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Opinião – Reinaldo José Lopes: Periódico científico da USP dá palco para negacionista da crise climática (Folha de S.Paulo)

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Não existe multipartidarismo sobre a lei da gravidade ou pluralismo ideológico acerca da teoria da evolução

30.out.2021 às 7h00

O veterano meteorologista Luiz Carlos Molion é uma espécie de pregador itinerante do evangelho da pseudociência. Alguns anos atrás, andou rodando o interiorzão do país, a soldo de uma concessionária de tratores, oferecendo sua bênção pontifícia às 12 tribos do agro. Em suas palestras, garantia às tropas de choque da fronteira agrícola brasileira que desmatar não interfere nas chuvas (errado), que as emissões de gás carbônico não esquentam a Terra (errado) e que, na verdade, estamos caminhando para uma fase de resfriamento global (errado).

Existem formas menos esquálidas de terminar uma carreira que se supunha científica, mas parece que Molion realmente acredita no que fala. O que realmente me parece inacreditável, no entanto, é que um periódico científico editado pela maior universidade da América Latina abra suas portas para as invectivas de um ex-pesquisador como ele.

Foi o que aconteceu na última edição da revista Khronos, editada pelo Centro Interunidade de História da Ciência da USP. Numa seção intitulada “Debates”, Molion publicou o artigo “Aquecimento global antropogênico: uma história controversa”. Nele, Molion requenta (perdoai, Senhor, a volúpia dos trocadilhos) sua mofada marmita de negacionista, atacando a suposta incapacidade do IPCC, o painel do clima da ONU, de prever com acurácia o clima futuro deste planetinha usando modelos computacionais (errado).

O desplante era tamanho que provocou protestos formais de diversos pesquisadores de prestígio da universidade, membros do conselho do centro uspiano. Na carta assinada por eles e outros colegas, lembram que Molion não tem quaisquer publicações relevantes em revistas científicas sobre o tema das mudanças climáticas há décadas e que, para cúmulo da sandice, o artigo nem faz referência… à história da ciência, que é o tema da publicação, para começo de conversa.

A resposta do editor do periódico Khronos e diretor do centro, Gildo Magalhães, não poderia ser mais desanimadora. Diante do protesto dos professores, eis o que ele disse: “Não cabe no ambiente acadêmico fazer censura a ideias. Na universidade não deveria haver partido único. Quem acompanha os debates nos congressos climatológicos internacionais sabe que fora da grande mídia o aquecimento global antropogênico é matéria cientificamente controversa. Igualar sumariamente uma opinião diversa da ortodoxa com o reles negacionismo científico, como foi o caso no Brasil com a vacina contra a Covid, prejudica o entendimento e em nada ajuda o diálogo”.

Não sei se Magalhães está mentindo deliberadamente ou é apenas muito mal informado, mas a afirmação de que o aquecimento causado pelo homem é matéria controversa nos congressos da área é falsa. O acompanhamento dos periódicos científicos mostra de forma inequívoca que questionamentos como os de Molion não são levados a sério por praticamente ninguém. A controvérsia citada por Magalhães inexiste.

É meio constrangedor ter de explicar isso para um professor da USP, mas as referências a debate de “ideias” e “partido único” não têm lugar na ciência. Se as suas ideias não são baseadas em experimentos e observações feitos com rigor e submetidos ao crivo de outros membros da comunidade científica, elas não deveriam ter lugar num periódico acadêmico. Não existe multipartidarismo sobre a lei da gravidade ou pluralismo ideológico acerca da teoria da evolução. Negar isso é abrir a porteira para retrocessos históricos.

O apagão do planeta (O Estado de São Paulo)

Entrevista. Martin Rees

Indiferente aos ‘céticos do clima’, a Terra está cada vez mais quente e a previsão é de desastres devastadores até o fim do século, alerta astrônomo de Cambridge

Ivan Marsiglia

24 Janeiro 2015 | 16h 00

GUILHERME CALDAS E OLAVO ROCHA/DIVULGAÇÃO

GUILHERME CALDAS E OLAVO ROCHA/DIVULGAÇÃO 

Os desastres da gestão da água em São Paulo e dos apagões elétricos no País não são obra de São Pedro ou de Deus, esse brasileiro – como chegaram a atribuir certas autoridades. Mas foram ambos agravados por cenário maior, também de catástrofe anunciada, só que em escala global. Há anos o Intergovernmental Panel on Climate Change (IPCC), da ONU, alerta para o risco de mudanças climáticas decorrentes do aquecimento global, pregando praticamente no deserto. Na semana passada, somando-se ao aumento perceptível de eventos atmosféricos extremos mundo afora, um relatório da Nasa, a agência espacial americana, confirmou: 2014 foi o ano mais quente desde que essa medição começou a ser feita, em 1880. E, embora os cientistas “céticos do clima” continuem sua cruzada para esfriar os ânimos do ambientalismo, essa é uma realidade cada vez mais difícil de negar.

