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Reunião do governo com Fundação Cacique Cobra Coral irrita empresários (Painel S.A./Folha de S.Paulo)

Painel S.A.

Representante do setor de turismo afirma que governo não pode contar com a sorte

Joana Cunha – 19.out.2021 às 15h06

A recente reunião do Ministério de Minas e Energia com a entidade esotérica Fundação Cacique Cobra Coral, que diz controlar o clima, desagradou representantes do empresariado que vêm, há meses, tentando convencer o governo de que haveria benefício econômico em retomar o horário de verão para resolver o problema energético agravado pela falta de chuva.

Fabio Aguayo, diretor da CNTur, uma das entidades de turismo que defende a mudança no relógio para alongar o tempo de atendimento no comércio e nas atividades de lazer, diz que o encontro do ministério com a Cobra Coral mostra que o governo está preocupado, mas não pode contar com a sorte e esperar um dilúvio para resolver a questão energética.

Para Aguayo, o ministro Bento Albuquerque é “intransigente e cabeça dura”. Ele afirma que deve ser difícil por parte do governo admitir a volta do horário de verão porque o debate tomou um rumo ideológico comparável a cloroquina e tratamento precoce, quando deveria ser mais econômico, científico e estratégico.

O grupo pró-horário de verão iniciado por Aguayo, que tem apoio de associações de bares e restaurantes, argumenta que a medida promoveria alguma economia de energia. Também permitiria estender o funcionamento de atividades ligadas ao lazer e ajudaria os negócios mais afetados na pandemia.

“Eles estão em um momento crítico. Não podem contar com a sorte. Não podem contar com a sorte de que vai ter um dilúvio, um tsunami de chuva no Brasil. Não vai. Ficaram tão fechados nesse mundinho deles da ideologia, agora estão indo para o lado esotérico. É o que restou para eles”, afirma Aguayo.

O ministério divulgou comunicado no domingo (17) dizendo que seu encontro com a Fundação Cacique Cobra Coral não foi pedido pela pasta. ​

com Mariana Grazini e Andressa Motter

Por ‘tragédia energética’, ministério se reúne com ONG Cacique Cobra Coral (UOL)

noticias.uol.com.br

Eduardo Militão Do UOL, em Brasília 17/10/2021 15h05


Ruínas da década de 70 são reveladas após seca do rio Paraná em São Paulo - Reprodução/TV TEM
Ruínas da década de 70 são reveladas após seca do rio Paraná em São Paulo Imagem: Reprodução/TV TEM

Para conversar com uma instituição que alertava para uma “tragédia econômica e energética” decorrente da falta de chuvas, servidores do Ministério das Minas e Energia (MME) se reuniram com representantes da Fundação Cacique Cobra Coral (FCCC). Em seu site, a ONG informa que é presidida por uma “médium que incorpora o espírito e mentor Cacique Cobra Coral, que também já teria sido de Galileu Galilei e Abraham Lincoln”.

A fundação pediu uma audiência com o ministro Bento Albuquerque porque previa “blackout no Centro-Sul [do país] a partir de 16/10/21 se medidas urgentes não forem adotadas”, de acordo com transcrição de email de 2 de setembro, enviada ao UOL pela assessoria de imprensa do Ministério neste domingo (17).

O tempo seco já afeta o meio ambiente, preços das contas de luz e dos alimentos e o abastecimento de água em algumas regiões —especialistas dizem que, se não houver muita chuva nos próximos meses, a situação tende a se agravar.

“Vimos pelo presente solicitar uma audiência extra agenda para para [sic] ontem, afim [sic] de tratarmos da tragédia econômica x energética acima e os meios para recuperar tais precipitações irregulares no lugar certo ainda na estação inverno que se finda e primavera, cujo verão precisará ser antecipado ja [sic] na primavera”, diz o email divulgado pelo governo federal.

Ministro não participou de encontro

O remetente da correspondência era Osmar Santos, que usou seu email profissional, da “Cacique Cobra Coral Foundation” (cuja tradução livre é Fundação Cacique Cobra Coral) e assinou o texto como responsável pelo setor de “relações governamentais” da seguradora Tunikito, “mantenedora oficial da http://www.fccc.org.br”, o site da Fundação Cacique Cobra Coral.

17.out.2021 - Agenda de servidor do Ministério de Minas e Energia mostra reunião com Fundação Cacique Cobra Coral - Reprodução/MME - Reprodução/MME
17.out.2021 – Agenda de servidor do Ministério de Minas e Energia mostra reunião com Fundação Cacique Cobra Coral Imagem: Reprodução/MME

A reunião foi realizada por videoconferência na quinta-feira passada (14), com servidores da Secretaria de Energia Elétrica do ministério, segundo a assessoria.

“O Ministro de Minas e Energia sequer foi informado acerca da citada solicitação de audiência e igualmente não participou da referida reunião”, afirmou a pasta —apesar de o próprio site do governo indicar que a secretaria faz parte do ministério.

