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Prevenção a desastres I e II (Sler)

Prevenção a desastres I

Se está evidente que podemos ter novos eventos extremos, o que está sendo feito para capacitar a Defesa Civil e as comunidades vulneráveis?

Artigo original

Sílvia Marcuzzo

16 de agosto de 2024

De 6 a 8 de agosto, aconteceram três lives muito esclarecedoras sobre o que está por trás do antes e depois dos desastres que fomos submetidos no Rio Grande do Sul. Como ainda estamos vivendo o rescaldo de tanta destruição, creio ser muito útil este texto e outros que seguirão nas próximas semanas. Espero que sirva para compreendermos melhor o que estamos atravessando. Se você já se deu conta que precisa acompanhar o que está acontecendo nessa fase de agravamento do aquecimento global, pois isso afeta diretamente o seu cotidiano, inclusive seus planos, o que vou trazer nas próximas linhas será esclarecedor.

Um grupo de jornalistas mulheres, que compõe o Grupo de Trabalho de Comunicação da Rede de Emergência Climática e Ambiental (Reca), organizou em parceria da Federação Nacional de Jornalista (Fenaj) três lives intituladas “Diálogos entre jornalistas e especialistas acerca do desastre”. Dá para acompanhar a gravação no YouTube da Fenaj.

Esses encontros trouxeram muitas coisas que a mídia convencional e as redes sociais não abordaram.

Já parou para pensar o que o jornalismo faz com a ocorrência de desastres e o que os desastres fazem com o jornalismo? Essa foi a indagação da professora Marcia Franz Amaral, da UFSM, na abertura do encontro. Diante do que passamos, com tanta falta de orientação sobre o que fazer, tanto desespero, como deve ser a comunicação com população, com os atingidos, com a imprensa das autoridades e dos detentores de informações técnicas?

Tenho feito a cobertura de desastres, fui diretamente afetada por essa última enchente e venho trabalhando em projetos para despertar o interesse de diferentes públicos sobre as mudanças climáticas. Esse contexto complexo me fez voltar à universidade. Estou fazendo mestrado em comunicação, justamente para pesquisar, desvelar contextos e com aspiração de contribuir para que saibamos encarar com mais assertividade esse momento que exige adaptação e mitigação às mudanças climáticas.

Fui uma das painelistas da primeira live. Foi um mega desafio, pois estava quase sem voz. Peguei uma virose, uma pereba que tem deixado muita gente doente em Porto Alegre e Região Metropolitana. Escrevo isso só para explicar o meu desempenho, se você for me ouvir na live. Eu avalio que também é uma consequência da remexida geral da cidade, na qual o ambiente foi submetido.

E sabem por que fui uma das convidadas a falar? Porque fiz reportagens mostrando contextos em que outros colegas jornalistas não se debruçaram. Fiquei muito tocada com a declaração do Roberto Villar Belmonte, professor da Uniritter, que escreveu em um grupo sobre minha atuação.

“Depois da enchente de 2023, apenas a repórter freelancer Sílvia Marcuzzo fez reportagens de fôlego apontando a falta de governança ambiental (proposital) no RS. A imprensa regional dita hegemônica continua fingindo que o tema não existe, mesmo após maio de 2024. Seria legal citar isso na tua fala, Sílvia, na tua abordagem contínua da pauta, não apenas durante a desgraça (quando a morte é o principal valor notícia)”.

Ele escreveu isso também para justificar a minha participação na programação do 8º Congresso Brasileiro de Jornalismo Ambiental, que esse ano será em Fortaleza. Confere a programação do CBJA, será híbrida, online e presencial.

A primeira live, realizada em 6 de agosto, trouxe a chamada: os alertas foram emitidos. E agora?

Reinaldo Estelles, coordenador-geral do Departamento de Articulação e Gestão, da Secretaria Nacional de Proteção e Defesa Civil do Ministério da Integração e Desenvolvimento Regional, foi categórico: “Não adianta emitir alarmes se a população não souber o que é para fazer”. Esse é um dos pontos nevrálgicos, não basta uma sirene tocar, os bombeiros chamarem. A população precisa compreender o que significa estar em perigo. Creio que quem teve a experiência dos episódios dos meses de maio e junho no Rio Grande do Sul sabe muito bem o que isso quer dizer. Fomos vítimas de uma sequência de trapalhadas, de falta de gestão dos poderes públicos municipais e estadual.

Há muitas dimensões diferentes de informação, que estão intimamente ligadas a vários fatores. Ou seja, mais uma vez ficou supernítido o quanto o Estado que se gaba de “ter façanhas que sirvam de modelo a toda terra” se equivocou em insistir em determinados erros. Há muitas questões por trás das medidas dos tomadores de decisão que precisam ser esclarecidas.

