O drama dos índios Awá e a resistência de seu povo que tenta impedir a ação criminosa de madeireiros na Reserva Biológica Gurupi, onde o território indígena já perdeu 30% de sua paisagem original.
REPORTAGEM: MÍRIAM LEITÃO – FOTOS: SEBASTIÃO SALGADO
Vídeos
QUANDO A SOBREVIVÊNCIA EXIGE CORAGEM
O drama do povo Awá na luta contra o desmatamento na Reserva Biológica Gurupi
TESTEMUNHAS DA HISTÓRIA AWÁ
A repórter Míriam Leitão fala do privilégio de acompanhar o fotógrafo Sebastião Salgado pela Aldeia Juriti
A IMPUNIDADE ROMPE O SILÊNCIO DA NOITE
Míriam Leitão flagra madeireiros em ação à noite numa serraria clandestina no interior do Maranhão
Sobreviver com coragem
Considerados um dos últimos povos caçadores e coletores do planeta, os poucos mais de 400 Awá que povoam o que restou da Floresta Amazônica no Maranhão vivem o momento mais decisivo de sua sobrevivência: impedir que grileiros, posseiros e madeireiros destruam o seu mais valioso bem. É das árvores e da mata densa situadas na Reserva Biológica do Gurupi, de onde tiram o seu alimento, a sua certeza de amanhã poderem garantir a continuação de seu povo, de sua gente. Eles não querem nada mais do que a garantia do governo federal de que não terão o seu terrítório devastado pela ganância do homem branco, que avança a passos largos em busca de madeira nobre.
Apesar de sua terra já estar demarcada, homologada e registrada com 116.582 hectares pela União, eles enfrentam uma ameaça real de assistir à destruição da floresta da qual são tão dependentes e de onde tiram o sustento de seus filhos. Ainda que a Justiça já tenha determinada a retirada desses ‘intrusos’ ou não índios, como define a Funai, os Awá temem pela própria sorte, se afirmam em sua coragem e não vacilam quando veem sua resistência em xeque. “Não temos medo. Vamos resistir”, dizem em discursos emocionados.
A repórter Míriam Leitão, a convite do renomado fotógrafo Sebastião Salgado, viajou até a Aldeia Juriti e pôde comprovar como os Awá vivem essa dramática expectativa. Neste ambiente especial, que complementa a série de reportagens publicadas na edição dominical de O GLOBO, o leitor poderá saber mais do cotidiano dos chamados ‘índios invisíveis’, como vivem, e como reverenciam a sua sagrada cultura.
Ouça trecho da fala de uma das lideranças Awá
A repórter Míriam Leitão flagra a ação ilegal de madeireiros em uma serraria
Ouça trecho de seu discurso
O antropólogo Uirá Garcia fala sobre a cultura Awá
Ouça o canto do jovem guerreiro antes de ir à caça
O jovem guerreiro Jui’i fala da ameaça dos madeireiros
Textos
A LUTA CONTRA A DESTRUIÇÃO DOS MADEIREIROS
Awás tentam sobreviver à ação criminosa dos desmatadores
PARA OS AWÁ, A TRAGÉDIA DO DESMATAMENTO ATINGE A TERRA E O CÉU
Fim da floresta os impedirá de virar ‘Karauaras’, seres que habitam o mundo após a morte
SILENCIOSOS, AWÁ SE CONFUNDEM COM A MATA
Audição acima dos padrões comuns permite ouvir som da devastação a quilômetros
‘ESTAMOS BRAVOS. ASSIM ELES VÃO NOS MATAR’, DIZ LIDERANÇA AWÁ
Após vencer a desconfiança dos índios, ouve-se o desabafo: ‘Quero ficar na minha casa’
Os Awás pelas lentes de Sebastião Salgado
Em emboscadas, comerciantes de madeira demostram ter mais força do que a Polícia Federal e a Força Nacional juntas
NO CAMINHO DA VOLTA, O ENCONTRO COM O CRIME
Na estradas que ligam terra Awá, grileiros, serrarias e caminhões agem na certeza da impunidade
MINISTRO: RETIRADA DE TERRA AWÁ TERÁ PF, IBAMA E EXÉRCITO
Ministro da Justiça programa operação, atrasada pela vinda do Papa, já para este semestre
REPORTAGEM: MÍRIAM LEITÃO | FOTOS: SEBASTIÃO SALGADO | EDIÇÃO: DANIEL BIASETTO | MAPA: DANIEL LIMA | ARTE E DESENVOLVIMENTO: GUSTAVO SARAIVA | DESENVOLVIMENTO: AYRTON TESHIMA