Um dos servidores que participaram do encontro foi o diretor do Departamento de Monitoramento do Sistema Elétrico, Guilherme Silva de Godoi. Em sua agenda, consta reunião com a “FCCC”, a sigla da fundação.

Fundação anunciou fazer “previsões”, diz ministério

Segundo a assessoria da pasta comandada por Albuqurque, a fundação anunciou que faz previsões diversas sobre a natureza.

“Durante a audiência, o senhor Osmar relatou aos técnicos do MME que o instituto faz serviços de previsões dos mais variados tipos”, diz texto enviado ao UOL. “Destaca-se que o trabalho no MME é pautado, estritamente, na fundamentação técnica, no interesse público e pela transparência nas ações executadas.”

Como servidores públicos, os servidores do MME apenas e tão somente ouviram as informações do senhor Osmar, assim como ocorre em todas as solicitações de audiências que a pasta recebe, prezando pelo diálogo com toda a sociedade”
Assessoria do Ministério das Minas e Energia

O site da fundação afirma que sua missão é “minimizar catástrofes que podem ocorrer em razão dos desequilíbrios provocados pelo homem na natureza”. A instituição não atendeu aos pedidos de esclarecimentos feitos pelo UOL neste domingo.

Mas Osmar Santos disse à revista Veja que a médium da Fundação, Adelaide Scritori, iria trazer “muita chuva” para Minas Gerais a partir de novembro.

A instituição costuma anunciar contratos com governos locais, como com a Prefeitura de São Paulo, o Distrito Federal em 2017 e a Prefeitura do Rio. A FCCC já afirmou ter dado conselhos a ministros do governo Bolsonaro e até fechado parcerias para ajudar no desencalhe de um navio no canal de Suez, no Egito.

Cobra Coral é chamado às pressas por ministro de Bolsonaro: “Faça chover” (Fórum)

revistaforum.com.br

“É a data-limite. Alguma coisa tinha que ser feita com urgência”, disse Osmar Santos, porta-voz da médium que incorpora a entidade. Convocação foi feita pelo almirante Bento Albuquerque, ministro de Minas e Energia

Por Plinio Teodoro 15 out 2021 – 14:12


Após ganhar notoriedade nos anos 90, durante os governos FHC, e relegado na era Lula/PT, o Cacique Cobra Coral, entidade invocada pela fundação que leva seu nome para controlar as chuvas, voltou ao Planalto às pressas a pedido do ministro de Minas e Energia, o almirante Bento Albuquerque.

Segundo informações de Cleo Guimarães na revista Veja, Osmar Santos, porta-voz de Adelaide Scritori, médium que incorpora o cacique, o ministro militar determinou à entidade: “Faça chover!”.

A reunião teria acontecido nesta quinta-feira (14). Em agosto, quando o país já estava em plena crise hídrica, a Fundação diz ter enviado ao governo Jair Bolsonaro (Sem partido) um alerta sobre riscos de apagão a partir deste sábado (16).

“É a data-limite. Alguma coisa tinha que ser feita com urgência”, disse Osmar, ressaltando a importância do encontro para por fim à crise hídrica vivida pelo país em decorrência da falta de chuva nos reservatórios das hidrelétricas.

A Fundação garante que a intervenção do “cacique” trará resultados a partir de novembro, quando as chuvas devem cair sobre Minas Gerais e o sul do país.

A fundação também já estaria articulando um encontro com o governador paulista João Doria (PSDB) para acabar com a estiagem no estado.

Posse

O último trabalho realizado pela fundação junto ao governo federal foi na posse de Jair Bolsonaro, em janeiro de 2019, quando teria impedido a chuva durante o evento.

“Apesar de o dia ter amanhecido chuvoso, começou a melhorar após as 13h e foi abrindo. Por onde o presidente e a comitiva passavam, o tempo ia abrindo e permaneceu firme”, disse à época Osmar Santos.

Leia também: Fundação Cacique Cobra Coral afirma ter sido chamada para ajudar a desencalhar navio no Canal de Suez

A reunião do Cacique Cobra Coral com o Ministério de Minas e Energia (Veja)

veja.abril.com.br

Representante da médium que teria o poder de desviar chuvas e controlar o tempo tem encontro virtual com equipe técnica de Bento Albuquerque

Por Cleo Guimarães. Atualizado em 15 out 2021, 17h30; Publicado em 15 out 2021, 13h24


a imagem mostra o ministro das minas e energia, bento albuquerque
Bento Albuquerque, ministro de Minas e Energia: sua equipe ouviu dicas e conselhos do representante da médium que incorpora o Cacique Cobra Coral  Marcelo Camargo/Agência Brasil

