Brasil já se prepara para adaptações às mudanças climáticas, diz especialista (Agência Brasil)
JC e-mail 4925, de 02 de abril de 2014
Com base no relatório do IPCC,dirigente do INPE disse que o Brasil já revela um passo adiante em termos de adaptação às mudanças climáticas
Com o título Mudanças Climáticas 2014: Impactos, Adaptação e Vulnerabilidade, o relatório divulgado ontem (31) pelo Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC) sinaliza que os efeitos das mudanças do clima já estão sendo sentidos em todo o mundo. O relatório aponta que para se alcançar um aquecimento de apenas 2 graus centígrados, que seria o mínimo tolerável para que os impactos não sejam muito fortes, é preciso ter emissões zero de gases do efeito estufa, a partir de 2050.
“O compromisso é ter emissões zero a partir de 2040 /2050, e isso significa uma mudança de todo o sistema de desenvolvimento, que envolve mudança dos combustíveis”, disse hoje (1º) o chefe do Centro de Ciência do Sistema Terrestr,e do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), José Marengo, um dos autores do novo relatório do IPCC. Marengo apresentou o relatório na Academia Brasileira de Ciências (ABC), no Rio de Janeiro, e destacou que alguns países interpretam isso como uma tentativa de frear o crescimento econômico. Na verdade, ele assegurou que a intenção é chegar a um valor para que o aquecimento não seja tão intenso e grave.
Com base no relatório do IPCC, Marengo comentou que o Brasil já revela um passo adiante em termos de adaptação às mudanças climáticas. “Eu acho que o Brasil já escutou a mensagem. Já está começando a preparar o plano nacional de adaptação, por meio dos ministérios do Meio Ambiente e da Ciência, Tecnologia e Inovação”. Essa adaptação, acrescentou, é acompanhada de avaliações de vulnerabilidades, “e o Brasil é vulnerável às mudanças de clima”, lembrou.
A adaptação, segundo ele, atenderá a políticas governamentais, mas a comunidade científica ajudará a elaborar o plano para identificar regiões e setores considerados chave. “Porque a adaptação é uma coisa que muda de região e de setor. Você pode ter uma adaptação no setor saúde, no Nordeste, totalmente diferente do Sul. Então, essa é uma política que o governo já está começando a traçar seriamente”.
O plano prevê análises de risco em setores como agricultura, saúde, recursos hídricos, regiões costeiras, grandes cidades. Ele está começando a ser traçado como uma estratégia de governo. Como as vulnerabilidades são diferentes, o plano não pode criar uma política única para o país. Na parte da segurança alimentar, em especial, José Marengo ressaltou a importância do conhecimento indígena, principalmente para os países mais pobres.
Marengo afiançou, entretanto, que esse plano não deverá ser concluído no curto prazo. “É uma coisa que leva tempo. Esse tipo de estudo não pode ser feito em um ou dois anos. É uma coisa de longo prazo, porque vai mudando continuamente. Ou seja, é um plano dinâmico, que a cada cinco anos tem que ser reavaliado e refeito. Poucos países têm feito isso, e o Brasil está começando a elaborar esse plano agora”, manifestou.
Marengo admitiu que a adaptação às mudanças climáticas tem que ter também um viés econômico, por meio da regulação. “Quando eu falo em adaptação, é uma mistura de conhecimento científico para identificar que área é vulnerável. Mas tudo isso vem acompanhado de coisas que não são climáticas, mas sim, econômicas, como custos e investimento. Porque adaptação custa dinheiro. Quem vai pagar pela adaptação? “, indagou.
O IPCC não tem uma posição a respeito, embora Marengo mencione que os países pobres querem que os ricos paguem pela sua adaptação às mudanças do clima. O tema deverá ser abordado na próxima reunião da 20ª Convenção-Quadro sobre Mudança do Clima COP-20, da Organização das Nações Unidas (ONU), que ocorrerá em Lima, no Peru, no final deste ano.
Entretanto, o IPCC aponta situações sobre o que está ocorrendo nas diversas partes do mundo, e o que poderia ser feito. As soluções, salientou, serão indicadas no próximo relatório do IPCC, cuja divulgação é aguardada para este mês. O relatório, segundo ele, apontará que “a solução está na mitigação”. Caso, por exemplo, da redução das emissões de gases de efeito estufa, o uso menor de combustíveis fósseis e maior uso de fontes de energia renováveis, novas opções de combustíveis, novas soluções de tecnologia, estabilização da população. “Tudo isso são coisas que podem ser consideradas”. Admitiu, porém, que são difíceis de serem alcançadas, porque alguns países estão dispostos a isso, outros não. “É uma coisa que depende de acordo mundial”.
