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O fracasso é a alma do negócio (ISA)

socioambiental.org

13 de dezembro de 2022


Nurit Bensusan

O ano em que a Convenção sobre a Diversidade Biológica (CDB) chega aos seus 30 anos deveria conduzir a um momento de reflexão. Uma convenção balzaquiana deveria olhar para si mesma e avaliar por que tem tido tanta dificuldade em cumprir seus objetivos. Mas será que essa primeira impressão, talvez apressada, corresponde à realidade?  Seus objetivos, de fato, não são cumpridos?

Os objetivos maiores da CDB, explícitos em seu texto original, são a conservação e o uso sustentável da biodiversidade e a repartição justa e equitativa dos seus benefícios derivados. Ora, não é preciso muito para constatar que esses objetivos estão longe de ser alcançados. A perda de diversidade biológica em todo o planeta continua crescendo, seu uso sustentável é uma miragem e a repartição de benefícios, uma exceção. Vale lembrar ainda que o tratado fracassou em implementar todas as 20 metas que definiu para si mesma entre 2011 e 2020.

Um rápido exame dos documentos que estão sendo discutidos, neste momento, na 15ª Conferência das Partes (COP 15), em Montreal, no Canadá, também ajuda a confirmar a impressão de que, daqui para frente, nada vai mudar e os objetivos da convenção continuarão a ser apenas um conjunto de boas intenções. A COP 15, para além de debater os temas habituais ligados à CDB, está discutindo um novo Marco Global para a Biodiversidade e se debruçando sobre temas que emergiram, nos últimos anos, em função do desenvolvimento tecnológico, como a biologia sintética e as sequências digitais (informações genéticas armazenadas sob forma de sequências digitais).

Se, nem no presente nem no futuro desse tratado internacional, é possível vislumbrar dúvidas para nossa primeira impressão – a de que a CDB deveria estar examinando sua baixa taxa de implementação e seu fracasso em alcançar suas metas – talvez seja possível encontrar algum indício no passado, nas origens da ideia de biodiversidade e de sua convenção.

O conceito de biodiversidade

Em algum momento da década de 1980, ganhou tração a ideia de ampliar o conceito de diversidade biológica, antes compreendido como diversidade de espécies e, algumas vezes, também como a variedade existente entre os indivíduos de uma mesma espécie, para todas as dimensões da diversidade existente no planeta. Em 1992, na Rio-92, a Convenção sobre a Diversidade Biológica já tratou biodiversidade quase como um sinônimo de natureza. Quase… 

E quase não porque a biodiversidade abarcaria, como muitos defendem, apenas a “parte viva da natureza”, mas quase porque o conceito de biodiversidade é uma tentativa reducionista de lidar com a natureza, uma tentativa de dar uma aparência científica, mensurável, administrável, compreensível para todo esse mundo complexo que nos cerca e no qual estamos imersos até o último pelinho microscópico das bactérias que habitam o nosso corpo. 

É possível que isso tenha acontecido – adotar o termo biodiversidade para se referir à natureza – por boa-fé da parte dos cientistas. Mas não é possível ignorar algumas consequências e outros elementos que estão na origem dessa substituição. Uma das consequências é a perda do valor afetivo que o termo “natureza” desperta nas pessoas em geral, que em sua grande maioria sequer sabe o que é biodiversidade. Assim, a perda de biodiversidade causa menos angústia do que a degradação da natureza.

Conservação e colonialismo

Há, ainda, diversos outros elementos importantes para pensarmos nos sucessivos fracassos da CDB e o que significa o uso do termo “biodiversidade”. Um deles é o que representa todo o aparato de conservação da biodiversidade, que vem de antes da convenção e ganhou força com ela, diante das formas tradicionais e históricas de povos indígenas e comunidades locais de compartilhar o mundo com os diversos seres que o habitam. 

Após invadir, destruir, predar e dominar boa parte do planeta, o mundo eurocêntrico, montado no colonialismo que emergiu com a invasão da América, percebe que as áreas naturais têm importância e não serão preservadas de sua própria sanha predatória. Nesse momento, emerge a ideia de proteger áreas para manter, em primeiro lugar, recursos naturais e belas paisagens e, mais tarde, a biodiversidade. E a maneira colonial de fazer isso é alijar aqueles que poderiam ajudar a manter essas áreas, como povos indígenas e comunidades locais, e substituí-los por um aparato tecnocrático, cujo objetivo é preservar a biodiversidade.

