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População de moradores de rua cresce 31% em São Paulo na pandemia (Folha de S.Paulo)

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Segundo censo, quantidade só de famílias sem-teto quase dobrou em relação a 2019

Isabela Palhares – 23 de janeiro de 2022


O número de pessoas que vivem nas ruas de São Paulo cresceu 31% durante a pandemia de Covid-19. Em 2021, segundo a gestão Ricardo Nunes (MDB), havia 31.884 pessoas sem-teto na cidade, são 7.540 a mais do que o registrado em 2019, quando eram 24.344 nessa situação.

Em relação a 2015, quando havia 15.905 moradores de rua, o número dobrou.

Os dados foram obtidos pela Folha com exclusividade e fazem parte do censo da população de rua encomendado pela prefeitura.

O levantamento, feito entre outubro e dezembro de 2021, ainda indica uma mudança do perfil daqueles que não têm um lar. O número de famílias que foram morar nas ruas quase dobrou durante a pandemia.

Dos 31.884 moradores de rua, 28% afirmaram viver com ao menos um familiar, somando 8.927 pessoas. Em 2019, esse percentual era de 20%, alcançando 4.868.

A quantidade de pessoas que preferem ocupar as ruas em vez dos abrigos também aumentou. Em 2019, 52% da população abordada pelos pesquisadores preferia as calçadas aos centros de acolhimento, em 2021, esse percentual subiu para 60%.

​”A crise econômica se agravou, o desemprego disparou, a inflação subiu e, nesse período, a política pública da prefeitura para essa população continuou a mesma. Os centros de acolhida não são pensados para as demandas de quem vive na rua”, diz o padre Julio Lancellotti, da Pastoral do Povo de Rua.

Carlos Bezerra, secretário de Assistência e Desenvolvimento Social do município, reconhece a necessidade de reestruturação do sistema de acolhimento na cidade. Ele disse que a pasta pretende ampliar o número de centros para diversificar o perfil dos serviços e anunciou um programa que vai oferecer moradias temporárias para famílias em situação de rua.

“Quanto mais tempo a pessoa passa na rua, menores são as chances de conseguir recuperar a autonomia. Precisamos agir rápido para quebrar essa trajetória triste que começou na pandemia”, disse. O programa prevê a construção de casas de 18 m² destinadas a famílias que estão na rua, elas poderão ficar nas moradias temporárias por até 12 meses.

Fábio de Mello, 41, e Ângela Santos, 32, estão juntos há seis anos e foram despejados da casa onde moravam, na zona leste, no ano passado. Já são mais de dez meses vivendo nas ruas do centro de São Paulo e nunca recorreram aos abrigos.

“A gente enfrenta frio, chuva, calor, medo de ser roubado ou agredido, mas não vai para abrigo. Não vamos nos separar para ir a um lugar que somos ainda mais humilhados e corremos mais risco”, diz Mello.

Ele e a mulher vendem balas no semáforo e procuram bicos para se alimentar. “Ninguém dá emprego para quem não tem endereço. E sem emprego, eu nunca vou conseguir uma casa. Entramos numa situação que não tem saída.”

Ainda de acordo com o censo, houve aumento de 230% do número de barracas de camping e de barracos de madeira instalados em vias públicas como moradias improvisadas. Em 2019, o censo encontrou 2.051 pontos desse tipo. Em 2021, foram localizados 6.778.

Segundo especialistas, moradias improvisadas são normalmente ocupadas por famílias ou pessoas que foram para as ruas recentemente e, por isso, buscam formas de manter a privacidade e aumentar a sensação de segurança.

“Desde o início da pandemia, a gente já observava não só um aumento da população de rua, mas também essa mudança de perfil. Já era possível identificar que grupos mais vulneráveis, como mulheres, famílias e idosos, tiveram que ir morar nas ruas”, diz Juliana Reimberg, pesquisadora do CEM (Centro de Estudos da Metrópole), da USP.

É o caso de Rosângela dos Santos, 40, que vive nas ruas do centro com o pai, de 60 anos, e o filho, de 12. “As pessoas humilham, mandam a gente ir trabalhar, parar de ser vagabundo. Mas quem dá uma oportunidade? Ninguém me chama para trabalhar”, diz.

Ela diz que às vezes é chamada para fazer faxina em lojas ou casas da região, que pagam de R$ 30 a R$ 50 pelo serviço. “Ajuda muito, mas é um dinheiro que acaba rapidinho. Compro uma comida melhor para o meu menino ou uma roupa do tamanho dele e, pronto, acabou.”