“Se as emissões anuais de CO2 continuarem a aumentar podemos enfrentar uma mudança climática drástica, com cenários devastadores até o século 22”, crava um dos cientistas mais respeitados do mundo na área. Sir Martin John Rees, astrônomo e professor de cosmologia e astrofísica na Universidade de Cambridge, presidente da prestigiosa Royal Society entre 2005 e 2010, não é o que se pode chamar de “alarmista”. E, no entanto, em um livro de 2003 – Our Final Century (Hora Final – Alerta de um Cientista, Companhia das Letras) – já dizia, com polidez britânica, que a humanidade tem 50% de chance de sobreviver ao século 21.

Na entrevista a seguir, o autor de From Here to Infinity: A Vision for the Future of Science – livro de 2012 em que investiga as conexões entre ciência, política e economia no século 21 – descreve o delicado estado de coisas neste nosso “mundo congestionado”, sob ameaça não só do crescimento populacional e da incessante demanda por recursos naturais, mas também da incapacidade humana de pensar a longo prazo. Problemas que, alerta Martin Rees, não serão resolvidos com medidas paliativas ou pela mão invisível do mercado: “Exigem intervenção governamental e ação internacional”.

Em Our Final Century (2003) o sr. afirmava que nossa civilização tinha 50% de chance de sobreviver até o fim do século 21. Esse porcentual continua o mesmo?

Não mudei meu ponto de vista – e tenho ficado surpreso com a quantidade de pessoas que pensam que não sou suficientemente pessimista. Claro que é improvável que todos nós sejamos exterminados. Mas penso que vamos ter que ter muita sorte para evitar retrocessos devastadores. Em parte devido ao aumento do estresse nos ecossistemas devido ao crescimento populacional e a nossa crescente demanda por recursos. Mas, mais do que isso, porque nos apoderamos de uma nova tecnologia: entramos em uma nova era geológica, o “antropoceno”, em que as ações humanas determinam o futuro do meio ambiente.

Em que medida isso é uma ameaça?

Até a segunda metade do século 20, a grande ameaça, ao menos para o Hemisfério Norte, era a guerra termonuclear, que por pouco não foi desencadeada durante a crise dos mísseis em Cuba, na década de 1960. Estivemos perto dela em outras ocasiões durante a Guerra Fria. Mas agora enfrentamos novas ameaças decorrentes do uso indevido das bio e cybertecnologias, em avanço espantoso. É com elas que me preocupo mais e por causa delas é que teremos uma jornada difícil neste século.

O ano passado foi o mais quente na Terra desde 1880, quando esse tipo de medição começou a ser feito, disse um relatório divulgado essa semana pela Nasa, a agência espacial americana, e o National Oceanic and Atmospheric Administration (NOAA). O que está acontecendo com o planeta?

Já está claro que há uma tendência de aquecimento de longo prazo nos últimos 50 anos. Essa taxa não é estável nem uniforme na superfície da Terra. Mas é uma tendência que se sobrepõe a outros efeitos, como o El Niño, em que as alterações na circulação e no calor do oceano armazenam-se nele em vez de na atmosfera. Sabemos que a quantidade de CO2 na atmosfera está aumentando e isso provoca aquecimento – e, consequentemente, mudanças em larga escala nos padrões climáticos em todo o mundo. O que ainda não está claro é quão grande é esse efeito. A duplicação do CO2 na atmosfera causa um aquecimento de 1,2°C. Mas esse efeito pode ser ampliado devido às trocas de vapor d’água e nuvens – e não sabemos as consequências desses processos. Entretanto, parece claro que se as emissões anuais de CO2 continuarem a aumentar poderemos enfrentar uma mudança climática drástica, com cenários devastadores até o século 22.

Depois de fazer um diagnóstico catastrófico em 2007, quando estimou que 6 bilhões de pessoas morreriam até o final do século, o cientista britânico James Lovelock voltou atrás em 2012, dizendo que havia sido ‘alarmista’ em relação ao aquecimento global. Esse novo relatório da Nasa reforça as opiniões mais pessimistas?

