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Profetas da chuva do Nordeste aderem ao trabalho remoto (Folha de S.Paulo)

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Douglas Gavras, 10 de abril de 2021


Todos os anos, os chamados profetas da chuva do interior do Ceará se reúnem para divulgar suas previsões para a quadra chuvosa na região —período que geralmente vai de janeiro a junho e é crucial para o sustento das famílias de pequenos agricultores locais. Com a pandemia do novo coronavírus, no entanto, até eles tiveram de aderir ao “trabalho remoto”.

Os profetas são nordestinos que dizem antever as chuvas no semiárido observando sinais da natureza, como a floração de determinadas plantas, o comportamento de pássaros ou o movimento dos insetos. Para alguns deles, por exemplo, se o joão-de-barro não estiver no ninho é sinal de chuva.

“A formiga é o bicho mais inteligente que existe”, define o agricultor Titico Báia, de 69 anos e há 35 como profeta. “Elas começam a limpar o formigueiro no verão e jogam o bagaço seco fora. Dali a 90 dias, a chuva vem. Quando o sapo cururu se prepara para começar a cantar, também é sinal de água.”

Báia é conhecido por observar a natureza principalmente em três dias de setembro e três em outubro. O comportamento de animais, do vento e da lua nesses dias ajuda a prever como será a chuva no primeiro semestre do ano seguinte. “A gente vive da safra de milho e de feijão. E a regularidade da chuva é o que define se a vida vai ser mais fácil ou mais difícil naquele ano. Em 2021, a chuva só não foi mais esperada do que a vacina.”

“Em uma época em que não tínhamos medições regulares na nossa região, essas mulheres e esses homens eram a bússola para os agricultores. Eles diziam a hora certa de plantar e ajudavam a garantir uma colheita melhor”, conta o diretor do Instituto Federal do Ceará (IFCE) de Tauá (337 km de Fortaleza), José Alves Neto. Ele é um dos organizadores do encontro dos profetas da chuva da região do sertão dos Inhamuns, que acontece há cinco anos. “Mesmo hoje, os órgãos que medem as chuvas escutam o que os profetas têm a dizer.”

Com a pandemia da Covid-19, no entanto, esse grupo de observadores da natureza, que faz recomendações do melhor dia de plantio e estimativas de como será o inverno do ano, não pôde se reunir, já que a maioria tem mais de 60 anos e faz parte do grupo de risco.

Para manter a tradição, os profetas populares se adaptaram e promoveram os primeiros encontros virtuais, com transmissões de profecias pela internet, aumento das parcerias com rádios locais e trocas de previsões com outros agricultores pelo WhatsApp. A tecnologia, que chegou a ser vista como rival da tradição popular, agora ajuda os observadores da natureza a continuarem em atividade.

Quem espera a vacina para voltar a circular pela região é o agricultor Totonho Alves, 64. Ele, que herdou a sensibilidade para observar a natureza do pai e do avô, começou a notar o trabalho das formigas e outros sinais há 40 anos. “Meu avô sempre dizia que a chuva estava para vir quando via as formigas trabalhando mais do que o normal. Foi ele quem me ensinou que vinha enchente quando a coruja cantava na beira do riacho.”

Alves conta que as formigas poucas vezes erraram com ele. Quando elas saem das terras mais baixas e se mudam para o alto é sinal de chuva. Mas, se o formigueiro estiver na beira dos riachos, não é bom sinal. “Sinto falta do encontro presencial, daquele movimento, de poder reencontrar os amigos e trocar previsões. Mas com a pandemia, a gente faz o que pode”, diz.

O encontro mais antigo do estado começou em 1997, na região de Quixadá, a 164 km de Fortaleza. Na época, o funcionário da Companhia de Água e Esgoto do Ceará (Cagece) Hélder Cortez se deu conta de que havia um número cada vez maior de interessados em ouvir os agricultores que alertavam sobre as chuvas. Hoje, são 22 profetas na região do município.

Ano passado, antes da pandemia, 400 pessoas se reuniram em um auditório em Quixadá. “Este ano, pela internet, tanta gente se interessou pelos profetas que surgiram várias ideias para que essa cultura não se perca. Com o fim da pandemia, a gente pretende criar uma escola de formação de profetas, em parceria com instituições locais”, diz Cortez.

A audiência online animou os profetas e alguns municípios querem manter os encontros virtuais mesmo após a vacina. O evento no sertão dos Inhamuns, por exemplo, que chegava a reunir até 90 pessoas em auditórios de escolas da região quando era presencial, já tem mais de 3.000 visualizações no canal oficial no YouTube.

O diretor do IFCE de Boa Viagem, no Sertão de Canindé, João Paulo Arcelino do Rêgo, que organizou algumas das gravações das profecias virtuais, conta que a maioria dos profetas não tem acesso regular à internet e acaba não trocando previsões ao longo do ano. Os encontros presenciais sempre foram a oportunidade para isso.

“Este ano, levamos uma equipe de filmagem até a casa de cada um deles, fizemos os vídeos e o evento aumentou de tamanho. O mais surpreendente é que as previsões batiam, mesmo sem eles conversarem antes. Não é por acaso que muitos engenheiros agrônomos da região nos telefonam para saber o que os profetas têm a dizer”, diz ele.

“Quando eles viram que a pandemia se arrastaria em 2021 também e que as reuniões seriam prejudicadas, foram os primeiros a cobrar uma solução. São pessoas que tiram o sustento da terra e que são profetas por vocação, sem ganhar nada com isso. Para eles, repassar as previsões é a forma de manter viva a tradição”, diz Neto.

Outra expectativa é a de que a tecnologia também sirva para atrair mais jovens interessados em aprender sobre as técnicas de observação da natureza, já que a transmissão desse conhecimento para as novas gerações é fonte constante de preocupação do grupo.

“A nossa intenção é repassar o conhecimento para as outras gerações. Minha esperança é um dos meus filhos mais novos, que é quem eu levo para observar a natureza comigo. Quando eu vier a faltar, é ele quem vai levar a história para frente”, diz Alves.

Com 516 milímetros de chuva em 5 anos, Ceará tem pior seca desde 1910 (G1)

09/09/2016 09h20 – Atualizado em 09/09/2016 11h57

Previsão para 2017 ainda é indefinida devido ao “Oceano Pacífico Neutro”.
Águas do Açude Orós estão sendo transferidas para o Castanhão.

Do G1 CE com informações da TV Verdes Mares

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Levantamento feito pela Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme) nesta quinta-feira (8) mostra que nos últimos cinco anos, de 2012 a 2016, foram apenas 516 milímetros de chuva, em média, no Ceará. O índice é o menor desde 1910.

De acordo com o meteorologista Davi Ferran, vai ser preciso conviver com a incerteza pelos próximos meses, já que ainda é cedo pra afirmar se 2017 vai trazer chuva ou não.

Ano Chuva (mm)
2012 388
2013 552
2014 565
2015 524
2016 550
Média 516
Fonte: Funceme

“No período chuvoso do ano que vem, ou seja, março, abril e maio, que é o período chuvoso principal, a maior probabilidade é que o Oceano Pacífico não tenha El Niño nem La Niña. Vamos ter o Oceano Pacífico neutro. Em anos de Oceano Pacífico neutro, a probabilidade de chuvas no Ceará depende mais fortemente do Atlântico. Então a previsão vai ser divulgada somente em janeiro”, explica.

