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US could see a century’s worth of sea rise in just 30 years (AP)

apnews.com

By SETH BORENSTEIN

Feb. 15, 2022


A woman walks along a flooded street caused by a king tide, Saturday, Sept. 28, 2019, in Miami Beach, Fla. Low-lying neighborhoods in South Florida are vulnerable to the seasonal flooding caused by king tides. While higher seas cause much more damage when storms such as hurricanes hit the coast, they are getting to the point where it doesn’t have to storm to be a problem. High tides get larger and water flows further inland and deeper even on sunny days. (AP Photo/Lynne Sladky, File)

America’s coastline will see sea levels rise in the next 30 years by as much as they did in the entire 20th century, with major Eastern cities hit regularly with costly floods even on sunny days, a government report warns.

By 2050, seas lapping against the U.S. shore will be 10 to 12 inches (0.25 to 0.3 meters) higher, with parts of Louisiana and Texas projected to see waters a foot and a half (0.45 meters) higher, according to a 111-page report issued Tuesday by the National Oceanic and Atmospheric Administration and six other federal agencies.

“Make no mistake: Sea level rise is upon us,” said Nicole LeBoeuf, director of NOAA’s National Ocean Service.

The projected increase is especially alarming given that in the 20th century, seas along the Atlantic coast rose at the fastest clip in 2,000 years.

LeBoeuf warned that the cost will be high, pointing out that much of the American economy and 40% of the population are along the coast.

However, the worst of the long-term sea level rise from the melting of ice sheets in Antarctica and Greenland probably won’t kick in until after 2100, said ocean service oceanographer William Sweet, the report’s lead author.

Warmer water expands, and the melting ice sheets and glaciers adds more water to the worlds oceans.

The report “is the equivalent of NOAA sending a red flag up” about accelerating the rise in sea levels, said University of Wisconsin-Madison geoscientist Andrea Dutton, a specialist in sea level rise who wasn’t part of the federal report. The coastal flooding the U.S. is seeing now “will get taken to a whole new level in just a couple of decades.”

“We can see this freight train coming from more than a mile away,” Dutton said in an email. “The question is whether we continue to let houses slide into the ocean.”

Sea level rises more in some places than others because of sinking land, currents and water from ice melt. The U.S. will get slightly more sea level rise than the global average. And the greatest rise in the U.S. will be on the Gulf and East Coasts, while the West Coast and Hawaii will be hit less than average, Sweet said.

For example, between now and 2060, expect almost 25 inches (0.63 meters) of sea level rise in Galveston, Texas, and just under 2 feet (0.6 meters) in St. Petersburg, Florida, while only 9 inches (0.23 inches) in Seattle and 14 inches (0.36 meters) in Los Angeles, the report said.

While higher seas cause much more damage when storms such as hurricanes hit the coast, they are becoming a problem even on sunny days.

Cities such as Miami Beach, Florida; Annapolis, Maryland; and Norfolk, Virginia, already get a few minor “nuisance” floods a year during high tides, but those will be replaced by several “moderate” floods a year by mid-century, ones that cause property damage, the researchers said.

“It’s going to be areas that haven’t been flooding that are starting to flood,” Sweet said in an interview. “Many of our major metropolitan areas on the East Coast are going to be increasingly at risk.”

The western Gulf of Mexico coast, should get hit the most with the highest sea level rise — 16 to 18 inches (0.4 to 0.45 meters) — by 2050, the report said. And that means more than 10 moderate property-damaging sunny-day floods and one “major” high tide flood event a year.

The eastern Gulf of Mexico should expect 14 to 16 inches (0.35 to 0.4 meters) of sea level rise by 2050 and three moderate sunny-day floods a year. By mid-century, the Southeast coast should get a foot to 14 inches (0.3 to 0.35 meters) of sea level rise and four sunny-day moderate floods a year, while the Northeast coast should get 10 inches to a foot (0.25 to 0.3 meters) of sea level rise and six moderate sunny-day floods a year.

Both the Hawaiian Islands and Southwestern coast should expect 6 to 8 inches (0.15 to 0.2 meters) of sea level rise by mid-century, with the Northwest coast seeing only 4 to 6 inches (0.1 to 0.15 meters). The Pacific coastline will get more than 10 minor nuisance sunny-day floods a year but only about one moderate one a year, with Hawaii getting even less than that.

And that’s just until 2050. The report is projecting an average of about 2 feet of sea level rise in the United States — more in the East, less in the West — by the end of the century.

Mudanças climáticas extremas afetam até voos de aviões (Folha de S.Paulo)

Tempestades, fumaça de incêndios e calor, que reduz a força de ascensão das aeronaves, prejudicam companhias aéreas

23.ago.2021 às 22h15

Claire Bushey, Philip Georgiadis – Financial Times

Algumas companhias de aviação e aeroportos começaram a se planejar para um futuro no qual abalos climáticos severos afetam os cronogramas de voos com mais frequência, agora que a mudança do clima está fazendo com que aumente a probabilidade de calor extremo e grandes tempestades.

