Redação Finanças – 20 de setembro de 2021
- Criptomoeda foi apontada como uma das responsáveis pela poluição gerada no mundo digital
- Tecnologia exigida pelas transações encurta vida útil de aparelhos
- Em 2020 a rede de bitcoin processou 112,5 milhões de transações
Se engana quem pensa que moedas virtuais não geram lixo. Apesar de não existirem na versão física, as cédulas digitais podem ser tão poluentes quanto objetos que existem no mundo real. Uma única transação de bitcoin gera a mesma quantidade de lixo eletrônico que jogar dois iPhones no lixo, de acordo com uma análise feita por economistas do Banco Central holandês e do MIT.
O problema acontece devido à grande rotatividade de hardware de computador que a criptomoeda incentiva. Os chips de computador especializados são vendidos com o único propósito de executar os algoritmos que protegem a rede bitcoin, um processo chamado mineração, que recompensa aqueles que participam com pagamentos de bitcoin.
Como apenas os chips mais novos são eficientes minerar de forma lucrativa, os ‘mineradores’ da criptomoeda precisam substituir constantemente seus equipamentos por outros mais novos e mais poderosos.
“A vida útil dos dispositivos de mineração de bitcoin permanece limitada a apenas 1,29 anos”, afirma os pesquisadores Alex de Vries e Christian Stoll em uma entrevista da para a revista Resources, Conservation and Recycling. “Como resultado, estimamos que toda a rede bitcoin atualmente utilize 30,7 quilos métricos de equipamentos por ano. Esse número é comparável à quantidade de pequenos resíduos de equipamentos de TI e telecomunicações produzidos por um país como a Holanda”.
Apenas no ano passado, a rede da criptomoeda processou 112,5 milhões de transações. Em cada uma delas, foi gerado o equivalente a 272g de lixo eletrônico. Essa quantidade de material é o equivalente ao peso de dois iPhone 12 minis.
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