Na live, Estelles anunciou o lançamento do projeto-piloto de um novo sistema de alerta, que aciona todos os celulares de uma região em risco. E reforçou: as Defesas Civis dos municípios e do Estado precisam se capacitar. Outros desastres virão. Ele salientou o quanto as Defesas Civis precisam promover a criação e a mobilização de núcleos comunitários. A participação de vários segmentos, principalmente com a atuação de lideranças locais, são essenciais para a estruturação de planos de contingência. Por favor, se você que me lê souber de algum lugar no Rio Grande do Sul onde isso esteja acontecendo, me conte.

Vagner Anabor, professor de Meteorologia da UFSM, lembrou que o Estado está em uma das regiões de maior incidência de tempestades severas. E na sua opinião, o que vivemos esse ano foi o maior desastre já ocorrido no Brasil. Outra curiosidade apontada por ele é que uns 25% da força de trabalho da Metereologia do País é composta por profissionais formados no RS. Ou seja, o Estado exporta gente qualificada, mas não dispõe de servidores que atuem no próprio território onde nasceram.

Ele defende o fortalecimento de medidas de prevenção. E lamenta que o Climatempo, do governo do Estado, conte apenas com dois metereologistas e um engenheiro hidrólogo. Anabor estima que seria necessária uma equipe entre 20 e 25 pessoas para dar conta de uma área do tamanho do RS.

Outro ponto importante colocado por Anabor é que “a cadeia da informação é muito longa”. E, por questão de minutos, muitas vidas podem ser salvas. Isso quer dizer que, desde o momento em que se sabe o que vem pela frente, até informar e mobilizar diferentes equipes, transmitir alerta e comunicar às comunidades sobre os riscos que eles correm, há muitas etapas a serem cumpridas até o momento de chegar em regiões que serão atingidas. Há diferentes atores envolvidos.

No caso do RS e de Porto Alegre, então, ocorreram muitas situações que deixaram evidente o quanto isso foi prejudicial. E a preparação para lidar com situações de perigo iminente requer planejamento e a execução de um bom plano de contingência (o que também não tivemos por aqui).

Os painelistas salientaram o quanto a imprensa desempenha função crucial para ampliar a percepção de risco da população. Quem cobre precisa saber o que significa uma chuva de 100 milímetros. E para complicar ainda mais o contexto, tem proliferado o número de influencers, gente que só porque sabe falar diante da câmera fica espalhando informações que muitas vezes mais atrapalham do que ajudam. Isso sem falar nas fake news.

Resumindo: enquanto as respectivas autoridades não adotarem condutas responsivas, que assumam o processo de uma comunicação para o bem comum, para salvar vidas, para evitar o pior, teremos que conviver com a insegurança, de procurar entender o que fazer diante de uma situação de risco.

O repórter Luciano Velleda, do Sul21, destacou que diversas vezes a imprensa precisou esperar anúncios da Defesa Civil porque seriam dados pelo governador e pelo prefeito de Porto Alegre em coletivas. Ou seja, assim que chega até a autoridade uma determinada informação, ela é avaliada se é o governador ou o prefeito que serão os porta-vozes. Vale lembrar da vez em que o prefeito sugeriu que os porto-alegrenses deixassem a cidade, fossem para a praia.

Em outros países, onde a comunicação de risco faz parte da cultura e funciona, como o Japão, a cadeia (o caminho que a informação percorre) é curta. Todos são treinados para saber o que fazer em caso de perigo. A autoridade máxima é técnica. Uma série de medidas, como a emissão de alerta em todos os canais de rádio e televisão, são acionadas em caso de risco.

Na próxima semana, trarei mais sobre esse assunto. Porque já está na cara que precisamos avançar nas medidas de prevenção a desastres. Esse assunto não pode e não deve ficar restrito a decisões políticas. A sociedade precisa se apropriar das diversas camadas de conhecimento para evitar danos de toda ordem. Ainda mais em ano de eleição!

Com a palavra, os professores das escolas atingidas pelas enchentes.

Para encerrar, sugiro que vejam a live Inundações no RS e a situação das escolas na RME/POA, realizada no dia 12, onde professores da rede municipal de ensino da Capital contam o que passaram e o que está sendo feito nas escolas atingidas pela enchente. A iniciativa é do projeto de extensão Fazeres Pedagógicos da Faculdade de Educação da UFRGS.