Este mês, tempestades forçaram o cancelamento de mais de 300 voos no aeroporto O’Hare, de Chicago, e no aeroporto de Dalas/Fort Worth, no Texas. Em julho, oito voos foram cancelados em Denver e outros 300 sofreram atrasos devido aos incêndios florestais que atingiram a região do Pacífico Noroeste dos Estados Unidos. O calor extremo afetou decolagens em Las Vegas e no Colorado no começo deste verão [do final de junho ao final de setembro, no hemisfério norte].

As perturbações se alinham a uma tendência: cancelamentos e atrasos de voos causados pelo clima se tornaram muito mais frequentes nos Estados Unidos e na Europa durante as duas últimas décadas, demonstram dados das autoridades regulatórias. Embora seja difícil vincular qualquer tempestade ou onda de calor individual à mudança do clima, estudos científicos determinaram que elas se tornarão mais frequentes ou intensas à medida que o planeta se aquece.

A ICAO (Organização Internacional da Aviação Civil), o órgão vinculado à ONU que estabelece normas para o setor, constatou em uma pesquisa de 2019 entre seus países membros que três quartos dos respondentes afirmavam que seus setores de transporte aéreo já estavam experimentando algum impacto causado pela mudança no clima.

“É algo que absolutamente ocupa nossos pensamentos, com relação a se poderemos continuar mantendo nosso cronograma de voos, especialmente se considerarmos o crescimento que temos planejado para o futuro”, disse David Kensick, vice-presidente de operações mundiais da United Airlines. “Com a mudança no clima, estamos vendo um clima cada vez mais difícil de prever, e por isso teremos de lidar melhor com as situações criadas por ele”.

As companhias de aviação respondem por cerca de 2% das emissões mundiais de gases causadores do efeito estufa, ainda que, se outras substâncias emitidas por aviões forem consideradas, alguns estudos indiquem que seu impacto sobre o clima pode ser ainda maior.

O impacto potencial da mudança do clima sobre o setor é abrangente. Em curto prazo, as condições climáticas intensas criam dores de cabeça operacionais. Desvios forçados e cancelamentos de voos aumentam os custos de um setor que perdeu bilhões de dólares durante a pandemia.

Em prazo mais longo, as companhias de aviação acreditam que as mudanças nos padrões do clima alterarão as rotas de voo e o consumo de combustível. Provavelmente, voos entre a Europa e os Estados Unidos demorarão mais tempo, quando a “jet stream” que existe por sobre o Atlântico Norte mudar, por exemplo.

“A aviação será vítima da mudança do clima, além de ser vista, por muitas pessoas, como um dos vilões”, disse Paul Williams, professor de ciência atmosférica na Universidade de Reading, no Reino Unido.

O número de atrasos atribuídos ao mau tempo no espaço aéreo europeu subiu de 2,5 milhões em 2003 a um pico de 6,5 milhões em 2019, de acordo com dados da Eurocontrol, embora parte dessa alta possa ser atribuída ao crescimento do setor. Como proporção das causas gerais de atraso, problemas de clima subiram de 23% para 27% no mesmo período.

A proporção de voos cancelados nos Estados Unidos por conta do clima aumentou de aproximadamente 35% do total em 2004 para 54% em 2019, de acordo com a FAA (Administração Federal da Aviação) americana.

Mark Searle, diretor mundial de segurança na Associação Internacional do Transporte Aéreo (IATA), disse que as companhias de aviação haviam se adaptado ao longo dos anos à mudança do clima.

“Existe uma situação evoluindo, mas não é como se estivéssemos à beira do precipício”, ele disse. “Na verdade, nós a estamos administrando muito bem”.

Para os aeroportos, isso pode significar preparação para níveis de mar mais elevados. O novo terminal de passageiros do aeroporto de Changi, em Cingapura, foi construído apenas 5,5 metros acima do nível médio do mar. A Avinor, que opera aeroportos ao longo da costa da Noruega, determinou que todas as pistas de aterrissagem novas sejam construídas pelo menos sete metros acima do nível do mar.

No caso das companhias de aviação, será necessário recorrer à tecnologia. A American Airlines e a United Airlines melhoraram sua capacidade de prever a proximidade de relâmpagos, permitindo que o trabalho nos pátios continue por mais tempo, antes de uma tempestade que se aproxima, sem colocar em risco o pessoal de terra.

Em diversos de seus aeroportos centrais, a United Airlines, sediada em Chicago, também criou sistemas de taxiagem automática que permitem que aviões sejam conduzidos aos terminais mesmo que tempestades impeçam que agentes de rampa os orientem até os portões.

O clima severo exige pessoal adicional. As operadoras são forçadas a pagar horas extras quando seu pessoal de embarque e dos call centers enfrenta demanda adicional gerada por passageiros tentando reorganizar suas viagens. As empresas terão de calcular se compensa mais pagar o adicional por horas extras, criar turnos adicionais de trabalho ou deixar que os passageiros arquem com as consequências dos problemas.

