’s Ħal Saflieni Hypogeum is a remnant of a rich cultural tradition carried by the Neolithic migrations that spanned thousands of years and thousands of miles.
‘The country has woken up to its responsibilities and people are slowly winning their rights as citizens,’ says Divaldo Franco, Brazil’s most popular spiritual medium
‘Spiritualism is growing in Brazil because it attends to the cultural, emotional and spiritual needs of society’: Divaldo Franco
Eighty-six years old and looking not a shade over 60, Divaldo Franco is Brazil’s most important spiritual medium, selling more than 10m books worldwide. His home is in the middle of one of Brazil’s most violent favelas, Pau da Lima, on the outskirts of Salvador. But Franco’s world is serene and peaceful.
It’s set inside the physical embodiment of his life’s work, the Mansão do Caminho – an institution which provides housing, education and care for children and young people. Where once stood a giant rubbish dump the Mansão is a vast, ultra-modern community complex. The building is regarded as untouchable by the drug traffickers as many of them, or their families, use its services.
Hundreds of mothers drop their kids off every day at the free crèche. More than 30,000 children are estimated to have passed through the Mansão over the past 60 years. A large part is financed by the sale of Franco’s books. He claims to channel spirits and transcribe their words in a method known as “psychography”.
It all came about because of a vision he had in 1948, aged 21. “I saw a huge number of children and an old man,” he recalls. “I went up to the elderly man. He turned around and I realised it was me in old age. And a voice said to me: ‘This is what you will do with your life.'”
He was later introduced to the doctrine of spiritism, coined by the French writer Allan Kardec in 1857, which believes in the existence of, and communication with, spirits through mediums. “Spiritism is growing in Brazil because it attends to the cultural, emotional and spiritual needs of society,” he says.
Over the years, Franco has adopted more than 600 abandoned children, many of whom now have their own children and grandchildren, and Franco sees hope in that youngest generation.
“We are living through a remarkable moment,” he says. “The country has woken up to its responsibilities and the people are slowly winning their rights as citizens and moving towards democratic freedoms and social justice. The country has consciously prepared for 2014, when the whole world will be following the football, to show that the nation has higher values, above those of carnival or even football, and that it is a strong nation that is ready to take on the here and now.”
Despite his age, the diminutive Franco still packs his own suitcase and travels the world alone, as he has done for decades, delivering hundreds of lectures.
“These trips open doors for those who will come in the future,” he says. “My message is of love, of hope, of caring. To say to people that our lives have a meaning and that we are not on the Earth to suffer.'”
ScienceDaily (Nov. 16, 2012) — Researchers at Thomas Jefferson University and the University of Sao Paulo in Brazil analyzed the cerebral blood flow (CBF) of Brazilian mediums during the practice of psychography, described as a form of writing whereby a deceased person or spirit is believed to write through the medium’s hand. The new research revealed intriguing findings of decreased brain activity during the mediums’ dissociative state which generated complex written content. Their findings will appear in the November 16th edition of the online journal PLOS ONE.
The 10 mediums — five less expert and five experienced — were injected with a radioactive tracer to capture their brain activity during normal writing and during the practice of psychography which involves the subject entering a trance-like state. The subjects were scanned using SPECT (single photon emission computed tomography) to highlight the areas of the brain that are active and inactive during the practice.
“Spiritual experiences affect cerebral activity, this is known. But, the cerebral response to mediumship, the practice of supposedly being in communication with, or under the control of the spirit of a deceased person, has received little scientific attention, and from now on new studies should be conducted,” says Andrew Newberg, MD, director of Research at the Jefferson-Myrna Brind Center of Integrative Medicine and a nationally-known expert on spirituality and the brain, who collaborated with Julio F. P. Peres, Clinical Psychologist, PhD in Neuroscience and Behavior, Institute of Psychology at the University of Sao Paulo in Brazil, and colleagues on the research.
The mediums ranged from 15 to 47 years of automatic writing experience, performing up to 18 psychographies per month. All were right-handed, in good mental health, and not currently using any psychiatric drugs. All reported that during the study, they were able to reach their usual trance-like state during the psychography task and were in their regular state of consciousness during the control task.
The researchers found that the experienced psychographers showed lower levels of activity in the left hippocampus (limbic system), right superior temporal gyrus, and the frontal lobe regions of the left anterior cingulate and right precentral gyrus during psychography compared to their normal (non-trance) writing. The frontal lobe areas are associated with reasoning, planning, generating language, movement, and problem solving, perhaps reflecting an absence of focus, self-awareness and consciousness during psychography, the researchers hypothesize.
Less expert psychographers showed just the opposite — increased levels of CBF in the same frontal areas during psychography compared to normal writing. The difference was significant compared to the experienced mediums. This finding may be related to their more purposeful attempt at performing the psychography. The absence of current mental disorders in the groups is in line with current evidence that dissociative experiences are common in the general population and not necessarily related to mental disorders, especially in religious/spiritual groups. Further research should address criteria for distinguishing between healthy and pathological dissociative expressions in the scope of mediumship.
The writing samples produced were also analyzed and it was found that the complexity scores for the psychographed content were higher than those for the control writing across the board. In particular, the more experienced mediums showed higher complexity scores, which typically would require more activity in the frontal and temporal lobes, but this was not the case. Content produced during psychographies involved ethical principles, the importance of spirituality, and bringing together science and spirituality.
Several possible hypotheses for these many differences have been considered. One speculation is that as frontal lobe activity decreases, the areas of the brain that support mediumistic writing are further disinhibited (similar to alcohol or drug use) so that the overall complexity can increase. In a similar manner, improvisational music performance is associated with lower levels of frontal lobe activity which allows for more creative activity. However, improvisational music performance and alcohol/drug consumption states are quite peculiar and distinct from psychography. “While the exact reason is at this point elusive, our study suggests there are neurophysiological correlates of this state,” says Newberg.
“This first-ever neuroscientific evaluation of mediumistic trance states reveals some exciting data to improve our understanding of the mind and its relationship with the brain. These findings deserve further investigation both in terms of replication and explanatory hypotheses,” states Newberg.
Journal Reference:
Julio Fernando Peres, Alexander Moreira-Almeida, Leonardo Caixeta, Frederico Leao, Andrew Newberg. Neuroimaging during Trance State: A Contribution to the Study of Dissociation. PLoS ONE, 2012; 7 (11): e49360 DOI:10.1371/journal.pone.0049360
Você precisa fazer login para comentar.