Ora, não é difícil perceber que se trata de um empreendimento fadado ao fracasso. Por um lado, a simplificação do mundo na ideia de biodiversidade faz sempre com que o aparato tecnocrático seja insuficiente, incompleto e equivocado. Por outro, não é possível, de fato, fazer frente à voracidade predatória do capital, com esse aparato e suas narrativas. E, correndo por fora, há ainda a destruição dos modos de vida dos povos indígenas e comunidades locais, que possuem outra forma de estar no mundo e de compartilhá-lo com os outros seres que aqui habitam, queimando as possibilidades de aprendizado e uma compreensão mais ampla do mundo.

Sabendo de tudo isso, ou pelo menos desconfiando, os delegados se encontram na COP 15, depois de terem passado por uma pandemia global que tem em suas origens as mesmas forças que degradam a biodiversidade a cada dia. Sabendo que a cada ano novas zoonoses – doenças de origem animal – com potencial pandêmico emergem e que isso se deve ao inusitado encontro entre organismos que não se encontravam antes, em função da destruição de seus ambientes e das mudanças climáticas, os representantes dos países gastam seu tempo discutindo expressões e gramática. Desconfiando, talvez, que nada será significativamente diferente, executam os passos de uma dança previamente ensaiada, cujo desfecho será, inevitavelmente, mais destruição.

Talvez o objetivo maior seja manter um fórum, como a CDB, e com ela a ilusão de que há alguma chance do capitalismo não devorar a natureza, criando uma falsa expectativa de que existe alguma possibilidade, que não o fracasso, mas o fracasso é justamente a alma do negócio.

The UN must get on with appointing its new science board (Nature)

nature.com

The decision to appoint a board of advisors is welcome — and urgent, given the twin challenges of COVID and climate change.

EDITORIAL – 08 December 2021


UN Secretary-General Antonio Guterres speaks with the press
UN secretary-general António Guterres announced plans for a new science board in September, but is yet to release further details.Credit: Juancho Torres/Anadolu Agency/Getty

Scientists helped to create the United Nations system. Today, people look to UN agencies — such as the UN Environment Programme or the World Health Organization — for reliable data and evidence on, say, climate change or the pandemic. And yet, shockingly, the UN leader’s office has not had a department for science advice for most of its 76-year history. That is about to change.

UN secretary-general António Guterres is planning to appoint a board of scientific advisers, reporting to his office. The decision was announced in September in Our Common Agenda (see go.nature.com/3y1g3hp), which lays out the organization’s vision for the next 25 years, but few other details have been released.

Representatives of the scientific community are excited about the potential for science to have a position at the centre of the UN, but are rightly anxious for rapid action, given the twin challenges of COVID-19 and climate change, which should be urgent priorities for the board. The International Science Council (ISC), the Paris-based non-governmental body representing many of the world’s scientists, recommended such a board in its own report on science and the intergovernmental system, published last week (see go.nature.com/3rjdjos). Council president Peter Gluckman, former chief science adviser to New Zealand’s prime minister, has written to Guterres to say the ISC is ready to help.

But it’s been more than two months since the announcement, and the UN has not yet revealed the names of the board members. Nature spoke to a number of serving and former UN science advisers who said they know little about the UN chief’s plans. So far, there are no terms of reference and there is no timeline.

Nature understands that the idea is still being developed, and that Guterres is leaning towards creating a board that would draw on UN agencies’ existing science networks. Guterres is also aware of the need to take into account that both the UN and the world have changed since the last such board was put in place. All the same, the UN chief needs to end the suspense and set out his plans. Time is of the essence.

Guterres’s predecessor, Ban Ki-moon, had a science advisory board between 2014 and 2016. Its members were tasked with providing advice to the secretary-general on science, technology and innovation for sustainable development. But COVID-19 and climate change have pushed science much higher up the international agenda. Moreover, global challenges are worsening — the pandemic has put back progress towards the UN’s flagship Sustainable Development Goals (SDGs), a plan to end poverty and achieve sustainability by 2030. There is now widespread recognition that science has an important part to play in addressing these and other challenges.

