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Ruínas que estavam debaixo d’água há décadas agora podem ser vistas no interior de SP (G1)

g1.globo.com

6 de novembro de 2020


Lago formado durante a inundação para a construção de uma usina hidrelétrica secou devido à forte estiagem.
Estiagem revela construções que estavam submersas há décadas no interior de São Paulo

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Estiagem revela construções que estavam submersas há décadas no interior de São Paulo

A estiagem prolongada no interior de São Paulo secou o lago de uma usina hidrelétrica. E revelou uma história encoberta há décadas.

Depois de quase 50 anos embaixo d’água, a ponte da antiga estrada Boiadeira reapareceu no meio do Rio Grande, interior de São Paulo. A estrutura construída com cascalho e madeira na década de 1950 era usada pelas comitivas para levar gado de Minas Gerais até Barretos. Mas em 1975 toda a área em volta foi alagada para a construção do reservatório da usina hidrelétrica de Marimbondo. Desde então, a ponte não foi mais vista.

“Eu não estou vendo o canal do rio, do córrego, dois, três córregos que descem e passam pela ponte. Nós pescávamos ali, pegava peixe grande que vinha do rio, hoje só vê areia”, conta o aposentado Cláudio Geraldelli.

O nível do reservatório chegou a 6,72% no último fim de semana, o pior dos últimos 17 anos e um dos mais críticos do país. Seu Cláudio mostra as redes de pesca que ficaram presas em troncos, até pouco tempo escondidos embaixo d´água.

Por causa do longo período de estiagem a margem do rio recuou mais de um quilômetro. Com isso, ruínas de casas antigas começaram a aparecer no meio da paisagem. Uma era a piscina de uma fazenda que também foi completamente alagada pelo reservatório da usina hidrelétrica, e estava submersa. No chão, muitos tijolos e partes da construção que resistiram a tanto tempo embaixo d’água.

Por toda a margem do rio, são encontradas fundações de casas, paredes, chaminé, blocos de concreto. Restos de construções que faziam parte do município de Guaraci, que está entre as oito cidades que tiveram áreas alagadas pelo Reservatório de Marimbondo, um dos maiores do estado de São Paulo, com quase 500km2 de extensão.

Além de fazer ressurgir um pedaço dessa história, a seca tem trazido prejuízo para quem vive do rio. As embarcações flutuantes usadas por pescadores, que até pouco tempo boiavam no Rio Grande, agora estão em terra seca.

“Depois que inundou isso aqui, é a primeira vez que tem essa seca. Se esse rio continuar como está, provavelmente a gente vai ter que ir embora daqui, porque você não consegue nada, não tem renda do rio”, lamenta o pescador José Antônio Siqueira.

Quem gosta tanto de navegar por essas águas espera que a natureza possa trazer de volta aquela paisagem bonita do Rio Grande.

“A esperança é chuva. Tem que chover bastante para que a represa volte ao normal dela. Aí fica bom para todo mundo”, diz Devaldo Mathias de Menezes, pescador.

ONS: outubro de 2020 é o mais seco em série histórica de 90 anos (Canal Energia)

canalenergia.com.br

Maurício Godoi, da Agência CanalEnergia, de São Paulo (SP)

30 de outubro de 2020


ENA (Energia Natural Afluente) para o mês no Norte foi a terceira pior, no Nordeste a segunda mais baixa do histórico e no Sudeste a pior da história desde o início do monitoramento

O mês de outubro foi o pior em termos de afluências em todo o histórico de 90 anos no Brasil. Foi assim que o Operador Nacional do Sistema Elétrico definiu as afluências do período que se encerra neste sábado, 31 de outubro.

Em três submercados de um total de quatro a energia natural afluente esteve nos primeiros lugares desse incômodo ranking para a geração de energia elétrica. No Sul, a ENA ficou em 21% da média de longo termo, a segunda pior. Mas está no Sudeste/Centro-Oeste o maior problema, em 90 anos esse foi o pior mês em termos de vazões com apenas 53% da média nesse período. O Norte fechou o pódio com o terceiro pior mês do histórico daquela região com 58% da média.