Não posso falar por James Lovelock – mas é fantástico vê-lo, aos 95 anos de idade, engajado nesses temas e ainda disposto a mudar de ideia. Recentemente, por exemplo, ele adotou uma postura favorável à energia nuclear. Entretanto, não serão dados relativos a um único ano que vão convencer as pessoas a mudar suas atitudes. Acho que vamos levar uns 20 anos ainda para começar a reduzir a atual taxa de aquecimento. Até lá, saberemos com mais precisão – talvez a partir de modelos produzidos por computação avançada – quanto a temperatura global tem efetivamente aumentado e quão fortemente o feedback de vapor d’água e nuvens de que falei amplifica os efeitos da acumulação de CO2 no “efeito estufa”.

Por que, apesar de todos os alertas feitos pelo IPCC da ONU, os líderes políticos ao redor do mundo parecem ainda pouco sensibilizados pela questão, caminhando lentamente na direção de formas alternativas de energia ou na redução dos atuais padrões de consumo?

Embora devamos ter esperança de que a conferência de Paris em dezembro deste ano obtenha progressos efetivos, meu palpite pessimista é que os esforços políticos para descarbonizar a produção de energia no mundo não vão ganhar força. E a concentração de CO2 na atmosfera vai subir a um ritmo acelerado nas próximas duas décadas. Até lá, ficará claro se o clima do mundo está entrando em um território perigoso. Pode então haver pânico e uma pressão para que sejam adotadas medidas de emergência. O que poderia tornar necessário um “plano B”: fatalismo quanto à continuidade da dependência mundial dos combustíveis fósseis, acompanhado de medidas que combatam seus efeitos com o uso da geoengenharia.

Que tipo de medidas poderiam reverter o aquecimento global?

O efeito estufa poderia ser contra-atacado, por exemplo, com a colocação de aerossóis (partículas que absorvem e dispersam a luz solar) na atmosfera ou mesmo de grandes guarda-sóis no espaço. É aparentemente factível lançar material suficiente na estratosfera para mudar o clima do mundo – o assustador seria imaginar como isso seria feito, se com recursos de uma única nação ou talvez de uma megacorporação. Os problemas políticos em torno do uso desse tipo de geoengenharia podem ser esmagadores. Sem falar na possibilidade de ocorrerem efeitos colaterais. Além disso, o aquecimento poderia voltar caso essas medidas fossem por alguma razão descontinuadas e também se mostrassem ineficazes em relação a outras consequências do acúmulo de CO2. Em especial, os efeitos deletérios que o gás causa na acidificação dos oceanos.

Ou seja, ainda que estejam surgindo tecnologias supostamente capazes de reverter o aquecimento global, a utilização delas teria resultados imprevisíveis?

A geoengenharia seria um pesadelo político absoluto. Nem todas as nações iriam querer ajustar o termostato da mesma maneira. Modelos climáticos superelaborados seriam necessários para calcular os impactos regionais de qualquer intervenção artificial. Imagine: seria uma festa para os advogados se um indivíduo ou uma nação pudessem ser responsabilizados por qualquer mau tempo. Acho que seria prudente estudar suficientemente as técnicas de geoengenharia para deixar claro que opções fazem sentido antes de adotar um otimismo injustificado em relação a elas. Não haverá “solução rápida e técnica” para consertar o clima.

Qual é a sua opinião sobre os chamados ‘céticos do clima’, cientistas que ainda negam o aquecimento global, com pesquisas às vezes financiadas por grupos econômicos que ganham com a exploração dos combustíveis fósseis?

O debate sobre o clima tem sido marcado por muita disputa entre a ciência, a política e os interesses comerciais. Aqueles que rejeitam as projeções feitas pelo IPCC têm contribuído mais para jogar a ciência na lata do lixo do que em fazer um apelo “por uma ciência melhor”. E ainda que os resultados da ciência fossem claros e cristalinos, haveria uma margem gigantesca para debate sobre a melhor resposta política. Acho que as divergências em questão dizem respeito mais a desentendimentos éticos e econômicos do que científicos. Os que propõem medidas tímidas e convencionais, como por exemplo, (o cientista dinamarquês) Bjørn Lomborg (autor do bestseller O Ambientalista Cético, Campus, 2002), estão de fato desconsiderando o que pode acontecer para além de 2050. Há, de fato, pouco risco de uma catástrofe dentro desse horizonte temporal – e assim não é surpresa que se queira minimizar a prioridade do combate às alterações climáticas. Mas se você se preocupa com quem vai viver no século 22 e depois dele, então pode considerar que vale a pena fazer um investimento agora. Para proteger as gerações futuras contra o pior cenário e prevenir o desencadeamento de mudanças de longo prazo, como o derretimento do gelo da Groenlândia.

