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Apresentação de Anthony Giddens no World Climate Solutions 2010. Sumário:
1. Não sabemos como será uma economia de baixo carbono. Há certa tendência de se pensar que uma “economia verde” é apenas a mesma economia com uma base energética renovável. Isso é uma ilusão. Não há um modelo macroeconômico ligado á idéia de economia com baixos níveis de emissão de carbono, e isso deve ser desenvolvido;
2. Inovação e criatividade nas áreas social, política e econômica são mais importantes do que inovação tecnológica. Inovações na indústria dos seguros, por exemplo, são tão necessárias quanto desenvolvimento tecnológico;
3. Energia limpa, por si só, não será suficiente para reduzir emissões. A Espanha é um caso de país com alto índice de energia limpa e com crescimento de emissões de carbono. Desta forma, não basta falar de produção; é preciso falar de consumo, coisa que se tem evitado de forma geral. E esse debate tem que ser internacional. Se for contabilizada a quantidade de produção industrial que a Inglaterra transferiu para a China, por exemplo, o cálculo de emissão de carbono da Inglaterra cresce marcadamente.
4. A criação de empregos não deve vir de onde a maioria das pessoas imagina, em uma economia verde. A idéia de “emprego verde” (green job) é incoerente. A questão não é a criação de tais empregos, mas a transformação de áreas importantes da indústria. A diferença virá da transformação de hábitos e estilos de vida, e da forma como isso alavancará novas áreas da economia. Giddens cita o exemplo da Starbucks, que explora a união das novas tecnologias com espaços de sociabilidade [Interessante contrastar com a visão de Slavoj Zizek sobre a mesma empresa aqui].
5. A inovação será mais importante que a regulação. Ao mesmo tempo, novos modelos políticos serão necessários. É preciso trazer a utopia de volta para a política, temperada com realismo – caminhos realistas em direção a futuros utópicos. É preciso abandonar o sistema de transporte baseado em automóveis, por exemplo.