>Comitê debate recursos para Sistema de Alerta de Desastres Naturais (JC, FSP, VE, MCT)

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JC e-mail 4220, de 18 de Março de 2011

Fundo do clima vai bancar nova rede contra catástrofe natural

Neste ano, sistema de alerta receberá R$ 10 milhões dessa fonte de financiamento.

O sistema nacional de alerta contra catástrofes naturais será bancado neste ano por R$ 10 milhões do Fundo Nacional sobre Mudança do Clima. A decisão foi anunciada ontem em Brasília.

Principal anúncio do início da gestão de Aloizio Mercadante no Ministério da Ciência e Tecnologia, a criação de um sistema que possa evitar tragédias como a de janeiro na região serrana do Rio esbarrou nos cortes orçamentários do governo.

A saída foi pedir financiamento para o início da montagem do sistema ao fundo gerenciado pelo MMA (Ministério do Meio Ambiente). Afinal, raciocina o ministério, trata-se de uma ação de adaptação às mudanças climáticas, uma das linhas principais do fundo.

Neste ano, o Fundo Clima deverá investir R$ 229 milhões em ações como combate à desertificação e redução de emissões de carbono. Desse total, R$ 200 milhões serão disponibilizados pelo BNDES na forma de empréstimos com juros mais baixos que a inflação.

Na mira do secretário nacional de Mudança Climática, Eduardo Assad, estão linhas de crédito para substituição de ônibus a diesel por biodiesel e a expansão das placas solares para aquecimento de água, além do estímulo ao desenvolvimento de paineis fotovoltaicos. “A gente sempre ouve o argumento de que é muito caro, então vamos dar dinheiro para pesquisa, para ficar barato”, afirmou Assad.
(Folha de São Paulo)

Sistema antidesastres começa a operar este ano com verba de R$ 11 milhões

A operação integral do sistema, prevista para ocorrer em quatro anos, exigirá investimentos muito superiores ao inicial.

O Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT) prevê um investimento de R$ 10,9 milhões este ano para dar início, em novembro, à operação do Sistema de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais, lançado em janeiro pelo governo federal. A operação integral do sistema, prevista para ocorrer em quatro anos, exigirá investimentos muito superiores ao inicial, mas que ainda se encontram em fase de detalhamento, segundo informou o climatologista Carlos Nobre, secretário de Políticas e Programas de Pesquisa e Desenvolvimento do MCT.

A expectativa do governo, segundo Nobre, é que as melhorias, que serão implementadas na capacidade de observação e de monitoramento de fenômenos climáticos e meteorológicos extremos e, principalmente, na capacidade de dar alertas sobre riscos de deslizamentos e de inundações, contribuam para uma redução de 80% do número de vítimas dos desastres naturais para áreas cobertas pelo sistema e com levantamentos detalhados de vulnerabilidades. “Para o restante do Brasil, estima-se uma redução de 50% do número de vítimas e, em dez anos, para menos de 20% em relação aos números atuais”, explicou Nobre.

O aprimoramento da rede de observação existente hoje, de acordo com o secretário do MCT, contempla a expansão da rede de Plataformas de Coleta de Dados Ambientais (PCDs). Atualmente, existe um total de 854 PCDs espalhadas pelo território nacional, mas 271 estão sem transmissão e outras 22 foram desativadas. O sistema utilizará todas as redes de dados meteorológicos existentes, como as quase 500 estações automáticas do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet).

As PCDs fazem a coleta diária de informações meteorológicas (temperatura, pressão, direção e velocidade do vento, umidades) em territórios de difícil acesso e no mar. Essas informações são utilizadas nos modelos computacionais de previsão do tempo e permitem o acompanhamento, em tempo quase real, das condições ambientais.

Também está prevista a instalação de cerca de 700 pluviômetros em áreas de risco, escolas, igrejas e órgãos públicos, para serem operados pelas comunidades e com informações enviadas para centros de controle, via telefonia celular.

A rede de radares meteorológicos existente hoje também será ampliada, segundo Nobre, com a aquisição de 15 equipamentos em parcerias com Estados, que estarão integrados com os atuais radares, permitindo um monitoramento mais adequado de chuvas, em tempo real, para áreas de risco.

O novo sistema de alerta propõe ainda a instalação de um radar meteorológico no Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), de Cachoeira Paulista, onde já está operando o novo supercomputador Tupã.

“Além de complementar a rede nacional de radares, este equipamento permitirá o avanço de pesquisas sobre meteorologia por radares. Essa capacitação poderá ser usada nos cursos de pós-graduação do Inpe e no treinamento de pesquisadores e técnicos em meteorologia por radares”, disse.