Enquanto isso, segundo a Companhia de Gestão de Recursos Hídricos (Cogerh), os reservatórios secam cada vez mais. No momento, o nível médio dos 153 açudes monitorados pela Cogerh é de apenas 9,4% do volume total.O “Gigante” Castanhão, responsável por abastecer toda a Região Metropolitana de Fortaleza, está praticamente sem água. Há apenas sete anos, ele chegou a inundar a cidade de Jaguaribara com a enorme vazão das comportas.

Hoje, a Cogerh diz que o maior açude do Ceará está com apenas 6% da capacidade. Bem perto dele, o Açude Orós, também na Região Jaguaribana, sangrou em 2004 e 2008. Na época, virou até atração turística no Centro Sul do Estado.

Agora em 2016, o Orós aparece nesse cenário de seca em forma de ajuda. Desde julho, as águas do açude estão sendo transferidas para o Castanhão. Segundo a Cogerh, essa água deve chegar às residências da Região Metropolitana de Fortaleza em setembro, e garantir o abastecimento pelo menos durante esse período  de crise hídrica.

“Nossa programação é até o final de janeiro. Ou seja, até janeiro vamos estar operando de forma integrada os dois reservatórios. O caso da Região Metropolitana, ela está totalmente integrada à Região do Jaguaribe por dois grandes canais: o do Trabalhador e Eixão das Águas. Então é o caso de uma bacia hoje tem uma maior dependência de outra região, de outra bacia hidrográfica, mas elas estão integradas. Esse é o caso que eu diria mais emblemática no Estado”, explica o presidente da Cogerh, João Lúcio Farias.

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Ceará passa pela pior seca dos últimos 90 anos, com 38 açudes completamente secos e 42 no volume morto (Ceará News 7)

27/10/2016 11:45Hs

EFEITOS DA ESTIAGEM

O relatório da Cogerh também informa que, somente no mês de outubro o volume nos açudes caiu para 10% de sua capacidade.

Ceará passa pela pior seca dos últimos 90 anos, com 38 açudes completamente secos e 42 no volume morto

Os reservatórios do Ceará estão exauridos por conta da seca prolongada 

A Companhia de Gestão de Recursos Hídricos (Cogerh) relatou a situação preocupante que vive o Ceará por conta da falta de chuvas, que faz o Estado enfrentar a pior seca dos últimos 90 anos.

Segundo a Cogerh, somente no mês de outubro o volume de água nos açudes cearenses caiu para 10 por cento. Dos 153 açudes monitorados pela companhia 131 têm menos de 30% da capacidade máxima e apenas um está com mais de 90%. Outros 42 estão com o volume morto e 38 completamente secos.

No mês de março, considerado o mais chuvoso da temporada de inverno, quando em média são esperados mais de 200 milímetros, o índice registrado foi de apenas 129 milímetros. Os dados confirmam o quinto ano seguido de chuvas abaixo da média no Ceará, ocasionando uma das maiores secas já registradas na história.

Lista dos açudes com volume morto:

Batente, Broco, Capitão Mor, Castro, Catucinzenta, Cipoada, Ema, Farias de Sousa, Flor do Campo, Fogareiro, Forquilha, Frios, Gerardo Atimbone, Jaburu II, Jatobá, Jatobá II, Jenipapeiro, Jenipapeiro II, João Luís, Macacos, Martinópole, Monsenhor, Tabosa, Parambu, Penedo, Pentecoste, Pesqueiro, Poço ds Pedra, Poço do Barro, Pompeu Sobrinho, Riacho da Serra, Riacho do Sangue, Rivaldo de Carvalho, Santo Antônio, Santo Antônio de Aracatiaçu, São Domingos II, São José II, São José III, Sítios Novos, Sucesso, Tejuçuoca, Várzea da Volta e Várzea do Boi.

Lista dos ançudes secos

Adauto Bezerra, Amanari, Barra Velha, Barragem do Batalhão, Bonito, Canafístula, Carão, Carmina, Carnaubal, Cedro, Cumpim, Desterro, Escuridão, Faé, Favelas, Forquilha II, Jerimum, Madeiro, Monte Belo, Nova Floresta, Pau Preto, Pirabibu, Potiretama, Premuoca, Quixabinha, Quixeramobim, Salão, Santa Maria de Aracatiaçu, Santo Antônio de Russas, São Domingos, São José I, São Mateus, Serafim Dias, Sousa, Trapiá II, Trici, Umari, Vieirão.

Fonte: Cogerh

2016 é um dos anos mais secos do Ceará e o pior começa agora (O Povo)

CHUVA 14/06/2016

Os meteorologistas afirmam que não há previsão de precipitações para os últimos seis meses do ano 

Igor Cavalcante

Os próximos meses serão de mais escassez hídrica para o Ceará. Quando o assunto é chuva, o segundo semestre é o mais crítico para o Estado. As precipitações que ainda acontecem são causadas por instabilidades meteorológicas e não devem impactar no cenário de estiagem.

Em coletiva de imprensa ontem, a Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme) informou que, de 2012 para cá, a estiagem deste ano é a segunda pior. Em algumas regiões não choveu nem metade do esperado. O cenário faz de 2016 um dos dez anos mais secos da história.

Contudo, monitoramento do Oceano Pacífico indica que águas estão resfriando. É um sinal de que precipitações podem aumentar no próximo ano. O aquecimento oceânico, fenômeno conhecido como El Niño, impacta na formação da Zona de Convergência Intertropical, principal responsável pelas chuvas na costa cearense. Quando parte do Pacífico está aquecida, as nuvens tendem a se formar e precipitar no mar.

De acordo com Eduardo Sávio Martins, presidente da Funceme, ainda é cedo para garantir boa quadra chuvosa para 2017. “É um aspecto positivo, mas temos de aguardar como vai ser o padrão desse resfriamento”, pondera.

O meteorologista Raul Fritz também é cauteloso quanto às previsões. Segundo ele, mesmo num cenário em que não haja El Niño, bom inverno é incerto.

A preocupação dos meteorologistas é com os meses até a próxima quadra chuvosa.. “A gente tem certeza da chuva no primeiro semestre e certeza de que não chove no segundo semestre”, cita o presidente da Funceme. Historicamente, mais de 90% do volume anual de chuva no Estado acontece no primeiro semestre.

Abaixo do esperado

Também foram as temperaturas elevadas das águas do Pacífico que contribuíram para as poucas precipitações no Estado. Conforme O POVO havia adiantado na edição do último dia 1°, a quadra chuvosa deste ano terminou como a segunda pior desde 2012, quando começou a sequência de cinco anos de estiagem.

Entre fevereiro e maio deste ano, as chuvas ficaram 45,2% abaixo do esperado. Fevereiro foi o período mais crítico, quando o volume no Estado ficou 55,3% abaixo da expectativa. Os meses de março e abril — historicamente de mais chuva — também tiveram precipitações inferiores à média.