Foto da Capa: Freepik / Gerada por IA
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Por Sílvia Marcuzzo – Jornalista e artivista

Sílvia Marcuzzo é jornalista, artivista, mestranda na Famecos/PUCRS e integrante do Grupo de Pesquisa sobre Comunicação, Crise e Cuidado. Articuladora de coletivos, repórter freelancer e editora de publicações socioambientais. Trabalha com comunicação e meio ambiente desde 1993. É consultora e assessora de organizações que atuam pelo bem da coletividade, por um mundo mais sustentável e com qualidade de vida para todos. Saiba mais em silviamarcuzzo.com.br


Prevenção a desastres II

Artigo original

Jornalistas têm muita a dificuldade no acesso às fontes oficiais, o que dificulta muito a imprensa de cumprir o seu papel em momentos de desastre

Sílvia Marcuzzo

23 de agosto de 2024

Seguindo a sequência que comecei a semana passada (clique aqui para ler), hoje abordo o que rolou na live “Diálogos entre jornalistas e especialistas acerca do desastre”, realizada dia 7 de agosto, que pode ser acessada no YouTube da Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj). É o segundo dos três encontros promovidos pelo Grupo de Trabalho de Comunicação da Rede de Emergência Climática e Ambiental (Reca).

Com o tema “O desastre eclodiu. Quais são os protocolos?” Com essa pergunta, a mediadora Débora Gallas, do Grupo de Pesquisa de Jornalismo Ambiental e RECA, conduziu o encontro online que teve a participação de Irineu de Brito Junior, especialista em gestão de desastres da Unesp, Armin Braun, diretor do Centro Nacional de Gerenciamento de Riscos e Desastres (Cenad), e dos jornalistas Maria Teresa Cruz e Paulo Mueller.

Um dos pontos que foi unanimidade entre os debatedores foi a necessidade de se cumprir protocolos. O grande X da questão é que, por aqui, pelos pagos, pela Capital gaúcha, o protocolo é algo nebuloso. Digamos que o protocolo aqui durante a enchente era a Defesa Civil avisar pelos seus canais, incluindo o grupo de WhatsApp, o Instagram e o site oficial, que uma tempestade intensa estava vindo. O governador e o prefeito eram os porta-vozes das informações importantes também.

Armin Braun ressaltou a importância dos jornalistas de veículos para dar a noção sobre a percepção da previsão do tempo. Ele explicou que o Cenad trabalha na preparação e na resposta aos desastres. O foco é justamente articular e capacitar os estados e municípios para encarar os riscos hidrológicos, geológicos, meteorológicos. Há vários órgãos públicos envolvidos nessa rede.

Já o professor Irineu destacou o quanto precisa ser feito um planejamento prévio para que se tenha condições de gerenciar o problema provocado por um desastre. Ele citou variáveis que envolvem a logística para o atendimento às demandas. Tudo isso precisa ser pensado em tempo de calma, antes de uma temporada de tempestades, por exemplo.

E a resposta a situações de calamidade não são apenas com relação a intempéries climáticas. Ele lembrou-se do caso do grande número de venezuelanos entrando em Roraima, que também exigiu uma mobilização do governo. Ou seja, a Defesa Civil dos Estados e municípios precisa estar estruturada, com ações já ensaiadas antes de haver um incidente. Para você que me lê, isso parece óbvio. Mas o que vivemos nesse ano no Rio Grande do Sul demonstrou que pouco ou muito pouco de planos de antecipação, ou de contingência, foi colocado em prática.

Vale lembrar que, só em 2023, ocorreram mortes provocadas por enchentes e enxurradas em março, junho, julho, setembro, novembro e dezembro. Ou seja, já tínhamos tido 81 mortes em distintas regiões do Estado. Esses dados eu mesma levantei junto à Defesa Civil. Mas isso não bastou para que os órgãos competentes tomassem as medidas de precaução em 2024.

O jornalista e radialista Paulo Mueller, que acompanhou vários episódios de acidentes de todo tipo em Santa Catarina, tocou numa situação que todo mundo que cobre esse tipo de pauta enfrenta: a dificuldade de se ter acesso às fontes oficiais. É muito comum os jornalistas pedirem informações para a assessoria de imprensa do governo ou da Defesa Civil, mas se tiver a resposta, a prioridade é o atendimento ao chamado, não a imprensa.

Mueller contou o quanto a Defesa Civil de Santa Catarina se capacitou, se estruturou ao longo do tempo, depois de tantos episódios de enchente. Em Blumenau, por exemplo, todos os moradores já sabem se a sua rua vai alagar. O Estado vizinho também utiliza as escolas para trabalhar a cultura da prevenção. Lá também há muitos problemas devido à ocupação desordenada no solo.