Reimberg diz que há anos estudos nacionais e internacionais mostram que políticas eficientes para a população de rua não são aquelas que se concentram apenas em centros de acolhida, mas em ações para que as pessoas consigam deixar a situação, como acesso a emprego e moradia.

“A demanda dessa população não é por centro de acolhimento, mas sim por moradia. Sem um lugar para morar, essas pessoas não conseguem romper o ciclo porque não encontram emprego. A política de abrigamento não é solução”, diz a pesquisadora.

O censo perguntou aos moradores de rua o que os ajudaria a deixar a situação. Dos entrevistados, 45,7% disseram que seria encontrar um emprego fixo, e 23,1%, ter uma moradia permanente. Outros 8,1% declararam que seria retornar à casa de familiares e 6,7% responderam que seria superar a dependência de álcool e outras drogas.

Conseguir um emprego é o sonho de Bruna Felix, 23, desde que chegou a São Paulo no início do ano passado. Ela saiu de Paranaíba, no Mato Grosso do Sul, com a esperança de que a capital paulista teria mais oportunidades de emprego, o que não aconteceu.

“Cheguei aqui e não encontrei nada. O dinheiro foi acabando e eu não tive escolha, não tinha para onde ir e acabei ficando na rua”, conta. Nas ruas, conheceu Rodrigo Pereira, 38, que vive nas calçadas de São Paulo há mais de três anos.

O casal mora junto em uma barraca na praça do Correio, no centro da cidade. “Sonho em encontrar um lugar para morar em paz com a minha mulher, mas todo dia acordo e vejo que o mais urgente é resolver o que fazer para conseguir comer”, diz Pereira.

Quem acompanha a situação dos moradores de rua na cidade diz que o dado apontado pelo censo está subestimado, o que pode levar a elaboração de políticas públicas ineficazes.

A empresa Qualitest, contratada para fazer o censo, fez um relatório em que apontava uma série de dificuldades para abordar os sem-teto. O contrato custou R$ 1,7 milhão aos cofres municipais.

“Esse número é subestimado pela total inadequação com a qual foi feito esse censo. E a prefeitura foi alertada dos problemas metodológicos. Um número subestimado vai resultar, mais uma vez, em políticas públicas insuficientes e equivocadas, que não respondem quantitativamente nem qualitativamente às demandas da população de rua”, diz padre Julio Lancellotti.

O secretário Bezerra rejeita as críticas ao censo e diz que a metodologia utilizada é a única forma para se chegar ao número e perfil da população de rua. “Olhando apenas para os novos moradores de rua, são mais de 8.000, é mais do que toda a população de 70% dos municípios do interior paulista. Essa comparação nos mostra o tamanho do desafio que temos pela frente, o censo nos ajuda a desenhar políticas de forma célere, efetiva e com impacto”, diz.

Desde o início da pandemia é visível o aumento da população de rua principalmente na região central da cidade, onde há maior concentração de sem-teto pela facilidade de acesso a doações e equipamentos públicos. Por conta do crescimento, a prefeitura antecipou a realização do censo, que antes era feito a cada quatro anos.


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Relatório do censo da população de rua aponta dificuldade nas abordagens

Mariana Zylberkan – 3 de dezembro de 2021


A empresa contratada pela Prefeitura de São Paulo para atualizar o censo da população de rua elaborou um relatório preliminar em que cita uma série de dificuldades para abordar os sem-teto, o que pode comprometer a dimensão real de quantas pessoas vivem nas ruas da capital atualmente.

De acordo com o documento enviado à Secretaria de Assistência Social no dia 9 de novembro, e obtido com exclusividade pela Folha, as equipes de abordagem relataram situações de risco em áreas onde há concentração de usuários de drogas e até dificuldade em acessar barracas em trilhas no matagal.

Nesses casos, a contagem de pessoas foi feita de forma visual ou a partir de relatos de pessoas no entorno, como comerciantes, ambulantes e outros sem-teto, segundo o documento.

Na avenida Cruzeiro do Sul, no bairro de Santana, na zona norte, as equipes foram hostilizadas por um “pai de rua” que estava com sete crianças. Diante da situação, as respostas do questionário foram preenchidas “por observação”, segundo o relatório.

Na zona leste, em Guaianases, a presença de cachorros nas barracas afugentou as equipes. Na avenida Nordestina, em São Miguel Paulista, os recenseadores foram impedidos de entrar em uma trilha que dá acesso a oito barracas montadas no matagal.