As regiões Jaguaribana e do Sertão dos Inhamuns foram as de maior escassez. Nos municípios, as chuvas sequer atingiram metade do esperado, ficando 54,5% e 52,3% abaixo da média, respectivamente.

Segundo o presidente da Funceme, desde o início do ano, o Estado trabalha com o cenário da seca e promove ações para garantir licitações de poços e adutoras emergenciais na tentativa de suprir a necessidade hídrica do Interior.

Saiba mais 

Uma das alternativas para amenizar a escassez hídrica, o Projeto de Integração do rio São Francisco será concluído em dezembro, com previsão de abastecer os reservatórios em janeiro do próximo ano.

No último fim de semana, comitiva do Ministério da Integração vistoriou os eixos Norte e Leste do Projeto. Além do Ceará, Pernambuco e Paraíba devem ser beneficiados a partir de 2017.

Mais respeito pela Funceme (O Povo)

ARTIGO 29/02/2016

Fátima Sudário

Na semana que passou, a Funceme atualizou a previsão para a estação de chuva, que se estende até maio na região em que o Ceará está inserido. Reafirmou, em dia de chuva intensa na Capital, probabilidade de chuva em torno de 70% abaixo da média.

Isso é seca braba. É caso de se cobrar atitude do poder público e se compromissar com mobilização social para um cenário desfavorável.
Pela primeira vez, o volume do Castanhão, principal fornecedor da água na Região Metropolitana de Fortaleza, caiu a menos de 10%.

Mas a reação, de um modo geral, se restringe ao ceticismo em relação às previsões da Funceme. Não faltam comentários pejorativos, piadas e ironias, uma espécie de cultura instaurada sempre que se trata da instituição que, além da meteorologia, se dedica a meio ambiente e recursos hídricos.

Penso que há de se atribuir essa postura a imprecisões de previsão, como de fato acontecem, ao uso político de informações como aconteceu no passado ou mesmo à ignorância. Mas me incomoda. A meteorologia lida com parâmetros globais complexos, como temperatura do ar e dos oceanos, velocidade e direção dos ventos, umidade, pressão atmosférica, fenômenos como El Niño… Já avançou consideravelmente na confiabilidade das previsões feitas por meteorologistas, com o uso de dados de satélites, balões atmosféricos e um tanto mais de aparato tecnológico que alimentam modelos matemáticos complicados para desenhar probabilidades, mas não exatidões.

Erra-se, aqui como no resto mundo. Mas geram-se informações de profundo impacto social, econômico, científico e cultural, essenciais a tomadas de decisões, de natureza pública e privada. Algo que nenhum gestor ou comunidade pode dispensar, especialmente em uma região como a nossa, vulnerável às variações climáticas e dependente da chuva. Carecemos de uma troca de mentalidade em relação ao trabalho da Funceme. Falo de respeito mesmo pelo que nos é caro e fundamentalmente necessário.

A propósito, é difícil, mas torço para que a natureza contrarie o prognóstico e caia chuva capaz de garantir um mínimo de segurança hídrica, produtividade e dignidade a um Ceará que muito depende das informações sobre o clima, geradas pela Funceme.

Fátima Sudário

Jornalista do O POVO

Pior seca dos últimos 50 anos no Nordeste mobiliza profetas do sertão (Globo/JN)

Edição do dia 09/01/2016

09/01/2016 20h56 – Atualizado em 09/01/2016 20h56

Açude do Cedro está com apenas 0,52% da capacidade.

Profetas se reuniram pra compartilhar as previsões.

Vídeo

A pior seca dos últimos 50 anos no Nordeste está mobilizando os profetas do sertão. Até esses brasileiros, que sabem como ninguém interpretar os sinais que vêm da terra, estão quebrando a cabeça pra prever o fim da estiagem.

A água chegava aos degraus. Mas, depois de quatro anos seguidos de seca, o Açude do Cedro, um dos mais antigos do Ceará, está com apenas 0,52% da capacidade.

Pra quem tem visto tanta seca, um dia nublado, pode até dar esperança. Mas quem realmente trabalha com a terra busca outros sinais pra ter certeza de que vai ter um bom período de chuva. E tudo tem uma lógica: se o passarinho faz o ninho um pouco mais alto na árvore, quer dizer que a terra vai encharcar, então vai ter boa chuva. Se o ninho estiver mais baixo é o contrário. É desse jeito que os profetas do sertão fazem sua previsão do tempo todos os anos.

Josimar analisou cada detalhe das árvores pra saber se o tempo de chuva, chamado de inverno na região e que costuma acontecer no começo do ano, está mesmo próximo.

“Essa florzinha está começando agora, aí se demorou, com certeza é sinal que o inverno também demora”, ensina.

Neste sábado (9) os profetas se reuniram pra compartilhar as previsões, cada um à sua maneira: ranhuras que apareceram no caule da Ibiratanha animaram Seu Renato.

“Ela está dando sinal que vai haver grande abundância de chuva”, diz.

Dona Lurdinha botou pedrinhas de sal num tabuleiro com os meses do ano.

“Quando o inverno vai ser bom, desmancha todas. Fiquei muito alegre porque as pedrinhas molharam quase todas”, diz ela.

Certeza mesmo é que, faça chuva ou faça sol, ninguém vai deixar a terra de onde se tira até a previsão do tempo.

“A gente faz que nem o finado Luiz Gonzaga: ‘enquanto minha vaquinha tiver o couro e o osso, e puder com o chocalho pendurado no pescoço, só deixo meu Cariri no último pau de arara’. Nós somos sertanejos, não pode desistir”, diz Josimar.

Previsão é de pouca chuva no Ceará de dezembro a fevereiro, diz Funceme (G1)

20/11/2015 19h09 – Atualizado em 20/11/2015 20h49

Segundo a Funceme, chances de chuva abaixo da média é de 69%. Ceará enfrenta períodos de chuva abaixo da média há quatro anos.

Do G1 CE

Chance de chuva abaixo da média é de 69%, diz Funceme (Foto: Funceme/Reprodução)

Chance de chuva abaixo da média é de 69%, diz Funceme (Foto: Funceme/Reprodução)

O Ceará deve ter pouca chuva em todas as suas regiões até fevereiro de 2016 devido à forte atuação do fenômeno El Niño, segundo previsão divulgada nesta sexta-feira (20) pela Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme). O Ceará escassez e estiagem desde 2011.

Para os meses de dezembro de 2015, janeiro e fevereiro de 2016, o prognóstico aponta 69% de probabilidade de chuvas abaixo da média no Ceará durante o período. As chances de haver precipitações em torno da média são de 23% e para chuvas acima da média, a probabilidade é de apenas 8%.

A categoria abaixo da média histórica para período de dezembro a fevereiro no estado corresponde a chuvas de 0 a 203 milímetros. Precipitações de 203 a 312 milímetros são consideradas em torno da média; caso chova 312 milímetros ou mais, a categoria é acima da média.

“É muito importante ressaltarmos que o trimestre em questão engloba dois meses de pré-estação chuvosa, dezembro e janeiro, quando os sistemas que normalmente atuam nessa época são de menor previsibilidade, como Vórtices Ciclônicos de Altos Níveis, Cavados e a influência de Sistemas Frontais”, explica o meteorologista Leandro Valente.