De acordo com o relatório do IPCC, as tendências são de aumento da temperatura global, aumento e diminuição de precipitações (chuvas), degradação ambiental, risco para as áreas costeiras e a fauna marinha, mudança na produtividade agrícola, entre outras. A adaptação a essas mudanças depende do lugar e do contexto. A adaptação para um setor pode não ser aplicável a outro. As medidas visando a adaptação às mudanças climáticas devem ser tomadas pelos governos, mas também pela sociedade como um todo e pelos indivíduos, recomendam os cientistas que elaboraram o relatório.
Para o Nordeste brasileiro, por exemplo, a construção de cisternas pode ser um começo no sentido de adaptação à seca. Mas isso tem de ser uma busca permanente, destacou José Marengo. Observou que programas de reflorestamento são formas de mitigação e, em consequência, de adaptação, na medida em que reduzem as emissões e absorvem as emissões excedentes.
No Brasil, três aspectos se distinguem: segurança hídrica, segurança energética e segurança alimentar. As secas no Nordeste e as recentes enchentes no Norte têm ajudado a entender o problema da vulnerabilidade do clima, acrescentou o cientista. Disse que, de certa forma, o Brasil tem reagido para enfrentar os extremos. “Mas tem que pensar que esses extremos podem ser mais frequentes. A experiência está mostrando que alguns desses extremos devem ser pensados no longo prazo, para décadas”, salientou.
O biólogo Marcos Buckeridge, pesquisador do Instituto de Biociências da Universidade de São Paulo (USP) e membro do IPCC, lembrou que as queimadas na Amazônia, apesar de mostrarem redução nos últimos anos, ainda ocorrem com intensidade. “O Brasil é o país que mais queima floresta no mundo”, e isso leva à perda de muitas espécies animais e vegetais, trazendo, como resultado, impactos no clima.
Para a pesquisadora sênior do Centro de Estudos Integrados sobre Meio Ambiente e Mudanças Climáticas – Centro Clima da Universidade Federal do Rio de Janeiro, Carolina Burle Schmidt Dubeux, a economia da adaptação deve pensar o gerenciamento também do lado da demanda. Isso quer dizer que tem que englobar não só investimentos, mas também regulação econômica em que os preços reflitam a redução da oferta de bens. “Regulação econômica é muito importante para que a gente possa se adaptar [às mudanças do clima]. As políticas têm que refletir a escassez da água e da energia elétrica e controlar a demanda”, apontou.
Segundo a pesquisadora, a internalização de custos ambientais nos preços é necessária para que a população tenha maior qualidade de vida. “A questão da adaptação é um constante gerenciamento do risco das mudanças climáticas, que é desconhecido e imprevisível”, acrescentou. Carolina defendeu que para ocorrer a adaptação, deve haver uma comunicação constante entre o governo e a sociedade. “A mídia tem um papel relevante nesse processo”, disse.
(Agência Brasil)
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Mudanças climáticas ameaçam produtos da cesta básica brasileira (O Globo)
JC e-mail 4925, de 02 de abril de 2014
Dieta será prejudicada por queda das safras e da atividade pesqueira
Os impactos das mudanças climáticas no país comprometerão o rendimento das safras de trigo, arroz, milho e soja, produtos fundamentais da cesta básica do brasileiro. Outro problema desembarca no litoral. Segundo prognósticos divulgados esta semana pelo Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC), grandes populações de peixes deixarão a zona tropical nas próximas décadas, buscando regiões de alta latitude. Desta forma, a pesca artesanal também é afetada.
A falta de segurança alimentar também vai acometer outros países. Estima-se que a atividade agrícola da União Europeia caia significativamente até o fim do século. Duas soluções já são estudadas. Uma seria aumentar as importações – o Brasil seria um importante mercado, se conseguir nutrir a sua população e, além disso, desenvolver uma produção excedente. A outra possibilidade é a pesquisa de variedades genéticas que deem resistência aos alimentos diante das novas condições climáticas.