“Haverá custo adicional de qualquer forma se –e essa é uma questão em aberto– as companhias de aviação decidirem que querem lidar com isso”, disse Jon Jager, analista da Cirium, uma empresa de pesquisa sobre aviação.

Embora os passageiros tipicamente culpem as companhias de aviação pelos problemas que encontram, as regras dos Estados Unidos, Reino Unido e União Europeia não exigem que elas indenizem os passageiros por problemas causados pelo clima. “A Mãe Natureza serve como desculpa para livrar as companhias de aviação de problemas”, disse Jager.

Perturbações surgem não só com tempestades, mas com extremos de calor. Aviões enfrentam dificuldade para decolar em temperaturas muito elevadas, porque o ar quente é menos denso, o que significa que as asas criam menos empuxo aerodinâmico. Quanto mais quente a temperatura, mais leve um avião precisa estar para decolar, especialmente em aeroportos com pistas curtas e em áreas quentes.

Williams, o cientista atmosférico, publicou um estudo no qual constata que, para um Airbus A320 decolando da ilha grega de Chios, a carga útil teve de ser reduzida em cerca de 130 quilos por ano, ao longo de três décadas –o que equivale, em linhas gerais, ao peso de um passageiro e sua bagagem.

A Iata está negociando com seus integrantes sobre a adoção de novas metas relacionadas à mudança do clima neste ano. As metas atuais do setor, adotadas em 2009, incluem reduzir à metade o nível de emissões de 2005, até 2050, e que todo crescimento seja neutro em termos de emissões de carbono, de 2020 em diante.

Mas em muitas áreas do setor, especialmente na Europa e Estados Unidos, existe uma convicção de que metas mais duras, incluindo um compromisso de zerar as emissões líquidas de poluentes, são necessárias.

“Acreditamos que provavelmente devemos ir além, e estamos trabalhando nisso”, disse Alexandre de Juniac, que está encerrando seu mandato como presidente da Iata, ao Financial Times alguns meses atrás.

Williams disse que a abordagem do setor de aviação quanto à mudança do clima parecia estar mudando.

“Historicamente, havia muita gente cética sobre a mudança do clima no setor de aviação, mas percebi uma mudança”, ele disse. “Agora o setor é muito mais honesto”.

Financial Times, tradução de Paulo Migliacci

Nível do mar na costa brasileira tende a aumentar nas próximas décadas (Pesquisa Fapesp)

05 de junho de 2017

Elton Alisson | Agência FAPESP – O nível do mar na costa brasileira tende a aumentar nas próximas décadas. No Brasil, contudo, onde mais de 60% da população vive em cidades costeiras, não há um estudo integrado da vulnerabilidade dos municípios litorâneos a este e a outros impactos decorrentes das mudanças climáticas, como o aumento da frequência e da intensidade de chuvas. Um estudo desse gênero possibilitaria estimar os danos sociais, econômicos e ambientais e elaborar um plano de ação com o intuito de implementar medidas adaptativas.

As conclusões são do relatório especial do Painel Brasileiro de Mudanças Climáticas (PBMC) sobre “Impacto, vulnerabilidade e adaptação das cidades costeiras brasileiras às mudanças climáticas”, lançado nesta segunda-feira (05/06) durante um evento no Museu do Amanhã, no Rio de Janeiro.

A publicação tem apoio da FAPESP e parte dos estudos nos quais se baseia são resultado do Projeto Metrópole e de outros projetos apoiados pela Fundação no âmbito do Programa FAPESP de Pesquisa sobre Mudanças Climáticas Globais (PFPMCG) e do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia (INCT) para Mudanças Climáticas, financiado pela Fundação e pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).

“A ideia do relatório foi mostrar o estado da arte sobre mudanças de clima e cidades costeiras, baseado em uma exaustiva revisão de publicações internacionais e nacionais sobre o tema, e também identificar lacunas no conhecimento para que os formuladores de políticas públicas e tomadores de decisão no Brasil possam propor e implementar medidas de adaptação”, disse José Marengo, coordenador-geral de pesquisa e desenvolvimento do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden) e um dos autores e editores do relatório, à Agência FAPESP.

De acordo com dados do documento, entre 1901 e 2010 o nível médio do mar globalmente aumentou 19 centímetros – com variação entre 17 e 21 centímetros.

Entre 1993 e 2010, a taxa de elevação correspondeu a mais de 3,2 milímetros (mm) por ano – com variação entre 2,8 e 3,6 mm por ano.

No Brasil também há uma tendência de aumento do nível do mar nas regiões costeiras com algum grau de incerteza porque não há registros históricos contínuos e confiáveis, ponderam os autores.