Ele destaca também, que, apesar da baixa previsibilidade, além do modelo atmosférico da Funceme, outros modelos de instituições nacionais e internacionais também apontam maior probabilidade de precipitações abaixo da média para o Ceará nos próximos três meses.

Dilma promete recursos
O governador do Ceará, Camilo Santana, apresentou nesta quinta-feira (19) o prognóstico de pouca chuva para o Ceará e o Nordeste brasileiro em 2016 e fez o pedido de recursos federais para amenizar os efeitos da estiagem na região, que enfrenta quatro anos seguidos de pouca chuva.

Segundo Camilo Santana, o Governo Federal anunciou que irá liberar novos financiamentos para obras na região, que serão utilizados para a instalação de dessalinizadores (equipamento para retirar excesso de sal da água e torná-la potável), construção de adutoras de montagem rápida e a perfuração de poços nas regiões mais afetadas pela estiagem, além do reforço na Operação Carro-Pipa nas zonas urbanas.

COMENTÁRIOS

Ademerval Magno A situação do Nordeste só vai melhorar quando fizerem um enorme canal que possa trazer alguma fração da água do rio Amazonas. Enquanto isso, sonharemos com a transposição do rio São Francisco para 20?? e o fim da corrupção. P.S. Quanto ao fim da corrupção só depende de nós mesmos, portanto, façamos nossa parte!

Francisco Araujo Não que eles estão errado em suas previsões, mas acredito em DEUS e e ele mudará e nos dará um bom inverno, tenho ver em ti senhor e sei que nos ajudará a vencer essa situação, mandaras muitas chuvas para o nosso nordeste…

Nazireu Pinheiro Essa situação não mudará enquanto nós nordestinos não tivermos a percepção de exigir dos nossos representantes uma solução definitiva para a seca, pois o que foi feito até agora são soluções paliativas, e a indústria da seca continua massacrando nosso povo humilde e trabalhador.

Profeta da chuva diz que ‘Nordeste terá um grande inverno’ em 2016 (G1)

09/01/2016 09h36 – Atualizado em 09/01/2016 13h25

Quicada, no sertão cearense, sedia encontro anual dos ‘profetas da chuva’. Previsão é baseada em observações de fenômenos da natureza. 

Elias Bruno

Do G1 CE

Erasmo Barreira observa galhos de plantas que podem indicar um bom invern (Foto: Elias Bruno / G1)

Erasmo Barreira observa galhos de plantas que podem indicar um bom inverno (Foto: Elias Bruno / G1)

“Não tenho medo em dizer que o Nordeste terá um grande inverno em 2016”, afirma o aposentado Erasmo Barreira, 69 anos, que participa pela 18ª vez do Encontro Anual dos Profetas da Chuva neste sábado (9) em Quixadá, a 158 quilômetros de Fortaleza. Na ocasião, sertanejos fazem previsões para a quadra chuvosa do Ceará e Nordeste com base em observações da natureza. Entre os aspectos analisados, estão a rotina de animais e o desenvolvimento de plantas da região.

As previsões de Erasmo representam uma tradição que ele traz dos avós. “É fácil, é só prestar atenção na floração de um ano para o outro”, explica. As observações do profeta para prever o inverno de 2016 são feitas desde julho do ano passado e se intensificam em dezembro, à véspera do encontro.

Profeta também observa o bagaço da formiga de roça para prevê um bom inverno (Foto: Elias Bruno / G1)

Profeta também observa o bagaço da formiga de roça para prever
um bom inverno (Foto: Elias Bruno / G1)

Fenômenos observados

Em entrevista ao G1, Erasmo apresentou duas representações de fatores naturais que aponta como determinantes para um bom inverno. “O galho de feijão brabo não perdeu nenhuma flor e está bem verdinho. Quando fica assim, é porque está esperando chuva para só depois amadurecer e aflorar. Se já tivesse perdido flores em dezembro, é o sinal que seria seco no próximo ano”, ressalta.

Outro fenômeno percebido pelo profeta sertanejo é a forma com que as formigas de roça tratam o bagaço. “Observei a quantidade de vagem que elas descarregam das casas delas. São folhas de capim e de pau que elas gostam de levar para lá. Elas botam fora agora no começo do inverno para fazer nova armazenagem. Quando elas vêm muita quantidade, aí é que vai chover mesmo. Lá no meu interior, tem uma quantidade suficiente para encher 50 sacolas como a que trouxe”, completa.

Funceme 
A previsão da chuva feita pelos “profetas” não tem respaldo científico de acordo com a Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme). O órgão estadual deve divulgar em 20 de janeiro prognóstico oficial das chuvas no Ceará no ano de 2016.

Em um prognóstico parcial divulgado pelo órgão em novembro de 2015, a Funceme apontou chuvas abaixo da média no estado nos meses de janeiro e fevereiro de 2016.

O centenário da seca (Estadão)

Equipe do ‘Estado’ refaz o trajeto dos retirantes da seca de 1915 no sertão do Ceará. O drama – que até hoje se repete – foi retratado no primeiro romance de Rachel de Queiroz,  “O Quinze”.

Luciana Nunes Leal (texto) e Wilton Junior (fotos)

20 de setembro de 2015


Capítulo 1

Quatro anos de escassez

ENTRE QUIXADÁ E FORTALEZA, TRAJETO PERCORRIDO EM “O QUINZE” POR CHICO BENTO, OS AÇUDES ESTÃO QUASE VAZIOS. EM 2015,O CEARÁ VIVE O QUARTO ANO CONSECUTIVO DE SECA

WJQUINZE206- CE - 18/08/2015 - SECA 100 ANOS/QUINZE - ESPECIAL PARA CIDADES OE - Cem anos depois da grande seca que assolou o sertão central do Ceará e inspirou o livro O Quinze, de Rachel de Queiroz, a região enfrenta outro grave período de falta de chuva pelo terceiro ano seguido. A reportagem refaz o trajeto da família fictícia criada pela escritora, formada por Chico Bento, Cordulna e cinco filhos, entre Quixadá e Fortaleza. Muita famílias ainda sofrem com a falta de água e não conseguiram produzir milhoe e feijão, os produtos da região. Na foto, CE 060 que liga Quixada a Fortaleza Foto: WILTON JUNIOR/ESTADÃO

Caminhada. A rodovia CE-060 liga Quixadá a Fortaleza, trecho que, na ficção, foi feito a pé, em caminho de terra, por Chico Bento

Passados cem anos da grande seca de 1915, retratada por Rachel de Queiroz no romance “O Quinze”, lançado em 1930, o sertão central do Ceará ainda sofre com a falta de chuva. A região está no quarto ano de estiagem intensa. Os açudes e barragens estão em níveis baixos, as cisternas instaladas nas casas das famílias de baixa renda, que ajudam a aliviar a falta de água, já não são suficientes para o abastecimento.