Os dados foram apresentados nesta sexta-feira, 30 de outubro, no segundo dia da reunião para o Programa Mensal de Operação de novembro, mês que inaugura de forma oficial o período úmido 2020/2021.

Para o período, a estimativa inicial do ONS é de que o maior índice de ENA seja verificado no Norte, com 97% da média de longo termo. Depois vem SE/CO com 75% da média histórica, com destaque para a bacia do Tietê que deverá registrar 99% da MLT em novembro. No NE é esperado 67% e no Sul a situação continua pressionada com a previsão do pior nível para um mês de novembro em 90 anos com 28% da média. A previsão é de encerrar novembro com a bacia do rio Iguaçu quase zerada.

Ao mesmo tempo é estimado um crescimento de 2,7% na carga de novembro quando comparado ao mesmo período do ano passado. Há previsão de expansão do consumo em todas as regiões, no Norte 7,4%, 2,7% no SE/CO, 1,9% no Sul e 1,4% no NE. Se as previsões se confirmarem, a demanda ficará em 71.041 MW médios.

O movimento de deplecionamento de reservatórios continua. O destaque está no Sul que poderá perder mais da metade do nível atual, já baixo, e encerrar novembro com apenas 11,5% em todo o subsistema. No SE/CO a previsão é de recuo de 3,7 pontos porcentuais, para 20% do armazenamento máximo. No Norte recuará de 30,4% para 26,8% e no NE está o mais elevado com 45,4% ao final de novembro ante o volume de 56,5% verificado nesta sexta-feira.

Como consequência, o custo marginal de operação médio continua descolado entre o NE que recuou a R$ 150,54 e os demais, que aumentaram a R$ 368,03/MWh. Nesses, o valor da carga pesada está em R$ 378,24, a média a R$ 376,07 e a leve a R$ 360,96/MWh. O valor da carga pesada no NE é menos da metade da leve no restante do país, está em R$ 168,58, a média a R$ 147,32 e a leve a R$ 146,01/MWh.

O que não mudou significativamente é a previsão de despacho térmico que está em 10.282 MW médios, sendo 6.377 MW médios por inflexibildade, 3.718 MW médios por ordem de mérito e 187 MW médios por restrição elétrica. Apesar do comando da geração fora da ordem de mérito autorizada pelo CMSE, o documento do ONS não traz essa informação.

Funai tenta entrar em terra indígena durante pandemia para liberar linhão, mas é impedida por índios (Estadão)

economia.estadao.com.br

André Borges, 5 de agosto de 2020

BRASÍLIA – No dia 29 de junho, quando o Brasil se aproximava de 60 mil mortos pela covid-19 e já ultrapassava 1,3 milhão de pessoas infectadas pelo coronavírus, o presidente da Fundação Nacional do Índio (Funai), Marcelo Xavier, mandou uma carta para os índios Waimiri Atroari, de Roraima, em que afirmou que compreendia a necessidade de isolamento imposta pela doença, mas que não dava mais para esperar o surto passar e que sua equipe tinha de entrar na terra indígena.

O presidente da Funai, ainda sem saber que, apenas nove dias depois, contrairia covid-19, argumentou aos índios Waimiri Atroari que suas lideranças tinham que permitir a entrada de funcionários nas aldeias para dar continuidade ao licenciamento ambiental da linha de energia que pretende ligar Manaus (AM) a Boa Vista (RR)

Seu objetivo era enviar tradutores do estudo de impacto ambiental para dentro da terra indígena, para que o material fosse traduzido para o “kinja iara” (língua de gente), a língua dos Waimiri. Roraima é hoje o único Estado do Brasil que não está conectado ao sistema interligado de transmissão de energia, e o presidente Jair Bolsonaro cobra a liberação desde que entrou no Palácio do Planalto.