“Ainda não conseguimos detectar o aumento do nível do mar no Brasil por conta das poucas observações existentes e de estudos de modelagem para avaliar os impactos. Mas já identificamos por meio de estudos regionais diversas cidades de médio e grande porte que apresentam alta exposição à elevação do nível relativo do mar e já têm sofrido os impactos desse fenômeno, particularmente na forma de ressacas e inundações”, disse Marengo.

Entre essas cidades, onde 60% da população reside na faixa de 60 quilômetros da costa, estão Rio Grande (RS), Laguna e Florianópolis (SC), Paranaguá (PR), Santos (SP), Rio de Janeiro (RJ), Vitória (ES), Salvador (BA), Maceió (AL), Recife (PE), São Luís (MA), Fortaleza (CE) e Belém (PA).

Nos estados de São Paulo e do Rio de Janeiro, por exemplo, têm sido registradas taxas de aumento do nível médio do mar de 1,8 a 4,2 mm por ano desde a década de 1950.

Na cidade de Santos, no litoral sul paulista, onde está situado o maior porto da América Latina, o nível do mar tem aumentado 1,2 mm por ano, em média, desde a década de 1940. Além disso, ocorreu um aumento significativo na altura das ondas – que alcançava 1 metro em 1957 e passou a atingir 1,3 m, em 2002 – e na frequência de ressacas no município.

Já no Rio de Janeiro, a análise dos dados da estação maregráfica da Ilha Fiscal – que tem a série histórica mais antiga do Brasil e fica no meio da Baía da Guanabara – indica uma tendência média de aumento do nível do mar de mais ou menos 1,3 mm por ano, com base nos dados mensais do nível do mar do período de 1963 a 2011 e com um índice de confiança de 95%.

Por sua vez, em Recife o nível do mar aumentou 5,6 mm entre 1946 e 1988 – o que corresponde a uma elevação de 24 centímetros em 42 anos. A erosão costeira e a ocupação do pós-praia provocaram uma redução da linha de praia em mais de 20 metros na Praia de Boa Viagem – a área da orla mais valorizada da cidade –, apontam os autores do relatório.

“Existem poucas observações como essas em outras regiões do país. Quando tentamos levantar dados dos últimos 40 ou 100 anos sobre o aumento do nível do mar em outras cidades do Nordeste, como Fortaleza, por exemplo, é difícil encontrar”, disse Marengo.

Impactos socioeconômicos

De acordo com os autores do relatório, as mudanças climáticas e um acelerado ritmo de elevação do nível do mar podem causar sérios impactos nas áreas costeiras do Brasil.

Os impactos socioeconômicos seriam mais restritos às vizinhanças das 15 maiores cidades litorâneas, que ocupam uma extensão de 1,3 mil quilômetros da linha costeira – correspondente a 17% da linha costeira do Brasil.

Entre as principais consequências da elevação do nível do mar, entre diversas outras, estão o aumento da erosão costeira, da frequência, intensidade e magnitude das inundações, da vulnerabilidade de pessoas e bens e a redução dos espaços habitáveis.

“Os impactos mais evidentes da elevação do nível do mar são o aumento da frequência das inundações costeiras e a redução da linha de praia. Mas há outros não tão perceptíveis, como a intrusão marinha, em que a água salgada do mar começa a penetrar aquíferos e ecossistemas de água doce”, ressaltou Marengo.

As projeções do quinto relatório (AR5) do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC) são que a elevação do nível do mar globalmente varie entre 0,26 e 0,98 metro até 2100 – em um cenário mais pessimista. O relatório apresenta estimativas similares para a costa brasileira.

Considerando que a probabilidade de inundações aumenta com a elevação do nível do mar pode ser esperada uma maior probabilidade de inundações em áreas que apresentam mais de 40% de mudanças no nível do mar observadas nos últimos 60 anos – como é o caso de várias metrópoles costeiras brasileiras, ressaltam os autores.

As inundações costeiras serão mais preocupantes no litoral do Nordeste, Sul e Sudeste, e também podem afetar o litoral sul e sudoeste da cidade do Rio de Janeiro. Os seis municípios fluminenses mais vulneráveis à elevação do nível do mar, de acordo com estudos apresentados no relatório, são Parati, Angra dos Reis, Rio de Janeiro, Duque de Caxias, Magé e Campos dos Goytacazes.

“A combinação do aumento do nível do mar com tempestades e ventos mais fortes pode provocar danos bastante altos na infraestrutura dessas cidades”, estimou Marengo.

Exemplo de plano

O documento destaca o Plano Municipal de Adaptação à Mudança de Clima (PMAMC) da cidade de Santos como exemplo de plano de ação para adaptação às mudanças de clima e os seus impactos nas cidades [Leia mais sobre o assunto em http://agencia.fapesp.br/21997/].

A elaboração do plano foi baseada nos resultados do Projeto Metrópole, coordenado por Marengo.