– Os eventos extremos, mesmo quando têm curta duração, reduzem o tamanho da safra – contou Marcos Buckeridge, professor do Departamento de Botânica da USP e coautor do relatório do IPCC, em uma apresentação realizada ontem na Academia Brasileira de Ciências. – Além disso, somos o país que mais queima florestas no mundo, e a seca é maior justamente na Amazônia Oriental, levando a perdas na agricultura da região.
O aquecimento global também enfraquecerá a segurança hídrica do país.
– É preciso encontrar uma forma de garantir a disponibilidade de água no semiárido, assim como estruturas que a direcione para as áreas urbanas – recomenda José Marengo, climatologista do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) e também autor do relatório.
Marengo lembra que o Nordeste enfrenta a estiagem há três anos. Segundo ele, o uso de carros-pipa é uma solução pontual. Portanto, outras medidas devem ser pensadas. A transposição do Rio São Francisco também pode não ser suficiente, já que a região deve passar por um processo de desertificação até o fim do século.
De acordo com um estudo realizado em 2009 por diversas instituições brasileiras, e que é citado no novo relatório do IPCC, as chuvas no Nordeste podem diminuir até 2,5mm por dia até 2100, causando perdas agrícolas em todos os estados da região. O déficit hídrico reduziria em 25% a capacidade de pastoreiro dos bovinos de corte. O retrocesso da pecuária é outro ataque à dieta do brasileiro.
– O Brasil perderá entre R$ 719 bilhões e R$ 3,6 trilhões em 2050, se nada fizer . Enfrentaremos perda agrícola e precisaremos de mais recursos para o setor hidrelétrico – alerta Carolina Dubeux, pesquisadora do Centro Clima da Coppe/UFRJ, que assina o documento. – A adaptação é um constante gerenciamento de risco.
(Renato Grandelle / O Globo)
http://oglobo.globo.com/ciencia/mudancas-climaticas-ameacam-produtos-da-cesta-basica-brasileira-12061170#ixzz2xjSEUoVy
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Impactos mais graves no clima do país virão de secas e de cheias (Folha de S.Paulo)
JC e-mail 4925, de 02 de abril de 2014
Brasileiros em painel da ONU dizem que país precisa se preparar para problemas opostos em diferentes regiões
As previsões regionais do novo relatório do IPCC (painel do clima da ONU) aponta como principais efeitos da mudança climática no país problemas na disponibilidade de água, com secas persistentes em alguns pontos e cheias recordes em outros. Lançado anteontem no Japão, o documento do grupo de trabalho 2 do IPCC dá ênfase a impactos e vulnerabilidades provocados pelo clima ao redor do mundo. Além de listar os principais riscos, o documento ressalta a necessidade de adaptação aos riscos projetados. No Brasil, pela extensão territorial, os efeitos serão diferentes em cada região.
Além de afetar a floresta e seus ecossistemas, a mudança climática deve prejudicar também a geração de energia, a agricultura e até a saúde da população. “Tudo remete à água. Onde nós tivermos problemas com a água, vamos ter problemas com outras coisas”, resumiu Marcos Buckeridge, professor da USP e um dos autores do relatório do IPCC, em entrevista coletiva com outros brasileiros que participaram do painel.
Na Amazônia, o padrão de chuvas já vem sendo afetado. Atualmente, a cheia no rio Madeira já passa dos 25 m –nível mais alto da história– e afeta 60 mil pessoas. No Nordeste, que nos últimos anos passou por secas sucessivas, as mudanças climáticas podem intensificar os períodos sem chuva, e há um risco de que o semiárido vire árido permanentemente.
Segundo José Marengo, do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) e um dos autores principais do documento, ainda é cedo para saber se a seca persistente em São Paulo irá se repetir no ano que vem ou nos outros, mas alertou que é preciso que o Brasil se prepare melhor.
MITIGAR E ADAPTAR
O IPCC fez previsões para diferentes cenários, mas, basicamente, indica que as consequências são mais graves quanto maiores os níveis de emissões de gases-estufa. “Se não dá para reduzir as ameaças, precisamos pelo menos reduzir os riscos”, disse Marengo, destacando que, no Brasil, nem sempre isso acontece. No caso das secas, a construção de cisternas e a mobilização de carros-pipa seriam alternativas de adaptação. Já nos locais onde deve haver aumento nas chuvas, a remoção de populações de áreas de risco, como as encostas, seria a alternativa.