Na carta de uma página à qual o Estadão teve acesso, o presidente da Funai admite que “a intenção inicial era de que se aguardasse o fim da pandemia para dar início aos trabalhos de tradução”. No entanto, prossegue, “deve-se levar em consideração que, diante da incerteza do prazo para o fim da pandemia, estamos buscando novas alternativas para podermos dar continuidade aos trabalhos”.

Marcelo Xavier argumentou que seus funcionários tomariam medidas de segurança para evitar o contágio, mas aproveitou para destacar que a ausência da linha, conforme apontado pelo governo em um relatório do Tribunal de Contas da União (TCU), custava R$ 133 milhões por mês ao consumidor de energia de todo o País, porque Roraima tinha de ser iluminada com usinas térmicas locais, movidas a óleo, que são mais caras. 

“Desse modo, quando findada essa pandemia que assola todo o País, todo o material necessário para análise já estará traduzido”, afirmou Xavier, no documento.

Isolamento por mais 60 dias

A resposta dos Waimiri Atroari, povo que reúne cerca de 2,1 mil indígenas, chegou no dia 24 de julho, com um retumbante “não”. Na carta, também obtida pela reportagem, o presidente da Associação Comunidade Waimiri Atroari, Mario Parwe Atroari, deixa claro que seu povo não abrirá mão do isolamento social. “Não vemos novas alternativas eficientes que impeçam essa doença de chegar à terra indígena Waimiri Atroari, senão o isolamento social e respeito à quarentena”, afirma. 

Ele responde ao presidente da Funai que as cidades que fazem limite com a terra indígena somavam mais de mil contaminações naquele momento, mas que o vírus ainda não tinham sido confirmado em nenhum indígena de suas aldeias, devido à adoção rígida do isolamento.

Os indígenas lembram ainda que o próprio presidente da Funai, que pede para funcionários entrarem em suas terras, havia sido contagiado pelo vírus. “Chegou até nós a notícia que o senhor e outros membros de sua equipe da Funai foram contagiados pela covid-19, mesmo com todos os cuidados que sabemos que o senhor toma. Como o senhor mesmo agora pode ver, essa doença é perigosa e, para gente, ela é muito mais ainda.” 

Ao comentarem os prejuízos financeiros mencionados pelo presidente da Funai, os Waimiri afirmaram que Marcelo Xavier teve a preocupação de destacar a necessidade de “garantir o abastecimento do mercado de energia em Roraima, com segurança, eficiência e sustentabilidade”, mas deixou de mencionar “a preocupação com a saúde do nosso povo”. “É como se não existíssemos!”, afirmam os índios. 

Na rejeição do pedido, os Waimiri relembram fases catastróficas vividas por seu povo na década de 1970, durante a abertura da BR-174, em Roraima, quando muitos morreram por causa de um surto de sarampo, e afirmam que a decisão de suspender a entrada de pessoal de fora nas áreas foi tomada em 16 de março, baseada em determinação médica. A decisão deverá prosseguir por, pelo menos, mais 60 dias. 

Questionada pela reportagem, a Funai declarou, por meio de nota, que “pediu ao povo Waimiri Atroari para dar continuidade ao protocolo de consulta, respeitando todas as medidas de segurança para que não houvesse riscos à comunidade e o processo fosse continuado, tendo em vista o isolamento energético do estado de Roraima, que já perdura por muitos anos”.

A Funai afirmou que “está atendendo a todos os protocolos de consulta sem colocar os indígenas em situação de risco e buscando não interromper o diálogo com a etnia”. 

“A fundação esclarece ainda que o empreendedor (Transnorte Energia) se dispôs a qualquer alternativa necessária para proporcionar a logística segura dos tradutores. A intenção é realizar a tradução do Componente Indígena do Plano Básico Ambiental (PBA-CI), para posterior distribuição do documento a todo o povo Waimiri Atroari.”

