AGUIRRE TALENTO
DE BELÉM
O canteiro de obras da hidrelétrica de Belo Monte, localizado no município de Vitória do Xingu (oeste do Pará, a 945 km de Belém), foi invadido na manhã desta quinta-feira (27) em um protesto de indígenas, pescadores e moradores da região.
Eles também bloquearam a rodovia Transamazônica na altura do quilômetro 52, onde fica a entrada do canteiro de obras da usina.
O protesto, que começou às 5h da manhã, foi organizado durante seminário realizado nesta semana, em Altamira (também no oeste, a 900 km de Belém), que discutiu os impactos da instalação de usinas hidrelétricas na região.
Os seguranças permitiram a entrada dos manifestantes sem oferecer resistência, e os funcionários da empresa não apareceram para trabalhar. Com isso, as obras estão paradas.
“Acreditamos que a empresa ficou sabendo de nossa manifestação e não quis entrar em confronto”, afirmou Eden Magalhães, secretário-executivo do Cimi (Conselho Indigenista Missionário), uma das entidades participantes do protesto.
A Polícia Rodoviária Federal confirmou a ocorrência do protesto, mas ainda não sabe estimar a quantidade de pessoas presentes.Segundo ele, há cerca de 600 pessoas no local, entre índios, pescadores, população ribeirinha e até estudantes.
Os manifestantes exigem a presença de algum integrante do governo federal no local e pedem a paralisação das obras.
Ontem, foi adiado mais uma vez o julgamento na Justiça Federal sobre o licenciamento da usina de Belo Monte. O julgamento está empatado com um voto a favor da construção da usina e um voto contra. Falta o voto de desempate, mas ainda não há previsão de quando o processo voltará a ser colocado em pauta.