O Brasil, um dos tão aclamados Brics, vive um momento dramático, com o sistema elétrico saturado e possibilidade real de colapso total da água em São Paulo, a maior metrópole do País. Podemos assistir em breve a um cenário de colapsos econômicos e evacuação de cidades?

Vivemos num mundo interconectado cada vez mais dependente de energia e tecnologias avançadas. Embora eu não esteja familiarizado o bastante para falar sobre São Paulo, as “megacidades” são especialmente vulneráveis. No curto prazo, a prioridade absoluta é assegurar energia elétrica confiável para todos. Esse problema é muito maior em países como a Índia, onde milhões usam madeira ou estrume como combustível para cozinhar, sofrendo em consequência abalos na saúde. No longo prazo, todas as nações deveriam adotar políticas de baixo carbono. Políticos não gostam de defender medidas que tragam mudanças de vida indesejadas – especialmente se os benefícios dessas medidas só venham a aparecer daqui a décadas. Mas há três medidas políticas realistas que deveriam ser impulsionadas. A primeira é os países promoverem ações que poupem dinheiro, mais eficiência energética, melhor isolamento dos prédios, etc. A segunda é concentrar esforços em reduzir poluentes, metano e carbono negro. São substâncias que não agravam tanto o aquecimento global, mas sua redução, diferentemente da de CO2, traz mais benefícios locais. A terceira e mais importante é incrementar a pesquisa e desenvolvimento de todas as formas de energia limpa – incluindo, a meu ver, a energia nuclear. Por que a pesquisa energética não é feita numa escala comparável à pesquisa médica? Nesse campo, o Brasil, já um inovador em biocombustível e outros tipos de energia, poderia tornar-se um líder mundial.

Um outro estudo divulgado há poucos dias pelo Goddard Space Flight Center, da Nasa, alerta para a perspectiva de a civilização industrial entrar em colapso nas próximas décadas por causa da exploração insustentável de recursos e da distribuição desigual de riqueza – uma abordagem que poderia estar em seu livro dez anos antes. É realista imaginar o mundo caminhando em outra direção?

Robôs estão substituindo humanos na indústria manufatureira. Vão ocupar cada vez mais nossos empregos, não apenas no trabalho manual. Mas a grande pergunta é: o advento da robótica será como o ocorrido com outras novas tecnologias – a do carro, por exemplo -, que criavam tantos empregos quanto eliminavam? Ou desta vez será diferente? As atuais inovações podem gerar riquezas imensas, mas será preciso haver maciça redistribuição, via impostos, para garantir a cada um pelo menos um “salário de sobrevivência”. Não existem impedimentos científicos para se chegar a um mundo sustentável e seguro em que todos tenham um estilo de vida melhor que o do Ocidente de hoje. Podemos ser “tecnologicamente otimistas”, embora o equilíbrio tecnológico exija redirecionamento e se guie por valores que a ciência em si não pode prover. Mas a aridez da política e da sociologia – o abismo entre potencialidades e o que ocorre na realidade – indica pessimismo. Políticos pensam em eleitores e nas próximas eleições. Investidores esperam lucro no curto prazo. Fingimos ignorar o que ocorre neste exato momento em países longínquos. E minimizamos fortemente os problemas que deixaremos para as novas gerações. Sem uma perspectiva mais ampla, sem aceitar que estamos juntos neste mundo congestionado, governos não vão priorizar projetos políticos de longo prazo, mesmo que esse longo prazo seja apenas um instante na história do planeta. A “Nave Terra” está vagando pelo espaço. Seus passageiros estão ansiosos e divididos. O mecanismo de suporte de vida deles é vulnerável a rupturas e colapsos. Mesmo assim, há pouco planejamento, pouca observação do horizonte, pouca consciência dos riscos de longo termo. São problemas que não podem ser resolvidos pelo mercado: exigem intervenção governamental e ação internacional.

MARTIN REES É ASTROFÍSICO E PROFESSOR DE COSMOLOGIA DA UNIVERSIDADE DE CAMBRIDGE

Global Warming Deniers Are Growing More Desperate by the Day (Moyers & Co.)

