Embrapa envia sementes de milho e arroz para o Banco de Svalbard, na Noruega (O Globo)

JC e-mail 4577, de 05 de Setembro de 2012.

Banco nórdico é o mais seguro do mundo, construído para resistir a catástrofes climáticas e a explosão nuclear.

A Embrapa envia esta semana 264 amostras representativas de sementes de milho e 541 de arroz para o Banco Global de Sementes de Svalbard, na Noruega, como parte do acordo assinado com o Real Ministério de Agricultura e Alimentação do país em 2008. Serão enviadas ao banco genético norueguês as coleções nucleares de arroz e milho, ou seja, um grupo limitado de acessos derivados de uma coleção vegetal, escolhido para representar a variabilidade genética da coleção inteira. Tradicionalmente, as coleções nucleares são estabelecidas com tamanho em torno de 10% dos acessos de toda a coleção original e incluem aproximadamente 70% no acervo genético.

A escolha dessas culturas atende a uma das recomendações do Banco de Svalbard quanto à relevância para a segurança alimentar e agricultura sustentável. Embora não sejam culturas originárias do Brasil, são cultivadas no país há séculos e têm características de rusticidade e adaptabilidade às condições nacionais. A próxima cultura agrícola a ser encaminhada para o banco norueguês será o feijão, o que deve acontecer até o fim de 2012.

O envio de amostras para Svalbard é mais uma garantia de segurança, já que o banco nórdico é o mais seguro do mundo, construído com total segurança para resistir a catástrofes climáticas e até a uma explosão nuclear. O banco tem capacidade para quatro milhões e quinhentas mil amostras de sementes. O conjunto arquitetônico conta com três câmaras de segurança máxima situadas ao final de um túnel de 125 metros dentro de uma montanha em uma pequena ilha do arquipélago de Svalbard situado no paralelo 780 N, próximo do Pólo Norte.

As sementes são armazenadas a 20ºC abaixo de zero em embalagens hermeticamente fechadas, guardadas em caixas armazenadas em prateleiras. O depósito está rodeado pelo clima glacial do Ártico, o que assegura as baixas temperaturas, mesmo se houver falha no suprimento de energia elétrica. As baixas temperatura e umidade garantem a baixa atividade metabólica, mantendo a viabilidade das sementes por um milênio ou mais.