E aí, pergunto: por que ainda não se estruturou programas de educação e comunicação que atendam às necessidades das comunidades e da imprensa? Será que os governos estão se dando conta que se houvesse um sistema eficiente que explicasse o risco, nesse momento de crise climática, as mortes e perdas incalculáveis seriam evitadas? Isso é ou não é negacionismo?

Essas lives são muito esclarecedoras para termos noção do quanto esse assunto precisa ser compreendido por todos. Pois somos todos vulneráveis a novos possíveis episódios. Pior: situações terríveis de desgraça ainda são usadas politicamente para contar vantagem de que estão fazendo isso, aquilo, quando, na verdade, para evitar que o pior acontecesse, quase nada foi feito. Assim que um técnico fica sabendo o risco que determinada região, município corre, o tomador de decisão é informado. Só que o que sentimos na pele, aqui no RS, é que a decisão de informar e como informar é muito lenta ou considera primeiro o contexto político e não o socioambiental e econômico.

Em tempos de redes sociais e de “influencers” que se aproveitam de tragédias para ter mais visualizações, muita mentira, desinformação da pior espécie circulou. Então, é mais do que na hora dos governos estruturarem mecanismos de comunicação que traduzam e deixem claro o que deve ser feito em caso de risco. Será que não seria mais eficiente do que ter que desmentir as mentiras que espalham durante os desastres?

Segundo Maria Teresa, que acompanhou de perto o desastre de São Sebastião, no carnaval do ano passado, as autoridades de São Paulo sabiam que choveria muito acima da média naquele feriadão, mas não se empenharam em alertar sobre o risco que as pessoas correriam ao ir para o badalado litoral paulista. Ela disse ainda que o Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT) já tinha feito um levantamento e mapeado 52 áreas de risco – mais da metade no lugar onde houve o deslizamento – em São Sebastião. Será que o governo não tomou as medidas de prevenção necessárias para salvar vidas?

A jornalista reforçou a necessidade de os profissionais de imprensa saberem se cuidar e obedecerem aos protocolos de seguranças. Ela atualmente atua em favelas no Rio e diz que as medidas são iguais à cobertura de um campo minado de guerra. Maria Teresa salientou a necessidade das redações, de quem atua direto nas coberturas, se capacitarem para enfrentar desafios extremos. Ficar sem conexão de celular, sem conseguir chegar aos locais e, ao mesmo tempo, ter empatia para saber se colocar no lugar do outro, são desafios complexos que precisam ser pensados muito antes de um desastre acontecer.

Você sabe doar direito?

A comunicação sobre o que doar e formas de como enviar também foram abordadas no encontro. Os participantes evidenciaram o quanto a população precisa ser solidária na hora de escolher e remeter as doações. Tem gente que mandou fantasia de carnaval, roupas íntimas – aliás, não se deve mandar esse tipo de vestimenta usada, só se for nova – pinguim de geladeira e até fita VHS de como fazer bijuterias para abrigos. Outra dica é que pares de sapatos devem estar amarrados juntos, pois também é fácil de se perder um pé do outro.

Situação das escolas

Marque na agenda, haverá outra live sobre a situação hoje das escolas atingidas pela enchente. Já foram realizados encontros online nos dias 22 de julho e 12 de agosto, com as escolas da Rede Municipal de Ensino de POA. A próxima será no dia 2 de setembro, às 19h30. Os professores estarão tratando das escolas públicas de Região Metropolitana. No YouTube do projeto Fazeres Pedagógicos, um projeto da Faculdade de Educação da UFRGS.

Foto da Capa: Freepik
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Por Sílvia Marcuzzo – Jornalista e artivista

Sílvia Marcuzzo é jornalista, artivista, mestranda na Famecos/PUCRS e integrante do Grupo de Pesquisa sobre Comunicação, Crise e Cuidado. Articuladora de coletivos, repórter freelancer e editora de publicações socioambientais. Trabalha com comunicação e meio ambiente desde 1993. É consultora e assessora de organizações que atuam pelo bem da coletividade, por um mundo mais sustentável e com qualidade de vida para todos. Saiba mais em silviamarcuzzo.com.br

Extreme weather 101: Your guide to staying prepared and informed (Grist)

Original article

How to pack a go-bag, get emergency alerts, and find disaster aid.

Chandan Khanna/AFP via Getty Images

Lyndsey Gilpin & Jake Bittle

PublishedAug 20, 2024

This guide is part of State of Emergency, a Grist series exploring how climate disasters are impacting voting and politics. A companion piece examines the logistics of voting if you’ve been impacted by extreme weather.