O estudo internacional estimou que a inundação de áreas costeiras das zonas sudeste e noroeste de Santos, causada pela combinação da elevação do nível do mar com ressacas, marés meteorológicas e astronômicas e eventos climáticos extremos, pode causar prejuízos acumulados de quase R$ 2 bilhões até 2100 se não forem implementadas medidas de adaptação.

O estudo é realizado por pesquisadores do Cemaden, dos Institutos Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) e Geológico (IG) e das Universidades de São Paulo (USP) e Estadual de Campinas (Unicamp), em parceria com colegas da University of South Florida, dos Estados Unidos, do King’s College London, da Inglaterra, além de técnicos da Prefeitura Municipal de Santos.

“Nossa intenção é aplicar essa metodologia utilizada em Santos em outras cidades litorâneas brasileiras para termos pelo menos uma estimativa inicial do custo de adaptação à elevação do nível do mar”, disse Marengo.

Pesquisa internacional – Cientistas propõem saídas para evitar avanço do nível do mar em Santos (Assoc. Comercial de Santos)

Investimentos totais para impedir danos podem ultrapassar R$ 238,4 milhões

Encontro foi realizado nesta terça-feira (1) na Associação Comercial de Santos (ACS)


Após preverem que, até 2050, o nível do mar em Santos poderá subir 23 cm e causar prejuízos na área urbana da cidade, cientistas do Projeto Metropole – a mais detalhada pesquisa internacional sobre elevação do nível do mar – apresentaram nesta terça-feira (1) quais as saídas para evitar danos e prejuízos. Os investimentos podem ultrapassar R$ 238,4 milhões. Por outro lado, caso nada seja feito, os gastos podem passar de R$ 1,28 bilhão até 2100.

O grupo se reuniu na Associação Comercial de Santos (ACS), onde representantes da prefeitura anunciaram que, diante dos resultados, foi criado o Plano Municipal de Adaptação à Mudança do Clima.

Conforme apontaram os estudos, na Zona Leste (do Embaré até a Ponta da Praia), com investimentos de R$ 36.514.212,00, seria possível realizar o engordamento das praias (alimentação artificial com areia), construir muros de proteção e um sistema de bombeamento (semelhante à dragagem), além de realizar a melhoria das comportas dos canais.

De acordo com a subcoordenadora do projeto e professora de geografia do Instituto de Geociências da Unicamp, Luci Hidalgo Nunes, a implantação dessas soluções evitaria um prejuízo de R$ 1.043.498.249,00. “O valor do investimento é baixo em relação aos benefícios”.

Já na Zona Noroeste, segundo ela, como não existem informações tão detalhadas quanto na Zona Leste, os resultados não são tão precisos. Mas, já foi possível mostrar que os danos, caso nada seja feito, podem causar o prejuízo de R$ 236.406.111,00 até o ano de 2100.

“As adaptações necessárias vão custar R$ 201.999.540,00 e incluem dragagem, colocação de um sistema de comportas e de estações de bombeamento, além da recuperação do mangue. Nesse caso, na área de mangue, que hoje é ocupada, precisaria ser feita a remoção da população, o que não é um processo simples. Mas, com certeza, o problema é muito mais complicado”.

Decreto

Diante da apresentação das soluções, foi publicado no Diário Oficial do Município o Plano Municipal de Adaptação à Mudança do Clima.

De acordo com o engenheiro Eduardo Kimoto Hosokawa, da Coordenadoria de Desenvolvimento Urbano da Prefeitura de Santos, isso demonstra uma iniciativa do governo municipal perante o tema. “Várias secretarias estarão envolvidas e, no prazo de um ano, será gerado o Plano”.

Início dos trabalhos

O primeiro encontro dos cientistas ocorreu em 30/09, também na ACS, quando foi divulgado, por exemplo, o que aconteceria em dias de tempestade no ano de 2050, caso nenhuma medida seja tomada até lá: ondas de até 1,80 m, somando-se a maré ao aumento do nível do mar.

Após divulgar todos esses dados, os cientistas, juntamente com integrantes da sociedade civil, fizeram uma nova reunião ontem (1) e apresentaram as soluções.

Os pesquisadores mostraram, ainda, como foi feito o mapeamento, com alto grau de precisão, em áreas na cidade que estarão mais sujeitas às mudanças climáticas até 2100. Além de Santos, outras duas cidades fazem parte do estudo: Broward (EUA) e Selsey (Inglaterra).

Sobre o Projeto Metropole

O Projeto Metropole busca alternativas para enfrentar a elevação da maré. No Brasil, o estudo é financiado pela Fapesp (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo) e surgiu a partir de uma chamada sobre vulnerabilidade costeira do Fórum Belmont, em 2012, cujo objetivo é articular esforços e direcionar a pesquisa ambiental para áreas que requerem avaliações mais aprofundadas. A iniciativa tem o apoio da Prefeitura de Santos.

Partindo de cenários de aumento do nível do mar no futuro, devido às mudanças climáticas, o estudo mostra os impactos por meio de ferramentas de visualização apresentadas a pessoas da comunidade, convidadas para opinar sobre quais medidas adaptativas deveriam ser tomadas diante das projeções, apresentadas para 50 e 100 anos.