Histórico

Por trás da motivação de Marcelo Xavier para retomar os estudos presenciais em plena pandemia está a pressão total do governo sobre esse projeto. Bolsonaro já cobrou a liberação das obras diversas vezes e o ministro de Minas Energia, Bento Albuquerque, declarou em inúmeras ocasiões que a obra iria começar, o que não teve autorização até hoje.

Leiloada em setembro de 2011, a linha de transmissão Manaus-Boa Vista tinha prazo de três anos para ficar pronta, com entrada em operação prevista para janeiro de 2015. O impasse sobre a questão indígena, no entanto, paralisou o empreendimento, que corta a terra demarcada dos Waimiri. 

Do total de 721 km do traçado previsto para ser erguido ao lado da BR-174, rodovia que liga as duas capitais, 125 km passam dentro da terra indígena, onde vivem mais de 2,1 mil índios em 56 aldeias.

Os povos indígenas não são contra o projeto, mas exigem que sejam consultados e que tenham seus pedidos atendidos por causa dos impactos ambientais. Na fase atual, eles aguardam a tradução do estudo de impacto ambiental para dar prosseguimento à execução do projeto.

Em julho do ano passado, reportagem do Estadão revelou que a concessionária Transnorte Energia, que venceu o leilão da linha, chegou a apresentar um pacote de indenizações ao povo kinja, como são conhecidos os indígenas Waimiri Atroari, no valor total de R$ 49,635 milhões

No estudo, a empresa afirmava que tinha identificado 37 impactos da obra nas terras indígenas. Havia ainda outros 27 impactos considerados irreversíveis, com reflexo constante à população indígena. Não houve avanço, porém, para a conclusão do processo. O parecer definitivo do presidente da Funai sobre o licenciamento só ocorrerá depois da consulta às comunidades indígenas.

Contaminações entre indígenas

Dados coletados pela Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib) mostram que, até esta quarta-feira, 5, já foram confirmadas 633 mortes de indígenas pela covid-19 em todo o País, além de 22.325 casos de contaminações, com 148 povos afetados. Na maioria dos casos, segundo a Apib, as contaminações ocorreram quando equipes da Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai), do Ministério da Saúde, acessaram as terras. 

“Estamos enfrentando o descaso do Estado, lutando pelo direito de viver enquanto socorremos os contaminados e celebramos o legado daqueles que não sobreviveram ao novo coronavírus”, afirma a instituição.

Editorial: Pandemia e energia (Diário do Nordeste)

diariodonordeste.verdesmares.com.br

Por Redação, 22 de Maio de 2020

Grave consequência da pandemia do novo coronavírus sobre o setor energético tem preocupado o Governo Federal: a queda do consumo de energia elétrica, que atinge diretamente as empresas distribuidoras, cujo caixa entrou no vermelho. Segundo o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), sobra energia, e a redução do consumo, que já chegou aos 18%, poderá ser ampliada caso se alonguem ainda mais as interdições ao funcionamento de empresas de todos os tipos. Os prejuízos das companhias distribuidoras são tão elevados, que o Ministério de Minas e Energia e a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) calculam em R$ 17 bilhões o tamanho do pacote de socorro que lhes será concedido.

Quando eclodiu a pandemia, a Aneel adotou – por instrução do Ministério da Economia – uma providência emergencial e razoável: proibiu por 90 dias o corte de energia das residências para evitar uma consequência social ainda maior para as famílias já mantidas em isolamento. Mas notou-se um efeito colateral: a inadimplência aumentou – e esta já estava pelo recente acréscimo de dificuldades financeiras da população.

A reabertura da atividade da indústria, do comércio e do serviço será gradual – os economistas preveem que isso se dará em até dois anos, não menos. Cerca de 60% da energia gerada no Brasil são de fonte hidráulica. Neste momento, para sorte do setor, as barragens que movimentam as usinas hidrelétricas estão cheias, o que descarta a possibilidade de um aumento das tarifas de energia. Mas isto não afasta a certeza de que a injeção de R$ 17 bilhões – que sairão do Tesouro Nacional – no caixa das distribuidoras será cobrada, a partir ainda deste ano, dos consumidores pessoas físicas e jurídicas. A conta de luz ficará mais cara por conta da pandemia.