No livro, o vaqueiro Chico Bento parte com a família, a pé, para Fortaleza, depois de ser dispensado pela dona da fazenda onde trabalhava. O Estado percorreu o caminho descrito por Rachel de Queiroz. Embora sofram com a seca, as cidades têm benefícios pelo fato de estarem próximas da capital. A rodovia estadual está em bom estado, há empreendimentos imobiliários em andamento. Na zona rural, no entanto, as famílias lamentam a baixa produção de milho e feijão que, este ano, serviu no máximo para consumo próprio. Entre os muito pobres, o Bolsa Família é a única renda fixa mensal.

 

ONDE FICA

 

O caminho da família  de Chico Bento em ‘O Quinze’, revisitado pela reportagem

QUIXADÁ, A RETIRADA

Na ficção, o protagonista Chico Bento, vaqueiro dispensado pela patroa que não tinha como manter os empregados, diante do estrago causado pela seca, parte de Quixadá para Fortaleza, a pé. O ponto de partida é a localidade hoje chamada Daniel de Queiroz, a cerca de 160 quilômetros de Fortaleza, onde até hoje está a fazenda da família de Rachel de Queiroz, chamada “Não me deixes”. No livro, Chico Bento trabalhava na fazenda Aroeiras, nome fictício. Ele parte com a mulher, a cunhada e cinco filhos.

WJQUIXADA1 - CE - 18/08/2015 - SECA 100 ANOS/QUINZE - ESPECIAL PARA CIDADES OE - Cem anos depois da grande seca que assolou o sertão central do Ceará e inspirou o livro O Quinze, de Rachel de Queiroz, a região enfrenta outro grave período de falta de chuva pelo terceiro ano seguido. A reportagem refaz o trajeto da família fictícia criada pela escritora, formada por Chico Bento, Cordulna e cinco filhos, entre Quixadá e Fortaleza. Muita famílias ainda sofrem com a falta de água e não conseguiram produzir milhoe e feijão, os produtos da região. Na foto, Paulo Sérgio Alexandre Ferreira com a mulher, Zélia e os filhos Bianca, de 16 anos, Francisco Vitor, de 3, e Francisca Vitória, de 2. Cisterna instalada pelo governo do Estado está quase seca e família tem que pegar água em cacimba próxima ao barraco onde vive, na periferia de Quixadá. Foto: WILTON JUNIOR/ESTADÃO

 Lavoura. Paulo Sérgio, a mulher e os filhos sofrem com a seca na periferia de Quixadá: “não cheguei a fazer um saco de feijão”

A VIDA EM QUIXADÁ

DESALENTO E ESPERANÇA EM QUIXADÁ 

Morador  do distrito de Juatama, em Quixadá, Paulo Sérgio Alexandre Ferreira, de 44 anos, passa dificuldades com a cisterna quase vazia. Ele vive com a mulher, Zélia, de 37 anos, e cinco filhos em uma casa precária, de barro, sem água encanada e raros móveis. Quase todo dia, alguém busca água na cacimba mais próxima. “Não cheguei a fazer um saco de feijão”, lamenta Paulo Sérgio, que tem um roçado atrás da casa. Apesar das dificuldades, o Chico Bento de 2015 não pensa em sair em busca de outras oportunidades. A família recebe R$ 190 mensais do programa Bolsa Família, a única renda garantida. “Não gosto de cidade. A gente só vai lá por precisão”, afirma.

No mesmo município de Quixadá, outra história é de esperança. A seca que devasta as plantações e obriga famílias a buscarem água em cacimbas e poços distantes de casa também cria oportunidades para um grupo de jovens do distrito de Juatama. Por causa da falta de chuva e dos ventos fortes, Quixadá tornou-se um dos melhores locais do mundo para o voo livre. No inverno, atletas de vários países chegam à cidade, na expectativa de baterem o recorde de voo em linha reta batido na própria cidade. Os pilotos passaram a chamar jovens da região para ajudarem na montagem de equipamentos, dirigirem as caminhonetes e colaborarem no controle dos voos. Aos poucos, eles aprenderam a voar e hoje são também instrutores.

A Associação de Voo Livre do Sertão Central já reúne 24 jovens, que estimulam as crianças a também se interessarem por decolagens e pousos. “Em 1998, 12 meninos foram contratados para ajudar os que chegavam a Quixadá para voar e começaram a sonhar em voar também. Eu era um desses meninos. Graças a Deus, no meio das dificuldades da seca, uma janela se abre e surge uma oportunidade”, diz Diego Oliveira Dantas, de 26 anos, um dos rapazes que trabalham com voo livre em Quixadá. Na semana em que o Estado esteve em Quixadá, um dos grandes nomes do voo livre do País, Luiz Henrique Tapajós Antunes dos Santos, o Sabiá, estava na cidade, onde gravou parte do documentário que estrela para um canal fechado de TV. Sabiá e seus companheiros usaram os serviços de Diego e outros monitores locais.

QUIXADÁ EM NÚMEROS

ITAPIÚNA, A FOME

Município que em 1915 era um povoado chamado Castro, parte da cidade de Baturité. No livro, foi no Castro que bateu pela primeira vez a fome na família.

Chico Bento consegue trocar uma rede por farinha e rapadura.

Também no Castro, Mocinha, irmã de Cordulina, mulher de Chico Bento, decide abandonar o grupo.

A VIDA EM ITAPIÚNA

Na casa de Vera Lúcia de Almeida Ferreira, de 39 anos, não há água encanada. A cisterna instalada pelo governo do Estado está praticamente vazia. Ela busca água no rio próximo para lavar roupa e cozinhar. Recebe R$ 194 mensais do Bolsa Família para sustentar o casal e dois filhos. A cada dois meses, gasta R$ 50 com um botijão de gás. A conta de luz está em torno de R$ 26 mensais. “Antes eu pagava entre R$ 12 e R$ 15 de luz. Agora que inventaram essa bandeira vermelha, está o dobro. Daqui a pouco, o dinheiro vai todo para gás e energia”, preocupa-se Vera Lúcia. No dia 20 de agosto, uma quinta-feira, Vera Lúcia teve que gastar R$ 6 para mandar a filha Verilane, de 12 anos, para a escola. O ônibus escolar quebrou e a solução foi pagar uma van para levar e um mototáxi para trazer a menina para casa. No dia 21, Verilane não foi à escola. “Agora vou ter que esperar o ônibus consertar, não dá para gastar esse dinheiro todo dia”, afirmou Vera Lúcia.

Perto dali vive Antônio Osvaldo Gomes de Souza, de 40 anos. O filho Erison, de 9, só não perdeu as aulas porque Antônio levou e pegou de bicicleta. O menino depende do mesmo ônibus escolar com defeito. A Bolsa Família que sustenta Antonio, a mulher, Adriana, e o filho é de R$ 164 mensais.