Desde o início da pandemia é visível o aumento da população de rua principalmente na região central da cidade, onde há maior concentração de sem-teto pela facilidade de acesso a doações e equipamentos públicos.

Segundo cálculos informais do padre Júlio Lancellotti, da Pastoral da Rua, vivem nas ruas da capital paulista, atualmente, 35 mil pessoas, número 40% maior do que o apontado pelo último censo, divulgado em 2019, quando havia 25 mil.

O número oficial só será divulgado após a avaliação da contagem dos sem-teto e a elaboração do perfil socioeconômico dessa população, o que tem previsão de ser concluído na terceira semana de dezembro. O contrato com a empresa Qualitest Ciência e Tecnologia foi assinado em setembro por R$ 1,7 milhão.

Previsto para ser entregue no último dia 24, o relatório preliminar com a análise do assunto está atrasado, assim como a entrega do relatório completo, prevista para o último dia 29.

Em nota, a Smads (Secretaria Municipal de Assistência e Desenvolvimento Social) afirmou que o cronograma de entrega está dentro dos prazos contratuais, “que sofreram alterações somente pontuais, exclusivamente em razão do calendário de feriados e do início da temporada de chuvas na cidade”.

Diante do aumento da população de rua durante a pandemia, a prefeitura contratou recentemente uma empresa para fazer o censo de crianças e adolescentes em situação de rua, levantamento inédito na capital paulista.

A metodologia usada no censo dos sem-teto, porém, é questionada por líderes de movimentos sociais ligados à população de rua, como o padre Lancellotti. “Muita gente é contada só visivelmente. Encontrei várias pessoas que não foram abordadas pelas equipes”, diz.

Ele também chama a atenção para o período em que as abordagens são feitas, sempre depois das 22h. “As pessoas dormem nesse horário e não querem abrir a barraca para responder às perguntas”, diz o padre.

Trechos no relatório preliminar confirmam registros de pessoas em situação de rua que se recusaram a sair das barracas ou das malocas para receber as equipes. Nesses casos, a contagem é feita a partir de relatos de pessoas do entorno, segundo o documento.

Na cracolândia, ponto de concentração de usuários de drogas na região central, por exemplo, a contagem foi feita de forma visual depois que a equipe recebeu ameaças de um traficante que reclamou de não ter sido avisado sobre a visita dos pesquisadores.

As falhas também são criticadas por Robson Mendonça, presidente do Movimento Estadual da População em Situação de Rua de São Paulo. Segundo ele, o censo não reflete a realidade. “Há pessoas que vivem em buracos dentro de viadutos que não são abordadas pelas equipes”, diz.

Em nota, a Smads afirmou que o trabalho de campo dos recenseadores obedece a critérios e metodologia científicos. “As equipes recebem treinamento e, de modo geral, têm experiência anterior de trabalho com população de rua.”

Após fazer a contagem dos sem-teto, os recenseadores têm que voltar às ruas e abrigos para fazer a pesquisa socioeconômica que consiste em cerca de 80 perguntas. A lista inclui questões sobre o local onde a pessoa costuma dormir e se alimentar, o grau de escolaridade e até se tem dependência de álcool ou drogas.

Previsão atualizada confirma temperatura de -0ºC em SP e neve no Sul (Cajamar Notícias)

[Previsão do tempo e previsão de mortes. Observar reação do poder público municipal.]

Se confirmada, a onda de frio será a maior do século, com geada generalizada e temperaturas negativas, o que pode provocar até morte. 25 de julho de 2021

Mapa mostra a intensidade da nova onda de frio e sua abrangência.

A última atualização dos modelos meteorológicos continuam mantendo a previsão de temperaturas negativas nos três Estados do Sul do Brasil e em áreas do Estado de São Paulo e Sul de Minas Gerais. A fortíssima massa de ar polar poderá ser a mais forte do século e causar prejuízos na agricultura e até mesmo morte de pessoas em situação de vulnerabilidade.

A FRENTE FRIA – SUL

A frente fria que antecede a massa polar vai entrar no Brasil pelo Estado do Rio Grande do Sul na segunda-feira, dia 26, provocando chuva e acentuada queda de temperatura. No dia 27, terça-feira, a chuva já chega em Santa Cataria e no Paraná, fazendo a temperatura despencar rapidamente. Nas serras e áreas de planalto dos três Estados, a temperatura mínima já pode chegar a zero grau.