Ou seja, o objetivo é responder a potenciais riscos ambientais, econômicos e de saúde locais, devido à larga mudança de escala.

Para cada cidade participante, são apresentados cenários utilizando ferramentas de visualização desenvolvidas pelas equipes técnicas do Brasil e dos Estados Unidos. Os dados incluem mudanças no nível do mar, temperatura, frequência de tempestades e ressacas e outras variáveis com projeções de alta resolução para cenários em 2050 e 2100.

 

 

 

Santos pode se tornar mais suscetível a inundações (Revista Fapesp)

Nível do mar na cidade litorânea paulista aumentará entre 18 e 30 centímetros até 2050, tornando as marés mais altas, estima estudo internacional com participação de pesquisadores de São Paulo (foto: Wikimedia Commons)

30 de setembro de 2015

Elton Alisson | Agência FAPESP – O nível do mar na cidade de Santos, no litoral sul paulista, pode aumentar entre 18 e 30 centímetros até 2050.

A combinação dessa elevação do nível do mar com tempestades extremas – previstas para ocorrer com maior frequência e intensidade na região em razão das mudanças climáticas – pode fazer com que as marés induzidas pelas fases da lua se tornem mais altas. Com isso, as inundações causadas pelo avanço do mar na zona costeira da cidade podem ser mais graves e causar maiores prejuízos econômicos.

As projeções são de um estudo internacional, realizado por pesquisadores do Centro de Monitoramento de Desastres Naturais (Cemaden), Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), Universidade de São Paulo (USP) e Estadual de Campinas (Unicamp), em parceria com colegas da University of South Florida, dos Estados Unidos, do King’s College London, da Inglaterra, e técnicos da Prefeitura Municipal de Santos.

Os resultados do estudo, que fazem parte do projeto “Uma estrutura integrada para analisar tomada de decisão local e capacidade adaptativa para mudança ambiental de grande escala: estudos de casos de comunidades no Brasil, Reino Unido e Estados Unidos”, apoiado pela FAPESP, no âmbito de um acordo de cooperação com o Belmont Forum, serão apresentados nesta quarta-feira (30/09) a representantes da sociedade civil de Santos.

Durante o encontro, os pesquisadores mostrarão às autoridades e lideranças locais projeções de elevação do nível do mar e de impactos econômicos nas regiões sudeste e noroeste de Santos, que já têm sido impactadas pelo aumento do nível do mar. A ideia é que os participantes apontem possíveis medidas de adaptação para minimizar os riscos.

“O estudo é inédito por apontar não só como determinadas áreas de Santos poderão ser afetadas por inundações causadas pelo aumento do nível do mar nas próximas décadas, mas também estimar as perdas econômicas”, disse José Marengo, pesquisador titular do Cemaden e coordenador do projeto do lado do Brasil, à Agência FAPESP.

Para fazer as projeções, os pesquisadores usaram uma plataforma, chamada COAST (sigla de Coastal Adaptation to Sea Level Rise Tool), desenvolvida por uma empresa americana.

A plataforma é capaz de fazer previsões de danos a ativos econômicos – como, por exemplo, imóveis –, ao longo de um determinado período de tempo, causados por inundações provocadas pela combinação da elevação do nível do mar com a ocorrência de tempestades.

Além disso, pode ser usada para calcular os benefícios e custos de diferentes estratégias de adaptação para determinar qual seria a mais indicada.

“A plataforma COAST também está sendo utilizada durante o projeto para fazer projeções de aumento do nível do mar e inundações em Broward, na Flórida, em razão dos furacões que atingem a zona costeira da região, e em Selsey, na Inglaterra, que pode sofrer inundações causadas por tempestades”, disse Marengo.

No Brasil, a cidade de Santos, onde está localizado o maior porto da América Latina, foi escolhida devido a sua importância econômica estratégica para o Estado de São Paulo e para o país, e em razão da disponibilidade de dados necessários para a plataforma COAST fazer as projeções.

“Há muitos municípios costeiros no Brasil que não dispõem de informações sobre mudanças do nível do mar em séries temporais como temos em Santos”, disse Luci Hidalgo Nunes, professora da Unicamp e uma das pesquisadoras participantes do projeto.

Integração de dados

Para fazer as projeções em Santos, a plataforma COAST integra dados de mudanças no nível do mar, temperatura, frequência de tempestades e outras variáveis meteorológicas com projeções de alta resolução para cenários climáticos da cidade até 2100.

Os dados sobre mudanças no nível do mar em Santos foram obtidos por marégrafos na região, no período entre 1945 e 1990, e por altimetria de satélite, entre 1993 e 2013.

As análises dos dados indicaram que no período de 1993 a 2013 o nível do mar em Santos aumentou, em média, 3 milímetros por ano.