August 6, 2014

Fox News aired a report by the Heartland Institute purporting to "debunk" a top climate change report while obscuring the background of the organization, which previously denied the science demonstrating the dangers of tobacco and secondhand smoke. (Image: Media Matters)

Fox News aired a report by the Heartland Institute purporting to “debunk” a top climate change report while obscuring the background of the organization, which previously denied the dangers of tobacco. (Image: Media Matters)

This post originally appeared at Desmogblog.

The Heartland Institute’s recent International Climate Change Conference in Las Vegas illustrates climate change deniers’ desperate confusion. AsBloomberg News noted, “Heartland’s strategy seemed to be to throw many theories at the wall and see what stuck.” A who’s who of fossil fuel industry supporters and anti-science shills variously argued that global warming is a myth; that it’s happening but natural — a result of the sun or “Pacific Decadal Oscillation”; that it’s happening but we shouldn’t worry about it; or that global cooling is the real problem.

The only common thread, Bloomberg reported, was the preponderance of attacks on and jokes about Al Gore: “It rarely took more than a minute or two before one punctuated the swirl of opaque and occasionally conflicting scientific theories.”

Personal attacks are common among deniers. Their lies are continually debunked, leaving them with no rational challenge to overwhelming scientific evidence that the world is warming and that humans are largely responsible. Comments under my columns about global warming include endless repetition of falsehoods like “there’s been no warming for 18 years,” “it’s the sun,” and references to “communist misanthropes,” “libtard warmers,” and worse…

Far worse. Katharine Hayhoe, director of Texas Tech’s Climate Science Center and an evangelical Christian, had her email inbox flooded with hate mail and threats after conservative pundit Rush Limbaugh denounced her, and right-wing blogger Mark Morano published her email address. “I got an email the other day so obscene I had to file a police report,” Hayhoe said in an interview on the Responding to Climate Change website. “They mentioned my child. It had all kinds of sexual perversions in it — it just makes your skin crawl.”

One email chastised her for taking “a man’s job” and called for her public execution, finishing with, “If you have a child, then women in the future will be even more leery of lying to get ahead, when they see your baby crying next to the basket next to the guillotine.”

Many attacks came from fellow Christians unable to accept that humans can affect “God’s creation.” That’s a belief held even by a few well-known scientists and others held up as climate experts, including Roy Spencer, David Legates and Canadian economist Ross McKitrick. They’ve signed the Cornwall Alliance’s Evangelical Declaration on Global Warming, which says, “We believe Earth and its ecosystems — created by God’s intelligent design and infinite power and sustained by His faithful providence — are robust, resilient, self-regulating, and self-correcting, admirably suited for human flourishing, and displaying His glory. Earth’s climate system is no exception.” This worldview predetermines their approach to the science.

Lest you think nasty, irrational comments are exclusively from fringe elements, remember the gathering place for most deniers, the Heartland Institute, has compared those who accept the evidence for human-caused climate change to terrorists. Similar language was used to describe the US Environmental Protection Agency in a full-page ad in USA Today and Politico from the Environmental Policy Alliance, a front group set up by the PR firm Berman and Company, which has attacked environmentalists, labor-rights advocates, health organizations — even Mothers Against Drunk Driving and the Humane Society — on behalf of funders and clients including Monsanto, Wendy’s and tobacco giant Phillip Morris. The terrorism meme was later picked up by Pennsylvania Republican congressman Mike Kelly.

David Suzuki: The War on Climate Scientists

 

Fortunately, most people don’t buy irrational attempts to disavow science. A Forum Research poll found 81 percent of Canadians accept the reality of global warming, and 58 per cent agree it’s mostly human-caused. An Ipsos MORI poll found that, although the US has a higher number of climate change deniers than 20 countries surveyed, 54 per cent of Americans believe in human-caused climate change. (Research also shows climate change denial is most prevalent in English-speaking countries, especially in areas “served” by media outlets owned by Rupert Murdoch, who rejects climate science.)

It’s time to shift attention from those who sow doubt and confusion, either out of ignorance or misanthropic greed, to those who want to address a real, serious problem. The BBC has the right idea, instructing its reporters to improve accuracy by giving less air time to people with anti-science views, including climate change deniers.

Solutions exist, but every delay makes them more difficult and costly.

Written with contributions from David Suzuki Foundation Senior Editor Ian Hanington.

The views expressed in this post are the author’s alone, and presented here to offer a variety of perspectives to our readers.

 
David Suzuki, co-Founder of the David Suzuki Foundation, is an award-winning scientist, environmentalist and broadcaster.