Na quarta, quinta, sexta e sábado, dias 28,29,30 e 31, praticamente todas as regiões do Sul do Brasil, exceto litoral, terão temperaturas negativas com possibilidade de geada negra, que pode matar a vegetação, provocando sérios prejuízos à agricultura.

NEVE

Os modelos meteorológicos mantém a chance alta de neve nas serras do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e até mesmo no planalto sul do Paraná, entre a noite de quarta-feira (28) e madrugada de quinta-feira (29), atingindo cidades, tais como: Canela/RS, Caxias do Sul/RS, São Joaquim/SC, Urupema/SC, Caçador/SC e Cruz Machado/PR. Confira o mapa abaixo:

Mapa mostra a região com chance de neve na madrugada de quinta-feira (29).

A FRENTE FRIA – SÃO PAULO

Na quarta-feira, dia 28, é a vez do Estado de São Paulo experimentar a volta da chuva, que não cairá em todas as regiões, mas manterá o céu nublado com ventos gélidos e temperatura máxima entre 17ºC e 18ºC enquanto as mínimas ficarão entre 5ºC a 10ºC na Grande São Paulo.

Na quinta-feira, dia 29, o Estado de São Paulo já vai amanhecer com muito frio. Temperaturas entre 1ºC e 7ºC serão registradas em toda a Grande São Paulo, Vale do Paraíba, Vale do Ribeira, regiões de Sorocaba, Bauru, Presidente Prudente e Campinas, conforme mapa abaixo:

Temperaturas previstas para o amanhecer de quinta-feira, dia 29 de julho, na Grande São Paulo, Vale do Paraíba e Ribeira, regiões de Campinas, Sorocaba, Bauru e Bragança Paulista.

SEXTA-FEIRA – O ‘PICO’ DO FRIO

A sexta-feira, dia 30 de julho de 2021, deverá ficar marcada na história da meteorologia. Se confirmada, será o dia mais frio do século, com geada generalizada no Estado de São Paulo e temperaturas negativas em várias regiões, o que pode provocar a morte de moradores de rua e/ou pessoas em vulnerabilidade.

Em praticamente todas as regiões do Estado de São Paulo, os modelos atuais indicam temperaturas negativas, conforme mapa baixo: (ATENÇÃO: As previsões podem mudar com o passar dos dias, essa é a indicação atual publicada no domingo, dia 25).

Mapa mostra o tamanho da massa de ar frio e temperatura prevista para o dia 30 a 1500 metros de altitude, com inacreditáveis -10ºC em áreas do Sul e faixa leste de São Paulo e até -5ºC nas demais regiões de São Paulo, Rio de Janeiro, sul e leste de Minas, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso e Rondônia.

Apesar de efeitos negativos, pandemia deixa legado de solidariedade, dizem líderes comunitários (Folha de S.Paulo)

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Lalo de Almeida/Folha Press

Cresce preocupação com educação em comunidades pobres de grandes cidades

Thiago Amâncio, 20 de setembro de 2020

Apesar de pessimistas com o legado negativo de alto desemprego e fome que a pandemia da Covid-19 pode deixar, líderes de comunidades pobres país afora se dizem esperançosos com a solidariedade criada nesses lugares após a chegada da doença.

É o que aponta levantamento feito entre 17 e 30 de agosto pela Rede de Pesquisa Solidária, que monitora as respostas à Covid pelo país. É a quarta rodada de uma enquete feita com 64 lideranças comunitárias nas regiões metropolitanas de Manaus, Recife, Belo Horizonte, Rio, São Paulo, Distrito Federal, Campinas (SP), Salvador, Joinville (SC) e Maringá (PR).

“Quando perguntamos sobre perspectiva para o futuro, houve essa percepção de que a pandemia gerou engajamento, foi uma surpresa para nós. Por um lado, é efeito de uma constatação negativa: as pessoas se sentiram abandonadas e aprenderam que tiveram que se reestruturar para reagir à pandemia”, diz Graziela Castello, diretora-administrativa e pesquisadora do Cebrap.

“Moradores que não tinham história de associativismo, relação com sindicato, com partido, começaram a se organizar. Dos entrevistados, 16%, acham que gerou algum tipo de consciência política na população e que a gestão da pandemia provocou a necessidade de avaliar o governo, pensar nas eleições. Dentro do cenário de abandono completo, talvez tenha impacto positivo de maior prática de cidadania política”, continua.

O principal problema apontado pelas lideranças, no entanto, ainda é a segurança alimentar: 62% dos entrevistados disseram se preocupar com a fome provocada pela pandemia. A falta de trabalho também foi citada por metade dos ouvidos.