No período entre 1993 e 2003 o mar na região subiu 2,7 milímetros por ano. Já entre 2003 e 2013, o aumento foi de 3,6 milímetros por ano, apontaram as análises.

“Essa elevação do nível do mar na costa de Santos está próxima da média global indicada pela altimetria de satélite para todos os oceanos”, disse Joseph Harari, professor do Instituto Oceanográfico (IO) da USP e um dos pesquisadores do projeto.

Já a modelagem de eventos extremos no futuro foi feita por meio de modelos regionais do Inpe, rodados com cenários dos modelos do IPCC para fazer projeções de curto, médio e longo prazo para a Baixada Santista.

Com base na combinação desses dados, a plataforma COAST estimou a altura que as marés poderão atingir em Santos em 2050 e 2100, em um cenário mais otimista ou pessimista.

“Esse tipo de informação era inédita no Brasil. É a primeira vez que esses dados são obtidos”, afirmou Nunes.

A fim de calcular os possíveis impactos econômicos causados pelas inundações provocadas pelo aumento da altura das marés por meio da plataforma COAST, os pesquisadores selecionaram as zonas noroeste e sudeste de Santos.

A região sudeste, por exemplo – que vai do Boqueirão até a Ponta da Praia –, tem sofrido desde o começo da década de 1940, com a construção da avenida à beira-mar, de erosão costeira (perda de faixa de praia que protege de inundações).

Já a região noroeste experimenta inundações durante as marés de sigízia – quando as marés ficam mais altas influenciadas pela atração gravitacional –, especialmente no verão, quando aumenta a frequência de chuvas.

“São duas áreas com processos hidrometeorológicos, riscos, usos do solo, respostas geológicas e geomorfológicas e populações diferentes. Portanto, as medidas de adaptação também serão diferentes”, disse Célia Regina de Gouveia Souza, pesquisadora do Instituto Geológico de São Paulo.

Os dados para estimar as perdas econômicas nas duas regiões, como danos estruturais em edifícios causados pela elevação do nível do mar, foram fornecidos pela prefeitura de Santos, por meio das secretarias de Finanças, Infraestrutura e edificação, Desenvolvimento Urbano, Meio Ambiente e Defesa Civil.

“A participação do poder público é fundamental em um projeto como esse e a prefeitura foi uma grande parceira. Como contrapartida por terem nos fornecido os dados e colaborar conosco no projeto, eles receberão um instrumento de planejamento para gestão costeira muito robusto”, avaliou Souza.

Sea level rise accelerating faster than thought (Science)

High tides swamp a playground in coastal Wales.

DIMITRIS LEGAKIS/SPLASH NEWS/NEWSCOM. High tides swamp a playground in coastal Wales.

If you’re still thinking about buying that beach house, think again. A new study suggests that sea levels aren’t just rising; they’re gaining ground faster than ever. That’s contrary to earlier work that suggested rising seas had slowed in recent years.

The result won’t come as a shock to most climate scientists. Long-term records from coastal tide gauges have shown that sea level rise accelerated throughout the 20th century. Models predict the trend will continue. However, previous studies based on satellite measurements—which began in 1993 and provide the most robust estimates of sea level—revealed that the rate of rise had slowed in the past decade compared with the one before.

That recent slowdown puzzled researchers, because sea level contributions from melting ice in Antarctica and Greenland are actually increasing, says Christopher Watson, a geodesist at the University of Tasmania in Australia. So he and colleagues took a closer look at the available satellite and tide gauge data, and tried to correct for other factors that might skew sea level measurements, like small changes in coastal elevation.

The results, published today in Nature Climate Change, show that global mean sea level rose slightly slower than previously thought between 1993 and 2014, but that sea level rise is indeed accelerating. The new findings agree more closely with other records of changing sea levels, like those produced by tide gauges and bottom-up accounting of the contributions from ocean warming and melting ice.

In the past, researchers have used tide gauges to keep tabs on the performance of satellite altimeters, which use radar to measure the height of the sea surface. The comparison allowed them to sniff out and cope with any issues that cropped up with the satellite sensors. Tide gauges themselves are not immune to problems, however; the land on which they rest can shift during earthquakes, or subside because of groundwater withdrawal or sediment settling. These processes can produce apparent changes in sea level that have nothing to do with the oceans.

So Watson’s team tried to correct for the rise and fall of tide gauge sites by using nearby GPS stations, which measure land motions. If no GPS stations were present, they used computer models to estimate known changes, such as how some regions continue to rebound from the last glaciation, when heavy ice sheets caused land to sink.

The newly recalibrated numbers show that the earliest part of the satellite record, collected between 1993 and 1999 by the first altimetry mission, known as TOPEX/Poseidon, appears to have overstated sea level rise. That’s probably because a sensor deteriorated, ultimately forcing engineers to turn on a backup instrument. When combined with data from subsequent satellite missions, those inflated TOPEX/Poseidon numbers gave the appearance that sea level rise was decelerating, even as the global climate warmed.