Carolina Dubeux, da UFRJ, que também participa do IPCC, afirma que, para que haja equilíbrio entre oferta e demanda, é preciso que a economia reflita a escassez dos recursos naturais, sobretudo em áreas como agricultura e geração de energia. “É necessário que os preços reflitam a escassez de um bem. Se a água está escassa, o preço dela precisa refletir isso. Não podemos só expandir a oferta”, afirmou.
Neste relatório, caiu o grau de confiança sobre projeções para algumas regiões, sobretudo em países em desenvolvimento. Segundo Carlos Nobre, secretário do Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovação, isso não significa que o documento tenha menos poder político ou científico.
Everton Lucero, chefe de clima no Itamaraty, diz que o documento será importante para subsidiar discussões do próximo acordo climático mundial. “Mas há um desequilíbrio entre os trabalhos científicos levados em consideração pelo IPCC, com muito mais ênfase no que é produzido nos países ricos. As nações em desenvolvimento também produzem muita ciência de qualidade, que deve ter mais espaço”, disse.
(Giuliana Miranda/Folha de S.Paulo)
http://www1.folha.uol.com.br/fsp/cienciasaude/159305-impactos-mais-graves-no-clima-do-pais-virao-de-secas-e-de-cheias.shtml
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Relatório do IPCC aponta riscos e oportunidades para respostas (Ascom do MCTI)
JC e-mail 4925, de 02 de abril de 2014
Um total de 309 cientistas de 70 países, entre coordenadores, autores, editores e revisores, foram selecionados para produzir o relatório
O novo relatório do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC) diz que os efeitos das mudanças climáticas já estão ocorrendo em todos os continentes e oceanos e que o mundo, em muitos casos, está mal preparado para os riscos. O documento também conclui que há oportunidades de repostas, embora os riscos sejam difíceis de gerenciar com os níveis elevados de aquecimento.
O relatório, intitulado Mudanças Climáticas 2014: Impactos, Adaptação e Vulnerabilidade, foi elaborado pelo Grupo de Trabalho 2 (GT 2) do IPCC e detalha os impactos das mudanças climáticas até o momento, os riscos futuros e as oportunidades para uma ação eficaz para reduzir os riscos. Os resultados foram apresentados à imprensa brasileira em entrevista coletiva no Rio de Janeiro nesta terça-feira (1º).
Um total de 309 cientistas de 70 países, entre coordenadores, autores, editores e revisores, foram selecionados para produzir o relatório. Eles contaram com a ajuda de 436 autores contribuintes e 1.729 revisores especialistas.
Os autores concluem que a resposta às mudanças climáticas envolve fazer escolhas sobre os riscos em um mundo em transformação, assinalando que a natureza dos riscos das mudanças climáticas é cada vez mais evidente, embora essas alterações também continuem a produzir surpresas. O relatório identifica as populações, indústrias e ecossistemas vulneráveis ao redor do mundo.
Segundo o documento, o risco da mudança climática provém de vulnerabilidade (falta de preparo), exposição (pessoas ou bens em perigo) e sobreposição com os riscos (tendências ou eventos climáticos desencadeantes). Cada um desses três componentes pode ser alvo de ações inteligentes para diminuir o risco.
“Vivemos numa era de mudanças climáticas provocadas pelo homem”, afirma o copresidente do GT 2 Vicente Barros, da Universidade de Buenos Aires, Argentina. “Em muitos casos, não estamos preparados para os riscos relacionados com o clima que já enfrentamos. Investimentos num melhor preparo podem melhorar os resultados, tanto para o presente e para o futuro.”
Reação
A adaptação para reduzir os riscos das mudanças climáticas começa a ocorrer, mas com um foco mais forte na reação aos acontecimentos passados do que na preparação para um futuro diferente, de acordo com outro copresidente do GT, Chris Field, da Carnegie Institution for Science, dos Estados Unidos.
“A adaptação às mudanças climáticas não é uma agenda exótica nunca tentada. Governos, empresas e comunidades ao redor do mundo estão construindo experiência com a adaptação”, explica Field. “Esta experiência constitui um ponto de partida para adaptações mais ousadas e ambiciosas, que serão importantes à medida que o clima e a sociedade continuam a mudar”.