O governo também pretende, no curto prazo, fazer um levantamento dos municípios com mapeamento geomorfológico detalhado de áreas de risco em encostas e de áreas sujeitas a inundações. O secretário do MCT ressalta que a confiabilidade dos alertas de risco e de ações de prevenção de desastres naturais dependem da existência de sistemas e de tecnologias de observação e monitoramento em tempo real.

“As previsões atuais de riscos de deslizamentos em encostas e de vazões em bacias hidrológicas ainda se encontram na infância, a não ser para poucos municípios como Rio de Janeiro e São Paulo, por exemplo”, diz o meteorologista.

A sede do sistema que, provavelmente, será instalada no campus do Inpe, em Cachoeira Paulista (SP), vai abrigar, até novembro deste ano, uma equipe de 30 profissionais, que vão trabalhar 24 horas por dia, todos os dias do ano. A vantagem de a sede ficar no Inpe, segundo já havia explicado o ministro da Ciência e Tecnologia, Aloizio Mercadante, é que ali já existe toda uma infraestrutura logística, com supercomputadores de última geração, sistema de fibra óptica e técnicos altamente qualificados, o que reduziria grande parte dos custos de montagem do sistema.

Além de uma rede integrada de radares meteorológicos e pluviômetros, o MCT também coloca como prioridade para o novo sistema, o lançamento de uma constelação de satélites de monitoramento de precipitações, que está sendo feita com a Nasa e a Agência Espacial Japonesa.

A médio prazo, diz o secretário Carlos Nobre, o objetivo do governo é contar com um satélite geoestacionário próprio para monitoramento ambiental e meteorológico. Também está prevista a modernização dos componentes do sistema de coleta de dados das PCDs, que recebe informações do satélite SCD-1 e SCD-2, ambos com vida útil vencida há mais de dez anos e operando de forma degradada.

O MCT avalia ainda a possibilidade de desenvolvimento de um sistema de coleta de dados novo, pela indústria nacional, para ser embarcado no satélite científico Lattes. O satélite está sendo desenvolvido pelo Inpe e tem lançamento previsto entre os anos de 2014 e 2015.
(Valor Econômico)

Comitê debate recursos para Sistema de Alerta de Desastres Naturais

Estão previstos R$ 238 milhões de investimentos em projetos para a redução dos impactos consequentes das alterações da temperatura global, em linhas de crédito para projetos do setor público e privado.

O secretário de Políticas e Programas de Pesquisa e Desenvolvimento do Ministério da Ciência e Tecnologia (Seped/MCT), Carlos Nobre, participou nesta quinta-feira (17) da 2ª Reunião Ordinária do Fundo Nacional sobre Mudança do Clima (Fundo Clima), na sede da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), em Brasília.

No encontro, foram discutidos o plano anual para aplicação de recursos e o regimento interno do fundo. Estão previstos R$ 238 milhões de investimentos em projetos para a redução dos impactos consequentes das alterações da temperatura global, em linhas de crédito para projetos do setor público e privado. Participaram da reunião o secretário-executivo do Ministério do Meio Ambiente (MMA), Francisco Gaetani, que é o presidente do comitê gestor do Fundo, e o secretário de Mudanças Climáticas e Qualidade Ambiental do MMA, Eduardo Assad.

Entre os recursos, está previsto um financiamento inicial de R$ 10 milhões para o Sistema Nacional de Prevenção e Alerta de Desastres Naturais, programa do Governo Federal que tem coordenação do MCT. A previsão é de que o sistema funcionará plenamente em quatro anos. O sistema antecipará informações sobre possíveis desastres naturais relacionados à seca e outras catástrofes, como deslizamentos de terra e inundações. Os dados das áreas de risco mais críticas já devem estar disponíveis no próximo verão.

O Fundo Clima é um dos principais instrumentos de promoção e financiamento de atividades vinculadas à Política Nacional sobre Mudança do Clima. O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) vai dispor R$ 204 milhões em linhas de crédito para projetos do setor público e privado. Também serão destinados R$ 34 milhões pelo MMA para iniciativas públicas, com recursos não-reembolsáveis.

A destinação dos recursos terá foco na educação, ciência, adaptação da sociedade aos impactos, redução de gases do efeito estufa, redução das emissões de carbono por desmatamento, difusão de tecnologias para diminuir os gases na atmosfera, formulação de políticas públicas e apoio a cadeias produtivas sustentáveis. O MMA é responsável pela formulação da proposta orçamentária anual e do plano anual de aplicação financeira.
(Assessoria de Comunicação do MCT)