ITAPIÚNA EM NÚMEROS

WJQUINZE200 - CE - 18/08/2015 - SECA 100 ANOS/QUINZE - ESPECIAL PARA CIDADES OE - Cem anos depois da grande seca que assolou o sertão central do Ceará e inspirou o livro O Quinze, de Rachel de Queiroz, a região enfrenta outro grave período de falta de chuva pelo terceiro ano seguido. A reportagem refaz o trajeto da família fictícia criada pela escritora, formada por Chico Bento, Cordulna e cinco filhos, entre Quixadá e Fortaleza. Muita famílias ainda sofrem com a falta de água e não conseguiram produzir milhoe e feijão, os produtos da região. Na foto, Vera Lúcia de Almeida Ferreira, de 39 anos, mora na beira da estrada em Itapiuna. Tem uma cisterna praticamente vazia. Conta que o governo do Estado instalou uma caixa d'água e promete levar água encanada, mas ainda não chegou. Foto: WILTON JUNIOR/ESTADÃO

Espera. Sem água encanada, Vera Lúcia aguarda a chegada de caminhão pipa para abastecer a cisterna quase vazia

BATURITÉ, A MORTE

Em algum ponto não definido deste município, Josias, um dos filhos de Chico Bento e Cordulina, morre intoxicado, depois de comer um pedaço de manipeba, um tipo venenoso de mandioca.

Foi também em Baturité que o vaqueiro decidiu vender a mula que acompanhava a família na travessia, Limpa-Trilho.

Já no fim do livro, Baturité volta em outra cena trágica. Dona Inácia, moradora que Quixadá que passara uma temporada em Fortaleza com a neta, Conceição, está no trem de volta para casa. Na estação de Baturité, se surpreende com uma moça que chama por ela. Era Mocinha, a cunhada de Chico Bento que decidira tentar a vida no Castro. Não deu certo.

A VIDA EM  BATURITÉ

Auxiliar de serviços gerais da rede pública de educação, Maria de Carvalho Félix, de 69 anos,  vive com três filhas e seis netos em uma casa confortável próxima à antiga estação de trem de Baturité, hoje transformada em museu. Conseguiu comprar uma antiga casa da Rede Ferroviária, tem água encanada e planeja, um dia, construir um andar de cima para abrigar melhor a família. “O trem era o transporte dos pobres, eu viajava para Juazeiro quase toda semana, para visitar minha mãe. Isso aqui (a antiga estação) vivia cheio, de passageiros e de gente vendendo frutas, macaxeira. Era muito bonito”, diz Maria, ao lado da filha Alexandra, de 38 aos, também auxiliar de serviços gerais da rede escolar e da neta Ana Clara, de oito anos. “Este ano a seca está grande, mas ainda temos água, se Deus quiser não vai faltar. Na seca de 1984, a torneira secou. Quando chegavam os caminhões pipa, era uma correria para garantir água”, lembra Maria.

BATURITÉ EM NÚMEROS

 

WJQUINZE61 - CE - 21/08/2015 - SECA 100 ANOS/QUINZE - ESPECIAL PARA CIDADES OE - Cem anos depois da grande seca que assolou o sertão central do Ceará e inspirou o livro O Quinze, de Rachel de Queiroz, a região enfrenta outro grave período de falta de chuva pelo terceiro ano seguido. A reportagem refaz o trajeto da família fictícia criada pela escritora, formada por Chico Bento, Cordulina e cinco filhos, entre Quixadá e Fortaleza. Muita famílias ainda sofrem com a falta de água e não conseguiram produzir milhoe e feijão, os produtos da região. Na foto, Maria de Carvalho Félix, de 69 anos, a filha Alexandra Carvalho Félix, de 38, e a neta Ana Clara, de 8, vivem em frente à antiga estação de trem de Baturité, hoje transformada em museu. Foto: WILTON JUNIOR/ESTADÃO

Passado. Maria vive com três filhas e seis netos em frente à estação desativada: saudade dos tempos da linha férrea

ACARAPE, O TREM

Já perto de Fortaleza, a uma distância de cerca de 50 quilômetros, a família vive novo drama. Chico Bento e Cordulina  descobrem que Pedro, o filho mais velho, tinha desaparecido.

É em Acarape que o que restou da família – Chico Bento, Cordulina e três filhos – finalmente consegue embarcar no trem para Fortaleza. O delegado de Acarape, Luís Bezerra, compadre de Chico Bento, padrinho de Josias, já morto, não consegue encontrar Pedro, mas paga as passagens para os retirantes concluírem a viagem.

A VIDA EM ACARAPE

Auxiliadora Silva Oliveira Rodrigues, de 36 anos, e Francisca Iraneide Pereira  de Lima, de 42, são vizinhas na periferia de Acarape, na beira da estrada que leva a Fortaleza. Em frente às casas pobres onde vivem, vendem frutas e verduras que compram na feira. Os clientes são, na maioria, motoristas que passam pela rodovia estadual. Há três anos,  chegou água encanada na localidade onde moram. A vida mudou para melhor, embora a pobreza não tenha aliviado. “Se Deus usar de misericórdia, não vai faltar água”, diz Auxliadora. A última chuva, lembra o marido dela, Édio Ferreira, presbítero da Assembleia de Deus, foi no dia 17 de julho.

WJQUINZE208 - CE - 21/08/2015 - SECA 100 ANOS/QUINZE - ESPECIAL PARA CIDADES OE - Cem anos depois da grande seca que assolou o sertão central do Ceará e inspirou o livro O Quinze, de Rachel de Queiroz, a região enfrenta outro grave período de falta de chuva pelo terceiro ano seguido. A reportagem refaz o trajeto da família fictícia criada pela escritora, formada por Chico Bento, Cordulina e cinco filhos, entre Quixadá e Fortaleza. Muita famílias ainda sofrem com a falta de água e não conseguiram produzir milhoe e feijão, os produtos da região. Na foto, Em Acarape na CE 060 que liga Quixada a Fortaleza, Francisco Lopes da Silva, de 70 anos, leva ração em uma carroça. Este ano, conseguiu tirar apenas um saco (60 quilos) de feijão de seu pequeno roçado. Foto: WILTON JUNIOR/ESTADÃO

Memória.  À beira da CE-060 Francisco, de 70 anos, lembra as muitas secas da região: “a pior foi a de 1970”

Francisca vive com o marido, Francisco Vitorino da Silva, e seis filhos, de 5 a 24 anos. Recebe “trezentos reais e uns quebradinhos” de Bolsa Família, a única renda fixa. “Tem dia ruim, que a gente não vende mais que R$ 10. Outros são melhores, dá para vender, R$ 30, R$ 40. Antigamente, a gente tinha que buscar água na cacimba, levava na cabeça”, lembra Francisca.

Na mesma estrada onde vivem Auxiliadora e Francisca, o lavrador Francisco Lopes da Silva segue em direção ao distrito de Antônio Diogo, no município de Redenção, onde mora. Nunca teve abastecimento direto em casa e, mesmo em tempos de chuva, tem de buscar água no poço. Aos 70 anos, tem a memória de muitas secas no sertão central do Ceará. “Do que me lembro, a pior foi a de 1970, mas sofremos muito também na de 1958”, diz.

ACARAPE EM NÚMEROS

FORTALEZA, O CAMPO
DE CONCENTRAÇÃO

Na etapa final do livro, Chico Bento e a família desembarcaram em Fortaleza, na Estação do Matadouro, que depois passou a se chamar estação Otávio Bonfim e hoje, é uma ruína cheia de lixo em volta.