No matter where you live, extreme weather can hit your area, causing damage to homes, power outages, and dangerous or deadly conditions. If you’re on the coast, it may be a hurricane; in the Midwest or South, a tornado; in the West, wildfires; and as we’ve seen in recent years, anywhere can experience heat waves or flash flooding

Living through a disaster and its aftermath can be both traumatic and chaotic, from the immediate losses of life and belongings to conflicting information around where to access aid. The weeks and months after may be even more difficult, as the attention on your community is gone but civic services and events have stalled or changed drastically. 

Grist compiled this resource guide to help you stay prepared and informed. It looks at everything from how to find the most accurate forecasts to signing up for emergency alerts to the roles that different agencies play in disaster aid. 

An aerial view shows flooding in Merced, California following a “bomb cyclone” in January 2023. Josh Edelson / AFP via Getty Images

Where to find the facts on disasters 

These days, many people find out about disasters in their area via social media. But it’s important to make sure the information you’re receiving is accurate. Here’s where to find the facts on extreme weather and the most reliable places to check for emergency alerts and updates.

Your local emergency manager:  Your city or county will have an emergency management department, which is part of the local government. In larger cities, it’s often a separate agency; in smaller communities, fire chiefs or sheriff’s offices may manage emergency response and alerts. Emergency managers are responsible for communicating with the public about disasters, managing rescue and response efforts, and coordinating between different agencies. They usually have an SMS-based emergency alert system, so sign up for those via your local website (Note: Some cities have multiple languages available, but most emergency alerts are only in English.) Many emergency management agencies are active on Facebook, so check there for updates as well. 

Local news: The local television news and social media accounts from verified news sources will have live updates during and after a storm. Follow your local newspaper and television station on Facebook or other social media, or check their websites regularly. 

Weather stations and apps: The Weather Channel, Apple Weather, and Google will have information on major storms, but that may not be the case for smaller-scale weather events, and you shouldn’t rely on these apps to tell you if you need to evacuate or move to higher ground. 

National Weather Service: This agency, also known as NWS, is part of the National Oceanic and Atmospheric Administration and offers information and updates on everything from wildfires to hurricanes to air quality. You can enter your zip code on weather.gov and customize your homepage. The NWS also has regional and local branches where you can sign up for SMS alerts. If you’re in a rural area or somewhere that isn’t highlighted on its maps, keep an eye out for local alerts and evacuation orders, as NWS may not have as much information ahead of time.  

Cal Fire firefighters livestream images and data from efforts to control and contain the Park Fire on July 29 near Chico, California. David McNew/Getty Images

How to pack an emergency kit

As you prepare for a storm, it’s important to have an emergency kit ready in case you lose power or need to leave your home. Review this checklist from the Federal Emergency Management Agency, or FEMA, for what to pack so you can stay safe, hydrated, and healthy. 

These can often be expensive to create, so contact your local disaster aid organizations, houses of worship, or charities to see if there are free or affordable kits available. Try to gather as much as you can ahead of time in case shelves are empty when a storm is on the way.

Some of the most important things to have:

  • Water (one gallon per person per day for several days)
  • Food (at least a several-day supply of non-perishable food) and a can opener
  • Medicines and documentation of your medical needs
  • Identification and proof of residency documents (see a more detailed list below)
  • Battery-powered or hand crank radio, batteries, flashlight
  • First aid kit
  • Masks, hand sanitizer, and trash bags 
  • Wrench or pliers 
  • Cell phone with chargers and a backup battery
  • Diapers, wipes, and food or formula for babies and children
  • Food and medicines for any household pets

Don’t forget: Documents

One of the most important things to have in your emergency kit is documents you may need to prove your residence, demonstrate extent of damage, and vote. FEMA often requires you to provide these documents in order to receive financial assistance after a disaster.

  • Government issued ID, such as a drivers’ license for for each member of your household
  • Proof of citizenship or legal residency for each member of your household (passport, green card, etc.)
  • Social Security card for each member of your household
  • Documentation of your medical needs, such as medications or special equipment including oxygen tanks, wheelchairs, etc.
  • Health insurance card
  • Car title and registration documents
  • Pre-disaster photos of the inside and outside of your house and belongings
  • Copy of your homeowners’ or renters’ insurance policy
  • For homeowners: copies of your deed, mortgage information, and flood insurance policy, if applicable
  • For renters: a copy of your lease
  • Financial documents such as a checkbook or voided check

You can find more details about why you may need these documents here.