Research underpins almost everything we know about the nature of the virus SARS-CoV-2 and the disease it causes. All countries have access to similar sets of findings, but many are coming to different decisions on how to act on those data — for example, when to mandate mask-wearing or introduce travel restrictions. The UN’s central office needs advice that takes this socio-cultural-political dimension of science into account. It needs advice from experts who study how science is applied and perceived by different constituencies and in different regions.

Science advice from the heart of the UN system could also help with another problem highlighted by the pandemic — how to reinvigorate the idea that it is essential for countries to cooperate on solving global problems.

Climate change is one example. Advice given by the Intergovernmental Panel on Climate Change (IPCC) is being read and applied in most countries, albeit to varying degrees. But climate is also an area in which states are at odds. Despite Guterres’s calls for solidarity, there were times during last month’s climate conference in Glasgow when the atmosphere was combative. Science advisers could help the secretary-general’s office to find innovative ways to encourage cooperation between countries in efforts to meet the targets of the 2015 Paris climate agreement.

The SDGs are also, to some extent, impeded by competition within the UN system. To tackle climate change, manage land and forests, and protect biodiversity, researchers and policymakers need to work collegially. But the UN’s scientific bodies, such as the IPCC, are set up along disciplinary lines with their own objectives, work programmes and rules, all guided by their own institutional histories. The IPCC and the Intergovernmental Science-Policy Platform on Biodiversity and Ecosystem Services (IPBES), for example, have only begun to collaborate in the past few years .

Independence will be key for an advisory role to be credible. Guterres needs to consider an organizational architecture through which UN agencies are represented, and funding could come from outside the UN. But all of those involved would have to accept that their contributions were for common goals — not to promote their own organization’s interests.

Leadership matters, as do communication and support. Guterres should ensure that his scientific advisers are chosen carefully to represent individuals from diverse disciplines and across career stages, and to ensure good representation from low-income countries. The board needs to be well staffed and have a direct line to his office. And it will need a decent budget. Guterres should quickly publish the terms of reference so that the research community has time to provide input and critique.

At its most ambitious, a scientific advisory board to the secretary-general could help to break the culture of individualism that beleaguers efforts to reach collective, global goals, and bring some coherence to the current marketplace of disciplines, ideas and outcomes. This will be a monumental task, requiring significant resources and the will to change. But if the advisers succeed, there will also be valuable lessons for the practice of science, which, as we know all too well, still largely rewards individual effort.

Nature 600, 189-190 (2021)

doi: https://doi.org/10.1038/d41586-021-03615-y

Força-tarefa internacional fará diagnóstico sobre polinização no mundo (Fapesp)

23 de setembro de 2014

Por Elton Alisson

Primeira avaliação da Plataforma Intergovernamental de Biodiversidade e Serviços Ecossistêmicos será sobre polinizadores, polinização e produção de alimentos. Trabalho é coordenado por pesquisador inglês e por brasileira (foto: Wikimedia)

Agência FAPESP – Um grupo de 75 pesquisadores de diversos países-membros da Plataforma Intergovernamental de Biodiversidade e Serviços Ecossistêmicos (IPBES, na sigla em inglês), que reúne 119 nações de todas as regiões do mundo, fará uma avaliação global sobre polinizadores, polinização e produção de alimentos.

O escopo do projeto foi apresentado na última quarta-feira (17/09) em São Paulo, no auditório da FAPESP, em um encontro de integrantes do organismo intergovernamental independente, voltado a organizar o conhecimento sobre a biodiversidade no mundo e os serviços ecossistêmicos.

“A ideia do trabalho é avaliar todo o conhecimento existente sobre polinização no mundo e identificar estudos necessários na área para auxiliar os tomadores de decisão dos países a formular políticas públicas para a preservação desse e de outros serviços ecossistêmicos prestados pelos animais polinizadores”, disse Vera Imperatriz Fonseca, do Instituto de Biociências da Universidade de São Paulo (USP) e do Instituto Tecnológico Vale Desenvolvimento Sustentável (ITVDS), à Agência FAPESP.

“Já estamos conhecendo melhor o problema [da crise da polinização no mundo]. Agora, precisamos identificar soluções”, disse a pesquisadora, que coordena a avaliação ao lado de Simon Potts, professor da University of Reading, do Reino Unido.