Riscos futuros decorrentes das mudanças no clima dependem fortemente da quantidade de futuras alterações climáticas. Magnitudes crescentes de aquecimento aumentam a probabilidade de impactos graves e generalizados que podem ser surpreendentes ou irreversíveis.
“Com níveis elevados de aquecimento, que resultam de um crescimento contínuo das emissões de gases de efeito estufa, será um desafio gerenciar os riscos e mesmo investimentos sérios e contínuos em adaptação enfrentarão limites”, afirma Field.
Problemas
Impactos observados da mudança climática já afetaram a agricultura, a saúde humana, os ecossistemas terrestres e marítimos, abastecimento de água e a vida de algumas pessoas. A característica marcante dos impactos observados é que eles estão ocorrendo a partir dos trópicos para os polos, a partir de pequenas ilhas para grandes continentes e dos países mais ricos para os mais pobres.
“O relatório conclui que as pessoas, sociedades e ecossistemas são vulneráveis em todo o mundo, mas com vulnerabilidade diferentes em lugares diferentes. As mudanças climáticas muitas vezes interagem com outras tensões para aumentar o risco”, diz Chris Field.
A adaptação pode desempenhar um papel-chave na redução destes riscos, observa Vicente Barros. “Parte da razão pela qual a adaptação é tão importante é que, devido à mudança climática, o mundo enfrenta uma série de riscos já inseridos no sistema climático, acentuados pelas emissões passadas e infraestrutura existente”.
Field acrescenta: “A compreensão de que a mudança climática é um desafio na gestão de risco abre um leque de oportunidades para integrar a adaptação com o desenvolvimento econômico e social e com as iniciativas para limitar o aquecimento futuro. Nós definitivamente enfrentamos desafios, mas compreender esses desafios e ultrapassá-los de forma criativa pode fazer da adaptação à mudança climática uma forma importante de ajudar a construir um mundo mais vibrante em curto prazo e além”.
Conteúdo
O relatório do GT 2 é composto por dois volumes. O primeiro contém Resumo para Formuladores de Políticas, Resumo Técnico e 20 capítulos que avaliam riscos por setor e oportunidades para resposta. Os setores incluem recursos de água doce, os ecossistemas terrestres e oceânicos, costas, alimentos, áreas urbanas e rurais, energia e indústria, a saúde humana e a segurança, além dos meios de vida e pobreza.
Em seus dez capítulos, o segundo volume avalia os riscos e oportunidades para a resposta por região. Essas regiões incluem África, Europa, Ásia, Australásia (Austrália, a Nova Zelândia, a Nova Guiné e algumas ilhas menores da parte oriental da Indonésia), América do Norte, América Central e América do Sul, regiões polares, pequenas ilhas e oceanos.
Acesse a contribuição do grupo de trabalho (em inglês) aqui ou no site da instituição.
A Unidade de Apoio Técnico do GT 2 é hospedada pela Carnegie Institution for Science e financiada pelo governo dos Estados Unidos.
Mapa
“O relatório do Grupo de Trabalho 2 é outro importante passo para a nossa compreensão sobre como reduzir e gerenciar os riscos das mudanças climáticas”, destaca o presidente do IPCC, RajendraPachauri. “Juntamente com os relatórios dos grupos 1 e 3, fornece um mapa conceitual não só dos aspectos essenciais do desafio climático, mas as soluções possíveis.”
O relatório do GT 1 foi lançado em setembro de 2013, e o do GT 3 será divulgado neste mês. O quinto relatório de avaliação (AR5) será concluído com a publicação de uma síntese em outubro.
O Painel Intergovernamental sobre Mudança do Clima é o organismo internacional para avaliar a ciência relacionada à mudança climática. Foi criado em 1988 pela Organização Meteorológica Mundial e pelo Programa das Nações Unidas para o Ambiente (Pnuma), para fornecer aos formuladores de políticas avaliações regulares da base científica das mudanças climáticas, seus impactos e riscos futuros, e opções para adaptação e mitigação.
Foi na 28ª Sessão do IPCC, realizada em abril de 2008, que os membros do painel decidiram preparar o AR5. O documento envolveu 837 autores e editores de revisão.
(Ascom do MCTI, com informações do IPCC)
http://www.mcti.gov.br/index.php/content/view/353700/Relatorio_do_IPCC_aponta_riscos_e_oportunidades_para_respostas.html