A volunteer assesses the remains of a charred apartment complex in the aftermath of a wildfire in Lahaina, western Maui, Hawaiʻi in 2023.
Yuki Iwamura/AFP via Getty Images

Disaster aid 101

It can be hard to know who to lean on or trust when it comes to natural disasters. Where do official evacuation orders come from, for example, or who do you call if you need to be rescued? And where can you get money to help pay for emergency housing or to rebuild your home or community. Here’s a breakdown of the government officials and agencies in charge of delivering aid before, during, and after a disaster:

Emergency management agencies: Almost all cities and counties have local emergency management departments, which are part of the local government. Sometimes they’re agencies all their own, but in smaller communities, fire chiefs or sheriff’s offices may manage emergency response and alerts. These departments are the first line of defense during a weather disaster. They’re responsible for communicating with the public about incoming disasters, managing rescue and response efforts during an extreme weather event, and coordinating between different agencies. Many emergency management agencies, however, have a small staff and are under-resourced.

Much of the work that emergency managers do happens before a disaster: They develop response plans that lay out evacuation routes and communication procedures, and they also delegate responsibility to different government agencies like the police, fire, and public health departments. Most counties and cities publish these plans online. 

In most cases, they are the most trustworthy resource in the days just before and just after a hurricane or other big weather event. They’ll send out alerts and warnings, coordinate evacuation efforts, and direct survivors and victims to resources and shelter.

You can find your state emergency management agency here. There isn’t a comprehensive list by county or city, but if you search your location online you’ll likely find a website, a page on the county or city website, or a Facebook page that posts updates. 

Law enforcement: County sheriffs and city police departments are often the largest and best-staffed agencies in a given community, so they play a key role during disasters. Sheriff’s departments often enforce mandatory evacuation orders, going door-to-door to ensure that people vacate an area. They manage traffic flow during evacuations and help conduct search and rescue operations. 

Law enforcement agencies may restrict access to disaster areas for the first few days after a flood or fire. In most states, city and county governments also have the power to issue curfew orders, and law enforcement officers can enforce these curfews with fines or even arrests. In some rural counties, the sheriff’s department may serve as the emergency management department. 

Lexington Firefighters’ swift water teams rescue people stranded by extreme rain in Lost Creek, Kentucky in 2022. Michael Swensen/Getty Images

Governor: State governors control several key aspects of disaster response. They have the power to declare a state of emergency, which allows them to deploy rescue and repair workers, distribute financial assistance to local governments, and activate the state National Guard. The governor has a key role in the immediate response to a disaster, but a smaller role in distributing aid and assistance to individual disaster victims.

In almost all U.S. states, and all hurricane-prone states along the Gulf of Mexico, the governor also has the power to announce mandatory evacuation orders. The penalty for not following these orders differs, but is most often a cash fine. (Though states seldom enforce these penalties.) The state government also decides whether to implement other transportation procedures such as contraflow, where officials reverse traffic flow on one side of a highway to allow larger amounts of people to evacuate. 

HUD: The Department of Housing and Urban Development, or HUD, also spends billions of dollars to help communities recover after disasters, building new housing and public buildings such as schools — but this money takes much longer to arrive. Unlike FEMA, HUD must wait for Congress to approve its post-disaster work, and then it must dole out grants to states for specific projects. In some cases, such as the aftermaths of Hurricane Laura in Louisiana or Hurricane Florence in North Carolina, it took years for projects to get off the ground. States and local governments, not individual people, apply for money from HUD, but the agency can direct you to FEMA or housing counselors.

A homeowner hangs a sign that reads “FEMA please help make Mexico Beach great again” on a house damaged by Hurricane Michael in Florida in 2018. Hector Retamal/AFP via Getty Images

FEMA

The Federal Emergency Management Agency, or FEMA, is the federal government’s main disaster response agency. It provides assistance to states and local governments during large events like hurricanes, wildfires, and floods. FEMA is part of the Department of Homeland Security.

FEMA is almost never the first resource on the ground after a disaster strikes. In order for the agency to send resources to a disaster area, the state’s governor must first request a disaster declaration from the president, and the president must approve it. For large disasters such as Category 4 or 5 hurricanes, this typically happens fast. For smaller disasters, like severe rain or flooding events, it can take weeks or even months for the president to grant a declaration and activate the agency. FEMA has historically not responded to heat waves.

FEMA is broken into regional offices and offers specific contacts and information for each of those, as well as for tribal nations. You can find your FEMA region here.

FEMA has two primary roles after a federally declared disaster:

Contributing to community rebuilding costs: The agency helps states and local governments pay for the cost of removing debris and rebuilding public infrastructure. During only the most extreme events, the agency also deploys its own teams of firefighters and rescue workers to help locate missing people, clear roadways, and restore public services. For the most part, states and local law enforcement conduct on-the-ground recovery work. (Read more about FEMA’s responsibilities and programs here.)