Also contributing to the apparent slowdown was a hiccup caused by natural climate variation, says John Church, a climate scientist at the Commonwealth Scientific and Industrial Research Organisation in Hobart, Australia, and a co-author of the new study. Around 2011, “there was a major dip in sea level associated with major flooding events in Australia and elsewhere,” he says. Intense rainfall transferred water from the oceans to the continents, temporarily overriding the long-term sea level trend.

The corrected record now shows that sea level rose 2.6 millimeters to 2.9 millimeters per year since 1993, compared with prior estimates of 3.2 millimeters per year. Despite the slower rates, the study found that sea level rise accelerated by an additional 0.04 millimeters per year, although the acceleration is not statistically significant. Watson says he expects that trend to grow stronger as researchers collect more data.

The acceleration falls in line with predictions from the Intergovernmental Panel on Climate Change (IPCC), Watson notes. “We’re tracking at that upper bound” of the IPCC’s business-as-usual scenario for greenhouse gas emissions, he says, which could bring up to one meter of sea level rise by 2100.

Others say it’s too early to tell. “The IPCC is looking way out in time,” says geodesist Steve Nerem of the University of Colorado, Boulder, who was not involved in the study. “This is only 20 years of data.”

In the meantime, Nerem says, the altimetry community needs to focus on continuing to improve the satellite data. He thinks Watson’s team “addressed it in the best way we can right now,” but it would be even better “to have a GPS receiver at every tide gauge, and right now that’s not the case.”

Regardless, the underlying message is clear, Church says: Sea levels are rising at ever increasing rates, and society needs to take notice.

Rising sea levels of 1.8 meters in worst-case scenario, researchers calculate (Science Daily)

Date: October 14, 2014

Source: University of Copenhagen

Summary: The climate is getting warmer, the ice sheets are melting and sea levels are rising — but how much? The report of the UN’s Intergovernmental Panel on Climate Change (IPCC) in 2013 was based on the best available estimates of future sea levels, but the panel was not able to come up with an upper limit for sea level rise within this century. Now researchers have calculated the risk for a worst-case scenario. The results indicate that at worst, the sea level would rise a maximum of 1.8 meters.


The worst-case sea level projections is shown in red. There is 95% certainty that sea level will not rise faster than this upper-limit. Purple shows the likely range of sea level rise as projected in the IPCC fifth assessment report under a scenario with rising emissions throughout the 21st century (RCP8.5). Credit: Aslak Grinsted, NBI

The climate is getting warmer, the ice sheets are melting and sea levels are rising — but how much? The report of the UN’s Intergovernmental Panel on Climate Change (IPCC) in 2013 was based on the best available estimates of future sea levels, but the panel was not able to come up with an upper limit for sea level rise within this century. Now researchers from the Niels Bohr Institute and their colleagues have calculated the risk for a worst-case scenario. The results indicate that at worst, the sea level would rise a maximum of 1.8 meters.

The results are published in the scientific journal Environmental Research Letters.

What causes the sea to rise is when all the water that is now frozen as ice and lies on land melts and flows into the sea. It is first and foremost about the two large, kilometer-thick ice sheets on Greenland and Antarctica, but also mountain glaciers.

In addition, large amounts of groundwater is pumped for both drinking water and agricultural use in many parts of the world and more groundwater is pumped than seeps back down into the ground, so this water also ends up in the oceans.

Finally, what happens is that when the climate gets warmer, the oceans also get warmer and hot water expands and takes up more space. But how much do the experts expect the sea levels to rise during this century at the maximum?

Melting of the ice sheets

“We wanted to try to calculate an upper limit for the rise in sea level and the biggest question is the melting of the ice sheets and how quickly this will happen. The IPCC restricted their projektions to only using results based on models of each process that contributes to sea level. But the greatest uncertainty in assessing the evolution of sea levels is that ice sheet models have only a limited ability to capture the key driving forces in the dynamics of the ice sheets in relation to climatic impact,” Aslak Grinsted, Associate Professor at the Centre for Ice and Climate at the Niels Bohr Institute at the University of Copenhagen.

Aslak Grinsted has therefore, in collaboration with researchers from England and China, worked out new calculations. The researchers have combined the IPCC numbers with published data about the expectations within the ice-sheet expert community for the evolution, including the risk for the collapse of parts of Antarctica and how quickly such a collapse would take place.

“We have created a picture of the propable limits for how much global sea levels will rise in this century. Our calculations show that the seas will likely rise around 80 cm. An increase of more than 180 cm has a likelihood of less than 5 percent. We find that a rise in sea levels of more than 2 meters is improbable,” Aslak Grinsted, but points that the results only concern this century and the sea levels will continue to rise for centuries to come.

Journal Reference:

  1. S Jevrejeva, A Grinsted, J C Moore. Upper limit for sea level projections by 2100. Environmental Research Letters, 2014; 9 (10): 104008 DOI: 10.1088/1748-9326/9/10/104008