De acordo com Fonseca, há mais de 100 mil espécies de animais invertebrados polinizadores no mundo, dos quais 20 mil são abelhas. Além de insetos polinizadores – que serão o foco do relatório –, há também cerca de 1,2 mil espécies de animais vertebrados, tais como pássaros, morcegos e outros mamíferos, além de répteis, que atuam como polinizadores.

Estima-se que 75% dos cultivos mundiais e entre 78% e 94% das flores silvestres do planeta dependam da polinização por animais, apontou a pesquisadora.

“Há cerca de 300 mil espécies de flores silvestres que dependem da polinização por insetos”, disse Fonseca. “O valor anual estimado desse serviço ecossistêmico prestado por insetos na agricultura é de US$ 361 bilhões. Mas, para a manutenção da biodiversidade, é incalculável”, afirmou.

Nos últimos anos registrou-se uma perda de espécies nativas de insetos polinizadores no mundo, causada por, entre outros fatores, desmatamento de áreas naturais próximas às lavouras, uso de pesticidas e surgimento de patógenos.

Se o declínio de espécies de insetos polinizadores se tornar tendência, pode colocar em risco a produtividade agrícola e, consequentemente, a segurança alimentar nas próximas décadas, disse a pesquisadora.

“A população mundial aumentará muito até 2050 e será preciso produzir uma grande quantidade de alimentos com maior rendimento agrícola, em um cenário agravado pelas mudanças climáticas. A polinização por insetos pode contribuir para solucionar esse problema”, afirmou Fonseca.

Segundo um estudo internacional, publicado na revista Current Biology, estima-se que o manejo de colmeias de abelhas utilizadas pelos agricultores para polinização – como as abelhas domésticas Apis mellifera L, amplamente criadas no mundo todo – tenha aumentado em cerca de 45% entre 1950 e 2000.

As áreas agrícolas dependentes de polinização, no entanto, também cresceram em mais de 300% no mesmo período, apontam os autores da pesquisa.

“Apesar de ter aumentado o manejo de espécies de abelhas polinizadoras, precisamos muito mais do que o que temos no momento para atender às necessidades da agricultura”, avaliou Fonseca.

O declínio das espécies de polinizadores no mundo estimula a polinização manual em muitos países. Na China, por exemplo, é comum o comércio de pólen para essa finalidade, afirmou a pesquisadora.

“Na ausência de animais para fazer a polinização, tem sido feita a polinização manual de lavouras de culturas importantes, como o dendê e a maçã. No Brasil se faz a polinização manual de maracujá , tomate e de outras culturas”, disse.

Falta de dados

Segundo Fonseca, já há dados sobre o declínio de espécies de abelhas, moscas-das-flores (sirfídeos) e de borboletas na Europa, nos Estados Unidos, no Oriente Médio e no Japão.

Um estudo internacional, publicado no Journal of Apicultural Research, apontou perdas de aproximadamente 30% de colônias de Apis mellifera L em decorrência da infestação pelo ácaro Varroa destructor, que diminui a vida das abelhas e, consequentemente, sua atividade de polinização nas flores, em especial nos países do hemisfério Norte.

Na Europa, as perdas de colônias de abelhas em decorrência do ácaro podem chegar a 53% e, no Oriente Médio, a 85%, indicam os autores do estudo. No entanto, ainda não há estimativas sobre a perda de colônias e de espécies em continentes como a América do Sul, África e Oceania.

“Não temos dados sobre esses continentes. Precisamos de informações objetivas para preenchermos uma base de dados sobre polinização em nível mundial a fim de definir estratégias de conservação em cada país”, avaliou Fonseca. “Também é preciso avaliar os efeitos de pesticidas no desaparecimento das abelhas em áreas agrícolas, que têm sido objeto de estudos e atuação dos órgãos regulatórios no Brasil.”

Outra grande lacuna a ser preenchida é a de estudos sobre interações entre espécies de abelhas polinizadoras nativas com as espécies criadas para polinização, como as Apis mellifera L.

Um estudo internacional publicado em 2013 indicou que, quando as Apis mellifera L e as abelhas solitárias atuam em uma mesma cultura, a taxa de polinização aumenta significativamente, pois elas se evitam nas flores e mudam mais frequentemente de local de coleta de alimento, explicou Fonseca.