Individual financial assistance: FEMA gives out financial assistance to individual people who have lost their homes and belongings. This assistance can take several forms. FEMA gives out pre-loaded debit cards to help people buy food and fuel in the first days after a disaster, and may also provide cash payments for home repairs that your insurance doesn’t cover. The agency also provides up to 18 months of housing assistance for people who lose their homes in a disaster, and sometimes houses disaster survivors in its own manufactured housing units or “FEMA trailers.” FEMA also sometimes covers funeral and grieving expenses as well as medical and dental treatment.

In the aftermath of a disaster, FEMA offers survivors:

  • A one-time payment of $750 for emergency needs
  • Temporary housing assistance equivalent to 14 nights’ stay in a hotel in your area 
  • Up to 18 months of rental assistance
  • Payments for lost property that isn’t covered by your homeowner’s insurance
  • And other forms of assistance, depending on your needs and losses

If you are a U.S. citizen or meet certain qualifications as a non-citizen and live in a federal disaster declaration area, you are eligible for financial assistance. Regardless of citizenship or immigration status, if you are affected by a disaster you may be eligible for crisis counseling, disaster legal services, disaster case management, medical care, shelter, food, and water. 

FEMA representatives take information from people displaced by Hurricane Ian in Estero, Florida in 2022. Thomas Simonetti for The Washington Post via Getty Images

FEMA also runs the National Flood Insurance Program, which provides insurance coverage of up to $350,000 for home flood damage. The agency recommends that everyone who lives in a flood zone purchase this coverage — and most mortgage lenders require it for borrowers in flood zones — though many homes outside the zones are also vulnerable. You must begin paying for flood insurance at least 30 days before a disaster in order to be eligible for a payout. You can check if your home is in a flood zone by using this FEMA website.

How to get FEMA aid: The easiest way to apply for individual assistance from FEMA is to fill out the application form on disasterassistance.gov. This is easiest to do from a personal computer over Wi-Fi, but you can do it from a smartphone with cellular data if necessary. This website does not become active until the president issues a disaster declaration.

Some important things to know:

  • FEMA will require you to create an account on the secure website Login.gov. Use this account to submit your aid application. 
  • You can track the status of your aid application and receive notifications if FEMA needs more documents from you. 
  • If FEMA denies your application for aid, you can appeal, but the process is lengthy. 

Visiting a FEMA site in your area after a disaster: FEMA disaster recovery centers are facilities and mobile units where you can find information about the agency’s programs as well as other state and local resources. FEMA representatives can help you navigate the aid application process or direct you to nonprofits, shelters, or state and local resources. Visit this website to locate a recovery center in your area or text DRC and a ZIP Code to 43362. Example: DRC 01234.  

A woman looks over her apartment in Fort Myers, Florida, after Hurricane Ian inundated it with floodwaters in 2022. Joe Raedle/Getty Images

What to expect after a disaster

Disasters affect people in many different ways, and it’s normal to grieve your losses — personal, professional, community — in your own time. Here are a few resources if you need mental health support after experiencing an extreme weather event.

  • The National Center for PTSD, or post-traumatic stress disorder, on what to expect after experiencing a disaster.
  • The American Red Cross has disaster mental health volunteers they often dispatch to areas hit by a disaster.
  • The Substance Abuse and Mental Health Services Administration, or SAMHSA, has a fact sheet on managing stress after a disaster. The agency has a Disaster Distress Helpline that provides 24/7 crisis counseling and support. Call or text: 1-800-985-5990

After a disaster is an especially vulnerable time. Beware of scams and make sure to know your rights. 

  • Be wary of solicitors who arrive at your home after a disaster claiming to represent FEMA or another agency. FEMA will never ask you for money. The safest way to apply for aid is through FEMA’s official website: disasterassistance.gov
  • Be cautious about hiring contractors or construction workers in the days after a disaster. Many cities require permits for rebuilding work, and it’s common for scammers to pose as contractors after a disaster. 
  • Renters can often face evictions after a disaster, so familiarize yourself with tenant rights in your state. 
Residents of Paradise, California visit the town’s planning department to file permitting applications to re-build homes and other structures after the devastating 2018 Camp Fire. Gabrielle Lurie/San Francisco Chronicle via Getty Image

What to keep in mind before, during, and after a disaster

The most important thing to consider during a disaster is your own, your family’s, and your community’s safety. The National Weather Service has a guide for hurricanes and floods; FEMA has a guide for wildfires; the Centers for Disease Control and Prevention has a guide for extreme heat safety.

A few potentially life-saving things to remember:

  • Never wade in floodwaters. They often contain harmful runoff from sewer systems and can cause serious illness and health issues.
  • If it’s safe to do so, turn off electricity at the main breaker or fuse box in your home or business before a hurricane to prevent electric shock. 
  • If you lose power, never operate a generator inside your home. Generators emit carbon monoxide, a colorless and odorless gas that can be fatal if inhaled.