Vale tudo para enfrentar a pior seca dos últimos 91 anos, inclusive recorrer à paranormalidade. Porta-voz de Adelaide Scritori – a médium que, ao incorporar o Cacique Cobra Coral, teria o poder de desviar chuvas e controlar o tempo -, Osmar Santos participou nesta quinta (14) de uma reunião com três integrantes da equipe técnica do ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque. O assunto foi um só: a crise hídrica no país.

email do ministerio das minas e energia
reprodução/Reprodução

Osmar diz que em agosto a Fundação enviou um alerta ao governo federal, no qual alertava para os riscos de um apagão, caso a estiagem permanecesse por mais de um mês. O encontro virtual aconteceu nesta quinta (14) e, segundo Guilherme Godoi, um dos técnicos do Ministério na reunião, não houve avanço. “Simplesmente ouvimos o que ele tinha a dizer. Nosso trabalho é técnico”. Já Osmar garante que a médium vai trazer “muita chuva” para Minas Gerais a partir do mês que vem.

A falta de chuvas, como se sabe, reduziu a níveis críticos os reservatórios das usinas hidroelétricas. Por isso, foram acionadas as termoelétricas, que usam combustíveis fósseis, mais caros. O custo é repassado aos consumidores residenciais, comerciais e industriais, o que pressiona a inflação ao produtor e ao consumidor.

Ministério das Minas e Energia encomenda chuvas ao Cacique Cobra Coral (Metrópoles)

metropoles.com

Médium alertou o governo para o risco de um apagão neste sábado

Ricardo Noblat

16/10/2021 9:00, atualizado 16/10/2021 5:55


É tamanha a certeza expressa, ontem, pelo presidente Bolsonaro de que chuvas recentes em algumas regiões do país afastaram o risco de um apagão de eletricidade que, na última quinta-feira, a convite do ministro Bento Albuquerque, de Minas e Energia, desembarcou às pressas em Brasília o cidadão Osmar Santos.

Osmar é o porta-voz de Adelaide Scritori, a médium paulista que diz incorporar o espírito da entidade Cacique Cobra Coral, detentora do poder de desviar chuvas e controlar o tempo. Osmar contou à VEJA que ouviu o apelo da equipe técnica do ministro: “Faça chover”. E que ele respondeu que o Cacique fará chover.

O encontro deveu-se ao fato de que a médium, em agosto último, alertou o governo federal sobre os riscos de um apagão no país a partir deste sábado, 16 de outubro. “Seria a data limite”, segundo Osmar. “Alguma coisa tinha que ser feita com urgência”. Então se fez a reunião urgente, embora em cima da hora.

Agora está tudo nas mãos de Deus. Ou melhor: do Cacique Cobra Coral.

Governo conversa com representantes de entidade esotérica para ajudar na crise energética (Folha de S.Paulo)

www1.folha.uol.com.br

Ministério de Minas e Energia confirma reunião com equipe de Fundação Cacique Cobra Coral

17.out.2021 às 17h02; Atualizado: 17.out.2021 às 19h35


O Ministério de Minas e Energia reuniu-se recentemente com representantes da Fundação Cacique Cobra Coral para tratar da questão da crise hídrica que secou reservatórios de hidrelétricas do país neste ano. A reunião foi divulgada pela revista Veja na sexta-feira (15).

A pasta confirmou a reunião com representantes da entidade esotérica, a quem é atribuída poderes de intervenção no clima, em comunicado divulgado à imprensa neste domingo (17), que responde reportagens publicadas sobre o encontro.

Segundo o comunicado, que não cita quando a reunião foi realizada, o encontro não foi pedido pelo ministério, mas ocorreu em atendimento a “princípios da transparência e do diálogo franco”.

O ministério, que diz receber centenas de pedidos de audiência, afirmou que apenas aceitou o encontro com representantes da entidade e reproduziu email recebido no início de setembro em que representante da entidade chamado Osmar Santos pediu uma reunião com o ministro Bento Albuquerque.

O assunto da reunião seria “tratar da tragédia econômica x energética… e os meios para recuperar tais precipitações irregulares no lugar certo ainda na estação inverno que se finda e primavera”, segundo a mensagem reproduzida pelo comunicado do ministério, que ressalta que Albuquerque não participou da reunião.

“Durante a audiência, o senhor Osmar (diretor de relações governamentais do instituto) relatou aos técnicos do MME que o instituto faz serviços de previsões dos mais variados tipos”, afirmou a pasta. “Como servidores públicos, os servidores do MME apenas e tão somente ouviram as informações do senhor Osmar”, acrescentou o ministério.

Na semana passada, o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) afirmou que a projeção para o nível das represas de hidrelétricas do país é que eles cheguem até o fim do mês com 16,7% da sua capacidade na região Sudeste/Centro-Oeste, contra projeção de 15,2% feita na semana anterior.

O ONS afirmou ainda que vê ainda um cenário “bastante preocupante” para 2022 e recomendou que o país permaneça mobilizado para enfrentar a próxima estação seca.