De acordo com a pesquisadora, uma solução para a polinização em áreas agrícolas extensas tem sido o uso de colônias de polinizadores provenientes da produção de colônias em massa, como de abelhas Bombus terrestris, criadas em larga escala e inclusive exportadas.

Em 2004, foi produzido 1 milhão de colônias dessa abelha para uso na agricultura.

Na América do Sul, o Chile foi o primeiro país a introduzir essas abelhas para polinização de frutas e verduras. Em algumas áreas onde foi introduzida, entretanto, essa espécie exótica de abelha mostrou ser invasora e ter grande capacidade de ocupar novos territórios.

“É preciso estudar mais a interação entre as espécies para identificar onde elas convivem, qual a contribuição de cada uma delas na polinização e se essa interação é positiva ou negativa”, indicou Fonseca.

“Além disso, a propagação de doenças para as espécies nativas de abelhas causa preocupação e deve ser um foco da pesquisa nos próximos anos”, indicou.

Problema global

De acordo com Fonseca, a avaliação intitulada Polinizadores, polinização e produção de alimentos, do IPBES, está em fase de redação e deverá ser concluída no fim de 2015.

Além de um relatório técnico, com seis capítulos de 30 páginas cada, a avaliação também deverá apresentar um texto destinado aos formuladores de políticas públicas sobre o tema, contou.

“A avaliação sobre polinização deverá contribuir para aumentar os esforços de combate ao problema do desaparecimento de espécies de polinizadores no mundo, que é urgente e tem uma relevância política e econômica muito grande, porque afeta a produção de alimentos”, afirmou.

A avaliação será o primeiro diagnóstico temático realizado pelo IPBES e deverá ser disponibilizada para o público em geral em dezembro de 2015. O painel planeja produzir nos próximos anos outros levantamentos semelhantes sobre outros temas como espécies invasoras, restauração de habitats e cenários de biodiversidade no futuro.

Uma estratégia adotada para tornar os diagnósticos temáticos mais integrados foi a criação de forças-tarefa – voltadas à promoção da capacitação profissional e institucional, ao aprimoramento do processo de gerenciamento de dados e informações científicas e à integração do conhecimento tradicional indígena e das pesquisas locais aos processos científicos –, que deverão auxiliar na produção do texto final.

“O IPBES trabalha em parceria com a FAO [Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura], Unep [Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente], CBD [Convention on Biological Diversity], Unesco [Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura] e todos os esforços anteriores que trataram do tema de polinização”, afirmou Fonseca.

A polinização foi o primeiro tópico a ser escolhido pelos países-membros da plataforma intergovernamental, entre outras razões, por ser um problema global e já existir um grande número de estudos sobre o assunto, contou Carlos Joly, coordenador do Programa FAPESP de Pesquisas em Caracterização, Conservação, Restauração e Uso Sustentável da Biodiversidade (BIOTA-FAPESP) e membro do Painel Multidisciplinar de Especialistas do IPBES.

“Como já há um arcabouço muito grande de dados sobre esse tema, achamos que seria possível elaborar rapidamente uma síntese. Além disso, o tema tem um impacto global muito grande, principalmente por estar associado à produção de alimentos”, avaliou Joly.

Os 75 pesquisadores participantes do projeto foram indicados pelo Painel Multidisciplinar de Especialistas do IPBES, que se baseou nas indicações recebidas dos países-membros e observadores da plataforma intergovernamental.

Dois do grupo são escolhidos para coordenar o trabalho, sendo um de um país desenvolvido e outro de uma nação em desenvolvimento.

“O convite e a seleção da professora Vera Imperatriz Fonseca como coordenadora da avaliação é reflexo da qualidade da ciência desenvolvida nessa área no Brasil e da experiência dela em trabalhar com diagnósticos nacionais”, avaliou Joly. “Gostaríamos de ter mais pesquisadores brasileiros envolvidos na elaboração dos diagnósticos do IPBES.”

Leia mais sobre a reunião do IPBES na sede da FAPESP em  http://agencia.fapesp.br/painel_intergovernamental_discute_capacitacao_para_pesquisas_em_biodiversidade/19840/