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Investimento em mudanças climáticas já é realidade para as empresas (Envolverdes)

Juliana Guarexick
17/06/2015

85% declararam que o Brasil deveria adotar posições mais ambiciosas frente a outros países –

Pesquisa realizada pelo Instituto Datafolha com 100 empresas listadas entre as mil maiores do Brasil mostra que as mudanças climáticas já fazem parte da agenda de investimentos da iniciativa privada e que uma ação mais firme do governo para lidar com o desafio seria bem-vinda. Impressionantes 82% das empresas entrevistadas já estão adotando ações de mitigação ou adaptação às mudanças climáticas e 71% acham que políticas públicas relacionadas ao assunto beneficiariam a economia. O levantamento, encomendado pelo Observatório do Clima e pelo Greenpeace, teve como objetivo conhecer as ações adotadas pelas maiores empresas brasileiras sobre mudanças climáticas.

Os números mostram que os empresários vêem as medidas de mitigação e adaptação como algo positivo para os negócios, redundando em impactos financeiros positivos para 73% deles. A pesquisa também mostra que não há uma bala mágica para resolver o problema – as iniciativas em curso citadas foram bastante variadas e vão desde soluções para reduzir o consumo de água e energia (40%) a ações para mitigar poluentes (23%) e campanhas de educação e conscientização (12%). Entre os que estão focando na questão energética, 15% já estão utilizando energias renováveis.

“Dentro do tema ‘mudanças climáticas’, a preocupação com energia mostrou-se relevante”, destaca Carlos Rittl, secretário-executivo do Observatório do Clima. “Na pesquisa, ela aparece tanto quando falamos dos planos das empresas como quando perguntamos ao empresário o que ele acha que o governo deve fazer”, completa.

Perguntados sobre ações que o governo pode adotar para lidar com as mudanças climáticas que favorecem a inovação, os investimentos de longo prazo e retornos financeiros para as empresas, os entrevistados citaram 28 iniciativas. Entre as mais mencionadas estão a adesão à energia limpa, como solar e eólica (18%), investimentos em novas tecnologias para diminuir poluentes (12%), o incentivo tributário à preservação ambiental (12%) e ações de conservação do meio ambiente (12%). Quando questionados sobre as ações que o governo pode adotar em relação às mudanças que podem trazer retornos financeiros para o país, a energia renovável aparece com 20% de menções, atrás apenas dos investimentos em tecnologia (32%).

Para 71% dos entrevistados, as ações do governo em relação às mudanças climáticas beneficiariam a economia. Tanto que 85% declararam que o Brasil deveria adotar posições mais ambiciosas frente a outros países para lidar com as mudanças climáticas. A realidade, no entanto, não condiz com essa percepção: para 46% dos entrevistados, as iniciativas governamentais em relação ao tema são ruins ou péssimas. Para apenas 4% elas são boas ou ótimas. As opiniões dos empresários espelham as da população brasileira, avaliadas numa pesquisa anterior do Datafolha: para 48% dos entrevistados, o governo faz muito pouco contra a mudança climática.

A nova pesquisa identificou também que o tema gera algum temor: dois terços da amostra (66%) acham que os impactos das mudanças climáticas sobre a economia serão muito negativos. As principais preocupações são com a produção (queda na produtividade, diminuição no volume de vendas etc.), com o fornecimento de matérias-primas (aumento nos custos, redução da oferta) e com a produção de energia. Juntos, esses itens foram citados por 78% dos entrevistados. “O empresário já percebeu que as mudanças do clima afetam os negócios. Se eles enfrentarem o problema, pode haver impacto positivo. Se não fizerem nada, as mudanças climáticas poderão prejudicar sua atividade”, sintetiza Ricardo Baitelo, coordenador de Clima e Energia do Greenpeace Brasil.

A pesquisa foi realizada entre 17 de março e 23 de abril de 2015 por meio de entrevistas telefônicas com os cargos executivos responsáveis pelas áreas de planejamento e/ou investimentos de cem empresas que integram a lista das mil maiores corporações que atuam no Brasil segundo o ranking do Valor Econômico. Três quartos da amostra ouvida eram de nível de diretoria. O levantamento contemplou organizações dos mais variados setores econômicos: comércio varejista, alimentos, agropecuária, metalurgia e mineração, química e petroquímica, eletroeletrônica, construção e engenharia, comércio atacadista, água e saneamento, veículos e peças, transporte e logística, plásticos e borracha, papel e celulose, mecânica, energia elétrica, TI e telecom, têxtil e vestuário, petróleo e gás, açúcar e álcool, materiais de construção, fumo, educação e ensino. (#Envolverde)