Da estação, o casal e os filhos foram direto para o campo de concentração do Alagadiço. Muito antes da Segunda Guerra, no Ceará já se usava o termo campo de concentração, que designava o local que concentrava os flagelados, distribuía comida. Os retirantes se ajeitavam pelos cantos e saíam em busca de trabalho ou partiam para o Norte, para trabalhar no cultivo da borracha, ou para o Sudeste. Os campo de concentração foi criado para evitar que os retirantes se espalhassem pela capital e chegassem às áreas nobres, em busca de esmolas e trabalho.

O Alagadiço é hoje a parte mais pobre do bairro Otávio Bonfim, também chamado Farias Brito. É uma área carente e violenta.

A personagem Conceição, professora nascida em Quixadá que vivia em Fortaleza, é voluntária do Campo de Concentração e madrinha de Duquinha, um dos filhos de Chico Bento e Cordulina. Conceição convence Cordulina a deixar Duquinha com a madrinha e passa a criá-lo.

Chico Bento, Cordulina e os dois filhos que restaram partiram no porto de Fortaleza para São Paulo.

A VIDA EM FORTALEZA

CORRECAO DE LEGENDAFORTALEZA1 - CE - 18/08/2015 - SECA 100 ANOS/QUINZE - ESPECIAL PARA CIDADES OE - Cem anos depois da grande seca que assolou o sert„o central do Cear· e inspirou o livro O Quinze, de Rachel de Queiroz, a regi„o enfrenta outro grave perÌodo de falta de chuva pelo terceiro ano seguido. A reportagem refaz o trajeto da famÌlia fictÌcia criada pela escritora, formada por Chico Bento, Cordulna e cinco filhos, entre Quixad· e Fortaleza. Muita famÌlias ainda sofrem com a falta de ·gua e n„o conseguiram produzir milhoe e feij„o, os produtos da regi„o. Na foto, O comerciante Francisco Lopes da Silva, de 70 anos, ex-funcion·rio da Rede Ferrovi·ria, que Mora e tem um pequeno bar em frente ‡ antiga estaÁ„o do Matadouro, onde, no livro, Chico Bento e a famÌlia desembarcaram do trem quando chegaram em Fortaleza. Foto: WILTON JUNIOR/ESTAD√O

Alagadiço. Da janela de seu bar, Ramiro vê a estação e o terreno onde funcionou o campo de concentração

Funcionário da Rede Ferroviária entre 1976 e 1998, Ramiro Casimiro Barreto, de 67 anos, agora aposentado, mora e trabalha no pequeno bar aberto por ele em frente à estação desativada de Otávio Bonfim, que em 1915 se chamava Estação do Matadouro, por causa da proximidade de um abatedouro de animais. Ramiro ouviu falar da grande seca daquele ano, mas não conhece “O Quinze” nem a triste história do campo de concentração. Da janela de seu bar, avista o abandono da antiga estação e a comunidade que hoje ocupa o Alagadiço. Apesar da violência que domina a região onde há cem anos funcionava o acampamento dos flagelados, Ramiro diz que “é um bom lugar para morar”. Mas lamenta o fim da ferrovia. “Cansei de pegar o trem para Baturité. Depois essa linha acabou e ficou o trecho Fortaleza-Maracanaú, até 2011. Mas aí acabaram com o trem do interior e entraram os empresários de ônibus. Depois fizeram o metrô e isso aí é o que restou da ferrovia”, diz Ramiro.

FORTALEZA EM NÚMEROS


 Capítulo 2: A LEMBRANÇA DE RACHEL DE QUEIROZ


Capítulo 3: A SECA DE 1932: MEMÓRIA DE UM CAMPO DE CONCENTRAÇÃO


 Capítulo 4

A seca de 2015 no sertão central do Ceará

LAVAR ROUPA NOS RIOS E BUSCAR ÁGUA EM POÇOS FAZ PARTE DA ROTINA DOS MORADORES DAS CIDADES QUE SOFREM
COM A FALTA DE CHUVA. LAVOURAS FORAM PREJUDICADAS

CENAS DA SECA NO SERTÃO CENTRAL. Clique e assista ao video

No caminho até Senador Pompeu, pela BR 116, a reportagem do Estado encontrou famílias que têm como rotina buscar água nas cacimbas (poços), açudes e rios. Em um caminho estreito na beira da estrada, Alzira da Silva Gomes, de 52 anos, seguia em uma carroça com a  família para um banho no açude próximo, mais os jumentos Juca e Jubileu, no distrito de Triângulo, em Chorozinho. Alzira tem ainda a vaca Melindrosa e o cavalo Melindroso. A renda é garantida com o Bolsa Família de R$ 252 mensais. Neto de Alzira, Davi, de 14 anos, foi o único jovem encontrado pela reportagem que conhecia – e leu – o livro “O Quinze”, de Rachel de Queiroz, sobre a família que fugiu da seca em Quixadá e partiu para Fortaleza. “Li duas vezes. Muito triste, uma criança morre no caminho, a outra desaparece”, recorda Davi.

Estiagem. A seca modificou a paisagem de cidades como Senador Pompeu, Quixeramobim e Chorozinho

No mesmo caminho da família de Alzira, estavam as vizinhas Conceição Rufino Pinheiro, de 48 anos, e Daiane de Souza Coutinho, de 17, ambas donas de casa. Cada uma empurrava um carrinho de mão, com galões que seriam enchidos no poço. Reuniram 130 litros, que seriam transportados em duas viagens. “Tem que pegar água todo dia, mas agora os poços estão esvaziando”, diz Conceição.

Em Senador Pompeu, o rio Patu está quase vazio e os moradores comemoravam, no dia 18 de agosto, que as comportas da barragem foram abertas, liberando um pouco de água. “Ontem estava muito pior, que surpresa boa”, comemorou Fernanda Maria Simão, de 64 anos, que lavava roupa no rio com a vizinha Maria de Souza, de 52. Fernanda tem água encanada em casa, mas economiza lavando roupa no rio. “A vida no sertão é boa, mas é de muito sofrimento. Graças a Deus tenho saúde, não paro de trabalhar. Esse rio aqui quando enche é a coisa mais linda. Gosto de ficar aqui, vendo a natureza”, diz Fernanda, viúva, que recebe dois salários mínimos da própria pensão e a do marido. Tem uma vida confortável, diz, e complementa a renda cobrando R$ 20 pela trouxa pequena lavada e R$ 30 pela grande.

Rotina. Sem água encanada, poço ou cisterna, João Batista vai mais de uma vez por dia pegar água no rio Patu

A vida de João Batista dos Santos, de 50 anos, é mais difícil. Sua casa não tem água encanada e ele vai ao rio Patu buscar água mais de uma vez por dia. Cria galinhas e porcos, planta milho e feijão. “O milho não segurou este ano. Feijão foi muito pouco”, lamenta.

OS NÚMEROS DA SECA

Desde 2012 o nível de chuvas no Estado é muito baixo, com médias inferiores à metade das registradas em 2009, melhor ano da década

Cid faz usina termelétrica no Ceará só para aquário (Folha de São Paulo)

JC e-mail 4870, de 06 de dezembro de 2013

Governo do Ceará já orçou R$ 261 milhões para erguer aquele que seria quarto maior reservatório do mundo

O aquário que o governo Cid Gomes (Pros) constrói em Fortaleza terá um gasto adicional de R$ 16 milhões para a construção de uma usina termelétrica exclusiva.