Uma outra questão despontou no último questionário feito: a preocupação com a educação. Um em cada cinco entrevistados citou a volta às aulas como um dos problemas mais críticos atualmente.

E aí os líderes se dividem: parte deles se preocupa que o retorno das crianças às escolas possa aumentar a contaminação dentro das comunidades; outra parte se preocupa com o pouco acesso das crianças e adolescentes a ferramentas de ensino remoto, prejudicando a aprendizagem.

“Os familiares são terrivelmente contra o retorno às aulas, mesmo porque se trata de um governo e de um prefeito que não investiu na saúde, não fez um investimento na preparação da volta às aulas, nas salas de aula. Segundo, o governo e o prefeito lá vão colocar um frasco de álcool em gel e um ventilador para fazer a ventilação, e [afirmam que] isso é o suficiente para espantar o vírus. A gente sabe que precisa de um investimento muito maior do que isso”, diz um entrevistado do Tucuruvi, zona norte de São Paulo.

“As famílias não têm internet, telefone, computador em casa. E as crianças estão sem estudar, sem escola. E devido a essa situação elas ficam em casa sem fazer nada. Tem mães analfabetas que não sabem explicar e ajudar nas atividades, ficou muito difícil nas comunidades”, diz outro na Brasilândia, também em São Paulo.

Para Castello, “a diversidade de opiniões mostra o drama que é gerenciar essa situação”, diz. “De um lado, tem o medo da volta às aulas, do impacto nos parentes mais velhos, a preocupação de que as escolas não estão preparadas para voltar. Do outro lado, as lideranças apontam deficiências cognitivas, depressão nas crianças, todo esse processo que o distanciamento tem gerado.”

“As duas coisas são muito perversas. Os pais lidam com o medo da volta e com a impossibilidade da manutenção em casa”, diz a pesquisadora.

A Rede de Pesquisa Solidária reúne dezenas de pesquisadores de instituições públicas e privadas, como a USP, o Cebrap (Centro Brasileiro de Análise e Planejamento) e a Fundação Getulio Vargas (FGV). Desde abril, eles têm produzido boletins semanais, que estão disponíveis no site da iniciativa.

UN-Habitat data mapping ensures assistance reaches the most vulnerable in Brazil’s slums (ReliefWeb)

UN-HABITAT

3 Jun 2020

Rio de Janeiro, Brazil, June 2020 – Some 2,500 vulnerable and sick older people living in the slums of Brazil’s largest city, received hygiene kits to support them during the COVID-19 pandemic. The Social Territories Programme, implemented by the City of Rio de Janeiro, with the support of UN-Habitat, organized the distribution of the kits in 10 informal settlements known as favelas.

The kits, which include sanitizer, liquid soap, deodorant, shampoo and toothbrushes, donated by UNICEF, the United Nations Children’s Fund, were given to older vulnerable people, those who are bedridden and with heart problems in Alemão, Maré, Chapadão, Pedreira ,Vila Kennedy, Lins, Penha, Cidade de Deus, Jacarezinho and Rocinha. The materials were distributed alongside food baskets of staple goods.

The delivery and distribution was supported by professionals from the health department of the municipality of Rio de Janeiro. The selection of those eligible to receive assistance was made using data produced under the Social Territories Programme during which UN-Habitat Brazil has organized community data gathering to ensure the poorest and most vulnerable receive assistance.

All the elderly, sick and bedridden people who received the kits continue to be monitored by the programme over the phone during the pandemic.

UN-Habitat’s Regional Representative for Latin America and the Caribbean, Elkin Velásquez said it was important that the data bases were a result of surveys and mappings managed by community members.

“The data plays a key role in helping the municipalities target the delivery of humanitarian assistance during the COVID-19 crisis to really make sure it reaches the right people,” he said.

Since last year UN-Habitat has worked with the city of Rio de Janeiro on the Social Territories Programme to identify the vulnerable families living in the favelas. UN-Habitat hired 66 field agents, mostly women, from the city’s 10 largest slums who visited over 117,000 households between July 2019 and March 2020 to carry out interviews.

As a result some 25,000 families were identified as being the most vulnerable and during the COVID-19 pandemic, they are being monitored, and supported. About 8,000 families have been visited by health workers and approximately 4,000 have been provided with social assistance.

Since the pandemic, the team can no longer make field visits, but they have made over 6,100 phone calls to families in extreme poverty monitored by the programme including all those who received the kits.