Teme-se que, diante das dificuldades acima relatadas, sejam reduzidos os investimentos que se fazem hoje na geração de energia de fontes renováveis – como a solar e a eólica, concentrada nos estados da região Nordeste, onde são robustos e estáveis os bancos de vento e a insolação. Como demorará a retomada da economia, o consumo de energia também levará pelo menos um ano – nos cálculos dos consultores – para alcançar os níveis do fim de 2019. Desenha-se agora um cenário complicado para todo o setor elétrico nacional. O governo imagina que, passada esta crise, por volta do terceiro trimestre deste ano, poderá atrair o interesse dos investidores para o projeto de privatização da Eletrobras e de algumas de suas empresas, como a Chesf. Mas isto também parece difícil, diante dos desencontros políticos do Governo e com o Congresso Nacional, onde as ideias privatistas enfrentam forte resistência.

Neste instante, além das crises sanitária, econômica, financeira e política, o Brasil convive com mais uma – a do excesso de oferta de energia elétrica. Isto gera um déficit que cresce como bola de neve e que, mais cedo ou mais tarde, cairá em forma de cobrança no colo de cada um dos brasileiros. Em 2001, por causa diferente – a falta de energia – conta semelhante foi cobrada do Governo e de cada cidadão.

A pandemia e os paradigmas energéticos – Opinião (Estadão)

opiniao.estadao.com.br

31 de março de 2020

Ante o impacto do novo coronavírus, a Agência Internacional de Energia (IEA, na sigla em inglês) vem revendo as perspectivas e estratégias para o setor. Numa série de artigos recém-publicados, a IEA aponta três aspectos críticos: a eletricidade é mais indispensável do que nuncaa energia limpa deve estar no coração dos pacotes de revitalização da economia; e a turbulência aprofunda os desafios para os produtores de gás e petróleo.

Neste momento, centenas de milhões de pessoas estão confinadas em suas casas, recorrendo à rede digital para fazer seu trabalho, abastecer sua família e se entreter. Os sistemas hospitalares tentam aumentar sua capacidade de atendimento e, sobretudo, a oferta de respiradores artificiais. Os governantes precisam garantir uma rápida comunicação com os cidadãos. Tudo isso depende do suprimento de eletricidade.

Apesar disso, a demanda de eletricidade declinou 15% em razão da pausa nas fábricas e serviços. Rupturas bruscas no equilíbrio entre a oferta e a demanda podem provocar blecautes. A crise serve para lembrar os governos da necessidade de investir na flexibilidade dos sistemas, garantindo a sua resiliência em condições extremas.

A combinação da pandemia com a volatilidade dos mercados tende a distrair a atenção dos gestores, empresários e investidores das tecnologias renováveis – solar, eólica, hidrogênio, baterias e sequestro de carbono. Mas elas devem ser centrais nos planos de governo porque podem trazer os “benefícios gêmeos” de estímulo às economias e aceleração da transição para energias limpas. O progresso na transformação da infraestrutura não será temporário e fará diferença para o futuro.

O maior choque ocorre no setor de petróleo e gás. A demanda está colapsando enquanto a oferta, já superabundante, cresce expressivamente. Em alguns países, esta é uma fonte vital para os orçamentos nacionais. A crise expõe os riscos associados a economias pouco diversificadas, baseadas nos preços voláteis das commodities.

O impacto da pandemia serve para lembrar que mudanças no setor de energia são parte fundamental no desenvolvimento de economias mais produtivas, inovadoras e sustentáveis. O processo é complexo, mas um setor de energia eficiente pode ser um ativo durável para a cadeia de produção, fornecendo parte do capital e do know-how necessária para um crescimento diversificado.