O valor se soma aos US$ 110 milhões (R$ 261 milhões, pelo câmbio de ontem) já orçados para erguer o aquário de 21,5 mil m² e 38 tanques, que pretende ser o quarto maior do mundo, com 15 milhões de em litros de água (ou quatro piscinas olímpicas).

A usina a gás servirá, entre outras funções, para controlar a temperatura da água dos 35 mil animais que deverão habitar o espaço a partir de janeiro de 2015, prazo previsto para conclusão da obra.

O governo do Ceará diz que a usina estava prevista no projeto e não trará problemas ambientais. “Pela sua dimensão, o equipamento precisa de um plano B de energia, em caso de problemas operacionais”, diz o secretário do Turismo, Bismarck Maia.

O governo não soube informar o custo de manutenção da usina, que não é especificado na licitação da obra.

A termelétrica soma mais um elemento às críticas ao aquário. Para o deputado de oposição Heitor Férrer (PDT), o equipamento visa “dar luxo a uma casa de peixe”. “É uma obra grandiosa para um Estado pobre”, diz ele.

O governo Cid Gomes tem sido marcado por polêmicas no uso do dinheiro público. Em 2008, o irmão de Ciro Gomes teve que pedir desculpas por levar a sogra a Europa, em visita oficial, em jato fretado pelo governo por R$ 540 mil (valores atualizados).

Neste ano, Cid pagou cachê de R$ 650 mil para Ivete Sangalo para inaugurar um hospital em Sobral, berço político dos irmãos Gomes.

Outro alvo de críticas em 2013 foi a contratação de um bufê por R$ 3,4 milhões que incluía itens como caviar, escargot e lagosta.

INGRESSO
Já o Acquário Ceará é criticado desde o anúncio da obra, em 2009. Em julho deste ano, manifestantes acamparam no bairro da obra em protesto contra o avanço do empreendimento.

O preço dos ingressos ainda não está definido, mas deve ficar entre R$ 45 e R$ 50.

“Ainda é uma estimativa, pelo que observamos em outros aquários. Em Lisboa, por exemplo, a taxa varia entre 15 a 20 euros [R$ 48 a R$ 64]”, diz o secretário do Turismo.

O governo estima que o aquário possa receber até 1,2 milhão de turistas por ano –número próximo ao 1,5 milhão de turistas que se registraram em hotéis em Fortaleza durante o ano de 2011.

(André Uzêda/Folha de São Paulo)

Secitece promove I Fórum “Ceará Faz Ciência” (Funcap)

POR ADMIN, EM 13/10/2011

Com a Assessoria de Comunicação da Secitece

O evento será realizado nos dias 17 e 18 de outubro, no auditório do Planetário do Centro Dragão do Mar de Arte e Cultura.

Nos dias 17 e 18 de outubro, a Secretaria da Ciência Tecnologia e Educação Superior (Secitece), realizará o “I Fórum Ceará Faz Ciência”, com o tema” Mudanças climáticas, desastres naturais e prevenção de riscos”. A iniciativa integra a programação estadual da Semana Nacional de Ciência e Tecnologia.

O secretário da Ciência e Tecnologia, René Barreira, fará a abertura do evento, dia 17, às 17h, no auditório do Planetário Rubens de Azevedo. Na ocasião, será prestada homenagem ao pesquisador cearense Expedito Parente, conhecido como o pai do biodiesel, que faleceu em setembro.

No dia 18, partir das 9h, as atividades serão retomadas com as seguintes palestras: “Onda gigante no litoral brasileiro. É possível?”, com o prof. Francisco Brandão, chefe do Laboratório de Sismologia da Coordenadoria Estadual de Defesa Civil, e “As quatro estações do ano no Ceará: perceba suas interferências na fisiologia e no meio ambiente”, ministrada por Dermeval Carneiro, prof. de Física e Astronomia, presidente da Sociedade Brasileira dos Amigos da Astronomia e diretor do Planetário Rubens de Azevedo – Dragão do Mar.

No período da tarde, a partir das 14h30, será a vez da palestra “Desastres Naturais: como prevenir e atuar em situações de risco”, com o Tenente Coronel Leandro Silva Nogueira, secretário Executivo da Coordenadoria Estadual de Defesa Civil. Para finalizar o Fórum, a engenheira agrônoma do Departamento de Recursos Hidricos e Meio Ambiente da Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme), Sonia Barreto Perdigão, ministrará palestra sobre “Mudanças Climáticas e Desertificação no Ceará”, às 16h30.

Os interessados em participar do I Fórum “Ceará Faz Ciência”, a ser realizado nos dias 17 e 18/10, no Dragão do Mar, em Fortaleza, devem fazer sua pré-inscrição. O formulário a ser preenchido está disponível no site da Secitece. A participação é gratuita.

Serviço
I Fórum Ceará Faz Ciência
Data: 17 e 18 de outubro de 2011
Local: Auditório do Planetário Rubens de Azevedo
Informações: (85) 3101-6466
Inscrições gratuitas.

Primeira cidade planejada do Ceará, Jaguaribara tem energia cortada por falta de pagamento (O Globo)

Publicada em 07/09/2011 às 08h24m
Globo.com/Portal Verdes Mares

SÃO PAULO – Primeira cidade totalmente planejada do Ceará, Jaguaribara está parcialmente no escuro há um mês. Falta luz em praças, ruas e até no cemitério. Por falta de pagamento, a Coelce, empresa de energia, ganhou na Justiça o direito de cortar o fornecimento de energia para o município. Nas casas e em locais de interesse público, como hospitais, a energia chega normalmente. A prefeitura da cidade admite que não pagou a energia há cinco ano. O prefeito diz que houve corte no repasse de verbas do governo do estado.

De acordo com o prefeito Edvaldo Silveira, o governo do estado deixou de repassar cerca de R$ 96 mil mensais, fruto de um convênio firmado em 2000, quando foi inaugurada a Nova Jaguaribara, a cidade planejada. A velha Jaguaribara foi inundada pelas águas do Açude Castanhão. Esse dinheiro, segundo o prefeito, era destinado ao pagamento da iluminação pública.

Segundo o prefeito, a nova cidade também foi projetada para ter 70 mil habitantes. Isso significa que a infraestrutura da cidade, que antes abrigava 9 mil pessoas, foi ampliada. O município ganhou uma vila olímpica em lugar da antiga quadra de esportes. Também foram construídas 14 praças públicas. Só o cemitério, recebeu 25 postes. Na prática, a conta de luz aumentou para a prefeitura. A cidade que era rural, hoje tem quase 70% dos moradores vivendo em áreas urbanas.

– A despesa com a ailuminação pública aumentou – afirma o prefeito.

Ele diz que a conta da iluminação pública não é repassada à população.

Depois de ficar às escuras, nesta semana a prefeitura também teve cortadas suas linhas telefônicas. O motivo é o mesmo: falta de pagamento.

O prefeito diz que aguarda verba do Governo do Estado para pagar a conta e regularizar a situação do município. Ele acredita que o problema e da energia e do telefone devem ser solucionados ainda esta semana.

Leia mais sobre esse assunto aqui.
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